OS CINEMAS DE SÃO LUÍS

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Na semana passada, o Caderno Cidade de O Estado do Maranhão, publicou interessante matéria sobre os cinemas de São Luís, que tiveram seu esplendor no século XX.

O autor da ampla e bem concatenada reportagem, o repórter Tiago Bastos, fez uma viagem no tempo para mostrar às novas gerações maranhenses os cinemas que existiam na cidade – Éden, Roxy, Rival, Rialto, Rex, Anil, Passeio e Monte Castelo, que pertenciam ao empresário Moisés Tajra, e o Cine Teatro, propriedade do Governo do Estado e arrendado à empresa Duailibe.

Além dessas informações, o brilhante jornalista, através de trabalho de pesquisa, trouxe outras notícias a respeito da localização das casas cinematográficas e como funcionavam para oferecer divertimento a uma população reduzida de opções para enternecem o corpo e a alma.

A reportagem de Tiago fez com que eu retornasse aos meus tempos de juventude, nos bons anos de 1950 e 1960, quando os caminhos do entretenimento se dirigiam aos cinemas, nos quais a sociedade maranhense marcava presença de maneira eloquente e prazerosa, pois era a forma que encontrava para a vida não ser tão monótona.      

 Nessa volta ao passado, vale a pena recordar fatos e atos que fazem parte da história dos cinemas de São Luís, que escaparam da investigação do jornalista, a saber: o Éden, o Roxy e o Cine Teatro, por serem os mais frequentados e localizados no centro da cidade, serviam aos políticos para realizarem as convenções partidárias. Foram neles que os candidatos ao Governo do Estado, José Sarney, Renato Archer e Costa Rodrigues homologaram as suas candidaturas às eleições de 1965.

Nas tardes do tríduo momesco, o Éden deixava de ser cinema para se transformar num amplo salão de festas, ao qual compareciam moças e rapazes não associados aos principais clubes da cidade.

Foi no Éden, que se apresentou a famosa vedete Elvira Pagã, que por se mostrar em traje sumário à época (roupa de duas peças), levou o arcebispo Dom José Delgado a pedir para a população não comparecer ao cinema e fez um apelo à Polícia para proibir o show, mas o prelado não foi atendido e o Éden foi pequeno para abrigar tanta gente, a grande maioria constituída de homens.    

O Cine Teatro, também, nos domingos de carnaval, realizava festa carnavalesca de gala e animada pelas principais orquestras da cidade: Alcino Bílio e Vianense. A festa, de caráter beneficente, era capitaneada pela primeira-dama do Estado, em prol de obras sociais. Nessa noite, os clubes Jaguarema, Lítero e Cassino Maranhense não funcionavam e a sociedade participava em massa.

De acordo com o contrato assinado com o Governo do Estado, sempre que vinham a São Luís companhias de teatro, a Empresa Duailibe se obrigava a desativar o cinema, para permitir a encenação de peças e apresentações de shows de cantores famosos.

Por conta dessa prerrogativa contratual, eu e muitos maranhenses assistimos espetáculos teatrais de sucesso no Rio de Janeiro, como “Esta noite choveu prata”, com Procópio Ferreira, “As mãos de Eurídice”, com Rodolfo Mayer, bem como atores brilhantes do porte de Milton Carneiro e Raul Roulien, e a Orquestra de Ruy Rey.  A apresentação que marcou época foi a do frade José Mojica, ator e cantor mexicano que trocou a cena artística pela vida religiosa.

Enquanto as sessões cinematográficas no Éden e no Roxy se realizavam às 16 e 20 horas, as do Cine-Teatro ocorriam às 15, 17 e 20 horas.  Entre as duas empresas, havia um interessante diferencial:  só o Cine-Teatro promovia sessões matinais e dedicadas especialmente aos estudantes, fato bastante combatido pelos diretores dos colégios, sob a justificativa de incitar alunos à gazetagem (falta às aulas), principalmente quando exibiam filmes brasileiros, as inesquecíveis chanchadas, com Oscarito, Grande Otelo, Anselmo Duarte, Eliana, Cill Farney, José Lewgoy, Renata Fronzi, Adelaide Chiozzo, Ivon Cury, Fada Santoro, Zé Trindade e outros. 

ESTREMECIMENTO Á VISTA

Quem frequenta o Palácio dos Leões não esconde o fato de Flávio Dino e Weverton Rocha já não falarem a mesma linguagem.

Entre o governador e o senador o estremecimento é visível e por conta da sucessão municipal de São Luís, na qual ambos vão apoiar candidatos diferentes.

VEXAME INOMINÁVEL

Os escritores de outras cidades e convidados para proferirem palestras na recente Feira do Livro, ficaram hospedados no Hotel Abeville.

Se fossem fazer qualquer despesa no hotel, sobretudo refeições, recebiam um aviso de que o prato escolhido não podia passar de R$ 35,00.

MELHORES DEPUTADOS

Não tenho o costume de assistir as reuniões da Assembleia Legislativa, por isso não sei dizer quem são os mais atuantes parlamentares dessa legislatura.

Com base em informações de jornalistas que, por dever de ofício, fazem a cobertura dos trabalhos legislativos, fui informado de que os deputados mais atuantes são César Pires, José Adriano, Duarte Júnior e Yglésias Moyses.

         ACERVO DE JOÃO MOHANA

Bem antes de seu falecimento, o saudoso (e bota saudoso nisso), o padre João Mohana entregou de mão beijada ao Arquivo Público do Maranhão um precioso e rico acervo musical, por ele pesquisado e descoberto durante 23 anos.

Esse acervo, cuidadosamente organizado e guardado no Arquivo Público, nesta sexta-feira, 7 de novembro, às 16 horas, será lançado de forma digitalizada, para ser melhor conhecido, estudado e consultado.

O Acervo Digital de João Mohana é constituído de 1.416 obras musicais, sendo 410 eruditas e 1006 populares, produzidas por 169 compositores.

BIBLIOTECA DE ITAPECURU

As diretoras da Biblioteca Pública Benedito Leite, Aline Nascimento, e da Casa de Cultura Josué Montello, Joseane Sousa e Wanda França, participaram da II Feira Literária de Itapecuru.

Ficaram empolgadas com o retumbante sucesso do evento e a visita à Biblioteca Pública Municipal Benedito Buzar, que identificaram como a melhor do interior do Estado, pelo acervo (99,9 por cento doado ou conseguido pelo patrono do órgão), organização e adequação à modernidade.

SUMIÇO DE DUTRA

É do conhecimento público o sumiço do político Domingos Dutra, do hospital onde se encontrava internado, ato que teria sido praticado pela esposa, Núbia.

O fato, conduziu-me aos anos 1960, quando o jornalista Edison Vidigal publicou no Jornal de Bolso, matéria segunda a qual o foguete Apolo 11, sumido no espaço, poderia ser encontrado nas matas do Calhau.

ALUNOS DOS MARISTAS

Os alunos que estudaram no Colégio Maristas, de todas as gerações, serão convocados para um grande evento, que acontecerá a 30 de novembro.

A festa de congraçamento se realizará no Marista do Araçagi e contará com a presença de figuras importantes da vida maranhense, dentre os quais o ex-presidente José Sarney, que estudou nos Maristas, quando o colégio funcionava no prédio contíguo à igreja da Sé.

ACADEMIA ARROMBADA

Pela primeira vez, ao longo de seus 111 anos de existência, a Academia Maranhense de Letras, que se encontra em reforma, teve as suas dependências invadidas por criminosos.

Mas o assaltantes quebraram a cara. Como só encontraram livros, saíram da AML de mãos vazias.

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