GULLAR, FUTEBOL E MACONHA

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Eu e meu irmão, Raimundo, temos algumas manias em comum. Uma das quais, a de guardar matérias de jornais sobre assuntos que nos interessam ou artigos de jornalistas a respeito de fatos, atos e acontecimentos da realidade brasileira.

Na minha recente estada em São Paulo, onde ele mora há dezenas de anos, encontrei em seus preciosos arquivos, dois trabalhos jornalísticos, da autoria do escritor Ferreira Gullar, publicados nas edições dominicais da Folha de São Paulo.

Nos dois artigos, o poeta maranhense referia-se ao tempo em que viveu em São Luís, ainda bem jovem. No primeiro artigo, datado de 11 de junho de 2006, Gullar discorre sobre a experiência que teve com o futebol. No segundo, publicado em 6 de janeiro de 2008, comenta a sua rápida convivência com a maconha.

Vejamos um trecho do trabalho dominical de Gullar, intitulado Craques da minha vida: “A minha relação com o futebol, não se limita apenas a influência do meu pai, Newton Ferreira, centroavante do Luso Brasileiro Futebol Clube, tantas vezes campeão maranhense, mas também da minha participação como jogador no time infantil do Ferroviário Futebol Clube, sem contar as peladas no Campo do Ourique, em frente ao Mercado Novo.

“A minha carreira futebolística terminou quando sofri uma violenta rasteira e caí com a bunda no chão. Temi ter quebrado o espinhaço e vi que seria melhor um esporte menos brabo; a poesia, por exemplo.

“Troquei a rua pelo quarto, onde passava os dias lendo, enquanto meus companheiros de pelada seguiram seu rumo. Dois deles se tornaram craques no futebol, amados das respectivas torcidas: Esmagado, que fez sua carreira lá mesmo em São Luís do Maranhão, e Canhoteiro, que se tornou ídolo da torcida do São Paulo.

“Muitos anos depois, numa das minhas idas a São Luís, encontrei Esmagado, já fora do futebol, mas admirado pelos fãs.

“De Canhoteiro, tive notícias através dos jornais, de que era chamado de Garrinha do Morumbi, tão sensacionais eram os seus dribles que dava nos adversários, com o mesmo espírito moleque das peladas de infância.

“Certo domingo, pela televisão, o vi jogar. Mal acreditei que ali estava, com as mesmas gingas, o Canhoteiro das partidas em frente ao Mercado Novo, onde o pai dele, seu Cecílio, tinha uma banca, que vendia mingau de milho e tapioca. Era lá que, todas as manhãs, bem cedo, quebrava o jejum antes de seguir para o colégio.

Com relação à maconha, em artigo intitulado Diamba, vejam o que escreveu o poeta: “Eu sou do Maranhão, terra da maconha, que lá se chama diamba. Dos 13 aos 15 anos, fora da escola, tornei-me uma espécie de campeão mirim do bilhar, no botequim do Constâncio, na praia do Caju. Como era menor e não tinha dinheiro, jogava numa sala escura que havia nos fundos do botequim, num bilhar velho, e pagava moendo cana, num pequena moenda que havia ali mesmo.  

“Um dia, Carrapicho me chamou num canto e me deu um cigarro de diamba para eu tragar. Achei horrível, com gosto de capim velho e quase vomito. Já Maninho experimentou e gostou. Da diamba passou para a cocaína, virou marginal, veio parar numa favela do Rio, onde sumiu. Foi encontrado muitos anos depois, internado numa clínica psiquiátrica em Belo Horizonte, e lá morreu.

“Em São Luís, naquele tempo, fumar maconha era coisa de marginal e, de vez em quando, nos subúrbios por onde eu andava, surgia um bafafá, provocado por algum maconhado que endoidara e ameaçava matar alguém a facadas.

“Uma tarde, na Madre de Deus, vi um sujeito nuzinho na rua, com um revólver na mão ameaçando atirar em todo mundo. Amarrara um bode.                

PEQUENOS MUNICÍPIOS

Que fiquem tranquilos os prefeitos dos cinco municípios do Maranhão, previstos para serem extintos, por se manterem às custas de recursos federais e estaduais.

Os senadores e deputados federais da bancada maranhense firmaram um pacto para não aprovar a proposta encaminhada pelo Presidente da República, com vistas à extinção dos pequenos municípios.

Manter essa boquinha aos prefeitos e vereadores, significa dizer que os interesses partidários e eleitorais dos congressistas estão acima dos interesses do país e da sociedade.

 UM VICE INTERNACIONAL

Em nenhum governo, jamais um vice-governador do Maranhão foi tão beneficiado com viagens internacionais, como o atual, Carlos Brandão.

As missões a ele confiadas, pelo governador Flávio Dino, no sentido de negociar empréstimos e buscar investimentos estrangeiros foram inúmeras e de resultados desconhecidos.

Se Carlos Brandão não viabilizar sua candidatura à sucessão ao Governo do Estado, certamente estará habilitado a ocupar o cargo de ministro das Relações Exteriores, se Flávio Dino se eleger Presidente da República.

BURRICE DE LULA

Na opinião do Presidente da República, Jair Bolsonaro, Lula é um cara extremamente burro.

E explica o motivo: Acaba de ser libertado e vai casar, ou seja, sai de uma prisão para entrar em outra.

LIVRO SOBRE O BRASIL

O ex-presidente José Sarney, com a sua autoridade política de conhecedor dos problemas do país, está debruçado na produção de um livro, em que marca a sua posição sobre o momento em que vive o Brasil.

O livro, com o nome de “Brasil no labirinto”, deve ser lançado no primeiro trimestre do ano vindouro.

MÉRITO LEGISLATIVO

A Medalha do Mérito Legislativo Manuel Beckman, criada para homenagear personalidades que prestaram relevantes serviços ao Maranhão, vem sendo, nesta legislatura, bastante desfigurada e vilipendiada.

 Nunca, em tempo algum, a comenda foi atribuída de maneira tão vulgar e distinguida indiscriminadamente a pessoas que jamais prestaram algum serviço ao Maranhão.

Agora mesmo um deputado estadual do PT conferiu a Medalha do Mérito Legislativo, ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site Intercept, um cara abominável, que nunca veio aqui e não sabe nem onde fica o Maranhão.

BASE DE ALCÂNTARA

O Senado aprovou o decreto legislativo sobre o acordo de salvaguardas tecnológicas, firmado entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, que permite o uso comercial da Base de Alcântara, para o lançamento de satélites, mísseis e foguetes.

Com essa providência de natureza legislativa, completa-se o ciclo de requisitos legais para a Base de Alcântara deixar de ser um projeto e se transformar num grande vetor para o progresso tecnológico do Brasil.

Eu quero estar vivo para ver duas coisas, quando a Base de Alcântara estiver funcionando a pleno vapor. 1) a felicidade do povo alcantarense, pela mudança de seu modo de vida. 2) a cara do deputado Bira do Pindaré, que lutou tanto contra a aprovação do projeto.  

VERDADE OU FAKE NEW?

Em Brasília, corre a notícia, que se espera não seja verdadeira, da demissão de Kátia Bogéa da direção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Para neutralizar essa boataria, a Academia Maranhense de Letras, o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, a Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares, a Federação das Academias de Letras do Maranhão e Associação Maranhense dos Escritores Independentes, endereçaram mensagem ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, no sentido de ser mantida na direção do IPHAN, a competente técnica Kátia Bogéa, pelos relevantes serviços prestados ao País e pela lisura, seriedade e honestidade como se comporta no cargo.

 SEM PÉ NEM CABEÇA

Se o deputado Roberto Costa tivesse conversado com a ex-governadora Roseana Sarney, sobre a sua candidatura a prefeita de São Luís, garanto que não estaria a anunciar um fato sem pé nem cabeça.    

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