BEATIFICAÇÃO DO FRADE

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Em fevereiro de 2014 aconteceu um fato no Maranhão, que abalou o universo religioso de São Luís, principalmente os adeptos do catolicismo, que, pela primeira vez, tomaram conhecimento de que um relevante documento, devidamente preparado com seriedade e repleto de veracidade, havia sido entregue à Arquidiocese de São Luís, no qual a Ordem dos Frades Menores Conventuais, fundada por São Francisco de Assis, pedia a beatificação de um frade que passou bons anos de sua vida no Maranhão, onde trabalhou e construiu uma obra social, voltada prioritariamente para os mais carentes e necessitados.

O documento, endereçado à Arquidiocese e destinado a maior autoridade eclesiástica do Maranhão, o bispo Dom José Belisário, o levou à formalização de um processo, objetivando cumprir determinadas tarefas investigatórias sobre a vida do frei Antônio Maria Sinibaldi, religioso que conquistou o apreço dos maranhenses, bem como seu relacionamento com os fiéis, a comprovação de suas virtudes e de possíveis milagres que teria realizado ao longo de sua trajetória sacerdotal.

O frade, de origem italiana, chegou ao Maranhão em outubro de 1968 e começou as suas atividades de missionário no interior do Estado, nas paróquias de Viana e de Bom Jardim, onde realizou trabalhos de aproximação com os menos favorecidos, para os quais fazia questão de criar projetos sociais, visando tirá-los da marginalidade.

Três anos depois, em 1971, frei Antônio Maria chegava a São Luís, com a missão de prestar serviços no carente bairro de São Francisco. Rapidamente, integrou-se àquela comunidade, que viu nele mais do que um missionário, mas um líder espiritual, em quem os fiéis confiavam pela dedicação, bondade e doação ao próximo.

Em setembro de 1987, acontece um episódio que faz o frade a crescer mais ainda diante dos comunitários do bairro em que atuava como figura humana e religiosa.

Numa viagem de barco para ilha do Medo ou do Meio, a embarcação naufraga e ele, com poderes que Deus lhe atribuiu, salva, com esforço sobre humano, a vida de 17 jovens que o acompanhavam numa missão evangelizadora.

Por essa arrojada e arriscada empreitada, o religioso paga um preço alto: foi o único que não sobreviveu àquele terrível acidente marítimo, que exigiu dele enorme sacrifício e determinação física incomum.

Depois do seu desaparecimento, a comunidade do São Francisco, que já o idolatrava pela sua dedicação à causa missionária, passa a vê-lo como dotado de poderes sobrenaturais. A sua imagem de homem-santo e que operava milagres, impôs-se com tamanha força junto aos comunitários, que os membros da Ordem dos Frades Menores Conventuários prepararam um documento em que pedem a beatificação do franciscano.

O documento, transformado em processo pelo bispo Dom José Belisário, visa apurar se na vida de frei Antônio Maria Sinibaldi existiam outros atos que possa ser identificados como milagres ou se havia testemunhos de pessoas curadas mediante orações, mas comprovadas com exames científicos.

Comprovadas essas questões, só assim o prelado maranhense poderá enviar o documento ao Vaticano, onde a beatificação do frade franciscano passará por outras avaliações e bem mais rigorosas.

Como estamos na época natalina, seria de bom alvitre que o nosso esclarecido bispo divulgasse, se é que ele pode fazer isso, a situação em que se encontra o processo de beatificação do frei Antônio Maria Sinibaldi, que os maranhenses idolatram e anseiam pela sua glorificação divina.

Com a palavra, Dom José Belisário.

ILUMINAÇÃO NATALINA

Desde que escrevo em jornal, e bota tempo nisso, sempre defendi o ponto de vista de que São Luís para ficar bonita e reluzente na temporada natalina, não precisava de vistosas ornamentações.

Sempre sugeri aos prefeitos, nomeados ou eleitos, que se quisessem presentear a cidade com uma decoração para encher os olhos de qualquer cristão, bastava uma simples e nada onerosa providência: iluminar com lâmpadas elétricas e coloridas as nossas principais ruas e praças.

Depois de vários anos batendo nesta tecla, finalmente, vi um prefeito fazer o que tanto preguei:  enfeitar São Luís não com arranjos, mais carnavalescos do que natalinos, mas com uma iluminação elétrica multicolorida bem dosada e fascinante.

Para minha alegria, o prefeito que adotou esta maravilhosa ornamentação, que agradou a católicos, evangélicos e ateus, chama-se Edivaldo Holanda Junior, muito criticado por este jornalista, mas que começa a mostrar serviços e visto pela população com outros olhos.

SARNEY NÃO PARA

O ex-presidente José Sarney marca presença em São Luís desde os meados de novembro passado.

Desde que botou os pés na cidade, não parou um dia para descansar. Sua atividade, seja na política ou na ação intelectual, é incessante e vigorosa.

Não parece que chegou aos 87 anos de idade. O tempo não consegue impedi-lo de fazer o que mais gosta na cidade que se acostumou a cantar em prosa e verso: visitar amigos, com os quais troca informações e se atualiza sobre o que acontece em sua terra.

Quando não está com os amigos, não dispensa a leitura de obras de autores maranhenses, que faz questão de conhecê-los através de suas produções literárias.

VISITA AO ASILO

Na semana passada, estive no Asilo de Mendicidade, que abriga os velhinhos e é mantido pela Maçonaria do Maranhão.

Fui doar os produtos que recebi dos amigos nas minhas Bodas de Ouro e rever uma pessoa querida, internada naquela Casa: Maria de Lourdes Tajra.

Estava bem asseada e bem arrumada, mas não falava e nem me olhava. Não consegui trocar uma palavra com ela. Essa é a sua rotina de vida no Asilo, onde todos procuram cercá-la de carinho, já que os parentes os falsos amigos desapareceram.

CARAVANA POLÍTICA

O senador João Alberto organiza uma caravana bem eclética para visitar a cidade de São Bento, onde pretende realizar uma marcante solenidade política: a filiação do ex-deputado Isaac Dias, um dos fundadores do PMDB no Maranhão.

João Alberto deseja levar para São Bento os deputados estaduais que conviveram com Isaac Dias na Assembleia Legislativa.

Depois de um exausto levantamento, o senador encontrou apenas três parlamentares contemporâneos de Isaac: o próprio João Alberto, Eliézer Moreira e Joaquim Itapary.

INSCRIÇÕES À AML

O corpo do saudoso poeta Manoel Lopes ainda estava sendo velado na Academia Maranhense de Letras, quando surgiram os primeiros candidatos à sua sucessão.

De uma lapada, oito nomes vieram à tona como potenciais candidatos à Cadeira de número 18, patroneada por Joaquim Sousândrade.

Uma semana após o falecimento de Manoel Lopes, a cadeira que o poeta ocupava foi declarada vaga, mas nenhum candidato até agora se inscreveu.

Pelo que se ouve falar, dois candidatos já manifestaram interesse em participar da eleição acadêmica: o poeta Salgado Maranhão e o jornalista Elsior Coutinho.

OS POLÍTICOS E PAPAI NOEL

O que os principais candidatos às eleições do ano vindouro poderiam pedir a Papai Noel, nesta temporada natalina? Num esforço ingente, tentamos captá-los e levá-los ao conhecimento dos leitores e eleitores.

Flávio Dino: que Roseana desista de ser candidata ao Governo do Estado do Maranhão.

Roseana Sarney: que ganhe a eleição de governador logo no primeiro turno.

Ricardo Murad: que Roseana não dispute o pleito à sucessão de Flávio Dino.

Waldir Maranhão: que Lula venha ao Maranhão trabalhar pela sua candidatura a senador.

Weverton Rocha: que a Lei da Ficha Limpa seja revogada.

Eliziane Gama: que a Assembleia de Deus tenha poder e votos para elegê-la senadora.

José Reinaldo Tavares: que a sua candidatura ao Senado receba o aval do governador Flávio Dino.

Roberto Rocha: que o sonho de ser governador se transforme em realidade.

Humberto Coutinho: que o deputado Roberto Costa desapareça de sua frente.

João Alberto: que a sua atividade política não se encerre como senador da República.

Eduardo Braid: ser o grande fenômeno político nas eleições de 2018.

Gastão Vieira: a reconquista das antigas bases políticas, para novamente exercer o mandato de deputado federal.

Carlos Brandão: ser novamente o companheiro de chapa do governador Flávio Dino.

 

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O PLANEJAMENTO NO MARANHÃO

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Recentemente, ganhei do meu querido amigo Georgino Melo, procurador federal aposentado, nascido em Vargem Grande, ora residindo em Florianópolis, um livro que faltava na minha Biblioteca.

Trata-se do “Diálogo com o tempo”, com mais de quatrocentas páginas, tendo como figura principal o ex-deputado federal, Renato Archer, entrevistado por um selecionado grupo de professores da Fundação Getúlio Vargas, Aspásia Camargo, Lúcia Hipólito e Helena Maria Bousquet Bomeny, integrantes do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil.

No livro, Renato fala de tudo. De seu ingresso na Marinha à transferência para a atividade política, onde ocupou diversos cargos eletivos e exerceu funções públicas de grande relevância na vida brasileira.

Sobre a sua participação no governo do pai- o industrial Sebastião Archer da Silva, que o senador Vitorino Freire foi buscar em Codó para governar o Maranhão, na redemocratização do país em 1946, Renato fez essa interessante declaração: “A nossa preocupação no governo do Maranhão, em 1947, era com o planejamento, palavra que naquela época, podia botar uma pessoa na cadeia, pois era coisa que só acontecia na sociedade socialista.”

E o que era fazer planejamento no Maranhão naquele tempo? Resposta do entrevistado: “Reformular a situação de isolamento em que vivia o nosso Estado, que sem porto e sem estradas de rodagem, ficava fisicamente sem comunicação com o resto do mundo”.

Inobstante o esforço do comandante Renato Archer, o Maranhão, na gestão de seu genitor,  não conseguiu sair desse isolamento com o mundo, mas deixou a semente do planejamento plantada, ato que se deu no governo de Matos Carvalho, com a formação da Comissão de Planejamento Econômico do Estado do Maranhão,  integrado pelo  engenheiro Emiliano Macieira e os jovens José Maria de Jesus e Silva, José Mário Santos, Nyvaldo Macieira, Joaquim Itapary e outros, que se reuniam numa sala do antigo Departamento de Estradas de Rodagem, onde faziam um esforço gigantesco para dar ao Maranhão uma nova filosofia de governo.

Como a gestão de Matos Carvalho foi tumultuada por problemas políticos, do começo ao fim, nada do planejado aconteceu. No governo seguinte, face à presença do presidente Jânio Quadros em São Luís, em julho de 1961, para conhecer e debater com os técnicos do Estado as alternativas e estratégias que poderiam ser realizadas com a ajuda do Governo da República, o governador Newton Bello, por sugestão de Renato Archer, contrata um técnico de renome nacional, o professor e economista, Dias Leite, para, junto com a prata de casa, organizar e preparar um Plano de Governo, a ser apresentado na reunião com Jânio Quadros.

O trabalho, intitulado Plano de Reinvindicação do Estado do Maranhão, trazia no seu bojo, “a programação global do desenvolvimento econômico do Maranhão, a problemática da realidade maranhense, o potencial latente de suas riquezas naturais, o estudo da modalidade de sua incorporação ao sistema da economia estadual e indica os meios para alcançá-los, fixando, ao mesmo tempo, a cota mínima de participação do Estado e da União, no montante de investimentos requeridos para o êxito do planejamento”.

Lamentavelmente, o Plano, considerado, de boa feitura, viável e adequado à nossa realidade, não teve maiores consequências e resultados positivos, por uma simples causa: Jânio, intempestivamente, renuncia ao cargo de chefe do Poder Executivo do Brasil e assim tudo corre por águas abaixo.

Mas, essa situação, que parecia ser uma fatalidade para o Maranhão, muda quando o País sai do caminho democrático para percorrer a estrada íngreme da ditadura, paradoxalmente, a época em que o Maranhão teve o mais democrático governador de todos quantos já haviam chegado ao Palácio dos Leões: José Sarney, que imediatamente organiza uma assessoria técnica, formada por Eliézer Moreira, Carlos Madeira, Luís Carlos Bello Parga e outros, responsáveis pelos primeiros passos no sentido de se fazer no Maranhão uma administração diferente das anteriores.

A esse pequeno grupo, juntaram-se os técnicos maranhenses, que, em Recife, prestavam serviços à Sudene – Joaquim Itapary, Mário Leal, Darson Dagoberto Duarte, Mariano Matos, Celson Mendes, Manuel Lopes e José de Jesus Moraes Rego, que Sarney conseguiu trazê-los para São Luís, que se concentraram em torno do GTAP- Grupo de Trabalho de Assessoria e Planejamento, criado em março de 1966, subordinado diretamente ao governador, incumbido de elaborar, controlar e executar o Programa de Ação Governamental, o Plano Quadrienal de Desenvolvimento Econômico e Social do Maranhão, bem como propor medidas para a reestruturação da administração do Estado.

Graças ao GTAP, mais tarde, transformado em Sudema-Superintendência de Desenvolvimento do Maranhão, Sarney conquistou o Presidente Castelo Branco e seus ministros. Quem conta isso, com precisão, é Eliézer Moreira, no seu livro “Maranhão Novo”: Na primeira visita de Castelo ao Maranhão, depois de ouvir a explanação dos jovens técnicos do Governo, “o Presidente da República ficou impressionado com o bom nível das informações e com o domínio técnico dos membros do GTAP”.  O ministro do Planejamento, Roberto Campos, presente à reunião, “enalteceu a qualidade dos trabalhos apresentados e cumprimentou o governador por haver obtido, em tão pouco tempo, tal nível de qualidade  nas ações do Estado.”

A partir dessa visita, Sarney caiu nas graças de Castelo e deste conseguia tudo que pedia para o Maranhão.

O CAOS EM BACABAL

A população de Bacabal vive até hoje dias de angústia por não saber quem assumirá em definitivo o cargo de prefeito do município.

Esse estado de ansiedade e de revolta é atribuído em grande parte ao Poder Judiciário, que muda quase diariamente de posição com relação à eleição de um candidato inabilitado politica e juridicamente para o exercício do cargo eletivo.

O processo atinente ao prefeito de Bacabal, em pouco tempo, passou pelas mãos de cinco desembargadores. Cada magistrado emite um parecer diferente, ato que contribui para o estabelecimento do caos no município.

ATITUDE EXEMPLAR

O Brasil, em matéria de moralidade e de honestidade, vive um momento de extrema perplexidade, que faz lembrar o grande Rui Barbosa que dizia que o brasileiro tem vergonha de ser honesto.

Outro dia, o juiz Oliveira Paula – irmão do grande humorista Chico Anísio –  teve a coragem e a grandeza de abdicar de alguns penduricalhos atrelados ao seu salário de magistrado.

Pois bem, em vez de ele ser elogiado pela prática de um gesto exemplar e edificante, ao contrário, pegou paulada de todo o tipo.

LIVROS MARANHENSES

Nunca, em tempo algum, se vendeu tanto livro no Maranhão como em 2017.

Responsável por esse magnífico feito: o português José Viegas, que chegou aqui, viu, venceu. Ele criou a Associação Maranhense dos Autores Independentes, através da qual instalou uma livraria e um espaço cultural no Shopping São Luís, com a finalidade exclusiva de incentivar e divulgar o livro do autor de nossa terra.

Resultado: a livraria da AMEI é o maior ponto de encontro e de comercialização de obras de escritores do Maranhão.

Na última reunião do ano, a Academia Maranhense de Letras fez questão de homenagear José Viegas, com uma placa de reconhecimento pelo que fez em 2017 pela cultura de nosso Estado.

O PANTEON DE MAURO

No passado, em São Luís se homenageava as mais ilustres figuras de sua intelectualidade, perpetuando os seus bustos em bronze numa das principais praças da cidade, que ficou conhecida por Panteon Maranhense.

No presente, quem cuida desse maravilhoso trabalho é o engenheiro Mauro Fecury, que vem disseminando na área da Universidade Ceuma bustos em bronze de figuras maranhenses que se destacaram em diversos setores da vida administrativa, cultural e esportiva da cidade.

Já estão perenizados no Ceuma: José Sarney, Josué Montello, Cabral Marques, Haroldo Tavares, Margarida Leal e Cláudio Vaz dos Santos, (Alemão). Nas salas de aulas do curso de Medicina, os nomes de Carlos Macieira, José Henrique Moreira Lima, Expedito Bacelar e Clóvis Chaves reluzem como figuras que marcaram época na profissão adotada.

ESTADO DO MARANHÃO E PIAUÍ

Se for verdade que o Governo do Maranhão permitirá aos candidatos do Piauí fazerem em Teresina as provas ao concurso da Polícia Militar, poderemos retornar ao passado.

Mais precisamente a agosto de 1772, quando a Coroa Portuguesa divide o Estado do Grão-Pará e Maranhão em dois: um com sede em Belém e outro com sede em Oeiras.

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OS SENADORES DO MARANHÃO

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De todas as notícias emanadas do Palácio dos Leões, desde que o governador Flávio Dino assumiu o Governo do Maranhão, nenhuma gritou mais negativamente junto à opinião pública, do que o encontro do PTC, em que o chefe do Executivo bradou em alto e bom som ser o deputado federal Weverton Rocha o primeiro pré-candidato ao Senado na chapa majoritária e de que terá o seu irrestrito apoio, tanto que vai trabalhar com afinco para elegê-lo.

Quem leu a notícia, de forte teor impactante e surpreendente, custou acreditar no que a mídia impressa e eletrônica publicou. Muita gente, para ter certeza da informação, recorreu a um expediente que funciona como remédio infalível para dissipar dúvidas: ler e reler a notícia várias vezes até se convencer ou não da sua veiculação.

Foi assim e depois de reiteradas leituras, que os céticos se certificaram de que não era balela, fantasia ou sonho de uma noite de verão, mas realmente verdadeira a vontade do governador de ver Weverton eleito senador pelo Maranhão.

Se por um lado, há o convencimento de que o desejo do governador será seguido e cumprido por seus correligionários políticos e dirigentes partidários, por outro lado, há a crença de que o eleitorado maranhense não acatará e não tomará conhecimento de tão impensada empreitada política, pois ao longo da campanha eleitoral o povo saberá através dos programas patrocinados pela Justiça Eleitoral e pela palavra dos candidatos que vão concorrer ao Senado, quem é a figura sinistra que pretende nos representar na mais alta Casa do Congresso Nacional, onde pontificaram as mais ilustres, idôneas e preparadas personalidades da nossa vida pública e ali deixaram registrados em letras bem graúdas o sentimento, as propostas e as reivindicações do povo maranhense.

Nesse particular, é bom saber que o Maranhão, tanto na Monarquia, como na República, sempre mandou para o Senado o que se tinha de melhor como expressão da nossa vida política. Poucos os que não corresponderam às expectativas do povo maranhense. Não à toa, as nossas lideranças políticas tiveram o cuidado de indicar para receber o sufrágio popular, candidatos a senador que, pela qualificação intelectual, profissional e política, cumpriram tarefas de extrema importância e exerceram o mandato com dignidade e altivez.

Se tomarmos por base o período republicano, do seu advento aos dias de hoje, veremos que nunca deixamos de ocupar um lugar de destaque no Senado Federal, haja vista a presença, salvo poucas e honrosas exceções, de homens de elevada envergadura moral e dotados de reconhecidos valores culturais. Na Velha e na Nova República, os senadores maranhenses souberam honrar as nossas tradições literárias e políticas, daí porque seus nomes ficaram marcados e perenizados nos Anais do Congresso Nacional.

SENADORES DA VELHA REPÚBLICA

Dos senadores, eleitos na Velha República, vale lembrar nomes do quilate de João Pedro Belfort Vieira, bacharel em Direito, governou o Piauí, membro do Supremo Tribunal Federal, catedrático da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e Procurador Geral da República; Augusto Olímpio Gomes de Castro, advogado, promotor público, deputado provincial, jornalista, presidente da Câmara Geral do Império, presidente da Província do Maranhão, vice-governador do Estado do Maranhão; Benedito Leite, promotor, magistrado, jornalista governador do Estado do Maranhão, deputado constituinte estadual, presidente do Congresso Maranhense, deputado federal;  Manuel Inácio Belfort Vieira, militar, chefe do Estado Maior da Marinha, vice-governador do Amazonas, governador do Maranhão; Urbano Santos, promotor, deputado estadual e federal, vice-presidente da Câmara de Deputados, governador do Maranhão, vice-presidente e presidente interino da República, ministro da Justiça; Alexandre Colares Moreira Junior, diretor do Banco do Maranhão, presidente da Caixa Econômica Federal, prefeito de São Luís, vice-governador e governador do Maranhão; José Eusébio de Carvalho Oliveira, procurador geral do Estado, deputado estadual e federal, vice-presidente da Assembleia Legislativa; Fernando Mendes de Almeida, jurista, advogado, jornalista, professor de Direito da Faculdade do Rio de Janeiro, redator e diretor do Jornal do Brasil; Manoel Bernardino Costa Rodrigues,  médico, vereador à Câmara de São Luís, deputado federal, vice-presidente da Província do Maranhão, presidente da Assembleia Estadual Constituinte; Godofredo Mendes Viana, jornalista, escritor, fundador da Academia Maranhense de Letras, deputado federal, governador do Maranhão, promotor público e juiz federal; , Francisco da Cunha Machado, jornalista, magistrado, vice-governador e governador interino do Maranhão; José Maria Magalhães de Almeida, oficial da Marinha, deputado federal, governador do Maranhão;  Clodomir Cardoso, jurista, deputado estadual, federal e constituinte, prefeito de São Luís, interventor federal no Maranhão e membro da Academia Maranhense de Letras; Genésio Rego, jornalista, médico, deputado estadual e federal, presidente da Assembleia Legislativa e vice-governador do Estado.

SENADORES DA NOVA REPÚBLICA

Com a redemocratização do país, em 1946, e a volta das eleições, o Maranhão continuou a mandar para representá-lo no Senado, figuras renomadas e do porte de José Neiva de Sousa, advogado, magistrado e deputado constituinte federal; Vitorino Freire, secretário geral do governo do Maranhão, chefe de Gabinete do ministro de Viação e Obras Públicas, Mendonça Lima, deputado federal constituinte; Antônio Alexandre Bayma, engenheiro, prefeito e vereador à Câmara Municipal de São Luís; Sebastião Archer da Silva, industrial, vereador e prefeito de Codó, deputado estadual e governador do Maranhão; Eugênio Barros, industrial, prefeito de Caxias e governador do Maranhão; Clodomir Teixeira Millet, médico, jornalista, deputado federal; Alexandre Alves Costa, engenheiro, prefeito de São Luís, secretário do Interior, Justiça e Segurança, vice-governador do Estado e deputado federal; José Sarney Costa, poeta, jornalista, membro das Academias Brasileira e Maranhense de Letras, deputado federal, governador do Estado e criador do Maranhão Novo, presidente da República e do Senado Federal; Henrique de La Rocque Almeida, advogado, jurista, deputado federal e ministro do Tribunal de Contas da União; João Castelo Ribeiro Gonçalves, advogado, bancário, presidente do Banco da Amazônia, deputado federal, governador do Maranhão e prefeito de São Luís; Epitácio Cafeteira, bancário, prefeito de São Luís, deputado federal e governador do Maranhão; Edison Lobão, advogado, jornalista, deputado federal e governador do Maranhão; Roseana Sarney Murad, socióloga, funcionária pública federal, deputada federal, governadora do Maranhão; João Alberto de Sousa, economista, bancário, deputado estadual, prefeito de Bacabal, vice-governador e governador do Maranhão.

E AGORA, WEVERTON?

Com esse fantástico elenco de figuras humanas, o Maranhão, ao longo do regime republicano, teve participação ativa e brilhante na cena pública brasileira, com propostas no plenário e projetos nas comissões técnicas, que engrandeceram o Poder Legislativo e fortaleceram as instituições democráticas de nosso país.  Antes de chegar ao Senado, a grande maioria exerceu o cargo de governador do Estado. Eram, portanto, políticos preparados, experimentados e habilitados para o cumprimento do mandato de oito anos, virtudes essas que faltam a Weverton Rocha, cuja vida política é marcada pelo sinete da ficha suja e investigado no Supremo Tribunal Federal em inquéritos por crime contra a administração pública.

PREGOEIROS DA FATALIDADE

O mundo político maranhense sabe que o estado de saúde do deputado Humberto Coutinho é delicadíssimo, por isso requer cuidados especiais para sobreviver.

Mas, na Assembleia Legislativa, um grupo de deputados, desrespeitando a dor e o sofrimento da família do parlamentar caxiense, já se antecipou à própria vontade divina e preparou um projeto de resolução para não haver vacância no comando do Poder Legislativo.

Essa precipitada providência parlamentar, traz no seu bojo uma inequívoca verdade: os nossos deputados estaduais, salvo poucas e honrosas exceções, ainda carecem de maturidade política e de respeito ao sofrimento humano.

 

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A PRESIDÊNCIA DA ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS

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Ingressei na Academia Maranhense de Letras a convite do então presidente Jomar Moraes, para ocupar a Cadeira 13, vaga com o falecimento do inesquecível amigo e professor Fernando Eugênio dos Reis Perdigão, que ministrava a disciplina Economia Política, na antiga Faculdade de Direito, que funcionava na Rua do Sol.

A minha eleição ocorreu  a 2 de agosto de 1990. Participaram da eleição  37 acadêmicos. Oito dias após a eleição, ou seja, a 10 de agosto, em solenidade festiva, eu tomava posse, sendo recebido pelo jornalista Mílson Coutinho.

À época da minha eleição e posse, exercia o cargo de secretário da Cultura, na gestão do governador João Alberto de Sousa, colega de turma, no Liceu Maranhense, que ofereceu bela recepção no Palácio dos Leões aos amigos e convidados.

Três anos após ingressar na Casa de Antônio Lobo, pela minha ativa participação nas sessões e nas atividades acadêmicas, Jomar  passou a convocar-me a tomar parte nas diretorias que bienalmente dirigiam a AML, ora como secretário, ora como tesoureiro, cargos que ocupei com lisura e eficiência.

Nas eleições para o biênio 2010-2012, nas quais o acadêmico Mílson Coutinho elegeu-se presidente, figurei na chapa como vice-presidente.

Substituto eventual de Mílson, nas ocasiões em que ele, por motivo de saúde, não podia ocupar o cargo, eu o substituía, com lealdade e firmeza, até o dia em que decidiu renunciar definitivamente ao posto de presidente, por recomendação médica.

Com a vacância do cargo, em 17 de março de 2011, galguei a presidência da AML, e completei o mandato para o qual fui eleito, num dos momentos mais difíceis e complicados da instituição, que atravessava  enormes dificuldades financeiras.

Pela maneira como me conduzi à frente da AML, não deixando que a Casa sucumbisse diante de tantos problemas, os confrades acharam por bem  eleger-me presidente para o biênio 2012-2014, quando enfrentei as mesmas agruras e dissabores, mas consegui ultrapassá-las com determinação e coragem, fato que me levou à reeleição e a continuar na direção da Instituição, por insistência de meus companheiros, nos biênios de 2014 a 2016 e de 2016 a 2018, períodos em que a Academia Maranhense de Letras, viveu, modéstia a parte, momentos gloriosos, do ponto de vista acadêmico, sobretudo no último biênio, ao levá-la ao encontro da juventude maranhense e editar e reeditar 24 livros, graças ao projeto realizado em parceria com a Secretaria da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura.

Como não desejava perpetuar-me no comando da AML, tive a precaução de reiteradamente avisar aos confrades que este biênio era o último à frente da Instituição, razão pela qual os concitava a se apresentarem candidatos às eleições de novembro deste ano.

A princípio, dois valorosos confrades manifestaram a vontade de ocupar o posto de presidente, mas, por motivos particulares, acabaram desistindo. Resultado: diante dos apelos, recuei e, pela quinta vez, concordei ser indicado para dirigir a Casa de Antônio Lobo.

Para a AML não ficar acéfala e à deriva, curvei-me aos ditames dos confrades, que confiaram no meu modo de agir, sempre com lisura, e de  conduzir  com seriedade uma Instituição conceituada, prestigiada e respeitada pela sociedade maranhense.

Com esse sentimento e essa determinação, espero, mais uma vez,  com a ajuda dos companheiros da diretoria e a colaboração dos confrades, lutar para a Academia Maranhense de Letras não se apequenar diante das dificuldades, mas, ao contrário, agigantar-se e contribuir para o engrandecimento da cultura de nossa terra e de nossa gente.

DE SARNEY PARA BUZAR

Eis o teor da mensagem de José Sarney enviada a este jornalista: “Assistimos no último sábado, dia 18, a uma cerimônia comovente, cheia de significado humano e de um amor desses raros e que marcam a vida não só das pessoas envolvidas, mas de toda a sociedade: a celebração das Bodas de Ouro de vocês, na qual, numa frase, Buzar tocou o coração de todos nós ao dizer que se tiver outra vida quer nascer casado com Solange, disse isso com os olhos cheios de lágrimas e chorando mesmo”.

“Buzar contou a história fascinante de seu romance com Solange, de sua obstinação em conquistá-la, e depois de anos de namoro, nascer uma relação marcada pelo mais sublime de todos os sentimentos humanos, o amor, que São João dizia ser Cristo em luz e amor”.

“Mas esse amor não é árvore que nasce em qualquer lugar, precisa de terra onde possa florescer e ser fértil, como na parábola contada pelo Evangelista”.

“Esta terra tem em Solange, criatura admirável e educadora extraordinária, que inclusive muito fez pela implantação do CEMA, hoje TV Educativa, que colocou o Maranhão na modernidade digital, um terreno no qual o amor pode crescer de maneira sublime”.

“Solange encontrou o parceiro certo numa criatura rara, Buzar, inteligência privilegiada, grande coração, homem de cultura, dono de uma bagagem literária que o coloca entre os grandes historiadores do Maranhão, cidadão exemplar, companheiro leal e respeitado por todos, sendo o presidente julgado imprescindível de nossa Academia Maranhense de Letras”.

“Eu e Marly estivemos presentes na celebração das Bodas de Ouro, uma festa belíssima, organizado com mãos-de-fada, carinho e marcada pela emoção que dominou a todos”.

“Nossos parabéns a Solange e Buzar, que, com  seus exemplos, contagiaram os presentes, no desejo da contínua felicidade e no agradecimento a Deus pela oportunidade de compartilharmos da celebração de um amor que é eterno”.

O INJUSTIÇADO JOSUÉ MONTELLO

A última edição da revista Veja dedica ampla matéria à situação do negro no Brasil, mas discrimina de modo inaceitável o escritor maranhense, Josué Montello, autor de um dos livros mais importantes, publicados no Brasil, tendo como foco a escravatura: Os Tambores de São Luís.

A revista pecou ao recomendar aos leitores cinco livros considerados obras fundamentais sobre a história dos negros no Brasil: “O Abolicionismo, de Joaquim Nabuco,  Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freire, O Negro no Futebol Brasileiro, de Mário Filho, Branco e Negros em São Paulo, de Roger Bastide e Florestan Fernandes, e o Genocídio do Negro Brasileiro, de Abdias Nascimento”.

O livro de Josué, Tambores de São Luís, não poderia deixar de fazer parte dessa coletânea, pois mostra, de forma romanceada, a saga vivida pelo negro em terras maranhenses, onde a escravatura foi usada de maneira abusiva para manter a classe rica no poder.

SOBRADO AMARELO

Um dos mais belos sobrados coloniais do Maranhão, localizado na cidade de Viana, que pertencia aos herdeiros da família Gaspar, passou a ter outro destino.

Por  interferência da Academia Maranhense de Letras, o Sobrado Amarelo, mesmo em situação de abandono, agora  integra o patrimônio da municipalidade vianense, que envidará esforços para conseguir recursos federais para recuperá-lo e transformá-lo num grande centro cultural.

Em Viana, membros da Academia Maranhense de Letras e da Academia Vianense de Letras, assistiram os irmãos Carlos, Antônio e Raimundo Gaspar assinarem a escritura pública que transferia a propriedade do Sobrado Amarelo para o domínio municipal.

 

 

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