Não é a primeira vez que a Rua Grande, localizada no coração de São Luís, será alvo de reformas urbanísticas. Desde 1665, “quando governantes transformaram o caminho em rua, permitindo a passagem de carros de boi, favorecendo o transporte de cargas do Centro ao Cutim”, que vem passando por modificações e alterações, ora radicais, ora superficiais, com o objetivo de mantê-la pulsante e pujante, pois, ao longo do tempo, tornou-se a principal artéria comercial da cidade, onde a população se abastece de artigos de consumo, supérfluos ou vitais, indispensáveis à sobrevivência, ao conforto e ao lazer.
Graças ao professor Domingos Vieira Filho, autor do magnífico livro “Breve História das Ruas e Praças de São Luís” reeditado recentemente pela Academia Maranhense de Letras, e ao escritor Paulo Melo Souza, que escreveu em 1992 o livro-álbum “Rua Grande, um passeio no tempo”, dispomos de valiosas informações sobre uma via pública, que desde os seus primórdios, sempre se destacou no cenário urbano da capital maranhense.
Respaldado nos livros desses notáveis pesquisadores, toma-se conhecimento das numerosas reformas urbanísticas executadas pelos nossos administradores, com o desiderato de não fazê-la perder a marca registrada da mais importante rua da cidade, seja como moradia de figuras de realce da vida pública e privada do Maranhão, seja como polo de movimentação comercial, onde famosas lojas e renomados estabelecimentos do setor terciário atravessaram períodos de fastígio e de decadência.
Por conta de tão preciosas informações, sabe-se que o primeiro calçamento da Rua Grande deu-se em março de 1855, iniciativa do governador Eduardo Olímpio Machado. Em seguida, por ordem de grandeza, a intervenção realizada na gestão do prefeito Pedro Neiva de Santana, em 1940, em atendimento ao Plano de Reforma Urbanística de São Luís, quando o centro da cidade foi literalmente modernizado.
Depois dessa ampla reforma, promovida em plena fase ditatorial, as ações executadas na Rua Grande foram pontuais, a não ser a ocorrida na gestão do governador José Sarney, com a retirada dos trilhos sobre os quais os bondes circulavam, fato gerador da substituição do calçamento por camadas de asfalto, modernidade que a levou à perda de suas características originais.
Na administração do prefeito Mauro Fecury, em 1979, uma benéfica intervenção, também, operou-se naquela rua: a proibição do trânsito de veículos motorizados, ato determinante para transformá-la numa via rigorosamente de pedestres.
Em 1990, na gestão do prefeito Jackson Lago, um projeto de urbanização desencadeou-se no centro da cidade, por meio do qual a Rua Grande ganhou mais espaço com o alargamento das calçadas, da remoção do asfalto e da recolocação de paralelepípedos, na expectativa da volta de tempos de outrora, o que não aconteceu face à presença de camelôs que a ocuparam em toda a extensão e de maneira desordenada.
De todas as reformas sofridas pela Rua Grande, nenhuma ganhou tanto destaque e tamanha repercussão como a atual, preconizada pelo IPHAN e reclamada por empresários e políticos, que se uniram para reivindicar do Governo Federal a liberação de recursos contingenciados, sem os quais as obras de sua restauração não serão viabilizadas e anunciadas na gestão da ex-presidente Dilma Roussef, por ocasião do lançamento do PAC das Cidades Históricas.
PREFEITOS E PRAÇAS
O engenheiro Mauro Fecury marcou a sua administração como o gestor que mais construiu praças na cidade.
Bastava encontrar um chão vazio para ocupá-lo com a construção de um espaço público, com equipamentos voltados para o lazer e diversão da população infantil.
Ao término da gestão de Mauro, São Luís encontrava-se inundada de praças, inauguradas e em homenagem a figuras representativas da vida maranhense.
Depois de Fecury, quem corre para conquistar o título de “Prefeito das Praças” é Edivaldo Holanda. São numerosas as construídas na sua gestão, nos mais diferentes pontos da cidade e bem equipadas.
NAS GRAÇAS DE TEMER
Excetuando-se o deputado Sarney Filho, por ocupar o cargo de ministro do Meio Ambiente, nenhum parlamentar da bancada maranhense, no Congresso Nacional, se aproximou mais do atual presidente da República, do que José Reinaldo Tavares.
Pelo trabalho que desenvolve em Brasília, em favor de causas nobres do Maranhão, Zé Reinaldo conseguiu chamar a atenção de Michel Temer, do qual vem recebendo demonstrações de estima e consideração.
Por conta do trânsito de José Reinaldo no Palácio do Planalto, o chefe da Nação prometeu liberar recursos do PAC das Cidades Históricas para a restauração da Rua Grande.
CAMINHOS DA CHINA
Se Portugal, nos anos 1500, descobriu as rotas marítimas para a Índia, o Maranhão, no século XXI, tenta descobrir os caminhos para a China.
Essa tarefa vem sendo conduzida pelo vice-governador Carlos Brandão, que já esteve nove vezes na China, para atrair investimentos e celebrar parcerias com vistas ao setor siderúrgico.
A comitiva maranhense, ora na Ásia, é a mais numerosa e com encontros com autoridades e empresários chineses, coreanos e vietnamitas.
Quando Carlos Brandão desembarca no aeroporto de Pequim, ele tem a sensação de chegar à rodoviária de Colinas.
AGIOTAS E ELEIÇÕES
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, tem em seu poder um relatório circunstanciado, que aponta a influência do crime organizado nas recentes eleições ocorridas no Brasil.
Segundo o ministro, no Maranhão, a atuação dos agiotas, é sobremodo marcante, por conta da comprovada e grande quantidade de dinheiro escuso aplicada nos últimos pleitos, majoritários ou proporcionais.
A participação dos agiotas no interior do Maranhão não ocorre apenas no processo eleitoral. Perdura ao longo do mandato dos prefeitos municipais.
Sem dinheiro para gastar na campanha política, os candidatos a eles recorrem e são financiados com recursos advindos de operações criminosas, que, depois, custam sangue, suor e lágrimas aos gestores municipais.
CORUJÃO DA SAÚDE
O atual prefeito de São Paulo, João Dória, vem conseguindo resolver graves problemas sociais na capital paulista, não só com recursos financeiros.
Com imaginação e criatividade, na área da saúde, por exemplo, pôs em ação um plano fabuloso que o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda, poderia experimentar e obter sucesso semelhante.
Para diminuir a demanda pelos postos de saúde da prefeitura, o gestor paulista assinou convênio com os hospitais privados, que concordaram atender a população fora do horário convencional.
O atendimento nos hospitais da rede pública diminuiu sensivelmente e a população está feliz com o plano do prefeito.
MUSEU DO REGGAE
O escritor Herbert de Jesus Santos, que se empenha com fervor pela preservação da cultura popular do Maranhão, não se conforma com a iniciativa da criação do Museu do Reggae, em São Luís.
O intelectual não tem nada contra o reggae e os regueiros, mas não aceita a prioridade do Poder Público a uma cultura alienígena, em detrimento, por exemplo, do Centro de Arte Japiaçu, segundo ele, ameaçado de fechar as portas, com tantos e relevantes serviços aos artistas locais.
Herbert, por conta dessa causa que abraçou, tem recebido a solidariedade de muita gente.