Em fevereiro de 2014 aconteceu um fato no Maranhão, que abalou o universo religioso de São Luís, principalmente os adeptos do catolicismo, que, pela primeira vez, tomaram conhecimento de que um relevante documento, devidamente preparado com seriedade e repleto de veracidade, havia sido entregue à Arquidiocese de São Luís, no qual a Ordem dos Frades Menores Conventuais, fundada por São Francisco de Assis, pedia a beatificação de um frade que passou bons anos de sua vida no Maranhão, onde trabalhou e construiu uma obra social, voltada prioritariamente para os mais carentes e necessitados.
O documento, endereçado à Arquidiocese e destinado a maior autoridade eclesiástica do Maranhão, o bispo Dom José Belisário, o levou à formalização de um processo, objetivando cumprir determinadas tarefas investigatórias sobre a vida do frei Antônio Maria Sinibaldi, religioso que conquistou o apreço dos maranhenses, bem como seu relacionamento com os fiéis, a comprovação de suas virtudes e de possíveis milagres que teria realizado ao longo de sua trajetória sacerdotal.
O frade, de origem italiana, chegou ao Maranhão em outubro de 1968 e começou as suas atividades de missionário no interior do Estado, nas paróquias de Viana e de Bom Jardim, onde realizou trabalhos de aproximação com os menos favorecidos, para os quais fazia questão de criar projetos sociais, visando tirá-los da marginalidade.
Três anos depois, em 1971, frei Antônio Maria chegava a São Luís, com a missão de prestar serviços no carente bairro de São Francisco. Rapidamente, integrou-se àquela comunidade, que viu nele mais do que um missionário, mas um líder espiritual, em quem os fiéis confiavam pela dedicação, bondade e doação ao próximo.
Em setembro de 1987, acontece um episódio que faz o frade a crescer mais ainda diante dos comunitários do bairro em que atuava como figura humana e religiosa.
Numa viagem de barco para ilha do Medo ou do Meio, a embarcação naufraga e ele, com poderes que Deus lhe atribuiu, salva, com esforço sobre humano, a vida de 17 jovens que o acompanhavam numa missão evangelizadora.
Por essa arrojada e arriscada empreitada, o religioso paga um preço alto: foi o único que não sobreviveu àquele terrível acidente marítimo, que exigiu dele enorme sacrifício e determinação física incomum.
Depois do seu desaparecimento, a comunidade do São Francisco, que já o idolatrava pela sua dedicação à causa missionária, passa a vê-lo como dotado de poderes sobrenaturais. A sua imagem de homem-santo e que operava milagres, impôs-se com tamanha força junto aos comunitários, que os membros da Ordem dos Frades Menores Conventuários prepararam um documento em que pedem a beatificação do franciscano.
O documento, transformado em processo pelo bispo Dom José Belisário, visa apurar se na vida de frei Antônio Maria Sinibaldi existiam outros atos que possa ser identificados como milagres ou se havia testemunhos de pessoas curadas mediante orações, mas comprovadas com exames científicos.
Comprovadas essas questões, só assim o prelado maranhense poderá enviar o documento ao Vaticano, onde a beatificação do frade franciscano passará por outras avaliações e bem mais rigorosas.
Como estamos na época natalina, seria de bom alvitre que o nosso esclarecido bispo divulgasse, se é que ele pode fazer isso, a situação em que se encontra o processo de beatificação do frei Antônio Maria Sinibaldi, que os maranhenses idolatram e anseiam pela sua glorificação divina.
Com a palavra, Dom José Belisário.
ILUMINAÇÃO NATALINA
Desde que escrevo em jornal, e bota tempo nisso, sempre defendi o ponto de vista de que São Luís para ficar bonita e reluzente na temporada natalina, não precisava de vistosas ornamentações.
Sempre sugeri aos prefeitos, nomeados ou eleitos, que se quisessem presentear a cidade com uma decoração para encher os olhos de qualquer cristão, bastava uma simples e nada onerosa providência: iluminar com lâmpadas elétricas e coloridas as nossas principais ruas e praças.
Depois de vários anos batendo nesta tecla, finalmente, vi um prefeito fazer o que tanto preguei: enfeitar São Luís não com arranjos, mais carnavalescos do que natalinos, mas com uma iluminação elétrica multicolorida bem dosada e fascinante.
Para minha alegria, o prefeito que adotou esta maravilhosa ornamentação, que agradou a católicos, evangélicos e ateus, chama-se Edivaldo Holanda Junior, muito criticado por este jornalista, mas que começa a mostrar serviços e visto pela população com outros olhos.
SARNEY NÃO PARA
O ex-presidente José Sarney marca presença em São Luís desde os meados de novembro passado.
Desde que botou os pés na cidade, não parou um dia para descansar. Sua atividade, seja na política ou na ação intelectual, é incessante e vigorosa.
Não parece que chegou aos 87 anos de idade. O tempo não consegue impedi-lo de fazer o que mais gosta na cidade que se acostumou a cantar em prosa e verso: visitar amigos, com os quais troca informações e se atualiza sobre o que acontece em sua terra.
Quando não está com os amigos, não dispensa a leitura de obras de autores maranhenses, que faz questão de conhecê-los através de suas produções literárias.
VISITA AO ASILO
Na semana passada, estive no Asilo de Mendicidade, que abriga os velhinhos e é mantido pela Maçonaria do Maranhão.
Fui doar os produtos que recebi dos amigos nas minhas Bodas de Ouro e rever uma pessoa querida, internada naquela Casa: Maria de Lourdes Tajra.
Estava bem asseada e bem arrumada, mas não falava e nem me olhava. Não consegui trocar uma palavra com ela. Essa é a sua rotina de vida no Asilo, onde todos procuram cercá-la de carinho, já que os parentes os falsos amigos desapareceram.
CARAVANA POLÍTICA
O senador João Alberto organiza uma caravana bem eclética para visitar a cidade de São Bento, onde pretende realizar uma marcante solenidade política: a filiação do ex-deputado Isaac Dias, um dos fundadores do PMDB no Maranhão.
João Alberto deseja levar para São Bento os deputados estaduais que conviveram com Isaac Dias na Assembleia Legislativa.
Depois de um exausto levantamento, o senador encontrou apenas três parlamentares contemporâneos de Isaac: o próprio João Alberto, Eliézer Moreira e Joaquim Itapary.
INSCRIÇÕES À AML
O corpo do saudoso poeta Manoel Lopes ainda estava sendo velado na Academia Maranhense de Letras, quando surgiram os primeiros candidatos à sua sucessão.
De uma lapada, oito nomes vieram à tona como potenciais candidatos à Cadeira de número 18, patroneada por Joaquim Sousândrade.
Uma semana após o falecimento de Manoel Lopes, a cadeira que o poeta ocupava foi declarada vaga, mas nenhum candidato até agora se inscreveu.
Pelo que se ouve falar, dois candidatos já manifestaram interesse em participar da eleição acadêmica: o poeta Salgado Maranhão e o jornalista Elsior Coutinho.
OS POLÍTICOS E PAPAI NOEL
O que os principais candidatos às eleições do ano vindouro poderiam pedir a Papai Noel, nesta temporada natalina? Num esforço ingente, tentamos captá-los e levá-los ao conhecimento dos leitores e eleitores.
Flávio Dino: que Roseana desista de ser candidata ao Governo do Estado do Maranhão.
Roseana Sarney: que ganhe a eleição de governador logo no primeiro turno.
Ricardo Murad: que Roseana não dispute o pleito à sucessão de Flávio Dino.
Waldir Maranhão: que Lula venha ao Maranhão trabalhar pela sua candidatura a senador.
Weverton Rocha: que a Lei da Ficha Limpa seja revogada.
Eliziane Gama: que a Assembleia de Deus tenha poder e votos para elegê-la senadora.
José Reinaldo Tavares: que a sua candidatura ao Senado receba o aval do governador Flávio Dino.
Roberto Rocha: que o sonho de ser governador se transforme em realidade.
Humberto Coutinho: que o deputado Roberto Costa desapareça de sua frente.
João Alberto: que a sua atividade política não se encerre como senador da República.
Eduardo Braid: ser o grande fenômeno político nas eleições de 2018.
Gastão Vieira: a reconquista das antigas bases políticas, para novamente exercer o mandato de deputado federal.
Carlos Brandão: ser novamente o companheiro de chapa do governador Flávio Dino.