O último livro que o escritor Bernardo Almeida escreveu e deixou para a posteridade recebeu o título de “Éramos felizes e não sabíamos”.
Pelo retumbante sucesso da primeira edição, lançada em 1989, mereceu a reedição pelo SIOGE, em 1992, em cujas páginas o autor registra de modo brilhante os momentos memoráveis vividos ao longo do tempo, ora tranquilos, ora tumultuados.
Bernardo Almeida ainda envidou esforços para publicar o livro pela terceira vez, ato não materializado pelo lamentável desaparecimento do autor da obra, que deixou São Luís mais triste e mais pobre, em se tratando de um intelectual que amava a cidade e fez dela o motivo principal de sua inspiração para produzir trabalhos em prosa e poesia.
Eu, particularmente, desde que li pela primeira vez “Éramos felizes e não sabíamos”, fui envolvido pela sua agradável leitura, tanto que o reli em outras oportunidades, pelo prazer de me transportar para a São Luís, dos anos 1950 e 1960, tempo que Bernardo Almeida retratou de forma magistral e sentimental a cidade e como viu e descreveu as figuras humanas que nela habitavam e faziam dela um lugar de encantos mil e movida a histórias e tradições.
Um dos capítulos mais interessantes do livro “Éramos felizes e não sabíamos”, intitulado “Nem tudo está perdido”, relata as peripécias praticadas pelos agentes políticos do Maranhão, na sua ânsia de se manterem ou de tomarem o poder.
Nele, Bernardo conta como e por que ingressou na militância política maranhense, candidatando-se nas eleições de 1962 a deputado estadual pelo Partido Libertador, elegendo-se por conta do prestígio conquistado em São Luís, como jornalista e radialista, ocasião em que usava os microfones da Rádio Difusora do Maranhão, através do quais lia crônicas de sua autoria.
No exercício do mandato popular, a ele foram confiadas missões políticas espinhosas, como a do poderoso senador Vitorino Freire, que rompido com o governador Newton Bello, desejava que Raimundo Bacelar apoiasse a candidatura de Renato Archer e não a de Costa Rodrigues, tarefa que Bernardo realizou, mas sem sucesso.
Depois, a pedido do governador Newton Bello, assumiu a responsabilidade de combater a candidatura de José Sarney a governador, na Assembleia e nos programas patrocinados pela Justiça Eleitoral, missão cumprida constrangidamente até porque era amigo e confrade do candidato oposicionista.
Outro episódio que o deixou abatido foi o da eleição da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, em 1966, para cuja presidência o deputado Magno Bacelar seria eleito por maioria de votos, mas teve a sua pretensão derrubada pelos militares, que indicaram o deputado Nunes Freire para substituí-lo.
Ao final do capítulo, Bernardo Almeida, de forma lúcida, homenageia os políticos maranhenses que se tornaram credores da confiança do povo, como seus legítimos representantes, com destaque para: “A grandeza de Clodomir Cardoso, a dignidade de Genésio Rego, o prestígio de Vitorino Freire, a seriedade de Sebastião Archer, a honestidade de Eugênio Barros, a bravura de Lino Machado, o civismo de Newton Bello, o descortino de Clodomir Millet, o discurso de Neiva Moreira, a sagacidade de Ivar Saldanha, o idealismo de Manoel Gomes, a solicitude de Renê Bayma, o altruísmo de Henrique de La Rocque, a hombridade de Antônio Dino, o caráter de Pedro Neiva, a fibra de Isaac Dias, a austeridade de Nunes Freire, a nobreza de Renato Archer, a lealdade de José Burnett, o talento de Cid Carvalho, a combatividade de Domingos Freitas Diniz, a operosidade de João Castelo, a autenticidade de Alexandre Costa, a popularidade de Epitácio Cafeteira e o carisma de José Sarney.”
LENÇÓIS MARANHENSES
Não basta o apoio do Presidente Jair Bolsonaro e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para que a proposta do senador Roberto Rocha, com vistas às alterações no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, seja considerada de relevante importância para o Estado. Antes de apresentá-la no Senado, sob a forma de projeto de lei e ser matéria polêmica, o senador deveria promover um amplo debate em São Luís e Barreirinhas, com autoridades, ambientalistas e técnicos, para saber da viabilidade da sua proposta do ponto de vista social e econômico e da repercussão na vida dos moradores dos Lençóis Maranhenses.
MÁQUINA FEDERAL
O Palácio do Planalto realiza levantamento para saber os deputados e senadores mais aquinhoados com as benesses da máquina federal.
Pelo que se sabe, a bancada maranhense, nesse particular, não pode se queixar do Governo Bolsonaro, pois todos, uns mais, outros menos, foram contemplados com as bondades palacianas.
Até mesmo os que não votaram a favor da Reforma da Previdência, como o senador Weverton Rocha e os deputados Bira do Pindaré, Zé Carlos e Márcio Jerry, tiveram pleitos atendidos.
HOMENAGEM A DONA CLARICE
Os filhos de Dona Clarice Haickel, Joaquim e Nagib, não vão deixar os noventa anos de sua idolatrada mãe passar em brancas nuvens.
Uma comemoração ao estilo dos Haickel se realizará no começo de outubro, para celebrar o auspicioso evento.
Dona Clarice, do alto de seus noventa anos, mantém-se lúcida e atenta ao que acontece não apenas ao seu redor, mas a tudo que diga respeito ao bem da humanidade.
Pena que o marido Nagib Haickel, por desaparecer prematuramente, não esteja presente nessa homenagem à mulher amada.
GASTÃO ACERTOU
Agosto passou e o Presidente Jair Bolsonaro não marcou presença em São Luís, para inaugurar a reforma da Rua Grande.
O deputado Gastão Vieira jamais acreditou na vinda de Bolsonaro a São Luís para cumprir essa programação.
Primeiro, porque os recursos da reforma da Rua Grande, executada pelo IPHAN, vieram do Projeto das Cidades Históricas, programados no Governo Dilma Roussef.
Segundo, porque os recursos gastos foram liberados no Governo do Presidente Temer.
CASAMENTO À VISTA
O ex-governador José Reinaldo Tavares, nas proximidades da celebração de seu casamento com a engenheira Crisálida Rodrigues, não esperava ser molestado pelo seu coração, que o conduziu às pressas a um hospital, onde submeteu-se a procedimento cirúrgico, que o transformou em safenado.
Com o coração completamente recauchutado, José Reinaldo marcou a data do casamento, solenidade que acontecerá a 6 de dezembro vindouro, assistida apenas por familiares e amigos de sua intimidade.
MARANHENSES E PAULISTAS
Os maranhenses Jesus Gomes e Raimundo Buzar, há anos radicados na capital paulista, resolveram transformar uma pequena área do Shopping Iguatemi em Praça João Lisboa.
Diariamente, das 17 às 20 horas, marcam presença naquele espaço, em companhia de amigos da mesma faixa etária, oportunidade em que passam em revista assuntos da vida brasileira, mas tendo o Maranhão como pano de fundo.
Ao longo do bate-papo, despesas só com cafezinho e água mineral.
MULHERES DE PRESIDENTES
Nos meios políticos e diplomáticos, o infeliz comentário do Presidente Jair Bolsonaro sobre a esposa do Presidente da França, continua produzindo reflexos negativos à imagem do Brasil no exterior.
A propósito: ao longo do regime republicano, só duas primeiras damas brasileiras não foram bafejadas pela natureza: as esposas dos presidentes Getúlio Vargas e Ernesto Geisel.
Quanto à mais bela, nenhuma arrebata a pole position de Maria Tereza Goulart.
DE VOLTA DA PAULICEIA
Como diz a canção de Roberto Carlos, “Eu voltei, voltei para ficar, porque aqui é o meu lugar”, depois de quase dez dias em São Paulo, onde estive sem objetivos gastronômicos ou para curtir a vida noturna, mas cumprir com Solange agendas médicas.
Nessa temporada na capital paulista, afora os compromissos médicos, assistimos peças teatrais, visitamos livrarias, participamos de lançamentos editoriais, fomos aos famosos “sebos”, à cata de livros raros ou esgotados e marcamos presença nos sofisticados e monumentais shoppings centers, como bons consumidores.