Sabendo que o ex-presidente José Sarney estava de viagem marcada para São Luís (sexta-feira, 28 de junho), aguardei a sua chegada para ouvir de viva voz o que ocorreu em Brasília, na tarde de 24 de junho, quando ele e Flávio Dino encontraram-se e conversaram durante duas horas, de modo respeitoso.
O encontro histórico, assim chamado pelo deputado Roberto Costa, veio à tona por iniciativa do governador maranhense, que, nos últimos tempos, encarnou o papel de impiedoso adversário político do sarneísmo, mas teve como intermediador o ex-presidente do PC do B, Renato Rabello, amigo de longas datas de Sarney.
Acertado o onde, quando e como, Flávio, que se fazia acompanhar do deputado comunista, Orlando Silva, foi recebido diplomaticamente na residência depor José Sarney, a e Sarney Filho, que deixaram Flávio à vontade para iniciar a longa e amistosa conversa, com a participação apenas do anfitrião e do governador.
A conversa inicia com Sarney dizendo a Dino que, com respeito à política maranhense, se manterá em silêncio, pois dela se afastou em função da avançada idade, tanto que passou o bastão para Roseana, Sarney Filho e o neto, José Adriano.
O assunto que veio à baila em seguida, gira em torno da situação política nacional, em que ambos, apreensivos com os atos e os fatos que acontecem no país, precisam ser vistos e discutidos à luz dos preceitos democráticos e da legalidade.
Nesse particular, Sarney anuncia o lançamento de um livro de sua autoria, por meio do qual espera contribuir, em razão da experiência e do conhecimento, para o Brasil sair dessa crise sem o uso de medidas radicais e inconstitucionais.
Em seguida, a conversa descamba para a temática literária, que Sarney espera dedicar-se de corpo e alma, com livros, alguns já lançados e ofertados ao governador.
Após esse momento literário, a palavra fica com Flávio Dino, que a usa para dissertar sobre assuntos de São Luís, onde executará o projeto “Nosso Centro”, para beneficiar o Centro Histórico e adjacências, com a aplicação de R$ 140 milhões, destinados a revitalizá-lo e dinamizar o turismo e a economia.
Sarney, aproveita a oportunidade para reclamar do pouco interesse do Governo com relação ao Convento das Mercês, ao qual doou e deixou um acervo de grande relevância cultural, artístico e histórico, mas sem receber um tratamento adequado, fato que o governador promete apurar e corrigir.
Terminado o encontro, que suscitou tanta controvérsia, uma pergunta se faz necessária e imperiosa: o que realmente Flávio Dino desejava de Sarney, naquela tarde brasiliense, se não estava em jogo qualquer proposta de acordo político a nível estadual?
Parafraseando Pirandello, diria que assim se me parece o gesto do atual governador: mostrar ao país que por pensar em sua candidatura a Presidente da República, procurou Sarney para uma conversa, não apenas por ser uma das figuras mais proeminentes do centro político brasileiro, mas que está aberto e pronto para dialogar com forças políticas semelhantes, sem as quais a sua candidatura não sairá do chão e sem chance de ele subir a rampa do Palácio do Planalto.
Flávio Dino também sabe que se apoiado só por grupos esquerdistas, sua candidatura corre o risco de não se viabilizar, haja vista as últimas eleições presidenciais, em que Lula e Dilma Rousseff galgaram ao poder porque tiveram como companheiros de chapa, respectivamente, o empresário mineiro, José Alencar, e o ex-deputado paulista Michel Temer.
A propósito: reportagem da revista Veja, na semana passada, mostra que até agora só existem sete candidatos a candidatos à Presidência República: Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Sérgio Moro, Fernando Hadad, Rodrigo Maia, Wilson Witzel, João Dória e Luciano Huck.
Em tempo: a entrevista do governador Dino ao Jornal Pequeno, domingo passado, coincide literalmente com o que Sarney manifestou a este jornalista. Parabéns aos dois.
JUÍZA E PROMOTORA
Estou feliz e alegre com as presenças da magistrada, Mirela Freitas, e da promotora, Carla Mendes, na Comarca de Itapecuru-Mirim.
Desde que chegaram na minha terra, passaram a desenvolver um trabalho harmonioso e profícuo, que culminou, dias atrás, no lançamento de um projeto extremamente importante e saudável chamado “Teia de Sustentabilidade”.
Por meio desse projeto, a juíza e a promotora sensibilizaram a comunidade, sobretudo os jovens, da rede pública estadual e municipal, para a preservação do meio ambiente, a inclusão social e a promoção da saúde.
FESTAS JUNINAS
Quero parabenizar o Governo do Estado pelo espetacular festejo junino que São Luís viu este ano.
Há muito tempo eu não via a população e a cidade se mobilizarem em torno de um evento que funcionou maravilhosamente.
Menção especial para o arraial do IPEM, onde a montagem de um ambiente cenográfico, encantou o povo e virou a grande atração do evento junino.
O GLOBO NA CONTRA MÃO
Profundamente lamentável o tratamento discriminatório da TV Globo com relação aos festejos juninos de São Luís.
Como pode a principal emissora de televisão do país priorizar e destacar eventos realizados nas cidades pernambucanas e paraibanas, à base de forró e de quadrilhas (cada vez mais carnavalescas), e deixar de lado e não mostrar ao Brasil as ricas e maravilhosas manifestações populares e folclóricas do Maranhão?
REDE HOTELEIRA
Tenho um amigo que mora em Brasília e, na época dos festejos juninos, precisou vir a São Luís para tratar de assuntos profissionais.
Dos hotéis mais sofisticados aos mais populares, todos lotados.
A solução foi procurar uma casa de saliência (motel), onde hospedou-se, mas ficou em estado de abstinência e jejum sexual.
TROCA-TROCA
O governador Flávio Dino fez algumas mexidas no primeiro escalão do Governo.
Na secretaria da Cultura, tirou o apagado Diego Galdino e nomeou o desconhecido Anderson Lindoso.
Tomara que não seja uma troca de seis por meia dúzia.
DO CEUMA AO PALÁCIO
O técnico José de Jesus Azzoline, cuja vida profissional é marcada pela competência e honestidade, mudou de pouso.
Na iniciativa privada ou no setor público, Azzoline é o mesmo: trabalha com dedicação e responsabilidade.
Ao deixar o CEUMA recebeu imediato convite de Marcelo Tavares, para prestar serviços na Casa Civil do Governo.
EU E LOURIVAL
Este jornalista, que aos domingos ocupa a metade da segunda página do Caderno Alternativo, e o desembargador Lourival Serejo, integrantes da Academia Maranhense de Letras, recebemos comunicação do presidente da Academia Brasiliense de Letras, de que fomos eleitos para compor o Quadro de Membros Correspondentes daquela Instituição.
BOIS DE PARINTINS
Observei nestas festas juninas, que alguns Bumba-Bois estão cometendo um crime contra a nossa cultura popular.
Influenciados pelos Bois de Parintins, trocaram a melodia de nossas toadas pela dos amazonenses.
A Secretaria da Cultura precisa ficar atenta a essa distorção e não ajudá-las financeiramente, ato da alçada do Governo do Amazonas.
DEFINIÇÃO DE ILHA
Ao assumir o cargo de prefeito de São Luís, em 1965, o novo gestor da cidade, Epitácio Cafeteira assim a definiu: – É uma ilha cercada de bosta e de buraco por todos os lados.