Um dos grandes empresários do Maranhão, no período de 13 de março a 18 de setembro de 1951, governou o Estado sem concorrer às eleições majoritárias de 1950: César Alexandre Aboud, sócio de um poderoso grupo empresarial, que dominava o mercado produtivo do Estado nas atividades da indústria e do comércio.
Mas por que César Aboud assumiu o Poder Executivo do Estado, no exercício do qual, com habilidade e competência, acalmou os ânimos de uma população revoltada, insurgida contra a eleição e a posse de um governador eleito sob o beneplácito de uma escandalosa fraude?
Tudo isso aconteceu nas eleições de outubro de 1950, em que concorreram à sucessão de Sebastião Archer da Silva, o candidato governista Eugênio Barros e o oposicionista Saturnino Belo, ambos prósperos empresários.
Aquelas eleições e apurações realizaram-se sob o manto da fraude eleitoral, atos que as Oposições Coligadas protestavam e teriam, também, contribuído para a morte (ataque do miocárdio) do candidato Saturnino Belo, acirrando mais ainda os ânimos políticos em São Luís, onde se concentrava o imenso eleitorado contra o vitorinismo.
O Tribunal Regional Eleitoral, composto em sua grande maioria de magistrados corruptos e manobrados pelos governistas, não tomava conhecimento dos recursos impetrados pelos oposicionistas, para anulação das eleições em cidades nas quais a fraude foi desregrada e esmagadora.
Como não logravam êxitos no TRE, as indomáveis Oposições recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral, junto ao qual desejavam impedir a posse de Eugênio Barros, mas, este, destemido como o era e com uma decisão judicial em seu poder, resolve assumir o cargo.
Diante desse quadro adverso, as lideranças oposicionistas decidem convocar o povo para se reunir em protesto no Largo do Carmo, na tentativa de impedir a posse de Eugênio, ato que derivou numa luta a céu aberto, na Avenida Pedro II, entre a enfurecida multidão, que tentava invadir o Palácio dos Leões, e as forças policiais, que resultou num saldo numeroso e triste de mortos e feridos.
Para impedir novos confrontos entre populares e policiais, as forças federais tomaram conta da Avenida Pedro II e à espera da solução do impasse político, o que aconteceu depois de intensas e tumultuadas conversações entre governistas e oposicionistas, fórmula que Eugênio Barros concorda em adiar a sua posse e autorizado pela Assembleia Legislativa viaja para o Rio de Janeiro, onde aguardaria o julgamento dos processos no Tribunal Superior Eleitoral.
Sem a posse do novo governador, quem ficaria no comando do Poder Executivo, tendo em vista que o vice-governador Renato Archer também estava impedido de substituir o titular?
Essa situação é resolvida pela Assembleia Legislativa, que apressadamente convoca os deputados eleitos nas eleições de outubro de 1950, para tomarem elegerem o novo presidente do Poder Legislativo, que, de comum acordo, governistas e oposicionistas escolhem o deputado César Aboud, que se compromete a substituir interinamente o cargo de governador e sem fazer uma administração tutelada pelos vitorinistas, missão cumprida com tamanha argúcia, que os oposicionistas tentaram fazer um movimento para o empresário continuar à frente do Governo, independentemente do julgamento do TSE, ato com o qual não concorda.
Depois de transferir o cargo de governador a Eugênio Barros (18-setembro-1951), César Aboud pratica um gesto pouco habitual na política maranhense: renuncia à presidência do Poder Legislativo.
UM TRISTE PAPEL
O deputado federal Juscelino Resende praticou vergonhoso ato na semana passada, na Câmara Federal.
Se o povo maranhense soubesse votar, ele jamais merecia ser reeleito.
Prestou um triste papel, como relator do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentária, matéria que exige conhecimento, competência e estudo, atributos que não carrega consigo, ao aumentar o famigerado Fundo Eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões.
GERAÇÕES E ELEIÇÕES
A grande maioria da bancada maranhense, que nos representa na Câmara e no Senado Federal, não teve altivez para votar contra o absurdo aumento do Fundo Eleitoral.
Apenas três deputados – Bira do Pindaré, Josivaldo e José Carlos e a senadora Elisiane Gama manifestaram-se contrários à aprovação de um projeto, que pensa menos nas gerações e mais nas eleições.
É MUITA AZARA
Tomei um brutal susto na semana passada, no Shopping da Ilha, ao tomar conhecimento de algo inacreditável do ponto de vista empresarial.
A loja Zara, famosa internacionalmente, encontra-se em processo de liquidação aqui e em todas as cidades nas quais tem loja.
Depois da liquidação, a Zara vai sumir do mapa, em função da crise provocada pela pandemia.
BRANDÃO EM ITAPECURU
Participei das festividades alusivas ao aniversário de Itapecuru, que completou, na última quarta-feira, 151 anos de elevação de vila à cidade.
Este ano, o primeiro comemorado na gestão do prefeito Benedito Coroba, foi marcado por uma programação bem movimentada e com a presença do vice-governador Carlos Brandão e de expressivo número de deputados, prefeitos e vereadores.
Em discurso firme e categórico, Brandão falou como candidato ao governo do Estado e do grupo do governador Flávio Dino.
Para alegria dos prefeitos, o vice afirmou que, se eleito, a sua gestão será marcada pelo municipalismo.
GASTÃO E AULAS
No seu discurso em Itapecuru, o deputado Gastão Vieira foi bastante aplaudido ao fazer um veemente apelo aos prefeitos e professores para recomeçarem as aulas urgentemente e de modo presencial.
Para o parlamentar, o fechamento das escolas por causa da pandemia, foi desastroso e de péssima repercussão no processo educacional do país.
A POPULARIDADE DO FIX
Eu vi e quem quiser ver basta passar na avenida onde se localiza a sede do Detran.
Uma pequena barraca de frutas, postava num pedaço de papelão este inusitado aviso: “Aceitamos o pagamento em FIX”.
A PROFECIA DE ULYSSES
O sábio político Ulysses Guimarães, antes de morrer tragicamente num desastre de avião, deixou para a posteridade uma frase verdadeiramente incontestável: – Se você acha que esse Congresso é ruim, aguarde o próximo.
PAU D’ARCO
Depois de mais de um ano ausentes de São Luís, por causa da Covid 19, o ex-presidente José Sarney e Dona Marly, estão novamente na terra e para matar as saudades dos parentes e amigos.
Sarney na terra, como dizia o poeta Sousândrade, pau d’arco em flor. F