SÃO LUÍS COM DOIS PREFEITOS

0comentário

Pouca gente sabe que nos meados da década de 1960, São Luís viveu uma experiência administrativa curiosa, quando teve à frente da prefeitura dois gestores municipais.

O ato que gerou esse quadro estranho na vida pública maranhense aconteceu a 8 de julho de 1967, há 52 anos, protagonizado por um jovem vereador à Câmara Municipal de São Luís, chamado Luiz Rocha, quando fez  uma denuncia contra o prefeito Epitácio Cafeteira pela prática de gastos exorbitantes e sem a devida prestação de contas à edilidade, razão pela qual requer uma Comissão de Parlamentar de Investigação, aprovada pela maioria dos vereadores.

A reação de Cafeteira à CPI foi imediata e forte no sentido de impedir os vereadores a terem acesso aos documentos contábeis, arquivados na Secretaria da Fazenda. Por conta disso, aflora uma crise entre a Câmara Municipal e a Prefeitura, que ganha destaque na imprensa por extrapolar da esfera política para a jurídica, no âmbito da qual são impetradas ações e recursos pelas partes em litígio. Enquanto o presidente da CPI, vereador José Mário Ribeiro da Costa, requer garantia de acessibilidade aos cofres da Secretaria da Fazenda, Cafeteira, peticiona no sentido de impedir os vereadores de se apoderarem dos documentos, guardados e lacrados nos cofres, onde estariam registrados os gastos do prefeito.

Em pleno calor dessa luta judicial, Cafeteira declara à imprensa que só há uma forma dos vereadores examinarem os livros da Prefeitura: se passassem por cima de seu cadáver. Como se não bastasse, toma três decisões de risco pessoal e de repercussão pública. 1) transfere a residência oficial do prefeito, do Outeiro da Cruz, para o Palácio La Ravardiére, a fim de defender com ardor o mandato exerce e o cargo que ocupa; 2) suspende todos os serviços que a Prefeitura prestava à população; 3) revela que têm vales que comprometem a idoneidade moral de alguns membros da CPI.

INTERVENÇÃO NA PREFEITURA

Em outubro de 1967, quando a crise completa três meses, sem que uma fórmula política ou jurídica apareça para conciliar as partes em conflito, uma bomba estoura: dez vereadores encaminham ao governador José Sarney (rompido com Cafeteira), um pedido de intervenção do Estado no Município de São Luís, por noventa dias. O governador, com base no parecer do Procurador-Geral, Esmaragdo Sousa e Silva, não acata o pedido de intervenção, no disposto de que o assunto estava sob o domínio do Tribunal de Justiça.

DUALIDADE DE PREFEITOS

Diante desse impasse institucional, a Câmara de Vereadores resolve esticar a corda com a convocação  do vice-prefeito, Waldemar Carvalho, que se distanciara de Cafeteira, para investir-se no cargo de prefeito, ato realizado em 6 de dezembro. Assim, a prefeitura da Capital maranhense, que já estava engessada, complica-se ainda mais com a presença de dois gestores no exercício do cargo.

Se Cafeteira despachava no seu gabinete de trabalho, transformado em residência oficial, o professor Waldemar Carvalho fazia que trabalhava, confortavelmente sentado, no gabinete do presidente da Câmara Municipal, vereador José Mário Ribeiro da Costa, este, por sinal, com a espada de Dâmocles sobre a sua cabeça, pois Cafeteira o denunciara à Justiça Eleitoral por se eleger ao arrepio da legislação.

CAFETEIRA DÁ VOLTA POR CIMA

Com a Prefeitura, com dupla gestão, o caos se estabelece na Cidade, agravada pela posição do Poder Judiciário que não decide nada e descontenta ao mesmo tempo o prefeito e os vereadores.

Diante desse quadro de incerteza e dubiedade, Cafeteira, que passara as festas de Natal e Ano Novo confinado em seu gabinete, resolve, por sua conta e risco, enfrentar os vereadores que lhe faziam oposição, tentando atraí-los para um amistoso diálogo.

O prefeito chegou à conclusão de que em vez de ameaça-los ou levá-los à execração pública, seria mais prudente se aproximar deles e tentar convencê-los a conversar ou trocar ideias sobre um assunto que precisava ter outro desfecho. Essa estratégia foi posta em execução por Cafeteira e o fez com habilidade e obstinação. Aos poucos e pacientemente, com ajuda de amigos, conseguiu quebrar a resistência dos oposicionistas, os quais, também, cansados buscavam uma alternativa para acabar com uma crise que só fazia desgastá-los junto à população, que se desesperava com a falta de espírito público de ambos os lados.

NA SANTA PAZ

Quem imaginou ser impossível o estabelecimento de um acordo, para a paz voltar a reinar na municipalidade, equivocou-se redondamente, pois os vereadores sentiram que as propostas de Cafeteira, com vistas ao cessar-fogo, procediam e poderiam unir vencidos e vencedores num ato em que todos, em nome do diálogo,  fumassem o cachimbo da paz.

VALES QUEIMADOS

 

Como estava escrito nas estrelas, a Câmara voltou a funcionar, com os vereadores desistindo do pedido de intervenção do Governo do Estado na prefeitura e apreciando os projetos de interesse do prefeito. Este por sua vez, em nome da concórdia, liberou os recursos orçamentários destinados ao pagamento dos subsídios dos vereadores, que há meses não viam a cor deles.

Mas o coroamento daquela operação de paz formalizou-se com ruidosa festa de confraternização, a 12 de janeiro de 1968, no gabinete de Cafeteira, tendo como ápice o ato pirotécnico da incineração dos vales, guardados e lacrados no cofre da Secretaria de Fazenda.

SALVE O SÁLVIO

Nesta quarta-feira, 6 de junho, a cidade de João Lisboa, na região tocantina, vai acontecer uma festa de arromba.

Nesse dia, a esposa Iolete e o filho Saulo promovem um evento festivo, cujo ponto alto é um jantar tipicamente sertanejo, em homenagem a Sálvio Dino, que completa 86 anos.

Pelos numerosos amigos do aniversariante, João Lisboa não terá espaço para abrigar os que vão marcar presença em tão importante efeméride.

FUX VEM AÍ

Pelo estrondoso sucesso da palestra do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, sob os auspícios da Universidade Ceuma, vem aí mais ilustre membro daquele Poder.

Trata-se do ministro Luiz Fux, que, em São Luís, certamente repetirá o mesmo sucesso do colega.

Como ministro do STF e presidente do Superior Tribunal Eleitoral, ele deve abordar um tema que domina a sociedade brasileira no momento: eleições.

EMPATE NA ELEIÇÃO

Na recente eleição, realizada na Academia Maranhense de Letras, com vistas à sucessão do poeta Manoel Lopes, que ocupava a Cadeira 18, aconteceu algo inédito.

Empate na votação. Nos três escrutínios, os candidatos Elsior Coutinho e Salgado Maranhão conquistaram 19 votos cada um.

Em vista desse surpreendente empate, a diretoria da AML realizará nova eleição, para a qual as inscrições estão abertas e com prazo de encerramento a 21 de julho.

O MAIS CONHECIDO

Não é político, nem jogador de futebol, tão pouco pai de santo, o maranhense mais conhecido hoje no Brasil.

Pela presença na mídia e pelo sucesso que vem fazendo no mundo artístico, esse maranhense responde pelo rebolativo nome de Paulo Vittar.

Trata-se de uma pessoa que nasceu na cidade de Santa Inês, mas tem pouca ou quase nenhuma identidade com sua terra e sua gente.

ELEGÂNCIA PARLAMENTAR

Os deputados estaduais que fazem parte da atual legislatura, salvo poucas exceções, diferem de todos os que já exerceram mandatos naquele Parlamento.

A diferença entre os deputados atuais e os passados não reside quanto ao desempenho parlamentar, mas na roupa de vestir.

Sejam representantes do sexo masculino ou do feminino, todos primam pela elegância e com roupas bem talhadas e de bom gosto.

“DIREITOS” DE LULA

O Brasil  é realmente um país que prima pela insensatez e incoerência. Circulou a notícia de que os advogados de Lula conseguiram na Justiça o direito de ele ter segurança, carro e assessores.

Agora, a pergunta que não quer calar: se está preso para que segurança, carro e assessor?

 

Sem comentário para "SÃO LUÍS COM DOIS PREFEITOS"


deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS