O saudoso professor José Nascimento Moraes, que viveu de 1882 a 1958, além do exercício do magistério, atuava com destaque na atividade jornalística e acompanhava com o mais desusado interesse o que acontecia no dia a dia da política maranhense.
Por conta desse olhar na vida pública estadual, ele, manifestava nos jornais, revistas e livros editados em São Luís, a exemplo de Neurose do Medo e Vencidos e Degenerados, repletos de crônicas abalizadas e artigos críticos, a respeito de nossos governantes e de suas atuações nas esferas legislativas e executivas.
Ao longo de sua vida, o professor Nascimento Moraes viu governantes de todos os tipos ocuparem o Palácio dos Leões, dentre os mais conhecidos, Pedro Augusto Tavares Junior, Gomes de Castro, Manuel Ignácio Belfort Vieira, José Viana Vaz, Tarquínio Lopes, Francisco da Cunha Machado, João Gualberto, Alexandre Colares Moreira Junior, Benedito Leite, Mariano Lisboa, Luiz Domingues da Silva, Herculano Parga, Godofredo Viana, Raul Machado, Urbano Santos, Magalhães de Almeida, Reis Perdigão, Antônio Martins de Almeida, Paulo Ramos, Sebastião Archer, Eugênio Barros e Matos Carvalho.
Nesse elenco de governadores, em que a maioria não foi poupada de suas acerbas críticas, Luiz Domingues ficou de fora e a quem não economizou aplausos pela maneira equilibrada, correta e séria como dirigiu os destinos do Estado do Maranhão, no período de março de 1910 a março de 1914.
No artigo “Um governo democrático”, publicado na revista “Indicador Maranhense”, editada em 1948, o respeitado mestre, por meio de sua pena brilhante, mostra que “Luiz Domingues, de quem não nos esqueceremos em tempo algum, já pela sua brilhante cultura, já pela emancipação de seu espírito, já pelo seu elevado penhor de justiça, era, sem contestação um democrata sem jaça.”
Ao contrário de muitos que passaram pelo Palácio dos Leões, segundo o emérito jornalista, Luiz Domingues, “Nas menores coisas, revelava-se amigo do povo. Como chefe de Estado, não admitia desigualdades nas classes. As audiências eram públicas e os interessados encontravam nos dias marcados, abertas as portas da residência governamental. Nos vastos salões palacianos, promiscuíam-se os representantes das classes. Pouco se lhe dava fossem os injustiçados com ou sem palitó.
No que se refere ao comportamento do governador, revelou: “Frequentemente passeava a cidade a pé e a toda a gente cumprimentava. Visitava grandes e pequenos, ricos e pobres. Quando fazia festas no Palácio, convidava artistas, operários, estudantes, pequenos mercadores e taverneiros. E assim, via-se cercado de representantes de todas as classes, que recebiam os seus gestos de acatamento e fraternidade.
Quanto à maneira de se comunicar, disse que: “Os seus discursos valiam por um apostolado cívico. Eram substanciosas as palestras e conferências de grande efeito no espírito do povo. Eram grandes lições de civismo e moral política, reveladoras da alta importância das classes trabalhadoras, sem as quais a economia seria uma abstração. Mostrava-lhes como deviam dirigir-se na sua órbita de ação, defendendo os seus direitos junto aos governos, bem como lutar contra a injustiça, a desigualdade, os privilégios, para eu pudessem educar os filhos e conservar dentro dos preceitos da dignidade e da honra.
Ao final de seu artigo, Nascimento Moraes proclama que: “Luiz Domingues defendia que era preciso levantar o nível das classes desprotegidas como se fosse possível a existência de classes dessa natureza, para as quais criou numerosas escolas para crianças e adultos.
Em tempo: Depois de ler o artigo do inolvidável articulista, chego à conclusão de que Luiz Domingues está fazendo falta no Maranhão.
MARANHÃO POBRE
Se o Maranhão receber pelo menos dez por cento dos dez bilhões de dólares, provindos da exploração da Base de Lançamento de Alcântara, o governador Flávio Dino pode bater no peito e repetir a frase do ex-governador Pedro Neiva, proferida quando da deflagração do Projeto Carajás: – Eu sou o último governador do Maranhão pobre.
DO PROFETA HAICKEL
Do alto de sua premonição política, o ex-deputado Joaquim Haickel proferiu essa bombástica frase: Flávio Dino é candidato a Presidente da República da esquerda para ser derrotado. E candidato a Vice-Presidente da direita para ser eleito.
TRINTA ANOS DO CEUMA
Uma vasta programação, a ser cumprida ao longo deste ano, será executada para o Ceuma comemorar os trinta anos de sua fundação.
Mauro Fecury, à frente da organização do evento, que começará em abril, abrirá a festividade em São Luís com uma solenidade em homenagem às personalidades que contribuíram para a instituição ser hoje uma potência na área do ensino universitário e com presença no Maranhão, Brasília, Pará e Piauí.
PADRES NOVOS
No mês de fevereiro, o arcebispo metropolitano, dom José Belisário, presidirá importante solenidade, na Igreja da Sé.
A ordenação dos padres, Bruno Mendes Pimenta, Leonardo Nascimento Silva e Pedro dos Reis Fonseca, que vão exercer o ministério pastoral nas paróquias de São José de Ribamar, Rosário e Morros.
FATO AUSPICIOSO
Em Brasília, foi festivamente comemorado o gesto do ministro da Educação, que recentemente não atropelou a gramática ao escrever a seguinte frase: “Vamos tirar o Brasil do fundo do poço”.
Ele escreveu corretamente poço e não pôsso.
TORCIDA POR MAURÍCIO
O escolhido para substituir Kátia Bogéa, na direção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico, é o arquiteto mineiro, Flávio de Paula.
A bancada maranhense no Congresso Nacional prestaria um grande serviço ao Maranhão se fizesse um movimento para Maurício Itapary continuar à frente do superintendência estadual do IPHAN, onde vem prestando valioso trabalho pela recuperação do nosso Centro Histórico.
PARTIDO DE BOLSONARO
Até agora não se sabe quem vai coordenar, no Maranhão, o partido Aliança pelo Brasil, criado pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro.
O nome pode ser divulgado no dia 31 deste mês, quando virá a São Luís um grupo incumbido de estruturar o partido bolsonarista no Maranhão, que não deve ser o vereador Chico Carvalho, que continuará à frente do PSL.
EFEMÉRIDES SARNEÍSTAS
A vida do ex-presidente José Sarney, este ano, será marcada por três importantes acontecimentos.
No dia 15 de março de 1985, há 35 anos, assume o cargo de Presidente da República, face à doença de Tancredo Neves.
A 24 de abril de 1930, há noventa anos, nasce na cidade de Pinheiro.
A 15 de maio de 1970, há 50 anos, renuncia ao cargo de governador do Estado do Maranhão, para se candidatar ao Senado da República.
CASA DE EVENTOS
Assim como as farmácias, padarias e salões de beleza, as casas de eventos passaram a ser um bom negócio em São Luís.
Esse tipo de empreendimento, cresceu com tamanha magnitude e velocidade, que São Luís passou a ser uma ilha cercada de casas de eventos por todos os lados.
Além de numerosas, algumas nada devem, no tocante ao espaço e decoração, às melhores do país.