A INESQUECÍVEL FACULDADE DE DIREITO
A minha vida estudantil teve início na cidade de Itapecuru-Mirim, onde fiz todo o curso primário, no Grupo Escolar Gomes de Sousa. Em 1950, vim estudar em São Luís, no Colégio dos Irmãos Maristas, no qual ingressei mediante exame de admissão.
Nos Maristas, estudei três anos, um dos quais em regime de internato. Em 1953, fui transferido para o Liceu Maranhense, onde cursei o ginásio e o científico e vivi venturosos tempos, advindos da qualidade do ensino ali ministrado e de seus formidáveis corpos docente e discente.
Com o diploma do curso secundário em mãos, em 1958, parti para o Rio de Janeiro, com o objetivo de ingressar na vida universitária. Pensei na carreira de Medicina, mas mudei de rota e fui parar na Universidade Rural, logrando sucesso no vestibular de Agronomia.
Naquela Universidade, fiquei pouco tempo, face à incompatibilidade com as matérias do curso, quase todas impregnadas de números, com os quais não tinha intimidade e os rejeitava em favor das letras.
Livre da Universidade Rural, decidi correr atrás de uma alternativa, que me assegurasse um futuro promissor. Por isso, não hesitei quanto ao meu retorno ao Maranhão, o que aconteceu no final de 1961, para realizar dois projetos. Primeiro, preparar-me para ingressar na Faculdade de Direito, que funcionava na Rua do Sol. Segundo, convencer o meu pai, Abdala Buzar, então prefeito de Itapecuru, a concordar e bancar a minha candidatura a deputado estadual, pois, no Rio de Janeiro, fui seduzido, de corpo e alma, pela política.
Dois meses de estudo, em que mergulhei a fundo no programa do vestibular, foram suficientes para habilitar-me ao exame, que me conduziu à Faculdade de Direito, graças ao meu empenho pessoal e das aulas ministradas pelo meu saudoso e querido amigo, José Mário Santos.
Naqueles idos, só existiam duas escolas de nível superior no Maranhão: a Faculdade de Direito e a Faculdade de Farmácia e Odontologia, bancadas pelo Governo Federal. Nelas se ingressavam sem enfrentar as gigantescas concorrências dos tempos correntes. No meu vestibular, por exemplo, menos de cinquenta candidatos participaram das provas escritas e orais de Português, Latim, Inglês ou Francês. A prova mais temida, a de Português, se dividia em literatura e gramática. Para ultrapassá-las, a necessidade de ser examinado oralmente pelos implacáveis professores, Pedro Neiva de Santana e Fernando dos Reis Perdigão.
Como as provas eram rigorosamente corrigidas pelos professores da própria Faculdade, o resultado do vestibular demorava um pouco para chegar ao conhecimento público, após o que os aprovados eram festivamente recebidos pelos veteranos, os quais exigiam dos calouros apenas uma tarefa: a participação no tradicional trote, brincadeira jocosa, que consistia em desfilar pelas principais ruas da cidade, com cartazes de críticas aos políticos e ocupantes de cargos públicos.
O curso destinado a formar bacharéis em Direito durava cinco anos e não obedecia ao formato de seriado. Cada disciplina era dada do começo ao final do ano letivo.
Quando ingressei na Faculdade de Direito de São Luís, a instituição tinha 44 anos de vida e estava sob a direção do professor João Hermógenes Matos, que comandava um corpo docente, repleto de figuras humanas respeitadas e de profissionais conceituados e concursados, do nível de Fernando Perdigão, Pedro Neiva de Santana, José Maria Ramos Martins, Orlando Leite, Antenor Bogéa, Tácito Caldas, José de Ribamar Oliveira, Domingos Vieira Filho, Clodoaldo Cardoso, Helena Caldas, Mário Santos, Doroteu Soares, Antônio José Cordeiro, João Inácio de Sousa, Virgílio Domingues, Wady Sauaia, José Joaquim da Serra Costa e Maria Bogéa Rodrigues.
Não posso terminar essa apologia à Faculdade de Direito sem destacar uma prática criada naquela instituição, que repercutiu nacionalmente: a presença do Parlamento-Escola, integrado por acadêmicos, eleitos como representantes das turmas, que se reuniam para discutir assuntos e problemas nacionais em evidência.
LULA DE LÁ E LULA DE CÁ
Dois Lulas, um nacional e outro estadual, dominam, na atualidade, o noticiário dos meios de comunicação daqui e alhures.
O Lula nacional, pelo seu confinamento nas dependências da Polícia Federal, em Curitiba, para cumprir (?) doze anos de prisão, pelos danos causados ao País, no exercício da Presidência da República.
O Lula estadual, titular da Secretaria de Saúde do Maranhão, órgão que a Polícia Federal investiga, para apurar os desmandos ali praticados no processo de licitação.
SARNEY E CAFETEIRA
Não é nada original o fato de Luís Inácio da Silva haver incluído o nome Lula ao seu sobrenome.
No Maranhão, bem antes de Lula, dois renomados políticos, tomaram semelhante inciativa: José de Ribamar Araújo Costa e Afonso Pereira.
Um, colocou o nome do pai, Sarney, no seu sobrenome, que o tornou famoso, como político e escritor, em todo o País.
O outro juntou ao sobrenome o apelido Cafeteira, conquistado na juventude.
BIBLIOTECA JURÍDICA
O advogado José Carlos Sousa Silva tomou uma decisão, que o enobrece como advogado e professor universitário.
Manifestou a Mauro Fecury o desejo de doar a sua rica biblioteca jurídica ao UniCeuma.
Com mais de cinco mil títulos, de consagrados autores nacionais e estrangeiros, a biblioteca de Zé Carlos ajudará os alunos do curso de Direito do UniCeuma a enriquecer seus conhecimentos jurídicos e políticos.
SEM LENÇO E SEM DOCUMENTO
Em cumprimento à legislação eleitoral, que manda os ocupantes de cargos públicos a se desincompatibilizarem, para concorrerem às eleições de outubro vindouro, a equipe do governador Flávio Dino sofreu grande reviravolta.
Dez membros do primeiro escalão do governo deixaram os cargos que exerciam, para não se tornarem inelegíveis.
Se os ex-secretários, salvo poucas e honrosas exceções, não deixaram marcas de sua atuação, o que dizer dos nomeados recentemente, a respeito dos quais são ignorados os serviços e os trabalhos que prestaram à população.
BOLSOMAURA
Os apoiadores da pré-candidata a governadora, Maura Jorge, já encontraram um neologismo para dar mais visibilidade, no Maranhão, ao deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato a Presidente da República.
Aqui, ele será chamado de Bolsomaura.