Pode-se afirmar com a mais absoluta convicção de que na cena brasileira, até agora, ainda não apareceu um político mais anti-Bolsonaro do que o maranhense Flávio Dino.
Essa animosidade ao presidente eleito do Brasil, pelo que se imagina, é antiga e parece ser simultaneamente pessoal e política, haja vista a maneira como o governador maranhense a ele se refere no trivial cotidiano.
Nem quando as pesquisas de opinião pública apontavam o candidato do PSL como o preferido do eleitorado, Flávio Dino deixou de cutucá-lo com vara curta.
Além de não apoiá-lo, não dispensava a vez e muito menos a oportunidade de taxá-lo como despreparado para dirigir os destinos do País, envolvido em terrível e desafiadora crise econômica e social.
O tom das críticas a Bolsonaro recrudesceu mais ainda, em extensão e profundidade, no segundo turno das eleições presidenciais, quando o governador avocou a responsabilidade de dar a Fernando Hadad, candidato do PT e de Lula, esmagadora vitória eleitoral no Maranhão, ao manifestar, de modo eloquente, o seu desapreço, diga-se de passagem, nada amistoso ao candidato da direita.
Não por acaso Haddad veio duas vezes a São Luís, a última na reta final da campanha eleitoral, para participar da vibrante caminhada, sob o comando do próprio governador, que, nas ruas da cidade, cantava e gritava, a pleno pulmões, o nome do seu candidato e pedia ao povo para nele votar, cenas vistas e comentadas nos meios de comunicação e redes sociais.
Desse gigantesco trabalho, resultou a exuberante vitória do candidato Fernando Haddad, que saiu das urnas no Maranhão, com 73,26 % dos votos válidos (2.428.913) contra 26,74 % dos votos válidos (886.565) de Bolsonaro.
Com esse troféu nas mãos, o governador entrou em campo para, de maneira firme e determinada, deslanchar um novo e ambicioso projeto político, alavancado no seu desempenho nas eleições presidenciais, nas quais impôs implacável derrota ao candidato do PSL.
Por causa dessa façanha, Flávio instrumentalizou-se para ocupar o espaço que a esquerda começou a perder com a prisão de Lula e agravado com as derrotas sofridas pelos candidatos do PT, Francisco Hadad, e do PDT, Ciro Gomes, nas recentes eleições.
Ocupar esse espaço político, para o governador maranhense, não seria algo difícil ou complicado, tendo em vista a sua trajetória de vida, toda ela voltada para as causas esquerdistas, mormente nos dias correntes, quando em nome das forças oposicionistas, vem batendo de frente no presidente eleito, sem temer qualquer represália pessoal ou política.
Essa empreitada de não deixar Bolsonaro só na cena política, como se ele fosse o dono da verdade, Flávio assumiu com o pensamento naquela máxima de que “bebe água limpa quem chega primeiro na fonte.”
Sustentado nisso, não quer deixar escapar a oportunidade ímpar de se apresentar, ainda que precocemente, mas de corpo inteiro, como alternativa viável às lutas que deverão ser desencadeadas no Brasil, nos dias incertos que virão por aí.
Esse projeto que o governador espera ser acolhido pelas esquerdas, tem dupla face. De um lado, a possibilidade de ele, como opositor de Bolsonaro, ser um potencial candidato à próxima sucessão presidencial. De outro lado, porém, um perigoso risco pode afetar o Estado do Maranhão e deixá-lo em situação nada agradável.
Trata-se da vulnerabilidade da nossa economia, sujeita a sofrer problemas de toda natureza, assacados pelas autoridades federais, por meio de processos nada agradáveis, como cortes de verbas e suspensão de recursos indispensáveis ao funcionamento da máquina administrativa estadual.
CONSTITUINTES MARANHENSES
As comemorações alusivas aos trinta anos da Constituição do Brasil, promulgada em 1988, fazem lembrar os parlamentares maranhenses que participaram dos trabalhos da elaboração da vigente Carta Magna.
Vinte e um constituintes se elegeram com a missão de fazer com que o Brasil tivesse uma Constituição democrática e progressista. Quinze estão vivos e seis partiram para o andar de cima.
Os vivos: Albérico Ferreira Filho, Antônio Gaspar, Costa Ferreira, Edison Lobão, Eliezer Moreira, Enoc Vieira, Francisco Coelho, Haroldo Saboia, Jaime Santana, Joaquim Haickel, José Carlos Saboia, José Teixeira, Onofre Correia, Sarney Filho e Wagner Lago.
Os falecidos: Alexandre Costa, Cid Carvalho, Davi Alves Silva, João Castelo, Vitor Trovão e Raimundo Vieira da Silva.
LUTA PESSOAL
Há quem diga que entre o governador Flávio Dino e o presidente eleito, Jair Bolsonaro, há mais razões pessoais do que políticas a separá-los.
Esse antagonismo vem do tempo em que os dois eram deputados federais e travaram, como representantes da esquerda e da direita, discussões violentas e muitas vezes na iminência de chegarem às vias de fato.
Portanto, não é de agora e nem por motivos apenas políticos e ideológicos, que Flávio e Bolsonário se odeiam.
SIMPLÍCIO E GASTÃO
Rigorosamente certo: os dois primeiros suplentes da coligação de apoio à candidatura do Governador Flávio Dino, Simplício Araújo e Gastão Vieira, deverão assumir os mandatos de deputados federais.
Vão ocupar os lugares dos titulares, Márcio Jerry e Rubens Junior, nomeados para o primeiro escalão do Governo do Estado.
Rubens Junior deverá ser o novo secretário de Saúde e, quem sabe, um dos preferidos do Governador para sucedê-lo.
OS PRESIDENCIALISTAS
Cada Chefe de Governo que chega ao Poder Executivo no Brasil, imprime um tipo de presidencialismo que o difere dos antecessores ou sucessores.
Juscelino Kubitscheck impôs ao País um Presidencialismo de Coalizão. O de Sarney, Conciliação; o de Fernando Collor, Agressão; o de Itamar Franco, Conversação; o de Lula, Cooptação; o de Dilma, Destruição; o de Temer, Negação.
Acham que o de Jair Bolsonaro será de Arrumação.
VOTO DE SARNEY
Pelo fato de ser senador pelo Amapá, José Sarney deixou alguns anos de votar em São Luís.
Nas eleições deste ano, voltou a ter o seu domicílio eleitoral em São Luís, reencontrando-se com as suas origens políticas.
Neste segundo turno, estava na fila de votação quando uma mulher perguntou se ele era candidato a algum cargo.
Sarney respondeu negativamente, mas lembrou que dois filhos e um neto corriam atrás de votos: Roseana, Zequinha e José Adriano.
FESTA DOS AMIGOS
Mauro Fecury bateu o martelo e marcou para o dia 15 de dezembro o evento festivo que realiza todos os anos.
A Festa dos Amigos de 2018 , coordenada por Cláudia Vaz dos Santos, terá como atração o grande cantor Altemar Dutra Junior.
O evento, como sempre, acontecerá nas dependências do Ceuma, com início marcado para 10 horas.
SESSENTA ANOS DE CASADOS
Amigos e parentes do general Murilo Tavares e da esposa Clenir Furtado, marcaram presenças em Brasília, na semana passada, no evento comemorativo de importante data na vida do casal maranhense.
A celebração dos sessenta anos da feliz união de Murilo e Clenir, figuras bastante queridas em São Luís, pois fazem parte de famílias tradicionais, foi um acontecimento que abalou a capital da República.
A convite de Mauro Fecury o casal estará em São Luís, no dia 15 de dezembro, para participar da Festa dos Amigos e receber as merecidas homenagens.
A ONDA BOLSONARISTA
A onda bolsonarista que invadiu o Brasil inteiro nas recentes eleições presidenciais, incrivelmente, não chegou ao Maranhão.
Espantei-me quando o relatório do Tribunal Regional Eleitoral mostrou que apenas em três municípios maranhenses o candidato Jair Bolsonaro teve mais votos do que Fernando Hadad: Imperatriz, Açailândia e São Pedro dos Crentes.
Em São Luís, onde acreditava que o candidato do PSL ganhasse, Hadad o suplantou.