BODAS DE OURO DE SOLANGE E BUZAR

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Na noite do último sábado, dia 18, o luxuoso salão do Villa Real Buffet foi altar e depois palco da celebração das Bodas de Ouro do casal Solange e Benedito Buzar que, diante do Padre João Rezende, repetiu a cena ocorrida há 50 anos na Igreja de São João, a preferida dos casórios da sociedade maranhense, naquela época.

Testemunhado por amigos – em quantidade adequada para proporcionar a plena integração dos convidados – o casal renovou com um vigoroso e determinado “sim” a sagrada promessa de amor e fidelidade “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”, sob o aplauso dos presentes.

Após o ato religioso, emoldurados por uma decoração sóbria assinada por Carminha Cabral, em tons de amarelo e branco a evocar as cores pontifícias, o casal se misturou aos amigos em uma alegre descontração, brindando os 50 anos de harmonia e amor.

Na atmosfera musical, brilhou o cantor Marcelo Rebelo, navegando por todos os gêneros, que   animou a festa com um repertório da melhor qualidade.

O casal, o filho Rodrigo e a nora Melissa, proporcionaram a todos uma recepção primorosa na qualidade do serviço, na arte do bem receber os convidados, em um cenário acolhedor e de bom gosto, numa noite extremamente agradável e impecável.

NOTAS COMPLEMENTARES

 

* Bem representativo o número de políticos presente ao evento festivo: Roseana Sarney, João Alberto, José Reinaldo Tavares, Hugo Napoleão, Gastão Vieira, João Marcelo, Sálvio Dino e Miguel Lauande.

* Destaque para o ex-presidente José Sarney e Dona Marly, que vieram de Brasília especialmente para homenagear Solange e Buzar. Ele, em plena forma, circulou e conversou gentilmente com os convidados, que faziam questão de tirar fotos ao seu lado.

 

  • Significativo número de confrades da Academia Maranhense de Letras compareceu à recepção, o que deixou Buzar sensibilizado por ver que os companheiros de intelectualidade o prestigiaram de forma inequívoca.

 

  • A colônia itapecuruense não poderia faltar a um evento de um de seus mais ilustres filhos. O prefeito Miguel Lauande e a esposa Teresa, representaram os conterrâneos de Buzar.

 

  • Um bem produzido vídeo foi projetado com cenas da história de Solange e Buzar, do início do romance ao casamento, com base numa bela crônica de Buzar. Na locução, a voz inconfundível de Nelson Almada Lima, que se disse honrado em prestar singela homenagem ao fraterno amigo de décadas.

 

  • Personagem que, também, brilhou na noite: o Padre João Rezende, que oficiou a cerimônia das Bodas de Ouro. O capelão da Academia Maranhense de Letras mostrou profundo conhecimento do Evangelho e da vida religiosa que abraçou. Depois da cerimônia, o jovem sacerdote circulou e conquistou o apreço dos convidados.

 

  • Cláudio Vaz dos Santos, ainda convalescente, protagonizou uma das cenas mais emocionantes da noite: dançou lenta e suavemente com a sua dedicada filha Cláudia, sendo bastante aplaudido.

 

  • O final da festa foi marcante e inesquecível. Com os casais Ana Lúcia e Mauro Fecury, Leda e Hugo Napoleão, Crisálida e José Reinaldo Tavares, Valéria e Nelson Almada Lima, Genoveva e Luís Raimundo Azevedo, e o Padre João Rezende, Buzar e Solange, com muita energia e embalados pela banda musical, cantaram a plenos pulmões as mais belas canções da MPB.

 

  • Um amigo de Buzar, que reside em Santa Catarina, o procurador federal aposentado, Georgino Melo, prometeu não faltar ao evento. Cumpriu a palavra.

 

  • Os presentes que o casal sugeriu aos convidados – toalhas e lençóis – serão rigorosamente destinados às entidades filantrópicas de Itapecuru-Mirim.

 

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50 ANOS DE FELICIDADE

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Hoje é um dia extremamente especial para mim. Por isso, em vez de escrever sobre fatos e pessoas que são ou fazem notícias, tratarei de um assunto que diz respeito à minha pessoa e à mulher com quem me juntei pelo resto da vida.

Exatamente a 18 de novembro de 1967, portanto, há 50 anos, eu e Solange, por volta das 18 horas, comparecemos, de livre e espontânea vontade, à igreja de São João, na Rua da Paz, para, em solenidade celebrada pelo saudoso monsenhor Ladislau Papp, assumirmos e firmamos o sagrado compromisso de “na tristeza e na alegria, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias de nossas vidas, estarmos juntos até que a morte nos separe.”

COMO CONHECI SOLANGE

Eu, com 22 anos, decidi trocar o Rio de Janeiro, onde estudava Agronomia, que abandonei por não afinar-me com o curso, por São Luís. Aqui cheguei pensando na realização de dois projetos. O primeiro: ingressar na Faculdade de Direito, para profissionalizar-me. O segundo: empenhar-me para ser candidato a deputado estadual nas eleições proporcionais de 1962, aproveitando o fato de o meu pai, Abdala Buzar, ser o prefeito de Itapecuru-Mirim e desfrutar de marcante liderança política.

Logrei êxito nos dois projetos. Fui bem-sucedido no vestibular e na eleição, elegendo-me deputado estadual, pelo Partido Social Progressista, sendo o terceiro mais votado, graças à ajuda do meu pai e dos votos de meus conterrâneos e amigos.

Na condição de estudante do curso de Direito e de representante do povo na Assembleia Legislativa, depois de alguns namoricos inconsequentes, o destino proporcionou-me conhecer uma menina-moça, mais menina que mulher, chamada Solange Nascimento Silva, que acabara de debutar e festejar os seus 15 anos, no Grêmio Lítero Recreativo Português.

COMEÇO DO NAMORO

Numa agradável tarde de agosto de 1963, eu, de terno e gravata, como mandava o ritual parlamentar, deixava a Assembleia Legislativa, num jipe, herança da campanha eleitoral, quando avistei pela primeira vez uma linda e jovem morena, que conversava com uma colega na Rua de Santana, onde ambas moravam.

O meu destino era a minha casa, na Rua da Misericórdia, mas mudei o itinerário para olhá-la mais de perto e tentar chamar a sua atenção. Depois de muitas investidas, ela, afinal, acabou dando conta de mim e desconfiou de que eu desejava paquerá-la. Fitou-me e esboçou um sorriso encantador, deixando no ar uma possível e alentadora conversa ou aproximação.

Passei a noite pensando nela, de como aproximar-me de sua pessoa e abordá-la. Logo descobri ser aluna da Escola Normal, turno vespertino. Comecei a segui-la diariamente até que, numa calorenta tarde, trocamos algumas palavras.

Foi o bastante para o namoro vir a lume, ainda que praticado às escondidas, porque o seu pai, o vereador Mário Silva, dedicava às filhas severa vigilância. Como desejava que o namoro ganhasse mais densidade e intimidade, procurei o genitor de Solange e ao apresentar-me disse que namorava a filha, que precisava de sua autorização para frequentar a porta de sua casa, às noites, como era o ritual da época. Ele pediu tempo, pois precisava conversar com a esposa Ruth, no entendimento de a filha ser adolescente, com pouca idade para namorar um cara mais idoso e deputado estadual.

DO NAMORO AO NOIVADO

Pela conversa com Mário Silva, percebi que ele não via com bons olhos o meu namoro com Solange, pois a minha proposta nunca obteve resposta. Em vista disso, decidi correr o risco de enfrentá-lo. Com cara e coragem, comecei a frequentar a porta de sua casa, cumprindo o meu dever de namorado.

Daí por diante, o namoro intensificou-se e o amor entre nós aflorou em toda plenitude. A conquista definitiva do coração de Solange teve, também, um ganho precioso: a estima de toda a sua família.

Depois de cinco anos de namoro, tempo em que nos conhecemos bem, achamos que devíamos pensar em noivarmos, ato formalizado sem maiores problemas e realizado na presença das nossas famílias, que testemunharam com alegria o solene momento em que, por meio do noivado, selávamos o auspicioso compromisso de construirmos uma união estável e feliz.

DO NOIVADO AO CASAMENTO

A temporada de noivado foi relativamente curta. Nada mais do que o suficiente para as tratativas do matrimônio extrapolarem do sonho para o plano da realidade.

Mas como materializar essa união se a minha situação profissional não era tranquila, pois perdera o mandato de deputado cassado e ficara desempregado?

Nesse momento surge a possibilidade de, a convite de Joaquim Itapary, trabalhar na SUDEMA- Superintendência de Desenvolvimento do Maranhão, órgão criado pelo governador José Sarney.

Com os recursos advindos desse emprego e da ajuda financeira de meu pai, fiz uma poupança que me deu condições de decididamente casar com a mulher de meus sonhos, ela que me fez acreditar nas minhas potencialidades humanas, ajudou-me a superar alguns problemas pessoais e deu-me alegria, amor, felicidade e força quando esta queria faltar.

RECEPÇÃO E LUA DE MEL

O casamento aconteceu sem maiores aparatos até porque, à época, o ato nupcial não tinha o requinte e as formalidades de hoje. Após a cerimônia, os pais da noiva, Ruth e Mário Silva, em sua residência, na Rua de Santana, receberam as pessoas de nossas relações de amizade, os convidados e familiares.

Uma particularidade: a cerimônia religiosa ocorreu quase toda à luz de velas, pois houve falta de energia naquela área da cidade, que fez a igreja ficar mais aconchegante e romântica.

Foram padrinhos na cerimônia nupcial: Rita e Sálvio Dino, o médico Paulo Bogéa e esposa, Manoel Castro e esposa, Euclides Sousa Neves e esposa e Nagib Buzar e esposa.

No dia seguinte, partimos para Fortaleza, onde passamos a lua de mel, hospedados no Hotel Iracema, presente do amigo e colega de Liceu, João Alberto de Sousa, que não exercia nenhum mandato político.

A nossa primeira residência: Rua Godofredo Viana, 393, na qual passamos pouco tempo. Em seguida, nos mudamos para a Avenida Magalhães de Almeida, em pleno centro da cidade. À época, era uma via pública mais residencial do que comercial.

Para que a nossa felicidade fosse maior e completa, faltava um filho, que chegou no dia 8 de dezembro de 1975, chamado Rodrigo, a maior bênção que Deus nos concedeu, que nos dará uma neta, em janeiro do próximo ano, produto da sua parceria com a nossa querida nora, Melissa.

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O CHORO DA SANTA DE ITAPECURU-MIRIM

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Em meados de 1949, um súbito acontecimento ocorreu em Itapecuru-Mirim, deixando a sua população em suspense.

Naquela época, a minha cidade contava com limitada população, reduzido espaço físico e desprovida das modernidades tecnológicas, mas não deixava de ser aconchegante, sedutora, abençoada por Deus e bonita por natureza.

Em plena inquietação de meus onze anos, usando ainda calça curta e cursando o primário no Grupo Escolar Gomes de Sousa, lembro-me, a despeito das dezenas de anos passados, do fato gerador daquela repentina e anormal celeuma, que levou a terra de Gomes de Sousa a quebrar a sua rotina diária de vida, fazendo os seus habitantes viverem momentos de incomum expectativa e de inusitada comoção.

Mesmo com o tempo a me consumir, minha memória permanece preservada e permite-me dizer que toda aquela intensa movimentação humana, tinha por alvo e foco uma casa residencial, localizada na Rua da Boiada, hoje, senador Benedito Leite, onde morava o casal Maria de Lourdes e Felício Cassas, de cuja união nasceu os filhos Ivete, Graciete, Myriam, Marília, Nonato e Elias.

Era naquela casa que aconteciam atos e fatos que, pelo seu ineditismo e singularidade, abalavam profundamente o sentimento religioso de uma pacata gente, constituída, em sua grande totalidade, de católicos, apostólicos, romanos.

Mas quem polarizava as atenções do que ali ocorria, era uma figura jovem e feminina, que, involuntariamente, transformava a cidade de Itapecuru num polo de atração religiosa, onde romeiros, crentes e não crentes em Deus, se aglomeravam para vê-la.

Chamava-se Graciete  de Jesus, também, conhecida por Didica, a terceira filha da prole dos Coelho Cassas, que, desde criança,  mostrava o seu lado de mulher caridosa, literalmente dedicada à religião católica.

Durante anos, gerações e gerações de itapecuruenses vieram ao mundo por meio de suas delicadas mãos de parteira habilidosa e a maneira como se doava ao povo mais necessitado, virtudes que lhe valeram conquistar inexcedível popularidade, a ponto de transformá-la em líder política.

Mas o que Graciete  fazia para ser alvo de tanta curiosidade popular? Guardava carinhosamente no seu quarto de dormir, um quadro de médio porte, com moldura de vidro, onde figurava a estampa de Nossa Senhora Aparecida, santa que, dia e noite, homenageava e venerava  com flores, velas, orações, preces, promessas e pedidos para cuidar da saúde dela, da família e dos amigos que a cercavam.

Numa dessas venerações, ela observou algo estranho na estampa da santa, pois corria incessantemente de seus olhos um tênue fio de água, como se fosse uma lágrima. Espantou-se com a cena, mas manteve-se em silêncio e deixou que os dias corressem para só anunciá-lo dias depois quando o fenômeno continuava e não deixava dúvidas de que a santa chorava para lhe transmitir alguma mensagem.

Como a santa não parava de chorar, a notícia ganhou as ruas e a casa dos Coelho Cassas virou um templo sagrado, para aonde acorriam católicos ou não, de Itapecuru e de outras cidades, para verem de perto e ao vivo, um ato de fé e de religiosidade.

Não lembro o tempo que durou aquela romaria à casa de Graciete e até quando as lágrimas de Nossa Senhora Aparecida continuaram a escorrer pelo seu rosto.  Mas sei que o choro da santa, objeto de tanta curiosidade e especulação, levou o “O Trabalhista”, editado em Itapecuru, edição de 9 de julho de 1949, a reportar-se ao caso com um texto da lavra do jornalista João Rodrigues, dono do jornal, que, em certo trecho da matéria,  afirmou categoricamente: “Com o Juiz de Direito, Dr. Caetano Jorge, fomos ver aquele mistério que confunde a gente, mas que são realmente lágrimas, desde que não se pode admitir seja o resultado de efeitos físicos, mas gotas cristalinas que desciam do rosto da Virgem Aparecida”.

MEDIDAS CAUTELARES

A recente decisão do Supremo Tribunal Federal de que medidas cautelares determinadas pela Justiça contra parlamentares podem ser derrubadas pelo Poder Legislativo, tem levado Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas do país a revogar decisões contra vereadores, prefeitos e deputados estaduais, acusados de corrupção.

No Maranhão, a Assembleia Legislativa está livre de assim proceder, pois nesta legislatura nenhum deputado estadual teve o seu mandato cassado.  Mas no interior do Estado, algumas Câmaras Municipais estão fazendo gestões para que voltem aos cargos prefeitos e vereadores punidos com a perda de mandato, pela prática de atos lesivos ao patrimônio público.

ANO EXPLOSIVO

A passagem de ano no Maranhão será bem explosiva.

Não por conta dos fogos de artifício, mas do pipocar da campanha eleitoral.

O ano de 2018 promete ser bastante ruidoso no que respeita à atividade político-partidária, pois teremos eleições para os cargos de governador e de senador, que, pelo visto, serão disputadas com suor e lágrimas.

CAUTELA

Outro dia, sem lenço, mas com documento, resolvi transitar pela Rua da Paz, de ponta a ponta.

Lembrei-me de que, no passado, havia naquela rua uma lavanderia, a única existente em São Luís, que pertencia a uma família chinesa.

A particularidade da lavanderia era um aviso que o consumidor recebia na entrega da roupa, ou seja, um pequeno impresso com esta sentença: “Cautela, perdeu a nota, perdeu a roupa”.

Os chineses cumpriam rigorosamente o aviso.

BECO SEM SAÍDA

Ninguém, até agora, conseguiu uma palavra do senador João Alberto sobre o seu destino político, nas eleições do ano vindouro.

Para deputado federal, não deve disputar o cargo porque a prioridade é a reeleição do filho João Marcelo.

Retornar ao Senado, praticamente impossível, pois os candidatos do grupo sarneísta devem ser Sarney Filho e Edson Lobão.

A hipótese de ser companheiro de chapa de Roseana Sarney também é complicada, pois o cargo de vice poderá ser oferecido a um partido coligado.

Restam as eleições à Assembleia Legislativa, onde ele começou a sua atividade política no mandato de 1971-1975.

CRISE NO PSDB

Se no plano nacional, o PSDB vive um dilema shekeasperiano de continuar ou deixar o governo do presidente Michel Temer, no plano estadual, uma crise rondava o tucanato maranhense em torno de quem ficaria no comando do PSDB regional: o grupo liderado pelo vice-governador Carlos Brandão ou a dupla, Sebastião Madeira e Roberto Rocha.

Foi anunciado que por decisão política da cúpula do PSDB, o grupo de Brandão perdeu a parada. Mas a luta não cessará e deverá ter  desdobramentos no âmbito da Justiça, onde os inconformados perdedores vão questionar a decisão dos emplumados tucanos.

VAGA NA ACADEMIA

Vários nomes, alguns de reconhecido valor intelectual, outros nem tanto, já despontam como candidatos à vaga do poeta Manoel Lopes, recentemente falecido em São Luís.

Até agora estão na fila acadêmica: Salgado Maranhão, José Jorge Leite Soares, Elsior Coutinho, Fernando Braga e Daniel Blume.

Na sua última vinda a São Luís, o poeta Salgado Maranhão manifestou a alguns acadêmicos o desejo de ingressar na Casa de Antônio Lobo.

 

 

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NÃO SE FAZ MAIS COMUNISTA COMO ANTIGAMENTE

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A 26 de outubro deste ano, um acontecimento de extrema relevância histórica, completou cem anos: a Revolução Russa de outubro 1917, marco na vida da humanidade, que via desabrochar um regime político, baseado nas ideias do filósofo alemão, Karl Marx, que preconizava uma sociedade sem a dominação da classe burguesa e o fim da exploração do homem pelo homem.

Incrível como, no Maranhão, um evento tão marcante do ponto de vista econômico político e social, foi praticamente esquecida pelos meios acadêmicos, políticos e intelectuais. Até o PC do B, que congrega figuras rotuladas de comunistas, liderado pelo governador Flávio Dino, não fez qualquer manifestação em homenagem a um dos maiores acontecimentos do século XX.

Para fazer justiça, apenas uma pessoa em São Luís, que não é comunista, socialista ou esquerdista, lembrou-se desse fato histórico: o desembargador Lourival Serejo, que registrou em artigo publicado em O Estado do Maranhão (22-10-2017) o feito memorável do povo russo.

O magistrado, sempre atento aos atos que marcaram a humanidade e de imensa repercussão na sociedade, não deixou que a Revolução Russa de 1917 passasse em brancas nuvens.

No artigo do desembargador vianense, de boa lavra e repleto de informações precisas sobre um movimento que abalou o mundo, uma atenção especial foi dada à efetiva participação de Gorbachev no governo russo, em que procurou executar uma abertura econômica e política, através da glanost e da perestroika, tendenciosamente desvirtuada por setores políticos soviéticos, que o estigmatizaram e o acusaram de traidor.

Por falar em Gorbachev, oportuno transcrever o comentário do romancista Josué Montello, inserido no “Diário de Minhas Vigílias”, quando de sua viagem a Moscou, integrando a comitiva do presidente José Sarney: “O discurso que o presidente Gorbachev proferiu no Kremlin, saudado o presidente Sarney, poderia ter sido um discurso meramente político, no sentido de corresponder a momento e uma situação, se não fosse também um discurso histórico, no sentido de definir com exatidão a hora nova dos dois países”.

Josué, entusiasmado com o que viu em Moscou e em outras cidades soviéticas, lembrou-se do velho amigo, jornalista Amorim Parga, que, da mocidade à maturidade, sempre exaltou as virtudes do regime comunista,  e a respeito do qual comentou: “Amorim Parga morreu fiel a si mesmo, às suas lutas, às suas convicções em São Luís, no Largo do Carmo, sentado num banco da praça,  quando, numa roda de amigos se pôs a cantar Internacional Comunista”. Continua o romancista: “Agora, ao ver o que estou vendo, reconheço que Amorim morreu na hora exata, antes que sobreviesse a derrocada. Como um herói, como um bravo. Sempre a sonhar o seu mais belo sonho. Até que lhe exauriu a vida, e ele, em silêncio, deixou pender a cabeça.”

CARA DE SENADOOR

Uma pessoa da minha relação de amizade fez este comentário político,  que passo ao conhecimento dos leitores. Disse ele: “Os deputados Weverton Rocha e Waldir Maranhão jamais serão senadores”. E completou: “Nenhum tem cara de senador.”

E Lobão? perguntei. Explicou: – Este tem cara de senador, a despeito de sua tremenda feiura.

AVIÃO E VAIA

Preparando-se para a campanha eleitoral de 2018, pois pretende se reeleger deputado federal, Júnior Marreca comprou um avião para ganhar tempo em suas visitas políticas.

Por falar em Marreca, foi terrível e uníssona a vaia que recebeu do povo itapecuruense, na inauguração da Agritec, em Itapecuru, na presença do governador Flávio Dino.

Se aqueles apupos se transformarem em votos, Marreca precisa o quanto antes começar a sua campanha na terra que o elegeu e o reelegeu prefeito.

RELIGIÃO NAS ESCOLAS

No Brasil de hoje trava-se uma discussão política e jurídica em torno do ensino de religião nas escolas.

O caso chegou ao julgamento do Supremo Tribunal Federal que permitiu as aulas de religião nos colégios públicos.

No meu tempo de criança, tive aulas semanais de catecismo, na igreja de Itapecuru e de religião no Grupo Escolar Gomes de Sousa, também, na minha terra. Depois, no Colégio dos Irmãos Maristas,  na condição de interno, rezava  antes de dormir e ao acordar, no café da manhã, no almoço, no jantar, no começo e no fim de cada aula, sem falar nas missas diárias.

Com toda essa pesada carga de religião a que fui submetido, na infância e na adolescência, não virei carola. Considero-me um medíocre católico apostólico romano.

CARTAS POLÍTICAS

Começou a temporada das cartas políticas. Por meio delas, os nossos  militantes partidários extravasam o que pensam sobre o momento político no Maranhão e de suas pretensões com vistas às eleições de 2018.

Quem produziu e divulgou a primeira epístola foi Ricardo Murad, na qual torna público a sua intenção de salvar o Maranhão, candidatando-se a cargo eletivo majoritário.

Depois, veio a de José Reinaldo Tavares, praticamente endereçada ao governador Flávio Dino, ao qual revela o propósito de ser candidato a senador e, nas entrelinhas, contar com o seu apoio.

A terceira carta poderá ser da autoria do senador João Alberto, com possíveis revelações sobre o seu futuro político.

FICOU NA SAUDADE

Com a viagem do deputado Rodrigo Maia ao exterior, o deputado Fufuquinha esperava novamente assumir o comando da Câmara Federal.

Desta vez, o 1º vice-presidente, deputado Fábio Ramalho, não viajou e permaneceu no Brasil.

Resultado: o plano de Fufuquinha, de exercer por nove dias a direção da Câmara dos Deputados, rolou por águas abaixo.

KÁTIA BRILHOU

Na semana passada, o Teatro Municipal do Rio de Janeiro foi palco da comemoração dos oitenta anos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Na solenidade, a superintendente do IPHAN, Kátia Bogéa, discorreu sobre a trajetória do órgão ao longo do tempo e dos feitos em prol da preservação do patrimônio histórico e artístico nacional.

O ponto alto do pronunciamento de Kátia, que levou o auditório a aplaudi-la de pé: a situação de penúria e de abandono em que se encontra o IPHAN, que poderá fechar as portas se a sociedade não se posicionar em sua defesa.

ADVOGADO DE SARNEY

A brilhante peça jurídica, de defesa do ex-presidente José Sarney, injustamente acusado de receber propina da Petrobras, foi produzida pelo famoso advogado Kakay.

No iluminado trabalho de Kakay, destaque para este trecho: “Indignação de um homem de 87 anos de idade, sem jamais ter tido de responder a uma só acusação de improbidade, nem a um simples inquérito policial, parlamentar ou ação penal”.

BATE-BOCA

O violento bate-boca, entre os desembargadores Jorge Rachid e Luís Fernando Bayma, que aconteceu, no ano passado, no plenário do Tribunal de Justiça do Maranhão, é considerado refresco quando comparado ao ato protagonizado pelos ministros Gilmar Mendes e Luiz Barroso, no plenário do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.

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