Os deuses, ao que parece, estão a conspirar contra o governador Flávio Dino, no seu intento de reeleger-se para o segundo mandato de chefe do Poder Executivo do Maranhão.
A evidência dessa conspiração vem da irrupção de três deploráveis atos, aflorados seguidamente, com forte repercussão dentro e fora do Estado, que deixaram o Governo numa saia justa.
A mais recente, a nomeação, sem concurso, de 34 religiosos para os cargos de capelães, com remunerações compensadoras, foi a que causou mais barulho e estrago ao Governo, na medida em que virou assunto obrigatório na mídia impressa, eletrônica e redes sociais, onde os blogueiros se encarregaram de viralizá-la, no entendimento de atrelar padres e pastores ao projeto político de reconduzir o governador ao Palácio dos Leões.
Para melhor compreensão da nomeação desses religiosos, necessário trazer a lume a história da implantação da Capelania na Polícia Militar do Maranhão, bem como das modificações e alterações sofridas ao longo do tempo, promovidas por governadores que, no exercício do poder, ora avançam, ora recuam, na legislação que rege a matéria.
No cumprimento dessa tarefa, louvo-me no interessante livro do tenente-coronel, Raimundo de Jesus Silva, intitulado “Polícia Militar do Maranhão – Apontamentos para sua história”, publicado em 2006. Nele, o registro de que a Capelania do Corpo Militar de Polícia da Província foi criada a 15 de julho de 1843, pela Lei 149, tendo o capelão a graduação de alferes.
Extinta em 1850, mas restabelecida um ano depois, para, em seguida, ser substituída por um Vicariato Castrense, que não se sabe o tempo de sua duração e quem a comandou no Maranhão.
Pelo que informa o autor do livro, a Capelania Militar só voltou a ter vida no Maranhão graças ao movimento encabeçado pelo então comandante da PME, tenente-coronel do Exército, Francisco Mariotti, que levou o governador Edison Lobão a aprovar na Assembleia Legislativa a Lei 5.776, de 20 de agosto de 1993, que “determinava que o órgão tivesse dois capelães, nos postos de capitão, exercidos, respectivamente, pelo monsenhor Hélio Maranhão, e pelo pastor Misael Mendes da Rocha, dupla, que, em dez anos, fez um trabalho maravilhoso de inclusão social na corporação, através das ações evangelizadoras.”
No Governo José Reinaldo Tavares, veio à tona a Lei 7.884, de 31 de janeiro de 2003, que, no seu Artigo 55, revogou o Artigo 3º, da Lei Lobão, no que tange aos direitos, deveres e prerrogativas dos capelães católico e evangélico.
Segundo o coronel Jesus Silva, a Capelania Militar do Maranhão recupera a sua plenitude no Governo Jackson Lago, por meio da Lei 8.082, de 17 de fevereiro de 2.004, que criou sete cargos de capelães da Polícia Militar, sendo quatro padres católicos e três pastores evangélicos.
Sob o bastão de monsenhor Hélio Maranhão e do pastor Misael Rocha, a Capelania da Polícia Militar prestou inestimáveis serviços à corporação, que passou a atender melhor a sociedade, razão pela qual o governador Flávio Dino, mediante lei, deu-lhe uma estrutura maior, mas abusou quando embutiu nela mais 34 cargos de capelães.
CÔNEGO ARTUR GONÇALVES
Não posso concluir esta matéria sem destacar e fazer justiça a um membro da Igreja Católica, que, na década de 1950, empenhou-se a fundo para consolidar a Capelania da Polícia Militar no Maranhão, através da qual proporcionou aos soldados e oficiais da nossa briosa corporação, uma proveitosa assistência espiritual: cônego Artur Gonçalves.
BITA DO BARÃO
Há quem diga que os padres e os evangélicos, nomeados recentemente para capelães, não estão, em suas orações e preces diárias, intercedendo em favor do governador Flávio Dino, que vem sendo crucificado, aqui e alhures, por conferir a eles compensadores salários.
Os que assim pensam, acham, também, que se o governador tivesse nomeado Bita do Barão para capelão da Polícia Militar, não estaria atravessando uma fase tão ingrata como a atual.
CAPELÃO DA AML
A meu convite, o culto padre, João Resende, aceitou ser o capelão da Academia Maranhense de Letras.
A celeuma gerada em torno da nomeação de padres e pastores para capelães da Polícia Militar e Civil, fez com que o padre João Resende fosse questionado sobre o salário que ganha na AML.
Resposta do sacerdote: – Na Academia, não ganho um centavo. Só amizade.
ALCKMIN NO MARANHÃO
Parece que a presença do ex-governador Geraldo Alckmim em São Luís, na semana passada, fez bem à sua candidatura, pois ele saiu daqui fortalecido politicamente e pronto para um bom desempenho na corrida eleitoral.
Na Universidade Ceuma, falou desembaraçadamente e apresentou-se bem humorado, simples e preparado para governar o Brasil, pelo vasto conhecimento dos problemas nacionais.
MAURO ELOGIADO
Eu tive o prazer de ouvi-lo naquela Universidade, onde sem arrogância e com tranquilidade, respondeu as perguntas dos estudantes, que ficaram impressionados com o seu discurso de otimismo.
No Ceuma, não economizou elogios ao empresário Mauro Fecury, pela construção de um empreendimento educacional, que enche de orgulho o Maranhão.
Ao ver a estátua de Sarney, de corpo inteiro, na entrada da biblioteca, Alckmim parabenizou Mauro pela iniciativa, pois nada melhor do que um intelectual para dar nome a uma casa de livros.
SADAM RUSSEIN
Foi no Ceuma que o ex-governador paulista, involuntariamente, reportou-se à política maranhense ao ser questionado pelo estudante de Direito, Sadam Russein, que com inteligência e sagacidade, quis saber se havia capelães na Polícia Militar de São Paulo.
Sem perceber a malícia da pergunta, Alckimim respondeu: – Não há porque eu acabei com a capelania que lá existia.
O ex-governador perdeu o prumo quando viu o auditório explodir de rir, mas logo se recompôs ao saber o motivo para tanta alegria.
SUCESSORES DE JOÃO ALBERTO.
Tudo indica que o senador João Alberto encerrará a sua vida pública nesta legislatura.
Mas não pretende sair da cena política e ser definitivamente esquecido pelo povo maranhense que o elegeu deputado estadual, prefeito de Bacabal, vice-governador, deputado federal e senador.
Para sucedê-lo na atividade política deixará dois filhos: João Marcelo, que disputa a reeleição à Câmara federal, e João Manoel, candidato a suplente de senador.
GASTÃO E O GASTADOR
Gastão Vieira é dos homens públicos mais preparados de nossa terra, ex-deputado federal e que já exerceu cargos importantes nesta República, destacando-se o de ministro do Turismo.
Rubens Pereira Júnior, também preparado, dotado de boa formação jurídica e um bom representante do Maranhão na Câmara dos Deputados, mas, no desempenho de seu mandato, vem pecando por ser um incontido gastador da cota que todo parlamentar, por direito, deve usá-lo, mas com parcimônia.
Não à toa, a imprensa de Brasília move contra ele uma impiedosa campanha de execração pública.