CONSELHO PARA BEM-GOVERNAR
No dia 31 de agosto de 1750, ascendeu ao trono de Portugal, D. José I, que nomeou Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, como primeiro ministro.
Homem inteligente e arrojado promoveu grandes reformas no Brasil colonial, destacando-se a criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, para a qual nomeou o sobrinho, o coronel-engenheiro Joaquim de Melo e Póvoas para administrá-la.
À frente desse empreendimento, o sobrinho do Marquês de Pombal desencadeou ações e iniciativas que mudaram significativamente a situação econômica do Maranhão, dentre as quais a substituição da mão de obra indígena pela escrava, a concessão de crédito, a introdução de equipamentos e máquinas para beneficiar e incrementar o comércio e a incipiente indústria.
Na partida de Joaquim de Melo e Póvoas para o Maranhão, o tio Sebastião José de Carvalho Melo entregou-lhe uma carta, em 16 de julho de 1761, que, pelo seu conteúdo e atualidade, parece não escrita no século XVIII, mas nos dias correntes.
Na carta, além dos conselhos para bem-governar, encontram-se avisos, advertências, orientações e recomendações que o sobrinho deve tomar para se prevenir contra os que não se preocupam em bem servir, mas querem apenas aproveitar e usufruir das benesses e vantagens que o poder oferece.
As primeiras palavras do Marquês de Pombal mostram o tipo de gente que o sobrinho vai encontrar em terras maranhenses: “O povo que V. Ex. vai governar é obediente, fiel a El-Rei, aos seus generais e ministros. Com estas circunstâncias, há de amar um general afável, prudente, modesto e civil. A justiça e a paz com que V.Ex. governar o farão igualmente benquisto e respeitado porque, com uma e outra causa se sustenta a saúde pública.”
Em seguida, um alerta sobre os bajuladores: “Quase todos os que governam querem que se lisonjeiem, e sempre ouvem com agrado os elogios que lhes fazem. Desta espécie de homens ou de inimigos em toda a parte se encontram e V. Ex. os achará também no seu governo, aparte-os de si como veneno mortal. O Espírito Santo diz que os que governam devem ter ouvidos cercados de espinhos só para que quando os aduladores se cheguem a eles, os lastimem e os façam afugentar.”
Depois, esta oportuna advertência: “V. Ex. vai para um governo moderno, mas continue a criar; imite em tudo aquilo que achar ter sido grato ao povo e útil a serviço de El-Rei e a República. Não altere cousa alguma com força e nem violência, porque é preciso muito tempo e muito jeito para emendar costumes inveterados, ainda que sejam escandalosos. Quando a razão o permite e é preciso desterrar abusos e destruir costumes perniciosos, em benefício de El-Rei, da justiça e do bem comum, seja com muita prudência e moderação, que o modo vence mais do que o poder.”
Agora um relevante conselho para governar: “Em qualquer resolução que V.Ex. intentar, observe estas três cousas – prudência para deliberar, destreza para dispor e perseverança para acabar. Não resolva V.Ex. com aceleração as pendências árduas de seu governo para que não lhe aconteça logo emenda; menos mal é dilatar-se para acertar com maduro conselho, que deferir com ligeireza para se arrepender com pesar sem remédio. Quando duvidar, informe-se e pergunte, para não dar a entender oque quer obrar, figure o caso, como questão, às pessoas que o possam saber, para o informarem em termos.”
Sobre como proceder com amigos e inimigos: “A família de V.EX. seja a cousa mais importante e escolhida, que consigo leve, pois por ela há de V.Ex. ser amado ou aborrecido; e por ela há de ser aplaudido ou murmurado. São os criados inimigos domésticos, quando são desleais e companheiros estimados, quando são fieis. Se não são como devem ser, participam para fora o que sabem de dentro e depois passam a dizer o que não se sonha fora.”
Quanto ao dia a dia no governo, aduziu: “Tiradas as horas de seu natural e precioso descanso, dê V. Ex. audiência, todos os dias e a todos e em qualquer ocasião que lhe queiram falar. Das primeiras informações, nunca V.Ex. se capacite, ainda que estas venham acompanhadas de lágrimas e a causa justificada com o sangue do próprio queixoso, porque nesta mesma figura podem enganar V.Ex. e se a natureza deu com previdência dois ouvidos, seja um para ouvir o ausente e o outro o acusado. Atenda V.Ex. e escute o aflito que se queixa, lastimado e ofendido, console-o, mas não lhe defira sem plena informação”.
Com relação aos conflitos sociais, lembrou: “Não consinta V. Ex. a violência dos ricos contra os pobres; seja defensor das pessoas miseráveis, porque de ordinário os poderosos são soberbos e pretendem destruir e desestimular os humildes; esta a recomendação das leis humanas e divinas. Toda a República se compõe de mais pobres e humildes que de ricos e opulentos; e nestes termos, conheça antes a maior parte do povo a V.Ex. por pai, para aclamarem defensor da piedade, do que o menos protetor das suas temeridades para se gloriarem de seu rigor”.
No que diz respeito ao comportamento com os súditos, explicitou: “Nunca V. Ex. trate mal de palavras nem ações a pessoa alguma dos seus súditos, porque o superior deve mandar castigar, que para isso tem cadeia, ferro e oficiais que lhe obedeçam, mas nunca deve injuriar com palavras e afrontas, porque os homens se são honrados sentem menos o peso dos grilhões e a privação da liberdade que a descompostura de palavras ignominiosas”.
Por fim, este admirável aviso: “Mostre-se V.EX. em todos os momentos, de paixão e de perigo, superior e inalterável; porque com os dois atributos, de prudência e valor, o temerão os seus súditos”.
A CARTA DE POMBAL
Assim como o compromisso constitucional, que todo governador se obriga a ler no ato de posse, a carta do Marquês de Pombal, da qual extraí as partes mais importantes, deveria, também, ser objeto de leitura a quem assumisse a nobre missão de governar, pois nela estão consignados os maiores e os menores problemas que um governante terá no poder.
Esta epístola histórica, redigida há três séculos, revela, em toda a plenitude, que, ontem como hoje, as questões que dizem respeito à sociedade, mutatis mutandis, guardam semelhanças entre si, e que os governantes, para cumprirem a difícil arte de administrar, precisam estar preparados e prevenidos contra as adversidades, as dificuldades e as animosidades geradas pelo poder.
PRAÇA E RUA
Um vereador apresentou à Câmara Municipal de São Luís um projeto de lei dispondo sobre a criação do programa “Música na Praça”.
Outro vereador, que faz oposição discreta a Edivaldo Holanda, sem querer hostilizá-lo, pretende apresentar um projeto de lei “Prefeito na Rua”.
Pelo projeto, doravante, os gestores, no exercício do mandato, se obrigarão a ficar mais na via pública e menos no gabinete.
A IDEOLOGIA DE ZÉ REINALDO
Num bem elaborado texto, publicado num jornal local, o deputado José Reinaldo revela que a sua ideologia na Câmara Federal não é a da direita e nem da esquerda, mas a do empenho pelas causas do povo do Maranhão.
Estribado nesse raciocínio, desde que chegou à Câmara dos Deputados só teve uma preocupação: fazer do Centro de Lançamento de Alcântara um projeto factível, verdadeiro e real.
Nesse sentido, apresentou um elenco de propostas viáveis, em que uma delas já é realidade: a realização no Maranhão de um curso de especialização em Engenharia Espacial, o único no Brasil, graças a um protocolo de cooperação assinado entre o Centro de Lançamento de Alcântara, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica e a Universidade Federal do Maranhão.
ÉDIPO REI
A Universidade Ceuma convida a sociedade maranhense a assistir um belo espetáculo teatral, na noite desta quarta-feira, 30 de agosto, às 19 horas.
A encenação da peça grega Édipo Rei, de Sófocles, por um grupo artístico, dirigido pelo competente Tácito Borralho, que contará com a participação musical do Coral Ceuma.
O espetáculo acontecerá na área de lazer do Ceuma-Renascença e a entrada é livre.
CHORO DE GOVERNADOR
Nas cidades nordestinas, visitadas pelo ex-presidente Lula, os políticos não conseguem segurar as lágrimas no momento em que ele discursa e reporta-se à perseguição que vem sofrendo da Operação Lava-Jato.
Esse chororô ocorreu em Salvador, João Pessoa e Maceió.
Em São Luís, estão abertas as apostas em torno do choro do governador Flávio Dino ao ouvir o pronunciamento xaroposo de Lula.