PRAÇA DOS POETAS
Chegou ao conhecimento dos meios intelectuais a notícia de que o governador Flávio Dino pretende brevemente inaugurar uma praça no Centro da Cidade, em homenagem aos dez maiores poetas de nossa terra.
Segundo a informação, no espaço destinado à Praça dos Poetas, deverão ser introduzidos bustos de vates que projetaram nacionalmente o nome do Maranhão e produziram uma obra poética da melhor qualidade literária.
Não se sabe ainda se o Governo vai constituir uma comissão de intelectuais para selecionar os dez melhores poetas ou se realizará uma pesquisa junto à opinião pública para apontar os que terão um lugar cativo na mais nova praça da cidade.
Enquanto o Governo mantém o assunto em quarentena e sem fornecer maiores informações sobre a localização da praça e dos poetas laureados, espera-se que os indicados sejam literatos de reconhecida expressão cultural e de indiscutível valor intelectual e moral.
No aguardo de informações mais precisas sobre o projeto, o governo não pode permitir o que aconteceu em passado recente, quando pessoas interessadas em agradar amigos e parentes de pseudos escritores, desenvolveram ações nefastas, fazendo instalar no Panteon Maranhense, subliteratos e figuras que nada construíram em favor do engrandecimento da cultura maranhense.
APONTAMENTOS DE JOMAR
O saudoso escritor Jomar Moraes em 1977 escreveu um precioso livro, publicado pelo Sioge, intitulado Apontamentos de Literatura Maranhense, no qual se pode ver de maneira didática a notável quantidade de intelectuais de nossa terra, que produziram obras que os consagraram no firmamento literário nacional.
O GRUPO MARANHENSE
Com conhecimento de causa, Jomar mostra que a partir do século XIX, de 1832 a 1868, o Maranhão conquista a sua autonomia literária, por conta do expressivo e valoroso número de escritores, que se projetaram no cenário brasileiro.
Trata-se do chamado Grupo Maranhense (1832 a 1868), que, como expressão da vida literária regional, se destacou em todas as áreas da cultura, com nomes do quilate de Odorico Mendes, João Francisco Lisboa, Gonçalves Dias, Sousândrade, César Marques, Cândido Mendes de Almeida, Antônio Henriques Leal, Luís Antônio Vieira da Silva, Sotero dos Reis, Joaquim Gomes de Sousa, Frederico José Correa, Antônio Marques Rodrigues, Trajano Galvão, Gentil Braga, Antônio Joaquim Franco de Sá, Francisco Dias Carneiro, Joaquim Serra.
A REAÇÃO RENOVADORA
Segundo Jomar, de 1870 a 1890, surge A Reação Renovadora, da qual fazem parte os seguintes escritores: Celso Magalhães, Teófilo Dias, Adelino Fontoura, Artur e Aluísio Azevedo, Coelho Neto, Graça Aranha, Dunshee de Abranches, Frutuoso Ferreira, Euclides Faria, Ribeiro do Amaral, Barbosa de Godóis, Paula Duarte, João de Deus Rego, Raimundo Correia, Agripino Azevedo, Nina Rodrigues e Teixeira Mendes.
OS NOVOS ATENIENSES
Trata-se da geração literária que despontou na última década do século XIX, mantendo-se atuante nos limites da “província” até a altura de 1920. Foram representantes desse movimento: Antônio Lobo, Domingos Barbosa, Viriato Correia, Vieira da Silva, Godofredo Viana, Alfredo de Assis, Fran Pacheco, Nascimento Moraes, Inácio Xavier de Carvalho, Maranhão Sobrinho, Vespasiano Ramos, Correia de Araújo e Humberto de Campos.
OFICINA DOS NOVOS
De acordo com Jomar, a 28 de julho de 1900 era fundada em São Luís a Oficina dos Novos, com o objetivo de cultuar os vultos do passado; incentivar os autores contemporâneos; promover solenidades cívico-literárias; organizar a biblioteca do autor maranhense e manter um periódico literário.
Desse movimento literário, destacaram-se os seguintes escritores: Josué Montello, Manuel Caetano Bandeira de Melo, Oswaldino Marques, Franklin de Oliveira, Odylo Costa Filho, Assis Garrido, Correia da Silva, Maranhão Sobrinho, Vespasiano Ramos, Corrêa de Araújo, Erasmo Dias e Antônio Lopes.
VENTOS DE RENOVAÇÃO
Com a chegada de Portugal do poeta Bandeira Tribuzi, em fins da década de 40, o movimento cultural cresce por meio de discussões literárias, lançamentos de livros e do aparecimento de poetas, cronistas e artistas plásticos, que se reuniam na Movelaria Guanabara.
Como resultado daquela ebulição cultural, surgem poetas da dimensão de Ferreira Gullar, Lago Burnett, José Chagas, Manuel Lopes, Nauro Machado, e ficcionistas do nível de Bernardo Almeida, Erasmo Dias, Reginaldo Teles, José Sarney, Conceição Aboud, José Nascimento Moraes Filho, Ubiratan Teixeira, Fernando Moreira, Ronaldo Costa Fernandes, Nonato Masson, Viégas Neto, Carlos Madeira e Lucy Teixeira.