A INGRATIDÃO DO POVO DE BACABAL

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Eu construí forte e indestrutível amizade com João Alberto de Sousa há mais de sessenta anos, como colega de turma no Liceu Maranhense.

Acabado o ciclo ginasial, tomamos o destino do Rio de Janeiro, onde estudamos em faculdades diferentes. Ele formou-se em economia e eu abandonei o curso de agronomia, retornando a São Luís, onde bacharelei-me em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito.

Foi no Rio de Janeiro, que João Alberto, trabalhando em banco privado, começou a desenvolver as atividades políticas e sindicais, interrompidas pelo movimento militar de 1964.

Em 1966, quando José Sarney se elege governador do Maranhão, e procurava técnicos maranhenses em outros estados, para vir trabalhar no seu governo, João Alberto se apresenta e veio de armas de bagagens para a terra natal, onde pela capacidade de trabalho e integridade moral, ocupou vários cargos públicos, nos quais não brincava em serviço, daí o apelido conquistado de Carcará.

Pelo brilhante desempenho na atividade administrativa, João Alberto elegeu-se deputado estadual pela Arena. Sempre fiel e leal a Sarney, disputa outros cargos legislativos e executivos, destacando-se os de deputado federal, senador, prefeito de Bacabal, vice e governador do Estado, mostrando desempenho satisfatório e conduta retilínea.

Em março de 1990, na condição de vice-governador, assume a chefia do Governo, em substituição a Epitácio Cafeteira. Na composição do primeiro escalão de sua equipe administrativa, convocou-me para o cargo de secretário da Cultura, funcionando paralelamente como assessor político.   

 Ao longo desses 60 anos, eu e João Alberto, embora atuando em áreas diferentes, nunca deixamos de ser amigos e de mantermos permanentes diálogos e conversas políticas.

Por conhece-lo desde tempos remotos e inesquecíveis, quando éramos felizes e não sabíamos, não me conformo com o comportamento do eleitorado de Bacabal, onde João Alberto não nasceu, mas adotou a cidade como sua terra natal, razão porque devota a ela inexcedível amor e incurável paixão.

Pelo que fez e realizou em favor Bacabal, no exercício dos mais diversos cargos públicos, nos quais, prioritariamente, destinava verbas e emendas parlamentares, para melhorar a situação do município, não me conformo e  revolto-me com os bacabalenses, que, no recente pleito de 15 de novembro, deram-lhe um tratamento eleitoral injusto, ele, que tentava encerrar a sua militância política, elegendo-se vereador à Câmara Municipal da cidade que ama e venera. 

O mandato de vereador de Bacabal, significava algo de transcendental importância pessoal e política para João Alberto, pois investido nesse cargo, desdobraria esforços, para, com o peso de seu conhecimento e do prestígio conquistado como homem público, carrear de Brasília recursos para a prefeitura desenvolver ações fecundas e positivas em favor das comunidades urbana e rural.

Muita gente, inconformada com a inesperada derrota de João Alberto, achava que ele, pelos elevados cargos legislativos e executivos ocupados, não deveria submeter o seu nome a uma eleição de pouca expressão política.

Mas ele não pensava assim. O mandato de vereador de Bacabal era o coroamento de uma longa trajetória política, no exercício da qual mostraria ao povo de sua terra o carinho que a ela devota.

Com a força do voto popular, negado de maneira traiçoeira pelos bacabalenses, para representá-los na Câmara de Vereadores, empregaria a sua larga experiência política e administrativa, para dar uma contribuição efetiva ao desenvolvimento do município e da melhoria de vida dos mais necessitados.

CONFINAMENTO TOTAL

O ex-presidente José Sarney e Dona Marly, pela longevidade, são figuras humanas de risco.

Por isso, o casal segue à risca às recomendações médicas e há sete meses não coloca os pés nas ruas de Brasília.   

Sarney, para o seu médico e amigo, o infectologista paulista, David Yup, disse que quer ser o primeiro brasileiro vacinado contra a corona vírus.       

FLÁVIO E BOULOS

Não é só em São Luís que o governador Flávio Dino se encontra engajado na eleição do segundo turno, para eleger o candidato, Duarte Junior.

Em São Paulo, torce pelo candidato Guilherme Boulos e aparece nos meios de comunicação, pedindo voto para o opositor do prefeito Bruno Covas.

MATRIARCADO POLÍTICO

As mulheres estão cada vez mais participando das atividades políticas no Maranhão.

Salvo melhor juízo, a primeira representante do sexo feminino a disputar eleição de prefeito no Maranhão, Dona Noca Santos, elegeu-se gestora de São João dos Patos, nos meados do século passado.

Nas recentes eleições de 15 de novembro, mais de quarenta mulheres se elegeram para governar os municípios maranhenses.  

ELEITOS SUB JUDICE

Com o fim das eleições municipais, vai começar uma nova etapa de sobrevivência dos eleitos.

Trata-se da luta de prefeitos, vices e vereadores na Justiça Eleitoral, eleitos com algum tipo de pendência judicial, que, conforme o resultado do julgamento, pode alterar o pleito.

COROBA VÍRUS

Os meus conterrâneos de Itapecuru, estão dizendo que nas recentes eleições municipais trocaram a corona vírus pelo Coroba Vírus.

PUREZA DE BACABAL

Em dezembro, estará nas telas de todo o Brasil o filme “Pureza”, protagonizado por Dira Paes, no papel de uma mulher que nasceu em Bacabal e deixou a cidade em 1993, em busca do filho Abel, aliciado para trabalhar como escravo numa fazenda do sul do país.

O ELEITORADO DE BARREIRINHAS 

O engenheiro Aparício Bandeira, secretário de Obras e Serviços Públicos de Barreirinhas, presenciou nas eleições municipais que lá se travaram, um fato nada comum e que a difere das demais cidades maranhenses.

Ao longo de toda a campanha eleitoral, os candidatos a prefeito e a vereador, não realizaram comícios, passeatas, caminhadas ou qualquer outro tipo de propaganda eleitoral, que perturbasse a vida da população ou sujasse a cidade.

Em Barreirinhas, nos dias atuais, disse-me Aparício, o povo só pensa em turismo e ganhar dinheiro.        

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ELEIÇÕES EM DOIS TURNOS EM SÃO LUÍS

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De conformidade com a Lei 8.214, de 24 de julho de 1991, as eleições nos municípios com mais de 200 mil eleitores, seriam considerados eleitos o prefeito e o vice, que obtivessem maioria absoluta de votos.

Se nenhum candidato alcançasse a maioria absoluta na primeira votação, uma nova eleição se realizaria com a participação dos dois candidatos mais votados, considerando-se eleito o que obtiver a maioria de votos, não computados os em branco e os nulos.

Nas eleições de 3 de outubro de 1992, 11 candidatos concorreram à sucessão do prefeito Jackson Lago: Conceição Andrade, João Alberto, Haroldo Saboia, Jaime Santana, Evandro Bessa, Costa Ferreira, Mauro Fecury, Carlos Guterres, Beto Douglas, Nan Sousa e Rubem Soares.

Nenhum conseguiu a maioria absoluta de votos, por isso os dois mais votados no primeiro turno, Conceição Andrade e João Alberto, voltaram a se enfrentar a 15 de novembro de 1992, com a vitória da candidata do PDT, que conquistou 137.687 sufrágios, e o opositor, 77. 239 votos.

Nas eleições de outubro de 1996, Jackson Lago, rompido com Conceição Andrade, disputa contra um batalhão de candidatos: João Castelo, Pedro Fernandes, Afonso Manuel, Antônia Senhorinha, Antônio Fontenele, Marcos Nascimento e Eurico Fernandes.

Como nenhum obteve a maioria absoluta, os mais votados, Jackson Lago e João Castelo, se enfrentam no segundo turno, no qual Jackson impôs-se de forma inequívoca sobre o concorrente.    

Nas eleições de outubro de 2000, Jackson Lago concorre à reeleição, mas vence logo no primeiro turno, com uma votação expressiva de 194.109 sufrágios, enfrentando os candidatos João Castelo, José Antônio Almeida, José Raimundo Rodrigues, Helena Heluy, Cloves Savalla e Marcos Silva.

No pleito de 2004, Tadeu Palácio, envergando a camisa do PDT, consegue uma votação robusta de 221.854 votos, o que lhe garante vencer no primeiro turno os candidatos Ricardo Murad, João Castelo, Helena Heluy, Edivaldo Holanda (pai) e Luiz Noleto.

Com vistas às eleições de 2008, uma das mais disputadas em São Luís, pela qualidade e quantidade dos candidatos: João Castelo, Flávio Dino, Clodomir Paz, Raimundo Cutrim, Gastão Vieira, Cleber Verde, Welbson Madeira, Paulo Rios, Waldir Maranhão, José Ribamar Pedrosa e Pedro Fernandes, nenhum obteve a votação exigida pela legislação eleitoral, razão porque o pleito decidiu-se no segundo turno entre os candidatos mais bem votados, João Castelo e Flávio Dino, cuja vitória, depois de uma quarta derrota, o ex-governador, afinal, saiu vitorioso.        

Em 2012, o prefeito João Castelo decide disputar a reeleição, mas não consegue votação suficiente para se eleger no primeiro turno, concorrendo contra os candidatos Edivaldo Holanda Júnior, Tadeu Palácio, Elisiane Gama, Ednaldo Neves, Haroldo Saboia, Marcos Silva e Washington Oliveira.

Edivaldo e Castelo, os mais votados, partem para o segundo turno, no final do qual o primeiro teve 36, 44 % e o segundo, 30, 6% da votação.

Nas eleições de 2016, no primeiro turno, em 2 de outubro, concorreram com Edivaldo Holanda Júnior, que disputava a reeleição, os candidatos Eduardo Braid, Elisiane Gama, Wellington do Curso, Fábio Câmara, Rose Sales, Zé Luís Lago, Cláudia Durans e Valdeny Barros.

Os mais votados no primeiro turno, Edivaldo Júnior e Eduardo Braid, respectivamente, com 45, 66% e 21, 34% da votação, se defrontaram no segundo turno (30 de outubro), com o prefeito suplantando o opositor de modo convincente, abiscoitando 53,94% da votação.

No próximo domingo, o eleitorado de São Luís participará de um oitavo pleito, este, travado entre Eduardo Braid e Duarte Júnior. Dos sete já realizados, cinco se decidiram no segundo turno e dois no primeiro turno.

PREFEITO ITINERANTE

Nas recentes eleições municipais, abundaram os candidatos evangélicos aos cargos executivos e legislativos, o que contrasta diametralmente com os membros da igreja católica, que se ausentaram da pugna eleitoral, excetuando-se o padre William, que se elege prefeito de Alcântara.

Antes de Alcântara, o trêfego sacerdote foi eleito gestor dos municípios de Santa Helena e Guimarães.

A próxima meta do padre William é ser prefeito do Vaticano.

DA VELHA GUARDA

Dos candidatos que não pertencem à nova geração de políticos do Maranhão, apenas Pedro Fernandes se deu bem nas urnas, elegendo-se prefeito do município de Arame.

João Alberto, Paulo Marinho, Pereirinha, Pavão Filho, Afonso Manuel, candidatos à vereança de Bacabal, Caxias e São Luís, bem como Ricardo Murad, Léo Costa, Filuca Mendes, Ildo Marques, Sebastião Madeira, Valdivino Cabral, Magno Bacelar( Nota Dez), candidatos a prefeito de Coroatá, Barreirinhas, Pinheiro, Imperatriz, Santa Inês e Chapadinha, foram inapelavelmente derrotados por um eleitorado renovado.    

O TRIUNFO DE COROBA

O ex-promotor Benedito Coroba, obteve uma vitória maiúscula à prefeitura de Itapecuru.

Nos anos oitenta, ele, o favorito na eleição ao cargo de prefeito, perdeu para uma candidata bisonha.

Nestas eleições, Coroba derrotou o jovem médico, Ricardo, apoiado por quatro ex-prefeitos de Itapecuru: José e Miguel Lauand, Júnior Marreca e Magno Amorim.

NETO DE DONA ENIDE

O jovem empresário, Daniel Tavares Dino, neto de Dona Enide Dino, elegeu-se vereador à Câmara Municipal de Itapecuru.

Ele comanda, naquela cidade, os negócios da fábrica de derivados da cerâmica. Pelo bom relacionamento com a população itapecuruense, participará dos trabalhos legislativos da minha terra.

FORA BOLSONARO

Pelo que se sabe, os dois candidatos que vão disputar as eleições de segundo turno, em São Luís, Eduardo Braid e Duarte Júnior, não vão pedir o apoio do presidente Jair Bolsonaro.

Ambos, querem medir forças sem a presença de estranhos à militância política maranhense.

A BRAVURA DE KARLA

Em várias eleições, Karla Sarney concorreu a cargos legislativos, para a Câmara Municipal de São Luís e Assembleia Legislativa do Maranhão, mas sem obter votação suficiente para se eleger.

As derrotas sofridas, não abaterem a jovem candidata, ao contrário, deram-lhe mais força e convicção para continuar a luta por um lugar ao sol na vida política maranhense.

Pela determinação, impetuosidade e força de vontade, o que Karla esperava, aconteceu no recente pleito: elegeu-se vereadora à Câmara Municipal de São Luís.  

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INTENDENTES E PREFEITOS NOMEADOS E ELEITOS DE SÃO LUÍS

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Neste ano, em que São Luís, capital do Estado do Maranhão, comemorou quatrocentos e oito anos de fundação, uma pergunta explode no ar: quantas pessoas já administraram esta cidade, tendo como marco temporal o século XX? 

Resposta: nada menos do que 82 figuras humanas, a maioria políticos, médicos, engenheiros, militares e advogados, governaram São Luís no período de 1900 a 2020.

INTENDENTES ELEITOS E NOMEADOS

De 1900 a 1921, os gestores que assumiram as rédeas da capital maranhense eram denominados intendentes, por força da Carta Magna de 1892, que determinava que as administrações municipais fossem exercidas por autoridades encarregados de executar as resoluções das Câmaras de Vereadores.   

Mandava ainda a Constituição de 1892 que os intendentes, em vez de nomeados, chegassem ao poder ungidos pelo voto. Mas, a partir de 24 de fevereiro de 1919, essa regra foi alterada: os intendentes passaram a ser denominados de prefeitos, não sendo mais eleitos, mas nomeados pelos governantes estaduais.

EMENDA CAFETEIRA

Em abril de 1965, nova mudança ocorre na administração pública desta cidade: o Congresso Nacional aprova Proposta de Emenda Constitucional, da autoria do deputado Epitácio Cafeteira, que restaura a autonomia político-administrativa das prefeituras das capitais. Assim, São Luís voltava a eleger o seu prefeito, o que se deu nas eleições de 3 de outubro de 1965, com a vitória do candidato Epitácio Cafeteira, que teve como opositores, Ivar Saldanha, Ivaldo Perdigão Freire e José Mário de Araújo Carvalho.

PREFEITOS NOMEADOS – I

Com a instalação do regime militar, outra reviravolta: por efeito do Ato Institucional nº 3, de 5 de fevereiro de 1966, os prefeitos das capitais passaram novamente a ser nomeados pelos governadores estaduais.    

Dentre os intendentes e prefeitos que galgaram a municipalidade de São Luís, apenas 14 foram submetidos ao processo eleitoral, isto é, assumiram o cargo levados pelo voto popular: 7 intendentes e 7 prefeitos.

INTENDENTES E PREFEITOS ELEITOS

 No quadro dos intendentes eleitos aparecem: Alexandre Collares Moreira Junior, Nuno Álvares de Pinho, Mariano Lisboa Neto, Clodomir Cardoso e José Luso Torres.

Da galeria dos prefeitos eleitos fazem parte: Epitácio Afonso Cafeteira, Maria Gardênia Ribeiro Gonçalves, Jackson Kepler Lago, Conceição de Maria Andrade, Tadeu Palácio, João Castelo Ribeiro Gonçalves e Edvaldo Holanda Junior.

PREFEITOS NOMEADOS – II     

 No mapa geral dos que chegaram ao Palácio La Ravardiére, por atos de nomeação de presidentes, governadores e interventores estaduais, figuram os gestores Raimundo Gonçalves da Silva, Antônio Brício de Araújo, Antônio Lopes da Cunha, Jayme Tavares, Euclides Zenóbio da Costa, Basílio Torreão Franco de Sá, Lino Rodrigues Machado, Antônio Carlos Teixeira Leite, Carlos dos Reis Macieira, João Manuel Tinoco, Raimundo Frazão Cantanhede, João Inácio Martins, Demerval Rosa, Alcides Jansen Pereira, Pedro José Oliveira, Antônio Alexandre Bayma, Manoel Vieira Azevedo, José Otacílio Saboya, Clodoaldo Cardoso, Pedro Neiva de Santana, Tancredo Matos, Edson Teixeira Neto, Antônio Pires Ferreira, Tácito Caldas, Antônio Costa Rodrigues, Alexandre Costa, Edson Brandão, José Burnett da Silva, Otávio Passos, Eduardo Viana Pereira, Carlos Vasconcelos, José de Ribamar Waquim, Ivar Saldanha, Emiliano Macieira, Ruy Mesquita, Djard Martins, Vicente Fialho, José Ateniense Libério, Haroldo Tavares, Adolfo Von Randow, Edmilson dos Reis Duarte, Antônio Bayma Junior, Lereno Nunes Neto, Mauro de Alencar Fecury  e Roberto de Pádua Macieira.

Entre eleitos e nomeados, 8 ocuparam o cargo mais de uma vez: Alexandre Collares Moreira Junior, Ivar Saldanha e Jackson Lago, em três oportunidades; Antônio Pires Ferreira, José Burnett, Antônio Costa Rodrigues, Mauro Fecury, Tadeu Palácio e Edivaldo Holanda Junior, duas vezes.

PREFEITOS INTERINOS

Ao longo desse tempo, 5 presidentes da Câmara Municipal exerceram interinamente a prefeitura: Afonso Giffening de Matos, Evandro Bessa de Lima, Lia Varela (em dois momentos), Manoel Ribeiro e Deco Soares.

Seis vice-prefeitos exerceram temporiamente o cargo em substituição aos titulares: Afonso Henrique de Pinho, Carlos Augusto Franco de Sá, Carlos Magno Duque Bacelar, Abdelaziz Abud Santos, Domingos Dutra e Tadeu Palácio.

Cinco chefes de gabinetes ocuparam interinamente o cargo: Turíbio Soares da Silva Santos, Wilson Rebelo, Erasmo Dias, Orfila Cardoso Nunes e Mauro Bezerra.

Membros das famílias Macieira e Tavares administraram por mais de uma vez a cidade, todos nomeados. Da família Macieira, os irmãos Carlos (médico), de janeiro a junho de 1931; Emiliano (engenheiro), de janeiro de 1958 a 31 de maio de 1959; e o sobrinho Roberto (economista), de 27 de março de 1980 a 15 de março de 1983.

 Da família Tavares, os engenheiros Jayme (pai) e Haroldo (filho). O primeiro, de março de 1926 a fevereiro de 1930; o segundo, de março 1971 a março de 1975.    Pedro Neiva de Santana, genro de Jayme e cunhado de Haroldo, foi o prefeito que demorou mais tempo no cargo: de novembro de 1937 a abril de 1945.

Os homens tiveram absoluta predominância na gestão dos negócios públicos de São Luís. Apenas três mulheres chegaram ao Palácio La Ravardière: Lia Varela (interina), Maria Gardênia Ribeiro Gonçalves, de janeiro de 1986 a dezembro de 1988, e Conceição de Maria Andrade, de março de 1993 a dezembro de 1996, ambas eleitas.   

Amanhã, o eleitorado de São Luís elegerá por eleição direta, mais um gestor. Trata-se de uma das eleições mais disputadas e representadas pelos candidatos Eduardo Braid, Duarte Junior, Neto Evangelista, Rubens Junior, Yglésio Moyses, Bira do Pindaré, Franklin Douglas, Hertz Dias, Jeisael Marx e Sílvio Antônio, daí porque o pleito resultará num segundo turno.      

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A SUCESSÃO MUNICIPAL NA MINHA TERRA

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A partir de 1960, quando o meu pai, Abdala Buzar, disputou as eleições de prefeito de Itapecuru, eu participo ativamente das campanhas eleitorais de minha terra.

Naquele pleito, ele, concorrendo pelo Partido Social Progressista(oposição), derrotou a forte candidata Graciete Cassas, do Partido Social Democrático e apoiada pela máquina governista.

Por um compromisso com o lugar onde nasci e me criei, nunca mudei o domicílio eleitoral para qualquer outra cidade, por entender ser uma obrigação de ordem moral e cívica, votar no candidato mais habilitado para dirigir os destinos de Itapecuru.

Salvo melhor juízo, de 1960 até 2016, quando atuei em todas as campanhas eleitorais, com vistas às eleições majoritárias, travadas no meu torrão natal, fui mais vitorioso do que derrotado.

AUSENTE, MAS INTERESADO

Este ano, contudo, face à pandemia e fazer parte da área de risco do coronavÍrus, aconselhado por médicos, amigos e familiares, inconsolável e triste, ausentei-me fisicamente da campanha eleitoral em que está em jogo os destinos de minha gloriosa terra.

Mesmo afastado de tão importante pugna eleitoral, acompanho com o mais desusado interesse a sucessão do prefeito Miguel Lauand, disputada entre os candidatos Benedito Coroba, que até recentemente fazia parte do Ministério Público, um vigilante defensor das causas para o dinheiro público não ser usado indevidamente por prefeitos corruptos e desonestos, e o jovem médico, Ricardo Lajes, da nova geração política itapecuruense.

ELEITO EM 1990, DERROTADO EM 1992

Coroba exerceu o mandato de deputado estadual, pelo PDT, nas eleições de 1990, e atuava de forma brilhante e desembaraçada na Assembleia Legislativa, mas, para atender a convocação dos conterrâneos, no pleito de 1992, candidatou-se ao cargo de prefeito de Itapecuru.

Pela maneira como se comportou na campanha eleitoral, disputando contra quatro candidatos, tornou-se o favorito pela maneira firme e corajosa como defendia ações e projetos para a sua terra sair do marasmo e do atraso.

Mas o favoritismo de Caroba terminou esbarrando na surpreendente vitória da candidata Risalva Rodrigues, esposa do ex-prefeito José Carlos Rodrigues, que na sua campanha prometeu demagogicamente mundos e fundos para o eleitorado de menor poder aquisitivo.

Vinte e oito anos depois daquele inesperado insucesso nas urnas, Benedito Coroba, em atendimento aos apelos do povo itapecuruense, novamente concorre à disputa eleitoral.

FOTO LEGENDA 1- Em Itapecuru, os Beneditos Buzar e Coroba, com o Padre Alonso.  

A GOROROBA E OS BOIOLAS

Da redemocratização do país, em 1946, aos dias de hoje, salvo melhor juízo, só lembro de dois ex-presidentes da República, que nos seus mandatos,  não visitaram o Maranhão: Itamar Franco e Michel Temer, os quais, na condição de vice-presidentes, substituíram Fernando Collor de Melo e Dilma Roussef, defenestrados do Palácio do Planalto pelo expediente do impeachement, decretado por membros do Congresso Nacional.

Os que nos visitaram, eleitos por via direta ou indireta, excetuando-se Jânio Quadros e Jair Bolsonaro, foram extremamente educados, cordiais e respeitosos.

GOROROBA JANISTA

De Jânio Quadros, da UDN, que venceu o general Henrique Teixeira Lott, do PSD-PTB, nas eleições de 1960, sabe-se que quando esteve em São Luís, em 1961, para participar de uma reunião de trabalho, com os governadores do Maranhão (Newton Bello) e do Piauí, pediu ao amigo e correligionário, deputado José Sarney, que não lhe fosse servido durante sua estada entre nós, o Guaraná Jesus, que apelidou de “gororoba cor de rosa”.

O pedido de Jânio foi atendido, mas teve uma repercussão péssima junto à população maranhense, que sorve com prazer e orgulho um produto autenticamente regional e da criatividade de um industrial competente e politicamente de esquerda, chamado Jesus Norberto Gomes.

Quem ficou constrangido com aquele infeliz pedido de Jânio Quadros foi o deputado José Sarney, que nas eleições de 1960, fez questão de lutar para o candidato udenista ter uma boa votação no Maranhão, mormente em São Luís.

BOIOLA MARANHENSE

Cinquenta e nove anos depois do impensado e leviano gesto de Jânio Quadros, eis que outro presidente da República, desta feita, Jair Bolsonaro, não bem-sucedido no pleito de 2018, em terras maranhenses, na sua recente visita ao nosso Estado, mal pisou no aeroporto de São Luís, ao beber o precioso Guaraná Jesus, inopinadamente declarou: – “Agora virei boiola, igual a maranhense”.

Trata-se de um desabafo de mal gosto e dito num  momento inoportuno e de maneira equivocada, pois o termo boiola não tem nada a ver com o Maranhão, mas com o Rio de Janeiro, cujo povo também se sentiria ofendido por uma saudação ofensiva e indelicada, pois essa não é a forma pela qual o chefe de uma nação deve se dirigir aos seus compatriotas.

O inusitado episódio ocorrido no aeroporto do Tirirical, mostra como Bolsonaro foi mal assessorado pelos políticos maranhenses que o apoiam no Congresso Nacional, pois sabendo que a ele, em terras maranhenses, seria servido o Guaraná Jesus, deveriam tê-lo informado do orgulho que temos de consumir um refrigerante autenticamente maranhense, que caiu no gosto de crianças, jovens e adultos, criado pela genialidade de um industrial conterrâneo, que legou ao Maranhão uma linha de produtos de larga aceitação no mercado regional.

JESUS NORBERTO GOMES

Refiro-me com muita honra e respeito a Jesus Norberto Gomes, um homem que construiu, por conta de sua inteligência, denodo e formação política e intelectual, uma façanha empresarial ímpar e se tornou conhecido no Brasil por um refrigerante que até hoje se impõe pela qualidade, num mercado marcado pela presença de produtos similares, variados, nacionais e estrangeiros.

Além dos predicados como industrial, Jesus Norberto Gomes, pelas suas posições políticas avançadas, foi preso em São Luís, quando estourou a Intentona Comunista, em novembro de 1935, por ordem do governador Aquiles Lisboa, sendo encarcerado na Penitenciária do Estado e deportado para o Rio de Janeiro, numa viagem de navio de 15 dias.

Com outros maranhenses, foi levado para a Casa de Detenção, na Rua Frei Caneca, onde a ditadura getulista confinava os presos políticos até serem julgados pelo Tribunal de Segurança Nacional, que o pôs em liberdade em 10 de dezembro de 1936.

FUNERAL ANUNCIADO

Antes de morrer, Jesus Gomes, escreveu do próprio punho, como desejava o seu funeral.

  1. Quero ficar com a roupa do momento da morte. Braços estendidos ou com as mãos abertas, uma por cima da outra sobre o peito, envolto num lençol, com a fisionomia de fora.
  2.  Caixão de valor médio, sem enfeite ou cruz.
  3. Não quero tocha, santo ou missa, luto de roupa e outras exterioridades.
  4. Sepultura de barro e cimento com o número indicado pelo cemitério, data do nascimento e do falecimento, sem estrela ou cruz.
  5. Não comprem sepultura, aluguem por um período e abandonem. Os ossos, quando abrirem para enterrar outro, os coveiros levarão para o ossuário comum.
  6. Havendo forno crematório, não vacilem em preferir jogar as cinzas onde parecer melhor.
  7. Se quiserem gastar mais do que o necessário para esse funeral, entreguem a quem representar o Partido Comunista, para ajudar a politização esclarecida desse regime que exterminará a miséria física e moral.       

 FOTO LEGENDA 2 – O bravo e competente industrial, Jesus Norberto Gomes.     

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CANDIDATOS Á ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS

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Em seus 112 anos de pulsante existência, pela primeira vez num só exercício acadêmico, a vetusta Academia Maranhense de Letras, viu desaparecer de seu fraterno convívio, quatro insignes membros.

Em maio de 2020, a Casa de Antônio Lobo, perdeu o emérito professor José Maria Cabral, ocupante da Cadeira 38, patroneada por Adelino Fontoura.

No começo de agosto recente, deixaram de fazer parte da centenária instituição, o romancista Waldemiro Viana e o historiador Milson Coutinho, que ocupavam, respectivamente, as Cadeiras 2 e 15, patroneadas por Aluísio Azevedo e Odorico Mendes.

No final de agosto, a AML despediu-se do escritor Sálvio Dino, ocupante da Cadeira 32, patroneada por Vespasiano. 

 Com a vacância de quatro Cadeiras, era natural que haveria grande corrida de postulantes às vagas dos saudosos acadêmicos, que começou antes mesmo do Presidente Carlos Gaspar declará-las oficialmente desocupadas.

O primeiro candidato que se mostrou disposto a concorrer a uma Cadeira na Academia Maranhense de Letras foi o pesquisador, professor universitário e ministro do Superior Tribunal de Justiça, Reynaldo Soares da Fonseca, que está com um pé dentro do sodalício da Rua da Paz, pelos méritos pessoais e jurídicos e não ter concorrente no pleito, marcado para 19 de novembro vindouro,  para ocupar o lugar do professor Cabral Marques.

Para a Cadeira 2, que pertencia a Waldemiro Viana, cinco candidatos concorrem: Fernando Braga, Teodoro Peres Neto, Roque Pires Macatrão, Mauro Bastos Rego e José Eulálio Figueiredo.

Com vistas à Cadeira 15, que Milson Coutinho ilustrava, disputam quatro postulantes: Daniel Blume, Rogério Henrique Castro Rocha, José Jorge Leite Soares e José de Ribamar de Castro Ramos.

Quanto à Cadeira 32, que Sálvio Dino ocupava, até agora estão inscritos: Antônio Guimarães de Oliveira, José Rossini Campos do Couto Corrêa e José Carlos Castro Sanches.

Fala-se que Flávio Dino, pai de Sálvio, tem pretensões de substituí-lo, mas até agora não se manifestou publicamente e nem cumpriu o ato da inscrição, que se esgota a 16 de novembro deste ano.    

Para as Cadeiras 2, 15 e 32, as eleições só deverão ocorrer no próximo ano.

PASTORES E PADRES

Leio no blog “Repórter Tempo”, do jornalista Ribamar Correia, que entre pastores e missionários evangélicos, 27 candidatos pretendem ocupar cadeiras na Câmara Municipal.

Enquanto os evangélicos procuram a militância política para se firmarem na vida pública, os padres da igreja católica, de uns tempos para cá, deixaram definitivamente de concorrer aos cargos eletivos.

ALBERIQUINHO DE FORA

O prefeito de Barreirinhas, Albérico Ferreira Filho, que se preparava para disputar a reeleição, decidiu vestir o pijama da vida privada.

Não concorre à reeleição municipal, mas apoiará para sucedê-lo no cargo de gestor de Barreirinhas, o ex-prefeito Leo Costa, que, no pleito passado, o ajudou a ganhar as eleições.

FENÔMENO SEM LUZ

Na legislatura de 2001 a 2004, o grande fenômeno na eleição para a Câmara Municipal de São Luís, foi o afrodescendente, Pedro Celestino.

Quem votou nele, dado o seu invulgar brilhantismo nos programas eleitorais, das emissoras de rádio e televisão, esperava um bom desempenho nos trabalhos legislativos.

Foi um fiasco e decepcionou o eleitorado no exercício do mandato de vereador, motivo pelo qual não se reelegeu no pleito seguinte.

Vinte anos depois, Pedro Celestino volta a se apresentar ao povo de São Luís, e tentar reconquistar uma cadeira na Câmara Municipal, mas sem chance de sucesso nas urnas porque perdeu a luminosidade de outrora.

ALCIONE, DONA DE BAR

Estourou como uma bomba no Rio de Janeiro, a notícia de que a cantora maranhense, Alcione, vai abrir um bar na Barra da Tijuca.

A casa, além dos bons petiscos e das bebidas, à base de mariscos e das frutas do Maranhão, oferecerá aos frequentadores shows com artistas de todo o país.

CANDIDATURA DO CARDIOLOGISTA

Quem conhece a capacidade profissional do cardiologista Bonifácio Barbosa e a numerosa clientela que tem em São Luís, não entende por que ele mudou o domicílio eleitoral para o município de São Benedito do Rio Preto.

A transferência do título para uma cidade onde não tem vivência política, habilitou o cardiologista a concorrer às eleições à prefeitura, ato que não acrescentará nada à sua vida e ao seu currículo profissional.

JOÃO ALBERTO EM BACABAL

Cumprida a quarentena, decorrente do ataque do Covid 19, João Alberto mudou-se de armas e bagagens para Bacabal.

Daquela cidade, só se afastará depois das apurações das eleições municipais e da certeza de que o povo bacabalense lhe confiou o mandato de vereador.

Se João Alberto se eleger vereador, só faltará a ele, como homem público, o exercício do cargo de Presidente da República.

 MATRIARCADO POLÍTICO

Nas eleições municipais deste ano, um fato chama a atenção de quem acompanha a vida política do Maranhão.

Nunca se viu tanta mulher postular tantos cargos eletivos executivos e legislativos. Se forem bem sucedidas no pleito, o matriarcado político se imporá no Maranhão de forma insofismável.    

SARNEY VEM AÍ

Pela primeira vez, ao longo de sua vitoriosa e brilhante vida pública, o ex-presidente José Sarney não votará na terra de seu domicílio eleitoral.

Por causa da pandemia e da idade avançada, ele e a esposa Dona Marly, decidiram ficar em Brasília no período eleitoral.

Mas já avisaram aos amigos que no final de novembro chegarão a São Luís, onde costumam passar as festas de Natal e Ano Novo.

FEIRA DO LIVRO

Alguns sonhadores da Secretaria da Cultura da Prefeitura de São Luís chegaram a se movimentar no sentido de realizar este ano, depois das eleições, a tradicional Feira do Livro.

O evento que teria como espaço o Convento das Mercês, foi inapelavelmente abortado pelo prefeito Edivaldo Junior, por motivos óbvios.  

CANDIDATOS MANJADOS 

São numerosos os candidatos à Câmara Municipal de São Luís, bastante conhecidos do eleitorado, pois em todas as eleições se habilitam ao pleito, alguns com nomes mais estravagantes.

Sabem que não se elegem, mas se candidatam para aparecerem nos programas da Justiça Eleitoral ou abiscoitarem alguma grana dos postulantes aos cargos majoritários.   

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