Para surpresa e decepção minha e de numerosos maranhenses, que acompanham a nossa trepidante vida política, um ato legislativo inédito no País, acaba de ser executado na chamada Casa do Povo, que deixou a opinião pública estarrecida e os deputados estaduais em situação delicada pelo cometimento de um procedimento indecoroso na vida parlamentar.
Ao longo do tempo, o plenário da Assembleia Legislativa do Maranhão foi palco de acontecimentos absurdos que deixaram a sociedade perplexa e revoltada, mas não podem ser comparados com os ocorridos, na semana passada, quando 41 deputados ordeiramente votaram e aprovaram um projeto casuístico, destinado a beneficiar políticos interessadas em usar o poder para materializar projetos mirabolantes ou inconfessáveis, arrimados em eleições fora de época, expedientes que se imaginavam banidos de nossa vida pública e que colidem com o discurso do governador Flávio Dino, que não se cansa de apregoar, aqui e alhures, que o Maranhão mudou.
Como o Maranhão pode ter mudado com uma Assembleia em que governistas e oposicionistas se juntam para praticar um casuísmo inominável e escandaloso, que não encontra similar no País, razão porque ficará registrado como um marco triste e vergonhoso na vida pública maranhense, manchada por procedimentos promíscuos, uma vez que modificaram o Regimento Interno da Casa do Povo, para que a Mesa Diretora se transforme num instrumento a serviço da politicagem, dos politiqueiros e da politiquice.
Nesse particular, não é de hoje que essas práticas nocivas conquistaram espaço e ganharam corpo no Maranhão. Quem tiver boa memória há de lembrar como três ex-presidentes da Assembleia Legislativa, deputados Manoel Ribeiro, Arnaldo Melo e Humberto Coutinho, em momentos diferentes, por meio de projetos de resolução, alteraram o Regimento Interno da Casa, com o fito de realizaram eleições intempestivas para mantê-los no comando das Mesas Diretoras.
Enquanto os ex-presidentes tiveram os mandatos ampliados nas proximidades do término dos mandatos, Othelino Neto, conseguiu a proeza de ficar quatro anos na Presidência da Assembleia, cargo para o qual se elegeu em fevereiro deste ano, portanto, há três meses.
Mas por que essa precipitada e berrante antecipação da eleição para o mandato da atual Mesa Diretora só acabar em 2022?
São inúmeras as versões. A que me convenceu veio de um bem informado blogueiro, segundo o qual o projeto que beneficiou diretamente o deputado Othelino foi construído em função de seu futuro político, tendo em vista que pretende concorrer a um alto cargo eletivo, possivelmente o de senador, caso o governador Flávio Dino dispute a sucessão do Presidente Bolsonaro.
Para a viabilização desse projeto, Othelino precisava continuar no comando da Assembleia Legislativa, no cargo que conquistou mediante eleição fora de época e da aplicação da política sanfransiscana do “é dando que se recebe”, que será infinita enquanto durar.
Enquanto tudo isso acontece e deixa o povo bestializado, nada melhor do que a frase histórica e antológica do grande baiano Rui Barbosa, que cabe como uma luva no Maranhão atual: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
SUGESTÃO AOS DEPUTADOS
Por que os deputados, para acabar de uma vez por todas com essas eleições fora de época, não aprovam um projeto determinando que o mandato da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa seja de quatro anos e acabe no mesmo dia do governador do Estado?
Em tempo: uma louvação especial ao deputado Hélio Soares, o único que votou contra o projeto de Othelino e justificou com sabedoria e lucidez as razões que o levaram a assim proceder.
CANDIDATO DO BELO SEXO
Se o deputado Evangelista Neto emplacar sua candidatura a prefeito de São Luís, pode ter certeza que terá uma excelente votação do sexo feminino.
As mulheres dizem que votam nele por considerá-lo “um pão”.
EMOÇÕES DE LUIS FERNANDO
De uns dias para cá, Luís Fernando Silva tem vivido variadas emoções.
Depois de renunciar ao mandato de prefeito de São José de Ribamar, foi tocado pela emoção de ser convidado pelo governador Flávio Dino para assumir o cargo de secretário de Governo para Estudos Especiais.
Como se não bastassem essas emoções públicas, vive, também, fortes emoções no campo sentimental, pois, como dizem os colunistas sociais, está “in love” com uma cantora maranhense de projeção nacional, mas garanto que não é Alcione.
MARIDO E MULHER
Os municípios de Santa Rita e de Bacabeira são dirigidos pelos prefeitos Hilton Gonçalo e Fernanda Gonçalo.
Na vida privada formam um casal harmonioso e na cena pública administram cidades para as quais foram eleitos, mas não se queixam da falta de recursos para administrá-las e ainda se dão ao luxo de realizar eventos festivos como o povo gosta.
Como são ricos, talvez, promovam essas festas com recursos próprios.
SÓ DEUS SABE
Encontrei no lançamento dos livros do poeta Luís Augusto Cassas, o correto juiz federal, Roberto Veloso.
Depois dos cumprimentos, uma pergunta se tornou imperiosa: – Será ou não candidato a prefeito de São Luís?
A resposta veio rápida: – Deus é quem sabe.
PREFEITO PERIFÉRICO
Numa animada conversa com o competente economista, José Cursino Raposo, secretário de Planejamento da Prefeitura de São Luís, uma pergunta veio na lata: – Por que o prefeito Edivaldo Holanda Junior se ausenta demasiadamente dos eventos que ocorrem no centro da cidade?
Cursino responde no mesmo tom: – Porque o prefeito gosta é da periferia.
PROJETO DE WEVERTON
O senador Weverton Rocha apresentou um projeto determinando que valores apreendidos ou recuperados, no Brasil e no exterior, referente ao produtos de crime praticados contra a administração pública, sejam destinados às áreas da educação, saúde e segurança.
Seria bom que o senador Weverton, com base no projeto de sua autoria, devolvesse aos cofres públicos, os recursos que teriam sido desviados da obra de recuperação do Ginásio Costa Rodrigues, quando foi secretário de Esportes.
PROMESSA A MAURA
Depois que o Presidente Jair Bolsonaro recebeu em audiência a ex-deputada Maura Jorge, as expectativas em torno de sua nomeação, não para a presidência da Embratur, mas para um órgão federal, com representatividade no Maranhão.
Em Lago da Pedra, onde Maura foi prefeita, é mais quem faz promessa a São José de Ribamar, para ela ser nomeada para qualquer cargo federal.
BETH CARVALHO
Morreu a cantora que sabia interpretar como ninguém as duas músicas mais bonitas do Brasil: As rosas não falam, de Cartola, e Andança, dos compositores Edmundo Souto, Danilo Caymi e Paulinho Tapajós.