O VEREADOR JOÃO ALBERTO

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O mundo político maranhense ficou pasmo ao tomar conhecimento de que o senador João Alberto de Sousa não concorreria a nenhum cargo eletivo nas eleições de 2018, ele que no percurso de cinquenta anos de atuação pública, participou ativa e destemidamente das refregas eleitorais, majoritárias e proporcionais, sem que as urnas o tivessem decepcionado.

O afastamento extemporâneo de João Alberto da cena eleitoral, fluiu de modo misterioso e sem qualquer informação à opinião pública, causando impactos a adversários e aliados, sobretudo àqueles que sempre o acompanharam nas disputas políticas, iniciadas em 1970, quando concorreu, pela primeira vez, a um cargo eletivo, ao lado de José Sarney, a quem sempre dedicou total solidariedade, lealdade e sinceridade.

Dotado de invejáveis virtudes políticas e de exaltadas qualidades morais, reconhecidas por correligionários e antagonistas, João Alberto, construiu uma longa trajetória de sucessos eleitorais, que lhe valeram conquistar um mandato de deputado estadual, dois mandatos de deputado federal, duas vezes vice-governador do Estado, governador do Maranhão (onze meses), prefeito de Bacabal (sete meses) e dois mandatos de senador da República.

No exercício desses cargos eletivos, brilhou e nenhuma acusação foi a ele imputado, a partir dos meados da década de sessenta, ao trocar o Rio de Janeiro, onde era líder sindical, pelo Maranhão, atendendo o convite do governador José Sarney, que o nomeou para cargos importantes da administração estadual, no exercício dos quais, por ser rigoroso e determinado no trato com os negócios públicos, recebeu o apelido de Carcará.

Poucos os casos ocorridos no Maranhão, sobretudo na área da segurança pública, que não foram resolvidos pela sua incontida bravura cívica, destacando-se a operação policial bem-sucedida, na região tocantina, livrando-a de um bando de criminosos e assaltantes.

Como João Alberto ou Carcará, conquistou prestígio e popularidade, que o levaram a ingressar na militância partidária, filiando-se à Arena, pela qual disputou as eleições de 1970 e conquistou um lugar ao sol na Assembleia Legislativa do Estado.

Da Assembleia pulou para a Câmara de Deputados, onde por dois mandatos representou o povo maranhense e dali saiu para ser o companheiro de chapa do governador Epitácio Cafeteira. Nas eleições municipais de 1988, autorizado pela Assembleia Legislativa, licenciou-se da função de vice-governador e elegeu-se prefeito de Bacabal. Vitorioso, exerceu o cargo por alguns meses, sendo convocado para, como vice-governador, substituir Cafeteira, que renunciara a chefia do Executivo para ser candidato ao Senado da República. A posse de João Alberto foi contestada politicamente pelos deputados estaduais e juridicamente pelo presidente do Poder Judiciário, desembargador Almeida e Silva, ambas implodidas pelo Supremo Tribunal Federal, que garantiram a ele o direito de assumir o Governo do Estado, onde ficou 11 meses no cargo, mas deu um show como gestor público. O seu empenho pessoal na eleição de Edison Lobão contribuiu para elegê-lo governador.

Essa passagem de João Alberto pelo Palácio dos Leões, deu-lhe cacife para duas vezes ser o companheiro de chapa de Roseana Sarney ao Governo do Estado e posteriormente se candidatar ao Senado da República, onde cumpriu dois mandatos. No primeiro mandato, ocupou a vice presidência da Casa; no segundo, presidiu a polêmica Comissão de Ética.

A longa caminhada política de João Alberto, permeada mais de êxitos do que de fracassos, deve-se a duas palavras que não existem no seu vocabulário: traição e covardia, que não cultiva e nunca as usou em qualquer circunstância. Quem pode testemunhar isso é o ex-presidente José Sarney, que jamais duvidou da sua amizade e lealdade.

Estou chegando ao final desse panegírico, sem revelar o que João Alberto, como amigo fraterno e colega de infância, me confidenciou dias atrás. 1) Não disputou as eleições de 2018 para, como bom pai, não prejudicar a reeleição do filho, João Marcelo à Câmara dos Deputados; 2) Em 2020, voltará às ruas de Bacabal para ser candidato a vereador; 3) Se eleito, quem sabe, recomeçará a sua gloriosa vida política.

BASE DE ALCÂNTARA

As Forças Armadas, na sua grande maioria, manifestaram-se contra a proposta do presidente Bolsonaro de instalar no território nacional uma base militar dos Estados Unidos.

Se isso acontecesse, poderia prejudicar as negociações com os americanos, que se mostram bastante interessados na Base de Alcântara.

SLOGAN DE GOVERNOS

Das sugestões apresentadas ao Presidente Bolsonaro, no tocante ao slogan de seu Governo, optou pelo “Pátria Amada Brasil”, expressão extraída do Hino Nacional.

No Maranhão, há quem pense também em criar um slogan para o Governo do Estado, que poderá ser sacado do Hino Maranhense: “Maranhão, Berço de Heróis.”

SUCESSOR OU SUCESSORA

Do discurso do governador Flávio Dino, na solenidade de sua posse, para cumprir o segundo mandato, extraio essa pérola política.

“Minhas mãos e minha ficha continuam cem por cento limpas e assim estarão quando eu entregar o Estado para o meu sucessor ou sucessora.”

Significa dizer que uma mulher poderá substituí-lo. Falta só combinar com o povo

QUEBRA DE PROTOCOLO

Em Brasília e São Luís, na solenidade de posse do Presidente Jair Bolsonaro e do governador Flávio Dino, a quebra do protocolo foram visíveis.

No Palácio do Planalto, quem se encarregou de passar por cima do ritual, foi a esposa do novo chefe de Governo, que fez um discurso em libras.

No Palácio dos Leões, o protocolo foi quebrado pela primeira vez, com a faixa de governador passando pelas mãos de várias pessoas.

PRESENTE DE NATAL

Quem, em 2018, recebeu o maior presente de Natal foi o empresário Mauro Fecury.

Ao apagar das luzes do ano velho, veio a informação oficial de Brasília de que o Ministério da Educação autorizara o funcionamento do curso de Medicina na capital da República.

Com o curso de Medicina em Brasília, sobe para quatro o número de cidades onde o Grupo Fecury prepara profissionais da saúde para prestar bons serviços à sociedade: São Luís, Imperatriz e Belém.

KÁTIA EMPLACOU NOVAMENTE

O País inteiro pediu e o presidente da República, Jair Bolsonaro, nomeou Kátia Bogéa para continuar à frente do IPHAN.

Quando eu disse o País, significa que valeu também o pedido especial do ex-presidente José Sarney, que chegou ao Palácio do Planalto através da sua numerosa legião de amigos.

A presença de Kátia no IPHAN é a certeza de que o nosso patrimônio histórico e artístico não será esquecido, a despeito de vozes isoladas.

DIFÍCIL RELACIONAMENTO

Na entrevista concedida à Folha de São Paulo, o governador Flávio Dino não deu sinal de que deseja uma aproximação com o Presidente Jair Bolsonaro.

Ao contrário disso, reafirma a sua posição de distanciamento do Palácio do Planalto e espera ter com o novo chefe da Nação o mesmo relacionamento que teve com o ex-presidente Michel Temer: institucional e normal.

Como Bolsonaro não é Temer, o tempo dirá se acatou a sugestão do governado maranhense de manter esse tipo de relação.

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