AS ÓBVIAS PREVISÕES DE 2019

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Os meios de comunicação, impressos ou eletrônicos, costumam, nos finais de ano, oferecer aos leitores, espectadores e ouvintes longas entrevistas com videntes, médiuns, pais de santos, cartomantes e similares, dos quais procuram extorquir prognósticos e previsões sobre atos e fatos que podem vir à tona no ano entrante.

Através dessas figuras, supostamente dotadas de poderes sobrenaturais, somos informados a respeito do que está reservado à humanidade, que assim saberá se no novo ano teremos fartura ou carência, alegria ou tristeza, sucesso ou insucesso, vitória ou derrota, sorte ou azar e outras coisas que tais.

Cabe à crença de cada pessoa confiar nessas previsões, que vocalizadas pelos mensageiros do além, chegam até nós como verdades inequívocas ou produtos de imaginações vagas e mirabolantes.

Eu, particularmente, não acredito em tais previsões, mas não censuro e nem critico os que nelas acreditam, as quais, por serem manifestações sobrenaturais, se originam num mundo desconhecido, que não tenho nenhum interesse em desvendar.

Dito isso, que sejam conhecidas as previsões por mim pensadas e focalizadas neste pedaço de página, que, ao contrário das sobrenaturais, não emanam do além, mas da realidade vivida pela sociedade e do dia a dia que costumo olhar de frente e sem subterfúgio, que pululam ao meu redor, como os discriminados na sequência abaixo.

  • No tocante ao setor público, vislumbra-se até aonde a vista alcança, que não haverá modificações de monta na equipe do Governador Flávio Dino, neste segundo mandato. Se ocorrerem serão pontuais ou para atender problemas meramente circunstanciais.
  • Neste segundo mandato, Flávio Dino encontrará mais dificuldades para governar do que no primeiro, pelo enfrentamento direto com o novo presidente da República, Jair Bolsonaro, evidenciado desde a campanha eleitoral e resultado de um conflito ideológico entre um direitista assumido e um esquerdista militante. Essa situação, se materializada, poderá incidir no funcionamento da máquina administrativa estadual, que para desempenhar-se a contento precisa estar ajustada à política econômica e financeira do Governo Federal.
  • Na equipe do presidente Jair Bolsonaro dificilmente haverá lugar para gente do Maranhão, pois os votos que ele conquistou em nossa terra foram produtos de sua atuação pessoal. O grupo político que o apoiou era inexpressivo e desunido.
  • Se alguém do Maranhão vier a integrar o novo governo, será Kátia Bogéa, pois há um forte movimento nacional para que permaneça à frente do IPHAN, onde realiza um trabalho notável em favor do patrimônio histórico e artístico do Brasil.
  • É mais do que provável a adesão dos deputados federais, eleitos em 2018, às fileiras bolsonaristas. A grande maioria da bancada maranhense no Congresso Nacional é constituída de políticos fisiológicos.
  • Apenas um deputado federal será convocado pelo governador Flávio Dino para fazer parte do primeiro escalão do seu governo. A convocação será para que o suplente Gastão Vieira assuma o mandato.
  • Da Assembleia Legislativa, o chefe do Executivo dificilmente convocará alguém. Se Rogério Cafeteira fosse o primeiro suplente da sua coligação, provavelmente poderia ser aproveitado. Como não foi, poderá contentar-se com um prêmio de consolação na estrutura administrativa.
  • Se as eleições para a Prefeitura de São Luís fossem este ano, poderia haver um estremecimento entre o Governador Flávio Dino e o Prefeito Edvaldo Holanda, quanto ao candidato a gestor municipal. O candidato de Flávio é Felipe Camarão e o de Edvaldo chama-se Pedro Lucas.
  • O ex-presidente José Sarney, mesmo sem cargo eletivo, continuará um político respeitado e certamente ouvido pelos novos ocupantes do Palácio do Planalto. Bem relacionado em Brasília e com numerosa legião de amigos, alguns dos quais ocuparão cargos importantes no Governo Bolsonaro, Sarney está longe de ser peça de museu.
  • A grande maioria dos atuais prefeitos do Maranhão, continuará praticando desonestidades e sem cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, dando munição ao Ministério Público para denunciá-los como gestores irresponsáveis e passiveis da perda de mandatos, mas permanecerão ilesos pela ação da magistratura, invariavelmente acostumada a poupá-los.

11 – Com relação ao setor privado, indiscutivelmente, o Grupo Mateus assumirá o comando total do mercado consumidor maranhense, que ficará sujeito ao monopólio de um poderoso empresário, que levou de roldão os concorrentes, que se obrigaram a fechar as portas de seus empreendimentos.

12 – No ramo farmacêutico, 2019 será, também, o do sufocamento total das farmácias de médio e pequeno porte, provocado pela chegada do Grupo Raia, de São Paulo, que, em tempo recorde, instalou em São Luís mais de dez Farmácias Drogasil, todas localizadas no setor habitacional de maior poder aquisitivo da cidade (Calhau, Ponta D’Areia e Olho D’Àgua).

13 – Quanto ao setor da construção civil, que, nos últimos anos, ausentou-se do mercado imobiliário maranhense, por causa de algumas construtoras paulistas, que deixaram a desejar com o lançamentos de empreendimentos de qualidades comprometedoras, a tendência é que poderá, em 2019, se recuperar e ter novamente atuação destacada em São Luís e outras cidades do interior do Estado.

APUPOS DESNECESSÁRIOS

Era visível a presença de claques na solenidade de inauguração da nova Praça do Panteon.

As claques chegaram a vaiar indevidamente o Ministro-chefe da Casa Civil, Carlos Marun, que representava no evento o Presidente Michel Temer.

O troco do ministro foi imediato e forte. Protestou em nome do agente público que deu ao Maranhão uma obra de grande envergadura.

GESTO ALTIVO DE KÁTIA

A presidente do IPHAN, Kátia Bogéa, também e injustamente, recebeu apupos da claque presente na Praça do Panteon.

Ela teve coragem e dignidade para agradecer o quanto o ex-presidente José Sarney fez para os recursos do PAC das Cidades Históricas serem liberados com regularidade e as obras de revitalização da Praça Deodoro e da Rua Oswaldo Cruz não sofressem solução de continuidade.

FLÁVIO E KÁTIA

O relacionamento pessoal e administrativo entre o governador Flávio Dino e a presidente do IPHAN, Kátia Bogéa, sempre foi tenso.

Essa rota de colisão vem desde que Flávio assumiu o Governo do Estado e lutou para Kátia não ser a titular do IPHAN.

Na solenidade de inauguração da Praça do Panteon, Kátia foi literalmente ignorada pelo governador.

IPÊS NO PANTEON

Um belo gesto do engenheiro Henry Duailibe, dono da Construtora Ducol, responsável pela obra que deu nova imagem à Praça do Panteon.

Ele fez questão de doar e plantar na praça recentemente inaugurada três imponentes pés de Ipês amarelos.

As frondosas árvores faziam parte da paisagem de um sítio de propriedade do engenheiro, localizado no interior da Ilha.

MUTISMO DA FIEMA

Na solenidade comemorativa dos 50 anos da Federação das Indústrias do Maranhão, esperava-se que o presidente Edilson Baldez se posicionasse com relação a ameaça do futuro Governo da República de dar uma facada no Sistema S.

Nesse assunto, o silêncio da Fiema foi total, mas o presidente Baldez brilhou ao brindar a assistência com um strip-tease, ainda que parcial, que lhe valeram aplausos.

SARNEY NA POSSE

Do Cerimonial do Palácio do Planalto, o ex-presidente José Sarney recebeu convite para marcar presença na posse do novo Presidente da República, Jair Bolsonaro.

Depois que deixou o cargo mais importante do País, Sarney já assistiu a posse dos ex-presidentes Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Roussef e Michel Temer.

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