O uso da Polícia Militar para espionar adversários políticos do governo e os habeas corpus impetrados contra as ações da Polícia Federal, que investiga os contratos realizados ao arrepio da lei por agentes administrativos, são assuntos que continuam na ordem do dia nas redes sociais e nos jornais de São Luís.
Até agora, o Governo não encontrou meios convincentes para mostrar à opinião pública de que os fatos denunciados são factoides ou maquinações políticas dos adversários, por isso, os blogueiros e os jornalistas continuam a tratá-los com os destaques que merecem, dando-lhes versões e interpretações diferenciadas das veiculadas pelos governistas.
Até onde a vista alcança, tudo indica que tanto a espionagem policial quanto as irregularidades dos contratos, não deverão sair tão cedo das postagens das redes sociais e das pautas dos jornais, pois o Governo, através das Secretarias de Segurança e da Saúde, ainda não conseguiu ser bem-sucedido nas suas refutações e manifestações de esclarecimento, quase sempre veiculadas com explicações inconsistentes e simplórias, que não conseguem ganhar credibilidade na sociedade.
Para agravar mais a situação, o Governo vem de adotar um recurso parlamentar, que se imaginava desaparecido da cena política maranhense, usado nos velhos tempos da politicalha, quando o Poder Executivo se via encurralado na Assembleia Legislativa pelas denúncias dos deputados oposicionistas.
Trata-se de colocar no plenário o seu rolo compressor parlamentar, com o intuito de arquivar aquilo que os detentores do poder não estão interessados em ver aprovado.
Foi assim e por meio desse anacrônico artifício, que o Governo usou a expressiva bancada que o apoia na Assembleia Legislativa, para mandar para o espaço a proposta apresentada pela minoria oposicionista, no seu desejo de convocar para depor no plenário os implicados nas operações das Secretarias de Segurança e de Saúde.
Não à toa, o povo tem razão quando diz que, em alguns aspectos, a Assembleia Legislativa do Maranhão continua como dantes no quartel de Abrantes.
Em tempo: na legislatura 1962-1966, eu, no exercício do mandato de deputado estadual, que contava, também, com a participação de Sálvio Dino e Ricardo Bogéa, protagonizei um episódio que permite fazer um cotejo e uma apreciação entre o Poder Legislativo de ontem e de hoje.
Tudo aconteceu no dia do aniversário do jovem jornalista Milson Coutinho, dono de uma coluna política no Jornal Pequeno, em que ele, diariamente, não poupava o governador Newton Bello. Em homenagem ao aniversariante, propus à Assembleia o envio de uma mensagem de felicitações. Por interferência do líder do governo, deputado Pereira dos Santos, a sessão foi interrompida e só reaberta depois de alguns minutos, quando chegou do Palácio dos Leões a ordem para não aprovar a mensagem a Milson.
LOBÃO E BEL
Durante 120 dias, o senador Edison Lobão esteve afastado de suas atividades no Senado da República, o que ensejou a convocação do terceiro suplente, o pastor Bel.
Nessa temporada que passou no Congresso Nacional, o pastor notabilizou-se pela maneira histriônica como exerceu o mandato.
Como a licença de Lobão exauriu-se, o Senado deixou de contar com um dos políticos mais hilários e que deixou o Maranhão corado de vergonha.
CENTENÁRIO DA FACULDADE
A solenidade em que a Universidade Federal do Maranhão, comemorou os cem anos de fundação da Faculdade de Direito, realizada no Teatro Artur Azevedo, no que diz espeito à organização, deixou muito a desejar e descontentou grande parte da assistência.
A começar pela ausência do governador Flávio Dino, ex-aluno e professor do curso de Direito, esperado com muita expectativa, que se fez representar pelo secretário de Educação, Felipe Camarão, que pronunciou um discurso de improviso e inadequado para a ocasião.
A entrega das comendas aos homenageados foi outro ponto negativo da solenidade, com os agraciados batendo cabeça e perdidos no palco do teatro.
FESTIVAL DE RIBAMAR
Há seis anos, o Festival de Literatura, na cidade de São José de Ribamar, deixou de ser realizado.
Evento bem-sucedido, criado na primeira gestão do prefeito Luís Fernando Silva, teve inexplicavelmente sua continuidade interrompida no mandato do prefeito Gil Cutrim.
Com o retorno de Luís Fernando ao comando da cidade balneária, o Festival de Literatura, anteriormente promovido com o Instituto Geia, terá suas ações retomadas, este ano, em agosto, mas em parceria com o apoio da Academia Maranhense de Letras.
AS BATERIAS DE HAICKEL
O cineasta Joaquim Haickel, depois de um longo silêncio, decidiu abrir as baterias contra o Governo do PC do B.
Através dos jornais e da rede social, levou ao conhecimento da opinião pública, por meio de um sentencioso artigo, o processo de perseguição que vem sofrendo atualmente, sobretudo da parte da Secretaria da Cultura, que fechou as portas para ele que, ao longo dos últimos anos, vem produzindo uma expressiva quantidade de documentários e filmes de curta metragem sobre a nossa terra e a nossa gente e ganhando prêmios nacionais e internacionais.
Como cineasta e membro da Academia Maranhense de Letras, não compreende e nem sabe explicar os motivos pelos quais o Governo do PC do B, move contra ele uma guerra tenaz, impedindo que possa contar com os benefícios da Lei de Incentivo à Cultura, logo ele o autor, como deputado estadual, de um mecanismo legal que tem ajudado a cultura maranhense a se impor e a ter o reconhecimento mundial.
AGILDO RIBEIRO
Na semana passada, faleceu no Rio de Janeiro, o grande ator Agildo Ribeiro, com quem, eu e José Mário Santos, construímos uma boa amizade, no final da década de 1950.
Conhecemos Agildo, à época, casado com a linda Conchita Mascarenhas, numa alegre noitada, num restaurante, em Copacabana.
Por conta dessa amizade, assistimos dezenas de peças teatrais e jantamos várias vezes, em diferentes restaurantes, onde a conversa varava a madrugada e girava em torno da política.
CLAUDIA E RENSACENÇA
As negociações entre o Ceuma, através de Mauro Fecury, e Cláudia Vaz dos Santos, para fazerem do Espaço Renascença uma casa noturna de alto nível, estão bem adiantadas.
A vontade de Mauro é transformar aquele espaço numa espécie de Canecão, que durante anos dominou a diversão noturna do Rio de Janeiro.
Se Cláudia aceitar a proposta do Ceuma, São Luís passará a contar com uma casa, que além de apresentar shows, oferecerá música ao vivo, para ouvir e dançar, e um restaurante de categoria internacional.