De 1945, com o retorno do Brasil ao regime democrático, a 2018, dezessete personalidades ocuparam os cargos de Presidentes da República, cinco eleitos por via indireta e doze através do sufrágio universal, direto e secreto.
Dos presidentes que governaram o Brasil de 1945 a 1960, Eurico Dutra (1945 a 1950), Getúlio Vargas ( 1951 a 1955), Juscelino Kubitscheck(1956 a 1960) e Jânio Quadros e João Goulart (1961 a 1964), participei apenas da última por motivo de ordem legal: havia completado 18 anos, idade que o brasileiro se habilita ao direito de voto.
A eleição de 1960, em que fiz o meu debut como eleitor e com domicílio eleitoral no Rio de Janeiro, votei no candidato do PSD-PTB, marechal Henrique Lott, militar austero, mas nacionalista. Não fui bem-sucedido naquele pleito, pois o eleitorado votou em massa no candidato da UDN, Jânio, que, pela sua impulsividade, renunciou ao mandato em agosto de 1961 e substituído pelo vice, João 1Goulart.
Com a deposição de João Goulart pelos militares, em abril de 1964, o Brasil passa a ser governado por presidentes eleitos por via indireta, isto é, sem a participação popular. Durante vinte anos ( 1964 a 1985), o povo brasileiro ficou sem votar em Presidentes da República, período em que foram chamados para dirigir os destinos do país, os generais Castelo Branco (1964-1966), Costa e Silva (1966-1969), Garrastazu Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974-1978) e João Batista Figueiredo (1978-1985).
Com o fim do regime militar, o Brasil retorna ao Estado de Direito, mas ainda usa o Colégio Eleitoral para eleger os candidatos que fariam a transição da ditadura para a democracia: Tancredo Neves, presidente, e José Sarney, vice-presidente, para o mandato de 1985 a 1989, exercido pelo político maranhense, em razão do falecimento do líder mineiro.
Sarney convoca a Assembleia Nacional Constituinte, que restitui ao povo brasileiro o direito de eleger pelo sufrágio universal, direto e secreto em 1989, numa eleição de seis candidatos: Fernando Collor, Luiz Inácio Lula, Leonel Brizola, Mário Covas, Paulo Maluf e Afif Domingues.
Naquelas eleições, a segunda da minha vida, vencida no primeiro turno pelo ex-governador de Alagoas, votei no ex-governador de São Paulo, Mário Covas, do PSDB.
Para enfrentar Collor, que teve o meu voto no segundo turno, Lula não resistiu ao poderio eleitoral do político alagoano, que, no governo, envolve-se em corrupção e sofre impeachement, que resulta na subida ao poder do vice, Itamar Franco, na gestão do qual ocorreram as eleições à sua sucessão, realizadas em 1994 e disputadas pelos candidatos Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva, Orestes Quércia, Leonel Brizola e Enéas Carneiro. Votei em FHC, que com uma votação exuberante, eliminou o segundo turno.
Uma canhestra reforma na Constituição de 1988 permite a Fernando Henrique concorrer à sucessão de 1998, tendo como adversário Lula da Silva, Ciro Gomes e Enéas Carneiro. FHC reelege-se no primeiro turno e mais uma vez Lula não viu a cor do meu voto.
A partir do pleito de 2002, a cena política brasileira muda de paisagem, com o PT e a sua figura de maior expressão, Lula da Silva nas alturas. Ele vence a disputa contra José Serra, Antonhy Garotinho e Ciro Gomes, no primeiro turno, mas sem a maioria absoluta da votação, leva a eleição para o segundo turno, que ganha, mas sem o meu voto.
Em 2006, Lula participa pela sexta vez do processo sucessório à Presidência da República, tendo como adversário Geraldo Alckmin, e os senadores Heloísa Helena e Cristovam Buarque. Ganha no primeiro e segundo turno, neste, duela contra o ex-governador de São Paulo. Como nos pleitos passados o meu voto não fez nenhuma falta a Lula.
Em 2010, como a legislação eleitoral veda a Lula o direito de ser novamente candidato, ele indica a sua fiel escudeira, ministra Dilma Russef, para substituí-lo no Palácio do Planalto, tendo como concorrentes o senador José Serra, a ex-ministra Marina Silva e o deputado Plínio Sampaio. Dilma é mais votada, mas não alcança votação suficiente para evitar o segundo turno, que disputa com o paulista José Serra e vence.
No pleito de 2014, Lula impõe a reeleição de Dilma para o cargo que ocupava, não obstante a resistência de alguns setores do PT. Ela enfrenta os candidatos Aécio Neves, Marina Silva, Eduardo Jorge e Luciana Genro, mas é obrigada por lhe faltar votos no primeiro turno, a novamente se digladiar contra Aécio Neves, que perde o segundo turno para Dilma por inexpressiva votação.
Dilma por ser farinha do mesmo saco de Lula, fica, também, sem os meus votos nas eleições de 2010 e de 2014.
BONS TEMPOS
Bons tempos aqueles em que as campanhas eleitorais se realizavam com base em farto material gráfico.
Sem cartazes, santinhos, bandeirolas, banners, adesivos e carros de som, que infernizavam os ouvidos da gente, mas animavam as carreatas, as caminhadas e os comício, a campanha eleitoral perdeu o elan e ficou apática.
No interior do Estado, a indiferença do eleitorado se faz presente por causa desse procedimento da Justiça Eleitoral, que poderia repensar o assunto.
PREFEITOS EM POLVOROSA
Se já era ruim a situação dos prefeitos do Maranhão, face à carência de recursos, mais dramática ficou, neste semestre, com a diminuição dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios.
A grande maioria dos gestores municipais ainda não pagou a folha do funcionalismo referente a agosto.
Aviso aos navegantes: funcionário público que não recebe pagamento em dia costuma votar na oposição.
ELEIÇÃO DE ELSIOR
Se há um candidato tranquilo com relação às eleições deste ano este é Elsior Coutinho.
Nesta quinta-feira, 27 de setembro, os membros da Academia Maranhense de Letras se reunirão para elegê-lo sucessor de Manoel Lopes.
A eleição de Elsior, ao contrário das que vão eleger os detentores de cargos eletivos majoritários e proporcionais, será tranquila até porque não terá concorrente.
CORTELLA É DEMAIS
Eu tinha uma imensa vontade de conhecer e ouvir uma palestra do educador e filósofo Mário Sérgio Cortella, por considerá-lo um dos homens mais cultos, inteligentes e preparados deste país.
Essa vontade materializou-se na semana passada ao participar da solenidade no Colégio Dom Bosco, que ao celebrar seus 60, trouxe de São Paulo o professor Cortella.
Saí daquela solenidade em estado de graça, pois o brilhante conferencista, durante duas horas, deu um show de conhecimento de literatura, sociologia, psicologia, pedagogia, tudo isso vocalizado em linguagem simples, acessível, dosada de humor e sem perder a ternura.
FLÁVIO E BOLSONARO
Os ex-deputados federais Jaime Santana e Joaquim Haickell acham que entre o governador Flávio Dino e o deputado Jair Bolsonaro há uma gritante semelhança.
Eles têm medo de perder o primeiro turno, pois sabem que a derrota de ambos no segundo turno é praticamente fatal.
CONSTRANGIMENTO
Nada mais constrangedor para o candidato ao Senado, Weverton Rocha, do que ouvir no palanque e nos programas de radio e televisão, de que só a sua companheira de chapa, Elisiane Gama é portadora de ficha limpa.
PODER ADIPOSO
Pelos problemas e desafios que enfrentam nos governos, os chefes de Executivos do Maranhão, no exercício de suas atividades, costumam perder peso.
O governador Flávio Dino, nesse particular, anda na contra mão de seus antecessores: está mais gordo do que nunca e com papada visível.