DOS MEUS AVÓS E DA MINHA NETA

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Eu já escrevi, bem ou mal, sobre tanta gente ao longo de minha vida jornalística, que perdi as contas.

No correr desta última semana de julho, o dia 26 foi   dedicado merecidamente aos inesquecíveis vovós, oportunidade que me transportei para um passado, no qual os meus avós paternos, pela importância que tiveram na minha existência e pela privilegiada condição de ser o neto preferido, receber deles uma imensidão de afeto, carinho e apoio material, que nunca me faltaram enquanto vida tiveram.

Os meus pais- Deonila e Abdala, construíram uma prole de oito filhos. Os dois primeiros, eu e a minha irmã, Lisiane (já falecida), tivemos a felicidade de sermos apadrinhados pelos nossos avós. Eu, pelos paternos, os libaneses Rafiza e João Buzar; Lisiane, pelos maternos, Neusa e José Paulo Bogéa.

Os meus avós paternos, ambos nascidos em Zahle, ele, com 31 anos, ela, com 25, vieram para o Itapecuru, a convite do primo, Chafi Buzar, pai do compositor Nonato Buzar, que os convenceram a atravessar as águas que separavam o mundo árabe do Brasil num navio em direção a Marselha, na França, de onde tomaram o destino do porto de Salvador, na Bahia, desembarcando a 21 de abril de 1913.

Chegaram ao Brasil sem nenhum documento, supondo-se que viajaram clandestinamente, mas com alguma quantia em dinheiro, para as despesas corriqueiras. A minha avó desembarcou grávida e sem saber se o futuro rebento seria do sexo masculino ou feminino.

Na cidade baiana de Juazeiro, nasceu o meu pai, Abdala, mas registrado em Itapecuru, onde a família Buzar chegou depois de um longo percurso realizado principalmente em canoas, barcos, carros de boi ou usando os próprios pés. Nessas penosas caminhadas, cuidaram de se ajustar à nova vida, mascateando produtos para a sobrevivência.

Ao chegarem a Itapecuru, o primo Chafi  se encarregou de introduzi-los nas atividades comerciais, com as quais imediatamente se identificaram e começaram a ganhar dinheiro numa loja montada às margens daquele caudaloso rio que banhava as principais cidades do Maranhão, por   onde trafegavam os produtos primários, com destino a São Luís e desta traziam  artigos de consumo e de primeira necessidade às  populações ribeirinhas.

Como os meus avós não tinham hora para trabalhar, rapidamente prosperarem nos negócios, incrementados com a ajuda dos filhos Abdala, José João, Nagib e Ana, os dois últimos, filhos de João Buzar com a primeira esposa, que posteriormente se mudaram para a cidade de Codó.

De comerciantes se transformaram também em industriais, com a instalação de usinas de beneficiamento de arroz e de transformação do algodão em pluma.

Nos dias de hoje, em que, lamentavelmente, os meus inesquecíveis avós já partiram para a eternidade, resta-me a saudade e de tê-los como paradigmas.

Foi com base no que Rafiza e João Buzar me proporcionaram ao longo da vida, que me espelho e hoje tenho a descomunal felicidade de ser avô. Eu e Solange, devemos essa privilegiada situação ao filho Rodrigo e à nora, Melissa, que trouxeram ao mundo em dezembro de 2018 a netinha, Luísa, que nos encanta e enternece pela amabilidade, meiguice, inteligência e ternura.

Nesta reta final de vida em que me encontro, só espero que a minha neta seja para mim o que eu fui para os meus avós.   

HUMBERTO DE CAMPOS E VITORINO FREIRE

No segundo volume do Diário Secreto, do escritor Humberto de Campos, ele relata como conheceu o então jovem Vitorino Freire.

“A 9 de setembro de 1934, procedente do Maranhão, chegou hoje, à tarde, ao Rio, o secretário-geral da Interventoria, um moço de nome Vitorino, um pouco estourado e conservador. Chegou, e veio logo visitar-me. E me deu notícias da política.

“A chapa de deputados federais do Partido Social Democrático ainda não foi publicada. Mas os nomes principais que a constituirão, são já conhecidos: o comandante Magalhães de Almeida, o desembargador Couto, o capitão Becker, e o senhor. O partido fará, seguramente, cinco deputados. Os outros farão dois. Mas os suplentes imediatos serão nossos de modo que, com a passagem do comandante Magalhães e do senhor para o Senado, nos continuaremos com a maioria.

CANDIDATO À ABL

O ex-governador, ex-senador e ex-deputado federal do Piauí, Hugo Napoleão, casado com a maranhense Leda Chaves, teve a candidatura lançada à Academia Brasileira de Letras.

Concorrerá à vaga do pernambucano Marco Maciel.

FAVORITOS DE BOLSONARO

Se tivesse cacife político para indicar o futuro governador do Maranhão, o presidente Jair Bolsonaro, certamente optaria por dois candidatos.

Pela ordem de chegada, o senador Roberto Rocha seria o primeiro e o deputado federal Aluísio Mendes o segundo.

Como Bolsonaro não tem nenhuma condição de meter o bedelho na eleição do Maranhão, vai ter de engolir o sucessor de Flávio Dino, o atual vice, Carlos Brandão.

BOLSONARO E VARGAS

Jair Bolsonaro não se cansa de dizer que só sai morto do Palácio do Planalto.

Getúlio Vargas em 1954 também dizia isso e acabou deixando o Palácio do Catete praticando um inesperado suicídio.

A MALDITA CODEVASF

Durante muitos anos, a Codevasf- Comissão de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, era um órgão bisonho e de pouca presença na administração pública federal.

Nos últimos anos, a Codevasf transformou-se numa das repartições mais faladas do país, não pelos bons serviços prestados ao Brasil, mas por servir de biombo para os parlamentares federais desviarem recursos e se locupletarem.

Em Brasília, sabe-se que os representantes maranhenses, salvo poucas e honrosas exceções, frequentam mais a Codevasf do que o Congresso Nacional.   

FADINHA E A TERCEIRA VIA

Se a maranhense de Imperatriz, Fadinha, que brilhou nas Olimpíadas de Tóquio, tivesse idade e intimidade com as coisas da política, poderia até participar do processo eleitoral e se candidatar a algum cargo eletivo em 2022.

Como no Brasil, em matéria de política, tudo pode acontecer, quem sabe, não teria o nome lançado, como terceira via, para os que não desejam votar em Lula ou Bolsonaro à presidência da República.

O TRABALHO DE VICE

Quando vejo a luta que os políticos maranhenses travam para ser candidatos a vice governador do Estado, não posso esquecer de uma frase do saudoso jornalista carioca, Stanislau Ponte Preta, que é de uma impressionante atualidade: “Vice acorda mais cedo para ficar mais tempo sem fazer nada”.

SUPLENTE DE SENADOR

O engenheiro Clóves Fecury está com tudo e não está prosa para ser candidato nas eleições de 2022, a suplente de senador.

Ele, que nasceu em Brasília, pode ser indicado para companheiro de chapa ao Senado da ministra Flávia Arruda, que, como deputada federal, ocupa um cargo no governo Jair Bolsonaro.

Clóves, anos atrás, figurou na chapa de João Alberto como suplente de senador.    

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EM 1951 CÉSAR ABOUD GOVERNOU O MARANHÃO

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Um dos grandes empresários do Maranhão, no período de 13 de março a 18 de setembro de 1951, governou o Estado sem concorrer às eleições majoritárias de 1950: César Alexandre Aboud, sócio de um poderoso grupo empresarial, que dominava o mercado produtivo do Estado nas atividades da indústria e do comércio.

Mas por que César Aboud assumiu o Poder Executivo do Estado, no exercício do qual, com habilidade e competência, acalmou os ânimos de uma população revoltada, insurgida contra a eleição e a posse de um governador eleito sob o beneplácito de uma escandalosa fraude? 

Tudo isso aconteceu nas eleições de outubro de 1950, em que concorreram à sucessão de Sebastião Archer da Silva, o candidato governista Eugênio Barros e o oposicionista Saturnino Belo, ambos prósperos empresários.

Aquelas eleições e apurações realizaram-se sob o manto da fraude eleitoral, atos que as Oposições Coligadas protestavam e teriam, também, contribuído para a morte (ataque do miocárdio) do candidato Saturnino Belo, acirrando mais ainda os ânimos políticos em São Luís, onde se concentrava o imenso eleitorado contra o vitorinismo.

O Tribunal Regional Eleitoral, composto em sua grande maioria de magistrados corruptos e manobrados pelos governistas, não tomava conhecimento dos recursos impetrados pelos oposicionistas, para anulação das eleições em cidades nas quais a fraude foi desregrada e esmagadora.

Como não logravam êxitos no TRE, as indomáveis Oposições recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral, junto ao qual desejavam impedir a posse de Eugênio Barros, mas, este, destemido como o era e com uma decisão judicial em seu poder, resolve assumir o cargo.

Diante desse quadro adverso, as lideranças oposicionistas decidem convocar o povo para se reunir em protesto no Largo do Carmo, na tentativa de impedir a posse de Eugênio, ato que derivou numa luta a céu aberto, na Avenida Pedro II,  entre a enfurecida multidão, que tentava invadir o Palácio dos Leões, e as forças policiais, que resultou num saldo numeroso e triste de mortos e feridos.   

Para impedir novos confrontos entre populares e policiais, as forças federais tomaram conta da Avenida Pedro II e à espera da solução do impasse político, o que aconteceu depois de intensas e tumultuadas conversações entre governistas e oposicionistas, fórmula que Eugênio Barros concorda em adiar a sua posse e autorizado pela Assembleia Legislativa viaja para o Rio de Janeiro, onde aguardaria o julgamento dos processos no Tribunal Superior Eleitoral.   

Sem a posse do novo governador, quem ficaria no comando do Poder Executivo, tendo em vista que o vice-governador Renato Archer também estava impedido de substituir o titular?

Essa situação é resolvida pela Assembleia Legislativa, que apressadamente convoca os deputados eleitos nas eleições de outubro de 1950, para tomarem elegerem o novo presidente do Poder Legislativo, que, de comum acordo, governistas e oposicionistas escolhem o deputado César Aboud, que se compromete a substituir interinamente o cargo de governador e sem fazer  uma administração tutelada pelos vitorinistas, missão cumprida com tamanha  argúcia, que os oposicionistas tentaram fazer um movimento para o empresário continuar à frente do Governo, independentemente do julgamento do TSE, ato com o qual não concorda.

Depois de transferir o cargo de governador a Eugênio Barros (18-setembro-1951), César Aboud pratica um gesto pouco habitual na política maranhense: renuncia à presidência do Poder Legislativo.      

UM TRISTE PAPEL

O deputado federal Juscelino Resende praticou vergonhoso ato na semana passada, na Câmara Federal.

Se o povo maranhense soubesse votar, ele jamais merecia ser reeleito.

Prestou um triste papel, como relator do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentária, matéria que exige conhecimento, competência e estudo, atributos que não carrega consigo, ao aumentar o famigerado Fundo Eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões.

GERAÇÕES E ELEIÇÕES

A grande maioria da bancada maranhense, que nos representa na Câmara e no Senado Federal, não teve altivez para votar contra o absurdo aumento do Fundo Eleitoral.

Apenas três deputados – Bira do Pindaré, Josivaldo e José Carlos e a senadora Elisiane Gama manifestaram-se contrários à aprovação de um projeto, que pensa menos nas gerações e mais nas eleições.

É MUITA AZARA

Tomei um brutal susto na semana passada, no Shopping da Ilha, ao tomar conhecimento de algo inacreditável do ponto de vista empresarial.

A loja Zara, famosa internacionalmente, encontra-se em processo de liquidação aqui e em todas as cidades nas quais tem loja.

Depois da liquidação, a Zara vai sumir do mapa, em função da crise provocada pela pandemia.

BRANDÃO EM ITAPECURU

Participei das festividades alusivas ao aniversário de Itapecuru, que completou, na última quarta-feira, 151 anos de elevação de vila à cidade.

Este ano, o primeiro comemorado na gestão do prefeito Benedito Coroba, foi marcado por uma programação bem movimentada e com a presença do vice-governador Carlos Brandão e de expressivo número de deputados, prefeitos e vereadores.

Em discurso firme e categórico, Brandão falou como candidato ao governo do Estado e do grupo do governador Flávio Dino.

Para alegria dos prefeitos, o vice afirmou que, se eleito, a sua gestão será marcada pelo municipalismo.

GASTÃO E AULAS

No seu discurso em Itapecuru, o deputado Gastão Vieira foi bastante aplaudido ao fazer um veemente apelo aos prefeitos e professores para recomeçarem as aulas urgentemente e de modo presencial.

Para o parlamentar, o fechamento das escolas por causa da pandemia, foi desastroso e de péssima repercussão no processo educacional do país.   

A POPULARIDADE DO FIX

Eu vi e quem quiser ver basta passar na avenida onde se localiza a sede do Detran.

Uma pequena barraca de frutas, postava num pedaço de papelão este inusitado aviso: “Aceitamos o pagamento em FIX”.

A PROFECIA DE ULYSSES

O sábio político Ulysses Guimarães, antes de morrer tragicamente num desastre de avião, deixou para a posteridade uma frase verdadeiramente incontestável: – Se você acha que esse Congresso é ruim, aguarde o próximo.

 PAU D’ARCO

Depois de mais de um ano ausentes de São Luís, por causa da Covid 19, o ex-presidente José Sarney e Dona Marly, estão novamente na terra e para matar as saudades dos parentes e amigos.

Sarney na terra, como dizia o poeta Sousândrade, pau d’arco em flor. F

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CARTA AO GOVERNADOR DO ESTADO

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Pela primeira vez, desde que Vossa Excelência ocupa o cargo de governador do Estado do Maranhão, uso este espaço jornalístico para lhe fazer reivindicações.  

Antes de mais nada, é de bom alvitre avisar, que não são reivindicações de interesse particular ou de proveito pessoal, até porque Vossa Excelência sabe que, conquanto tenho a honra de ser seu padrinho de batismo, nunca estive no Palácio dos Leões, ao longo de seu mandato de governador, para tratar de assunto de natureza privada.

Dirijo-me a Vossa Excelência, portanto, de maneira pública, porque urbi et orbi sabem que vim ao mundo em Itapecuru-Mirim, terra à qual reservo um inexcedível afeto e dela nunca me afastei, física e sentimentalmente.

Josué Montello costumava dizer que era um maranhense profissional. Parafraseando o renomado e saudoso escritor, não posso negar que sou um itapecuruense profissional, pois desde que os meus conterrâneos me elegeram deputado estadual nas eleições de 1962, mandato estupidamente surrupiado pela Assembleia Legislativa, sempre fui um permanente e fiel defensor dos interesses daquela terra e de seu povo.

Por causa desse devotado apego ao meu torrão natal, fato devidamente reconhecido pelos que me conhecem, os itapecuruenses sempre me assediaram para ser novamente candidato a cargos eletivos, mas sempre afastei de minhas cogitações, para que o sentimento de afeto à minha cidade não fosse confundido com interesses políticos.   

Dito isto e para não tomar mais tempo de Vossa Excelência, permita-me, como admirador de sua inteligência e de seu preparo intelectual, levando em conta também a minha avançada idade e antes que ocorram acidentes de percurso, gostaria de ver implantado em minha cidade quatro projetos, considerados viáveis administrativamente e não dispendiosos do ponto de vista financeiro.

São obras de pequeno porte, mas de significado cultural e educacional de relevante repercussão numa cidade de um povo que traz no sangue a marca das letras e das artes.    

O primeiro: a construção de uma praça com o busto da poeta itapecuruense, Mariana Luz, membro da Academia Maranhense de Letras, que, em novembro vindouro completaria 150 anos.   

O segundo e o terceiro, de natureza educacional, a construção de dois colégios na área urbana. Um, com o nome de Gomes de Sousa, renomado matemático e reconhecido internacionalmente; o segundo, em homenagem à professora Anosilda (Santinha)Fonseca, que ensinou várias gerações, encontra-se viva e com 105 anos de idade.

O quarto e último: a criação do Parque Natural de Preservação da Miquelina, projeto que a Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes elaborou, mas não dispõe de recursos para transformá-lo em realidade.

Sem mais delongas, despeço-me com a minha benção e o meu voto antecipado para o Senado e à Academia Maranhense de Letras.         

EFEMÉRIDES ITAPECURUENSES

Na semana entrante, dois eventos marcantes e históricos aconteceram na vila de Itapecuru e que não podem passar em brancas nuvens.

O primeiro, a 20 de julho de 1823, quando José Felix Pereira de Burgos, proclamou a Adesão do Maranhão ao Império e o juramento de fidelidade a D.Pedro I, com a eleição de uma Junta Provisória Independente para Província, composta por sete membros, sendo quatro de Itapecuru e três reservados para São Luís, ato que aconteceu a 28 de julho.

O segundo, a 21 de julho de 1870, quando a Assembleia Legislativa Provincial do Maranhão, vota e aprova a Lei 919, que eleva a vila de Itapecuru-Mirim, fundada a 27 de novembro de 1817, à categoria de cidade. A lei foi sancionada pelo governador em exercício, José da Silva Maia.

SOLUÇO DE BOLSONARO

Se Bolsonaro fosse um cara do interior do Maranhão, não precisava se internar em hospital para curar o seu soluço.

Bastava fazer o que recomenda a medicina caseira: tomar um susto bem grande. Se isso não resolvesse, bebesse água com o nariz tapado.

NICOLAU DINO

O Maranhão deve se honrar de ter o conterrâneo Nicolau Dino como sub procurador geral da República.

Motivo: ele, como membro dessa instituição, foi um dos cinco a pedir ao procurador geral da República, Augusto Aras, a abertura de uma investigação eleitoral contra o presidente Jair Bolsonaro, por abuso e supressão das regras democráticas do país.  

VOTO DE ELIZIANE GAMA

O Brasil espera ser rebate falso a notícia de que a senadora Eliziane Gama, cuja atuação na CPI da Covid, vem sendo brava e firme, votará em André Mendonça para membro do Supremo Tribunal Federal.

Dizem que a senadora maranhense votará no candidato de Bolsonaro por ser evangélico como ela.

Senadora, política é uma coisa e religião é outra bem diferente.

EDVALDO NO INTERIOR

O anúncio de que o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda se candidatará a governador do Maranhão, nas eleições de 1922, tende a mudar o quadro político na capital do Estado.

Inegavelmente, pela boa atuação dele na prefeitura de São Luís, será expressivamente bem votado.

Quem se encarregará de fazer Edivaldo ser conhecido no interior do Estado, é o deputado Edilázio Junior, que o levará a todos os rincões do Estado, após a filiação ao PDS.

MANUTENÇÃO DAS IGREJAS

Ao longo do tempo, o funcionamento regular das igrejas católicas, sempre provinha de doações dos seguidores do Vaticano.

De um ano para cá, por conta da deflagração da Covid 19, as igrejas católicas passaram a sofrer terríveis necessidades, face à restrita realização dos ofícios religiosos, principalmente de batizados e casamentos, que diminuíram sensivelmente.

PRESENÇA DO VICE

O vice-governador Carlos Brandão avisou ao prefeito de Itapecuru, Benedito Coroba, que marcará presença naquela cidade, quarta-feira vindoura, 21 de julho, quando ela completará 151 anos de criação. 

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JOÃO ALBERTO: O ÚLTIMO DOS MOICANOS

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Conheço João Alberto de Sousa desde os meados de 1950, quando fomos colegas de turma no Liceu Maranhense, onde se percebia que o sangue da política corria em suas veias e o seu destino, ao deixar os bancos escolares, seria a vida pública e concorrer a cargos eletivos.

Esse objetivo começa a ser traçado no Rio de Janeiro, no começo da década de 60, quando o reencontro na presidência do Centro de Estudantes Maranhenses, entidade que lutava e ajudava os conterrâneos a vencerem as adversidades na então capital da República.

Concomitantemente, trabalhava, como economista,  num banco privado e com vigor desenvolvia atividades sindicais que o conduziram ao engajamento nos embates políticos, à época,  apoiando as reformas de base que o presidente da República, João Goulart, pretendia implantar no Brasil, mas interrompidas pelo movimento militar de 1964, razão porque João Alberto passou a ser perseguido, fato determinante para retornar ao Maranhão.    

Ele chega a São Luís após as eleições de 1965, que resultaram na vitória de José Sarney a governador e do fim do mando senador Vitorino Freire, este, por sinal, seu padrinho de batismo. Nem por isso foi discriminado por Sarney que o convida a trabalhar no governo, necessitado de quadros jovens e preparados para ajudá-lo a mudar a situação de atraso e de pobreza do Estado.

A primeira missão a ele confiada foi um cargo importante na secretaria da Fazenda, recebendo do governador carta branca para limpar um setor administrativo dominado pela corrupção. Agindo com mão de ferro e não contemporizando com as maracutaias ali praticadas, João Alberto, recebe como prêmio o apelido de Carcará, epíteto que o acompanho ao longo da vida pública.

 Mas ele veio para o Maranhão não com o fim de ser burocrata. O seu desejo era participar da política partidária, o que acontece nas eleições de 1970, elegendo-se deputado estadual pela Arena, para o mandato de 1971-1975, que, pela convincente atuação, concorre a outros cargos eletivos proporcionais e majoritários. 

Para representar o Maranhão na área federal, elege-se deputado federal e cumpre três mandatos, conquistados em 1978, 1982 e 1994.  Disputando cargos majoritários, conquista a prefeitura de Bacabal, em 1988, e a vice-governança do Estado em 1986 e 2006, nas chapas encabeçadas por Epitácio Cafeteira e Roseana Sarney. Para o Senado da República, vence as eleições de 1998 e 2010.

Ao longo desse tempo de atividade em cargos públicos proporcionais e majoritários, enfrenta duas problemáticas questões políticas, ambas vencidas com base em decisões judiciais. A primeira, como vice-governador de Cafeteira e autorizado pela Assembleia Legislativa, concorre à prefeitura de Bacabal, ato contestado na Justiça pelo deputado Bete Lago. A segunda, impetrada pelo governador em exercício Ivar Saldanha, ao tentar impedir por força policial a posse de João Alberto na chefia do Executivo, cargo com o direito de assumir por ser o substituto legal de Cafeteira, que renuncia ao mandato e se candidata ao Senado, nas eleições de 1990. O caso foi parar no Supremo Tribunal Federal, que deu ganho de causa a João Alberto, realizando um invejável governo no curto período de abril de 1990 a março de 1991.

João Alberto, na semana passada, encerrou definitivamente a sua carreira política, transferindo o comando do MDB para a ex-governadora Roseana Sarney e deixando o filho, João Marcelo, como herdeiro político. Antes de encerrar a sua vida pública, sofre terrível ingratidão do eleitorado de Bacabal, terra pela qual luta e tudo faz para ser hoje um município dos mais desenvolvidos do Maranhão. Candidatando-se nas últimas eleições, à Câmara de Vereadores de Bacabal, não se elege para o único cargo político que não havia exercido,  derrota que o abate de modo contundente, pois como edil e o trânsito político conquistado em Brasília, trabalharia para conseguir recursos substanciais para uma terra que sempre foi a sua principal prioridade.

BOLSONARISTAS DE ESQUERDA

 De uns tempos para cá, acontece em São Luís algo estranho: pessoas de bom nível intelectual e politicamente engajadas em movimentos de esquerda, mudaram de posição e se transformaram em intransigentes adeptos de Bolsonaro.

Por um passe de mágica, esqueceram o ideário esquerdista e passaram a defender teses da direita, praticadas pelo atual presidente da República, que está levando o nosso país ao caos.

LÍDER NAS PESQUISAS

Uma pergunta que não quer calar: se Roseana Sarney continuar liderando as pesquisas de opinião pública como candidata ao cargo de governador do Maranhão nas eleições de 2022, como se comportarão os partidos, os políticos e os postulantes à sucessão de Flávio Dino?

A minha pergunta se baseia na presença dela, cada vez mais crescente, nas consultas com vistas ao próximo ocupante do Palácio dos Leões.   

VOTO IMPRESSO

Os deputados estaduais, federais e senadores, sem exceção, que atualmente representam(?) o povo maranhense em nossas Casas Legislativas, são jovens, portanto, não participaram das eleições realizadas em tempos passados, sob o esquema da fraude eleitoral, usando o famigerado voto impresso.

Como se elegeram pelo voto eletrônico, que dispensa qualquer dúvida quanto à sua lisura, não podem, para agradar Bolsonaro, e votar pelo retorno do abominável voto impresso.

   EUROCOPA E COPA AMÉRICA

Quem assiste pela televisão os jogos de futebol da Eurocopa e da Copa América, não hesita quanto à discrepante diferença entre as seleções que disputam tais campeonatos.

O excelente futebol hoje praticado na Europa não pode ser comparado com os medíocres times que ora representam os países da América do Sul.  

Se o atual time brasileiro jogar contra qualquer uma das principais seleções europeias, certamente perderá pelo placar semelhante ao da última Copa do Mundo, quando a Alemanha, dentro de nosso país, nos goleou por sete a um.

CHAVE DO COFRE

Aquele recado do governador Flávio Dino de “Que há quem queira governar o Estado apenas para abrir a chave do cofre”, teve endereço certo.

Quem milita ou acompanha a vida pública maranhense, sabe para quem o governador arremessou aquele tijolaço. Eu sei para quem foi, mas mantenho a boca fechada para não criar um problema fora de época.

SINAL DOS TEMPOS

No governo do presidente Jair Bolsonaro a famosa frase “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, foi substituída por “um manda, outro obedece”.

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DE COMUNISTA A SOCIALISTA

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Dias atrás, o governador Flávio Dino, assistido por amigos e correligionários, trocou o comunismo pelo socialismo, que são posturas políticas, filosóficas e ideológicas bem diferenciadas.

Em poucas palavras, se comunista é ser adepto do marxismo-leninismo, do materialismo dialético e da preponderante intervenção do Estado na vida econômica e social, o socialista defende ações que se movem rigorosamente no âmbito das instituições liberal-democráticas, aceitando, dentro de certos limites, a função positiva do Estado no mercado e da propriedade privada. 

 Para um agente político do porte de Flávio Dino e pela maneira como se movimenta no cenário partidário brasileiro, indiscutivelmente, tomou uma decisão certa, inobstante ter sido filiado ao Partido Comunista jamais devorou criancinhas ou defendeu propostas de encontro às leis vigentes.

Quando afirmo que ele acertou trocar o Partido Comunista pelo Partido Socialista, o faço na condição de seu padrinho de batismo e por conhece-lo desde os primeiros anos de vida, quando tive a oportunidade de acompanhar a sua brilhante trajetória estudantil, jurídica e política, o que me investe de autoridade para dizer, “em alto e em bom som”, lembrando o seu saudoso pai e meu compadre Sálvio Dino, que  Flávio, desde os tempos de estudante secundarista e universitário, sempre abraçou as causas da esquerda democrática, sob a bandeira da qual lutou contra atos inidôneos praticados pelos donos do poder e a favor da justiça social.

Mesmo vestindo a camisa do PC do B, o governador nunca deu qualquer demonstração de querer passar por cima das leis ou tentar implantar no Maranhão uma estrutura administrativa e política com base no marxismo-leninismo ou se apoiasse em cartilhas autoritárias, para praticar atos de confronto ao ideário democrático.

Ao contrário, sempre se apoiou nas leis e nas Constituições, para encontrar soluções dos problemas do povo, com base no diálogo e no entendimento.

Ainda que tenha pela frente um presidente da República, que não lhe dispensa o mínimo de respeito e consideração, o governador Flávio Dino discorda frontalmente de Jair Bolsonaro, quanto à maneira como desgoverna o país e pelas sandices que proclama e faz diariamente no exercício do cargo que ocupa.                  

UM ALEMÃO CHAMADO CLAÚDIO VAZ

Mais uma personalidade da minha geração partiu do nosso convívio, logo ele que, ao longo da vida, sempre foi um cara saudável, esportista, que detestava bebida alcóolica e cigarro, não tinha inimigos e só fazia o bem.

Cláudio Vaz dos Santos, mais conhecido por Alemão, devido ao seu porte atlético, foi uma figura humana com ativa participação em numerosas e diversificadas ações na sociedade maranhense, onde sempre se conduziu com altivez e dignidade.

Ao longo de sua positiva e reconhecida atuação na vida esportiva e social desta cidade, Alemão exerceu cargos públicos nas esferas municipal e estadual, sem deixar o nome marcado por práticas nocivas e interesses inconfessáveis, ao contrário, sempre se notabilizou por   iniciativas saudáveis e ações que resultavam em benefícios de grande alcance social e destinadas sobretudo à juventude maranhense.

Um homem como Cláudio Vaz dos Santos não merecia ter o final de vida que teve, sofrendo alguns anos em função de doenças e enfermidades que lhe tiraram o prazer da sadia convivência com os familiares e amigos.

Mauro Fecury, amigo inseparável de Alemão, teve a feliz ideia de deixar o nome de Cláudio Vaz dos Santos perpetuado num espaço esportivo localizado na Universidade CEUMA, para não ser jamais esquecido pelo que fez em favor da juventude maranhense.

Como disse um poeta, com a morte de Cláudio Alemão, apaga-se uma luz na terra, mas acende-se uma no céu.

PROJETO REVIVER

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, está executando um projeto semelhante e com o mesmo nome dado pelo Epitácio Cafeteira, quando governava o Maranhão.

Trata-se do Projeto Reviver. O de Cafeteira, tinha a finalidade de construir obras e restaurar casarões e sobrados, localizados no centro da cidade, sobretudo na Praia Grande.

O de Eduardo Paes, tem o mesmo objetivo.

TERCEIRA VIA

Como eu já declarei, tempos atrás, nesta coluna, eu não votarei para a Presidência da República nos dois principais nomes que aparecem nas pesquisas de opinião Pública: Jair Bolsonaro e Lula da Silva.

Estava torcendo para surgir um terceiro nome e com capacidade e lisura moral para governar o Brasil.

Acho que encontrei o nome para figurar como terceira via: o da senadora Simone Tebet, competente, honesta e brava.      

CANDIDATO GASTRONÔMICO

Quem vem de Brasília, faz uma revelação sensacional sobre o senador Weverton Rocha, na sua volúpia de ser o futuro governador do Estado.

O que ele vem gastando para oferecer de almoços e jantares em sua residência, com o objetivo de se viabilizar como sucessor de Flávio Dino é algo nunca visto.

Dizem que o seu maior sonho é botar na mesma mesa o governador Flávio Dino e o presidente Jair Bolsonaro, tendo como prato de resistência os mariscos do Maranhão.

ESPERANÇA DE LONGEVIDADE

Estudos científicos, revelaram que a Covid-19 fez o Brasil perder uma década de avanços em esperança de longevidade, sobretudo entre homens idosos.

Com base nesses estudos, no Maranhão, a queda de expectativa de vida em 2021 foi de um ano e meio.

DEUS E O BRASIL

O presidente Jair Bolsonaro disse que só Deus o tira do cargo que ocupa.

Como Deus é brasileiro, só Ele pode salvar o nosso país.

VAGAS NA ABL

Por conta da Covid-19, do ano passado aos nossos dias, morreram na Academia Brasileira de Letras cinco intelectuais: Alfredo Bosi, Murilo Melo Franco, Afonso Arinos de Melo Franco e Marco Maciel.

Para uma dessas vagas, concorre e com chances de ser eleito, o poeta maranhense Salgado Maranhão.

Em Brasília e São Luís há um movimento visando convencer outro maranhense, o renomado escritor Ronaldo Costa Fernandes, a também disputar uma das cadeiras da Casa de Machado de Assis.

PRECE POR MARLY

Marly Abdala, viúva do saudoso empresário Alberto Abdala, foi internada no UDI Hospital, para livrar-se desse maldito vírus, que vem destruindo a humanidade.

Marly, pela sua conduta retilínea na sociedade maranhense e dedicação em favor dos mais necessitados, como política ou cidadã, os que privam de sua amizade torcem e fazem preces para ela sair dessa internação hospitalar rapidamente e completamente curada.           

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O GABEIRISMO SEM GABEIRA

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Com o meu aguçado olhar de pesquisador, encontrei na edição do Diário Oficial do Maranhão, de 4 de outubro de 1937, a publicação de um longo pronunciamento do deputado Felix Valois, integrante da bancada que apoiava o então governador Paulo Ramos.
O discurso do parlamentar ocorreu dias antes do presidente Getúlio Vargas decretar o Estado Novo no Brasil, ato que estabeleceu um regime ditatorial e transformou os governadores em interventores, situação que só acabou nos idos de 1945, graças ao processo de redemocratização do País.
O discurso do deputado Felix Valois, devidamente combinado com Paulo Ramos, atacava sem dó e piedade os parlamentares estaduais, liderados pelo deputado João Braulino de Carvalho, que haviam se comprometido com o chefe do Executivo estadual a participar de uma nova agremiação política no Maranhão, de apoio ao governador, denominado Partido Evolucionista Maranhense, mas face à conjuntura política que vivia o Brasil, resolveram, como fazem até hoje, a esperar o desfecho da crise, para assinar ou não o documento.
No raivoso pronunciamento do parlamentar, no qual dedicava palavras ácidas e venenosas aos deputados que deixaram de cumprir o assumido com Paulo Ramos, encontrei um vocábulo que me chamou a atenção, por desconhecê-la literalmente: Gabeirismo.
O meu primeiro impulso foi imaginar que os parlamentares fossem aliados do jornalista Fernando Gabeira, hipótese logo afastada porque, naquela época, o político e intelectual ainda não havia nascido e nenhum Gabeira militava em qualquer agremiação política daqui ou alhures.
Para dissipar as minhas dúvidas quanto ao incógnito vocábulo, recorri aos mais tradicionais e importantes dicionários brasileiros para ver se encontrava algo que me permitisse achar ou esclarecer a origem da palavra Gabeirismo.
Depois dessa caçada infrutífera aos dicionários brasileiros, recorri ao livro do professor Domingos Vieira Filho – A Linguagem Popular do Maranhão, na esperança de nele encontrar o registro de algum verbete regionalista que definisse ou explicasse o que era Gabeirismo. Em vão.
Como não achei nada para esclarecer a origem da palavra, retomei a leitura do longo e candente discurso do deputado Felix Valois, no qual, em determinado momento, ele explica o que é Gabeirismo.
Com a palavra o parlamentar: “Gabeirismo é hoje um vocábulo do nosso idioma. É a última palavra na tradução exata da degenerescência de nossos costumes políticos. É a ação nefasta dos deputados de Norte a Sul do País, faltando aos compromissos assumidos, não honrando a palavra empenhada da solução dos problemas do Estado”.
Como se não bastasse, o deputado, que era oficial do Exército, afirmou “Que entre nós no Maranhão, esta palavra passará à História, porque é antes de mais nada, o atestado evidente de que a crise no Brasil é essencialmente uma crise moral”.
De 1937, quando Felix Valois discursou e descobriu esse neologismo, aos dias de hoje, já transcorreram mais de oitenta anos. Significa dizer que essa falta de compostura dos políticos brasileiros, com relação aos compromissos assumidos e não cumpridos, não é um problema dos dias correntes.
No passado como no presente, os políticos, salvo poucas e honrosas exceções, continuam sendo inconfiáveis e nada coerentes com que prometem nos palanques e nas tribunas, razão porque o Gabeirismo, vocábulo inventado pelo parlamentar maranhense, continua em voga e mais atual do que nunca.

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