A GERAÇÃO DOS NOVENTA
A sociedade brasileira passa pela elevação da longevidade, na qual a expectativa de vida aumentou em mais de 30 anos, por conta da otimização das oportunidades de saúde, de educação continuada e de participação na vida social, fatores que alimentaram a qualidade de vida.
O aumento da expectativa de vida da população é hoje um fenômeno determinante de um conjunto de mudanças na composição e organização da sociedade, que não vê mais o idoso como uma pessoa que já realizou o que deveria e que deve aposentar-se e descansar enquanto espera a morte.
Essa nova realidade social, que elevou a expectativa de vida do homem brasileiro para 74 anos e da mulher 77, pode ser vista em São Luís de maneira fantástica pelo expressivo número de figuras humanas que chegaram aos noventa anos em boa forma física e mental, a exemplo de Cléon Furtado, José Barros, Sebastião Caracas, Artur Almada Lima, Cabral Marques, Clerice Haickell, Ruth Silva, Teresinha Ericeira, Damasceno e Elimar Figueiredo.
Semana passada, recebi do meu querido amigo Sebastião Caracas, uma mensagem lúcida, verdadeira e emotiva, que mostra como ele, do auge de seus 92 anos, continua exercitando a sua extraordinária memória e produzindo textos que mostram como se mantém antenado com assuntos que gravitam em seu redor, que o levam a pensar e a refletir sobre o seu cotidiano de vida.
Com a palavra Sebastião Caracas: “Finalmente, estou em casa são e salvo, vindo do hospital. Momentos houve em que minha pressão chegou a 22. Pensei, assustado, que estava chegando ao fim da linha na maratona da vida, vindo de uma noite sob um calor intenso na UTI, de onde telefonei para a minha filha, Luciana, pedindo que fosse me buscar com licença ou não do hospital, mas ela confortou-me com palavras amáveis dessa impossibilidade.
“Depois do consenso entre os médicos, finalmente, pude retornar para casa, onde senti a necessidade de escrever, como faço habitualmente, pois o importante é não desistir da vida, como os pássaros que voam de um lado para outro, pousando em qualquer galho de árvore ou no próprio chão, divertindo-se em pequenos pulos por não saberem andar, como assim estava eu.
“O meu amor aos filhos, netos e bisnetos, que são tantos, e aos amigos que ainda registro em minha agenda, me fazem gostar da vida e por isso preciso de mais tempo para conviver com eles, ouvi-los suas palavras carinhosas e sorrir.
“Posso afirmar que tenho 92 anos, sou cadeirante e sobrevivente. No palco do tempo, posso apreciar cada flor plantada no meu jardim, que me faz ouvir palavras sábias que soam nos meus ouvidos e me dizem que o amor renova as esperanças, reanimam a alma e que se deve lutar contra tudo que possa conspirar contra a vida e nunca desista de caminhar sem medo de tropeçar, se tropeçar não tenha medo de se ferir e ferindo-se tenha coragem para corrigir as rotas da vida, mas sem pensar em recuar.
“Cá estou sempre à espera da sua visita e das pessoas queridas e amadas, que possam me dar alegria e coragem para pensar nos meus sonhos e inspirações, apreciar o que existe de belo no mundo, na alegria e no amor.
PRESENTE DA ACADEMIA
No começo do mês de dezembro, a Academia Maranhense de Letras oferece um presente especial aos moradores de São Luís.
O presente, de valor inestimável, será uma surpresa agradável quanto ao conteúdo.
PARTIDO DE BOLSONARO
A Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro criou para lhe dar sustentação política, quer que os diretórios do partido nos estados sejam controlados por militares.
Com base nessa determinação presidencial, o provável dirigente da APB no Maranhão será o coronel José Ribamar Monteiro, atual superintendente do Patrimônio da União.
BECKMAN E A REPÚBLICA
Nos 130 anos da Proclamação da República, ocorridos recentemente, não pode ser esquecida a figura emblemática de Manuel Beckman.
Foi ele, antes de Tiradentes, o cristão novo que se levantou no Maranhão contra o estado lusitano, que, séculos depois, fez o Brasil trocar o regime monárquico pelo republicano.
Por seu ousado gesto, Beckman ou Bequimão foi preso e enforcado.
HOTEL DA AMAZÔNIA
O majestoso Hotel Tropical, construído em Manaus, fechou as portas e mergulhado em dívidas que somam mais de R$ 20 milhões.
A Justiça autorizou o leilão do mais luxuoso hotel da Amazônia, que recebeu hóspedes importantes da vida política e cultural do país e do exterior.
Quando o Hotel Tropical, estava em fase de construção, nos anos 1980, o Grupo Varig, proprietária do empreendimento, convidou jornalistas brasileiros para o visitarem.
Do Maranhão, eu e Pergentino Holanda fomos convidados.
BOLIVIANOS NO MARANHÃO
Com a crise política estourada na Bolívia, vale lembrar o motivo pelo qual, anos atrás, instalou-se em São Luís um consulado boliviano.
O governo da Bolívia soube através de uma emissora de rádio do Maranhão, que milhares de bolivianos em São Luís, comemoravam a vitória do time do Sampaio Correia, cujas camisas ostentam as cores da bandeira do país vizinho.
Por conta disso, o governo boliviano nomeou um cônsul para representá-lo em São Luís.
ESQUERDA E DIREITA
Com a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República, político assumidamente contrário ao ideário socialista, a dicotomia direita e esquerda voltou à cena brasileira.
Afinal, o que significa ser de direita ou de esquerda?
Esses termos surgiram na virada do século XVIII para o XIX, quando na Assembleia Nacional Constituinte da França, os jacobinos ou progressistas, ocupavam o lado esquerdo e os girondinos ou conservadores, ocupavam o lado direito.
SARNEY EM SÃO LUÍS
O ex-presidente José Sarney e Dona Marly não abrem mão de passar as festas de Natal e Ano Novo, em São Luís, em companhia de familiares e amigos.
Por isso agendaram o dia 28 deste mês para chegarem a esta cidade, onde costumam ficar até o carnaval.
Na semana passada, o casal Sarney esteve em São Paulo, onde Dona Marly fez revisão médica.
AVENIDA PAULISTA
Há anos eu não passava o dia de domingo em São Paulo.
Aproveitei essa rara oportunidade, para ver algo que os meus olhos jamais viram: a transformação da Avenida Paulista, onde se localiza o principal centro financeiro do país, num animado palco de diversões e recreações.
Ao longo da avenida, durante todo o dia, uma multidão de paulistas e turistas, de todas as faixas etárias e camadas sociais, ali, marca presença, para de maneira descontraída, brincar e se divertir.
Naquela manhã de domingo, vi de tudo: gente dançando, cantando e rebolando, apresentações teatrais e circenses, protestos políticos de bolivianos a favor de Evo Morales e de brasileiros a favor de Jair Bolsonaro e contra os ministros do Supremo Tribunal Federal.
ZÉ PEREIRA
Numa das padarias mais selecionadas e conhecidas de São Paulo, encontrei à venda um produto maranhense: o Zé Pereira.
Curioso, perguntei o preço. Para minha surpresa, mais barato do que em São Luís.