AS COPAS DA MINHA VIDA

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Ao longo dos 88 anos de vida da Copa do Mundo, o Brasil marcou presença em todos os campeonatos em que estava em jogo a supremacia do futebol.

Só a partir da Copa do Mundo de 1938, realizada na França, o povo brasileiro teve condições de ouvir pelo rádio o desempenho dos jogadores que nos representavam naquele campeonato.

Por causa dos conflitos bélicos, que dominavam a Europa, os jogos da Copa do Mundo não aconteceram na década de 1940. Após o término da II Guerra Mundial, a Copa renasce em 1950, tendo o Brasil como país anfitrião. Ainda que a televisão tenha sido inaugurada em São Paulo, naquele ano, os jogos da Copa do Mundo, só chegaram aos lares brasileiros através das emissoras de rádio.

Em 1970, com a realização da Copa do Mundo no México, o Brasil conquistou a terceira Taça Jules Rimet. Foi naquele país que o rádio passou a dividir com a televisão a transmissão dos jogos de futebol, gradativamente monopolizados pela Rede Globo, que, este ano, deu um show de bola, graças à fantástica e estrondosa estrutura humana, física e tecnológica montada na Rússia, com recursos provenientes de poderosos anunciantes, que possibilitaram uma cobertura jornalística jamais vista no país.

Um ano antes de começar a atual Copa do Mundo, a  Rede Globo já marcava presença no país promotor do evento, de onde seus repórteres mandavam notícias e faziam reportagens sobre o que ali acontecia, como preparativo para uma transmissão sem defeito e produzida com esmero, competência e eficiência.

Eu, que vim de uma época em que a transmissão da Copa do Mundo se fazia pelo rádio, com desusado interesse,  acompanhei o auspicioso salto tecnológico que de uns anos para cá a Rede Globo de Televisão incorporou às suas jornadas esportivas, para proporcionar ao povo brasileiro transmissões da melhor qualidade técnica e jornalística.

Se este ano, a cobertura TV Globo foi impecável, sob qualquer aspecto, o que não será daqui a quatro anos, com o avanço cada vez mais forte do homem sobre a natureza?

Mas enquanto aguardamos 2022, quando a Copa acontecerá no Catar, vale fazer um recuo no espaço e no tempo para lembrar que os três primeiros campeonatos mundiais de futebol tiveram por palco o Uruguai, a Itália e a França, respectivamente, em 1930,1934 e 1938, a respeito das quais quase nada posso comentar, pois ainda me encontrava na barriga da minha mãe.

As demais aconteceram em 1950, 1954, 1958, 1962, 1966, 1970,1974, 1978, 1982, 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018. De algumas, pelo bom desempenho do Brasil, guardo boas recordações; de outras, porém, pelo fracasso do nosso time, não vale lembrar.

É de bom alvitre dizer que as Copas realizadas entre 1950 e 1966 chegaram aos meus ouvidos através das emissoras de rádio; já, as de 1970 a 2018  foram ouvidas e vistas graças à invenção da televisão.

Dentre todas, três ficaram indelevelmente marcadas na minha vida: a de 1950, no Rio de Janeiro; a de 1958, na Suécia; e a de 1970, no México.

A primeira ocorrida no Rio de Janeiro, em que o Brasil perdeu para o Uruguai, eu, com 12 anos de idade, acompanhei a transmissão do jogo junto ao  povo de minha terra-Itapecuru, que por não dispor de aparelho de rádio, concentrava-se numa praça pública, para ouvir através de um serviço de alto falante – Voz Marilia, de propriedade do prefeito municipal, Miguel Fiquene, os lances narrados pelos locutores da Rádio Nacional.

A segunda Copa do Mundo a ficar retida na minha memória foi a da Suécia, onde o Brasil, em 1958,  conquistou o título de campeão e consagrou jogadores do nível de Didi, Newton Santos, Vavá e Pelé. À época, eu estudava no Rio de Janeiro e recordo que pelas rádios Nacional, Tupi e Tamoio o povo carioca ouvia a transmissão das partidas de futebol.

Não esqueço aquela Copa por duas razões. A primeira, porque morava com outros amigos maranhenses, num apartamento no Largo do Machado e fizemos um esforço pecuniário para comprar um aparelho de rádio movido à energia elétrica, sem o qual ficaríamos alienados do certame futebolístico. A segunda, por ser vizinho do Palácio do Catete, assisti de perto e ao vivo toda a solenidade em que o então presidente da República, Juscelino Kubitscheck, recepcionou os jogadores brasileiros e campeões do mundo.

A Copa do Mundo, no México, em 1970, é outra que continua intocável no meu consciente, porque o Brasil conquistou o seu terceiro título mundial e com as transmissões diretas dos jogos pela televisão, via satélite.   Mas nem todos os estados brasileiros se beneficiaram com essa maravilhosa novidade. O Maranhão, por exemplo, ficou de fora, mas o Piauí privilegiou-se com o precioso avanço tecnológico. Resultado: nos dias de jogos do Brasil, caravanas de São Luís e do interior do Estado rumavam para Teresina, sendo recebidos com saudações nada gratificantes como esta: “Maranhenses, sejam bem-vindos ao México.”

Eu não assisti a nenhum jogo em Teresina, pois, contentava-me, dias depois, em vê-los por meio do vídeo-tape e veiculados pela TV Difusora.

PROJETOS AMBICIONADOS

Entra governador e sai governador e o Maranhão continua sem a implantação em seu território de três projetos de suma importância para o desenvolvimento econômico do Estado.

Anotem: a Refinaria Premium, em Bacabeira, a Base Espacial de Alcântara, e a Zona de Processamento de Exportação, em São José de Ribamar.

Até agora são obras de Santa Engrácia.

ZONA DE EXPORTAÇÃO E PC do B.

A senadora amazonense, Vanessa Grassiotin, do PC do B,  a única que, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, votou contra o projeto de criação da Zona de Processamento de Exportações no Maranhão.

Setores políticos do Maranhão acham que o governador Flávio Dino deveria ter manifestado à senadora do Amazonas, que integra o mesmo partido dele, um devido protesto.

Há quem diga que o governador omitiu-se por um simples motivo: o autor do projeto.

MEMORIAL DE ANTÔNIO DINO

Oportuna iniciativa tomou a Fundação Antônio Dino,  reservando em sua sede um espaço para abrigar fotos, objetos e registros em homenagem a um cidadão cuja vida profissional e política  foi literalmente retilínea.

Trata-se de um Memorial para preservar e dar relevo a um homem que ao longo da sua existência só fez plantar o bem e prestar bons serviços à coletividade, à qual se dedicou com amor, zelo e dignidade.

Quando soube da inauguração do Memorial, comuniquei à família Dino o meu interesse em doar um precioso material sobre a vida e a obra de Antônio Dino, o que fiz na semana passada.

SECRETÁRIO DE SEGURANÇA

Até agora não se sabe o reservado ao senador João Alberto nas próximas eleições.

Há quem diga que ele poderá ser o companheiro de chapa de Roseana Sarney, mas há quem ache que ocupará um cargo de relevo no primeiro escalão do Governo, na hipótese de Roseana vencer o pleito.

A propósito: se Roseana, ao longo de sua campanha eleitoral, anunciar a presença de João Alberto na Secretaria de Segurança, garanto que a sua votação crescerá bastante.

FALTA VOTO

Os adeptos da candidatura de Weverton Rocha ao Senado dizem que ele “é o único candidato que tem estrutura própria de campanha, que vai do partido à militância social, passando pela força da comunicação e a aliança com prefeitos e candidatos de todas as ideologias”.

Não adianta ter tudo isso e lhe faltar o principal: o voto.

 

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O AI-5 NO MARANHÃO

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Ao longo do regime militar (1964 a 1985), 17 Atos Institucionais foram decretados no Brasil. O mais draconiano, o AI-5, veio a lume a 13 de dezembro de 1968, em revide a uma série de eventos políticos, desencadeados no País pelas forças que faziam oposição aos militares, destacando-se a Frente Ampla, formada pelos ex-presidentes Juscelino Kubitscheck, João Goulart e o ex-governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda.

A decretação do Ato Institucional-5 ocorreu após o veemente discurso pronunciado na Câmara Federal pelo deputado Márcio Moreira Alves, conclamando o povo brasileiro a realizar um boicote ao militarismo e a não participação nos festejos comemorativos à Independência do Brasil, pronunciamento considerado pelos militares como ofensivo “aos brios das Forças Armadas”.

Estribado no AI-5, o presidente da República, Costa e Silva, independente de qualquer ação judicial, decretou o recesso do Congresso Nacional, promoveu a intervenção  nos estados e municípios, cassou mandatos eletivos, suspendeu por dez anos os direitos políticos dos cidadãos, confiscou bens e suspendeu a garantia do habeas corpus.

Quem estava à frente dos destinos do Maranhão, em 1968, era o jovem governador José Sarney, que recebeu do governo militar tratamentos diferenciados. Antes do AI-5, no governo do presidente Castelo Branco, Sarney teve trânsito livre trânsito no Palácio do Planalto, face à excelente gestão que realizava no Estado. Com  a ascensão do general Costa e Silva ao comando do País, tudo mudou e o governador enfrentou momentos tormentosos, pois a linha dura do regime militar não o via com bons olhos e o acusava de contemporizar com  esquerdistas, estes, colocados em posições estratégicas na sua administração.

Naquela época, há cinquenta anos, os adversários e inimigos políticos de Sarney, daqui e de Brasília, que só pensavam em crucificá-lo e de apeá-lo do poder, exploraram maldosamente o fato de o governador maranhense marcar presença no almoço, no Clube Jaguarema, oferecido pelos estudantes do Curso de Economia ao ex-presidente Juscelino Kubitscheck, que participou em São Luís  da solenidade de formatura dos novos economistas.

O gesto democrático de Sarney deu ensejo à eclosão de uma desabrida conspiração, que, por pouco não culmina na perda do seu mandato de governador, com base no Ato Institucional – 5. Esse golpe não se materializou por dois motivos. Primeiro, pela mobilização nacional de influentes  setores políticos para neutralizar a ferrenha conspiração tramada pela linha dura do regime, no seu desejo de derrubá-lo do cargo que o povo maranhense lhe outorgou nas eleições de outubro de 1965. Segundo, pela reação do próprio Sarney, que chegou a divulgar um manifesto, no qual mostrava a intenção de lutar contra uma medida discricionária e escudada na vilania de seus opositores.

No Maranhão, naqueles idos, não foi apenas sobre a cabeça de Sarney que desabou toda a força repressora do AI-5. Dois brilhantes parlamentares maranhenses, que cumpriam mandatos na Câmara Federal e defendiam a volta do País à normalidade democrática, foram punidos: os deputados Renato Archer e Cid Carvalho, filiados ao MDB, tiveram os mandatos cassados e os direitos políticos suspensos por dez anos.

Na Assembleia Legislativa, o deputado Kleber Leite, que integrava os quadros da Arena, teve, também, o seu destino político estancado pelo Ato Institucional -5.

No Tribunal de Justiça, os efeitos daquele draconiano decreto se fizeram sentir e de maneira implacável sobre  dois desembargadores: Antônio Rodrigues Moreira, que o presidia, e Tácito da Silveira Caldas, punidos e aposentados de suas funções judicantes.

MARANHENSE NA RÚSSIA

Se alguém imagina que de São Luís não partiu nenhum maranhense com destino à Rússia, para assistir aos jogos do Brasil, na Copa do Mundo, equivocou-se redondamente.

Mesmo não sendo fanático por futebol, o economista Jerônimo Leite decidiu ver ao vivo as partidas em que o time do Brasil se apresentará.

Na condição de pé quente, acha que ajudará o Brasil a trazer para o nosso país a ambicionada taça Jules Rimet.

CARNAVALIZAÇÃO JUNINA

A cada ano, os festejos juninos, no Maranhão, estão a perder as suas características regionais e próprias.

Os bumba bois e as quadrilhas não se apresentam mais com aquelas roupas simples e comprometidas com as suas origens. As toadas deixaram de ter as singelezas e as purezas do povo, sendo substituídas por melodias estranhas às nossas brincadeiras. As danças cederam lugar às coreografias que nada têm a ver com as nossas tradições culturais.

Os folguedos juninos estão enveredando pelo mesmo caminho das brincadeiras carnavalescas, que abandonaram as suas raízes populares e autênticas, para aderirem e imitarem o que a televisão vem mostrando, com a sua força bombástica: o carnaval do Rio de Janeiro e da Bahia.

HOSPITAL DE PRIMEIRO MUNDO

Há tempos eu não botava os pés no Hospital São Domingos, o que fiz na semana passada, obviamente, por motivo de saúde.

Como maranhense, vibrei de  orgulho e de satisfação ao ver que as mudanças operacionais, físicas, humanas ali introduzidas, fizeram o hospital receber  inovações tecnológicas, que o levaram à modernidade e à otimização dos serviços prestados e o elevaram ao mesmo nível dos estabelecimentos de saúde dos centros mais adiantados do País.

Pelo que vi no Hospital São Domingos, no que diz respeito ao funcionamento, corpo profissional, tratamento, instalações e equipamentos, posso dizer, sem medo de errar, que, agora, o Maranhão dispõe de uma instituição médico-hospitalar qualificada e habilitada, que nos projeta a ingressar no primeiro mundo.

AO REDOR DA MÚSICA

Joaquim Haickel, como produtor e diretor de cinema, deu um show no 41º Guarnicê de Cinema, realizado em São Luís.

O que ele tem realizado para o desenvolvimento da sétima arte no Maranhão não tem preço. É lamentável ver o Poder Público não reconhecer o seu trabalho cinematográfico e dar a ele um tratamento desprezível.

No Festival de Cinema, que aqui aconteceu, Joaquim produziu e dirigiu um documentário de alto nível, que certamente será premiado onde for exibido.

Trata-se do “Ao redor da música”, que mostra a potencialidade de um humilde porteiro – Sérgio Pacheco, tenor e detentor de uma voz arrebatadora.

DEFINIÇÃO DE ILHA

Antigamente a geografia definia São Luís como uma ilha cercada de água por todos os lados.

Com os novos tempos, a geografia deu lugar à farmacologia e São Luís passou a ter uma nova definição: é uma ilha cercada de farmácia por todos os lados.

ECOPONTOS

Uma saudável iniciativa implantada na gestão do prefeito Edivaldo Holanda em São Luís: o Ecoponto.

Com o novo equipamento, a limpeza pública melhorou sensivelmente e fez a população pensar na máxima de Lavoisier: “na natureza nada se perde, tudo se transforma”.

É relevante ver como a sociedade aderiu a essa ação da municipalidade.

NO CAMINHO DA FIFA

Tem tudo para dar certo o projeto de conduzir Fernando Sarney à presidência da Fifa, que um grupo bem representativo do futebol mundial pavimenta, com competência e habilidade.

Como vice-presidente da CBF, ele já está com um pé na Fifa, onde representa a mais importante entidade do futebol brasileiro.

Ao falar em nome da Fifa, no recente congresso realizado em Moscou, Fernando está com tudo e não está prosa.

 

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GEISEL, VITORINO E SARNEY

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Dias atrás, o nome do general Ernesto Geisel, que governou o Brasil no período de 1974 a 1979, voltou ao noticiário nacional por causa de um documento secreto de 1974, liberado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, segundo o qual teria aprovado a continuidade de uma política de execuções sumárias de adversários da ditadura militar, bem como orientado o Chefe do Serviço Nacional de Informação, João Batista Figueiredo, seu sucessor na Presidência da República, a autorizar pessoalmente os assassinatos.

O documento, emanado de uma fonte do porte do Departamento de Estado do EUA, repercutiu no Brasil, onde o General Ernesto Geisel, por não ser considerado adepto da linha dura, tentou evitar que  o seu governo  fosse marcado por torturas e sevícias aos que faziam oposição ao regime militar.

A notícia, que tanta celeuma provocou nos meios políticos, chegou ao meu conhecimento no exato momento em que me entregava à leitura do livro intitulado “Ernesto Geisel”, organizado pelos historiadores Maria Celina D’Araújo Castro e Celso Castro, publicado pela Fundação Getúlio Vargas.

O livro, com quase 500 páginas, pautado em perguntas e respostas, mostra de forma eloquente a história de vida do ex-presidente da República, desde que ingressou na carreira militar até o momento em que chegou ao Palácio do Planalto, como sucessor de seu colega de farda, Emílio Garrastazu Médice.

Um ponto interessante do livro é a instigação dos historiadores ao entrevistado, com respeito ao Estado brasileiro que mais lhe deu problema no processo sucessório de governadores. A resposta do militar foi sem rodeios e taxativa: – O Maranhão.

Segundo Geisel, “No Maranhão, houve um problema difícil na indicação do candidato a governador, por causa do conflito existente entre Sarney e Vitorino Freire”. E prossegue: “Eu era amigo há vários anos do Vitorino, como também fui do Sarney, mas os dois eram completamente irreconciliáveis”.  E concluiu: “O Vitorino era muito desabrido. Dizia desaforos  sobre o Sarney, por isso, acabei por escolher um governador que era um homem probo, mas estabanado”.

A apreciação do general Geisel sobre o indicado para governar o Maranhão, merece, de minha parte, um reparo para corrigir uma gritante injustiça contra o cidadão Osvaldo da Costa Nunes Freire, por ele apontado como “um homem estabanado”.

Em hipótese alguma concordo com tamanha grosseria,   imputada a uma pessoa que ao longo da vida profissional (médico) e política (deputado estadual e federal),  não descambou para a prática de atos que o identificassem  como um troglodita ou que usasse a violência para se impor na sociedade. Quem o conheceu, sabe que era um homem dotado de forte personalidade, mas não fazia disso um instrumento para passar por cima de seus semelhantes, que fazia questão de respeitá-los em qualquer circunstância.

Convivi com Nunes Freire nos idos de 1964, na Assembleia Legislativa, como deputados de oposição ao Governo Newton Bello. Não esqueço a sua brava resistência às pressões militares para votar no projeto de cassação de mandatos parlamentares meu e de Sálvio Dino, que o povo maranhense  nos outorgou nas eleições de 1962.

FEIRAS DA CIDADE

Nos supermercados de São Luís, os produtos que mais faltaram, por ocasião da greve  dos caminhoneiros, foram frutas, verduras e legumes.

Mas quem procurou esses produtos nas feiras da cidade,  naqueles dias de angústia e apreensão, não se arrependeu e voltou satisfeito para casa.

Eu sou um frequentador semanal da feira do bairro de São Francisco, por isso, vi, em plena crise de desabastecimento,  os feirantes em suas barracas,  oferecendo em abundância os produtos hortifrutigranjeiros, exatamente os carentes nos supermercados.

Que se louve a prefeitura de São Luís por esse trabalho.

MILITARES E GABINETES

O Governo do Estado prestaria um grande serviço à segurança pública se em vez de nomear pastores evangélicos para capelães da Polícia Militar, procurasse acabar com uma prática nociva ao serviço público do Maranhão: a cessão de centenas de policiais para atuar como assessores administrativos e seguranças de autoridades.

Se o Governo providenciasse o retorno desses militares às suas corporações, a Polícia Militar passaria a contar com um reforço numeroso de profissionais, há anos  afastados de suas atividades específicas, os quais, reintegrados às suas origens, certamente prestariam serviços mais úteis à sociedade.

UM NOVO ROMANCISTA

As letras maranhenses acabam de ser enriquecidas com mais um valoroso romancista.

Trata-se do jovem Vinicius Bogéa, com o seu novo romance, Belo Maldito, publicado pela editora paulista, Novo Século, premiado em terceiro lugar num concurso   literário de âmbito nacional, promovido pela editora carioca Oito e Meio.

Antes de Belo Maldito, Vinicius Bogéa publicou três romances – Roubando Sonhos, Céu de Ilusões e Diário Oculto, todos elogiados pela crítica.

O IMBATÍVEL GUSTAVO

Em agosto vindouro haverá eleição na Universidade Estadual do Maranhão.

Pela positiva gestão que realiza na UEMA será inquestionável a recondução do  professor Gustavo  Costa ao cargo de reitor, para cumprir mais um mandato de quatro anos.

A reeleição do atual reitor é de tal forma insofismável que provavelmente não aparecerá  nenhum  candidato com coragem suficiente para enfrentá-lo.

CULTURA NA PONTA D’AREIA

O imponente prédio de azulejos ocupado pela Secretaria da Cultura, na Praia Grande, vai passar por ampla reforma.

Sendo um órgão que cuida, preserva e promove as tradições artísticas e culturais de nosso povo e de nossa gente, esperava-se que as suas atividades funcionais continuassem no Centro Histórico, onde o Estado dispõe de uma quantidade de imóveis desocupados.

Lamentavelmente, a Secretaria da Cultura transferiu-se de armas e bagagens para uma casa alugada, na Ponta D’Areia.

ZEZÉ E ELIR

No final do ano passado, Zezé e Elir Gomes, trocaram a velha São Luís pela moderna Guaratinguetá.

Não foi uma decisão fácil para um casal, nascido e criado em São Luís, onde vivia cercado do carinho de numerosos familiares e da admiração de amigos fraternais.

Mas a mudança aconteceu para atender ao chamamento dos filhos, radicados profissionalmente na progressista cidade paulista.

Este mês, Zezé e Elir retornaram a São Luís para matar as  saudades de parentes e amigos e assistirem o nascimento do segundo bisneto.

UM CANTOR BOEIRO

Acho Agnaldo Timóteo, como figura humana, um chato, mas como cantor, inegavelmente, é um extraordinário interprete da música popular brasileira, principalmente  na arte de cantar melodias românticas.

Por isso, não se justifica a presença de Agnaldo Timóteo nos arraiais juninos de São Luís, à custa do dinheiro público, para cantar um repertório musical que não tem nada a ver com o evento.

Para se adequar ao espírito junino, o cantor pretende se apresentar no show com indumentária de boeiro e cantando toadas do bumba-boi maranhense.

MARLON MELOU

O juiz Marlon Reis conquistou notoriedade nacional por defender uma ideia que virou lei e conhecida por Ficha Suja, que proíbe candidaturas a cargos eletivos de figuras políticas marcadamente comprometidas com a corrupção e condenadas pela Justiça.

Por ser oriundo da região do Tocantins, disputou as eleições de governador do Estado mais novo da Federação brasileira.

Como era um ilustre desconhecido, a sua votação foi desprezível, fato revelador de uma campanha política mal projetada.

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SÃO LUÍS COM DOIS PREFEITOS

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Pouca gente sabe que nos meados da década de 1960, São Luís viveu uma experiência administrativa curiosa, quando teve à frente da prefeitura dois gestores municipais.

O ato que gerou esse quadro estranho na vida pública maranhense aconteceu a 8 de julho de 1967, há 52 anos, protagonizado por um jovem vereador à Câmara Municipal de São Luís, chamado Luiz Rocha, quando fez  uma denuncia contra o prefeito Epitácio Cafeteira pela prática de gastos exorbitantes e sem a devida prestação de contas à edilidade, razão pela qual requer uma Comissão de Parlamentar de Investigação, aprovada pela maioria dos vereadores.

A reação de Cafeteira à CPI foi imediata e forte no sentido de impedir os vereadores a terem acesso aos documentos contábeis, arquivados na Secretaria da Fazenda. Por conta disso, aflora uma crise entre a Câmara Municipal e a Prefeitura, que ganha destaque na imprensa por extrapolar da esfera política para a jurídica, no âmbito da qual são impetradas ações e recursos pelas partes em litígio. Enquanto o presidente da CPI, vereador José Mário Ribeiro da Costa, requer garantia de acessibilidade aos cofres da Secretaria da Fazenda, Cafeteira, peticiona no sentido de impedir os vereadores de se apoderarem dos documentos, guardados e lacrados nos cofres, onde estariam registrados os gastos do prefeito.

Em pleno calor dessa luta judicial, Cafeteira declara à imprensa que só há uma forma dos vereadores examinarem os livros da Prefeitura: se passassem por cima de seu cadáver. Como se não bastasse, toma três decisões de risco pessoal e de repercussão pública. 1) transfere a residência oficial do prefeito, do Outeiro da Cruz, para o Palácio La Ravardiére, a fim de defender com ardor o mandato exerce e o cargo que ocupa; 2) suspende todos os serviços que a Prefeitura prestava à população; 3) revela que têm vales que comprometem a idoneidade moral de alguns membros da CPI.

INTERVENÇÃO NA PREFEITURA

Em outubro de 1967, quando a crise completa três meses, sem que uma fórmula política ou jurídica apareça para conciliar as partes em conflito, uma bomba estoura: dez vereadores encaminham ao governador José Sarney (rompido com Cafeteira), um pedido de intervenção do Estado no Município de São Luís, por noventa dias. O governador, com base no parecer do Procurador-Geral, Esmaragdo Sousa e Silva, não acata o pedido de intervenção, no disposto de que o assunto estava sob o domínio do Tribunal de Justiça.

DUALIDADE DE PREFEITOS

Diante desse impasse institucional, a Câmara de Vereadores resolve esticar a corda com a convocação  do vice-prefeito, Waldemar Carvalho, que se distanciara de Cafeteira, para investir-se no cargo de prefeito, ato realizado em 6 de dezembro. Assim, a prefeitura da Capital maranhense, que já estava engessada, complica-se ainda mais com a presença de dois gestores no exercício do cargo.

Se Cafeteira despachava no seu gabinete de trabalho, transformado em residência oficial, o professor Waldemar Carvalho fazia que trabalhava, confortavelmente sentado, no gabinete do presidente da Câmara Municipal, vereador José Mário Ribeiro da Costa, este, por sinal, com a espada de Dâmocles sobre a sua cabeça, pois Cafeteira o denunciara à Justiça Eleitoral por se eleger ao arrepio da legislação.

CAFETEIRA DÁ VOLTA POR CIMA

Com a Prefeitura, com dupla gestão, o caos se estabelece na Cidade, agravada pela posição do Poder Judiciário que não decide nada e descontenta ao mesmo tempo o prefeito e os vereadores.

Diante desse quadro de incerteza e dubiedade, Cafeteira, que passara as festas de Natal e Ano Novo confinado em seu gabinete, resolve, por sua conta e risco, enfrentar os vereadores que lhe faziam oposição, tentando atraí-los para um amistoso diálogo.

O prefeito chegou à conclusão de que em vez de ameaça-los ou levá-los à execração pública, seria mais prudente se aproximar deles e tentar convencê-los a conversar ou trocar ideias sobre um assunto que precisava ter outro desfecho. Essa estratégia foi posta em execução por Cafeteira e o fez com habilidade e obstinação. Aos poucos e pacientemente, com ajuda de amigos, conseguiu quebrar a resistência dos oposicionistas, os quais, também, cansados buscavam uma alternativa para acabar com uma crise que só fazia desgastá-los junto à população, que se desesperava com a falta de espírito público de ambos os lados.

NA SANTA PAZ

Quem imaginou ser impossível o estabelecimento de um acordo, para a paz voltar a reinar na municipalidade, equivocou-se redondamente, pois os vereadores sentiram que as propostas de Cafeteira, com vistas ao cessar-fogo, procediam e poderiam unir vencidos e vencedores num ato em que todos, em nome do diálogo,  fumassem o cachimbo da paz.

VALES QUEIMADOS

 

Como estava escrito nas estrelas, a Câmara voltou a funcionar, com os vereadores desistindo do pedido de intervenção do Governo do Estado na prefeitura e apreciando os projetos de interesse do prefeito. Este por sua vez, em nome da concórdia, liberou os recursos orçamentários destinados ao pagamento dos subsídios dos vereadores, que há meses não viam a cor deles.

Mas o coroamento daquela operação de paz formalizou-se com ruidosa festa de confraternização, a 12 de janeiro de 1968, no gabinete de Cafeteira, tendo como ápice o ato pirotécnico da incineração dos vales, guardados e lacrados no cofre da Secretaria de Fazenda.

SALVE O SÁLVIO

Nesta quarta-feira, 6 de junho, a cidade de João Lisboa, na região tocantina, vai acontecer uma festa de arromba.

Nesse dia, a esposa Iolete e o filho Saulo promovem um evento festivo, cujo ponto alto é um jantar tipicamente sertanejo, em homenagem a Sálvio Dino, que completa 86 anos.

Pelos numerosos amigos do aniversariante, João Lisboa não terá espaço para abrigar os que vão marcar presença em tão importante efeméride.

FUX VEM AÍ

Pelo estrondoso sucesso da palestra do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, sob os auspícios da Universidade Ceuma, vem aí mais ilustre membro daquele Poder.

Trata-se do ministro Luiz Fux, que, em São Luís, certamente repetirá o mesmo sucesso do colega.

Como ministro do STF e presidente do Superior Tribunal Eleitoral, ele deve abordar um tema que domina a sociedade brasileira no momento: eleições.

EMPATE NA ELEIÇÃO

Na recente eleição, realizada na Academia Maranhense de Letras, com vistas à sucessão do poeta Manoel Lopes, que ocupava a Cadeira 18, aconteceu algo inédito.

Empate na votação. Nos três escrutínios, os candidatos Elsior Coutinho e Salgado Maranhão conquistaram 19 votos cada um.

Em vista desse surpreendente empate, a diretoria da AML realizará nova eleição, para a qual as inscrições estão abertas e com prazo de encerramento a 21 de julho.

O MAIS CONHECIDO

Não é político, nem jogador de futebol, tão pouco pai de santo, o maranhense mais conhecido hoje no Brasil.

Pela presença na mídia e pelo sucesso que vem fazendo no mundo artístico, esse maranhense responde pelo rebolativo nome de Paulo Vittar.

Trata-se de uma pessoa que nasceu na cidade de Santa Inês, mas tem pouca ou quase nenhuma identidade com sua terra e sua gente.

ELEGÂNCIA PARLAMENTAR

Os deputados estaduais que fazem parte da atual legislatura, salvo poucas exceções, diferem de todos os que já exerceram mandatos naquele Parlamento.

A diferença entre os deputados atuais e os passados não reside quanto ao desempenho parlamentar, mas na roupa de vestir.

Sejam representantes do sexo masculino ou do feminino, todos primam pela elegância e com roupas bem talhadas e de bom gosto.

“DIREITOS” DE LULA

O Brasil  é realmente um país que prima pela insensatez e incoerência. Circulou a notícia de que os advogados de Lula conseguiram na Justiça o direito de ele ter segurança, carro e assessores.

Agora, a pergunta que não quer calar: se está preso para que segurança, carro e assessor?

 

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