A OFICINA DOS NOVOS E A AML
A visita do escritor Coelho Neto a São Luís em junho de 1899 fez com que os intelectuais maranhenses, que se encontravam anestesiados e desencantados com a literatura, acordassem e procurassem revitalizar o meio literário da Atenas Brasileira.
No seu livro Os Novos Atenienses, o escritor Antônio Lobo revela “O entusiasmo despertado pela presença do festejado escritor, a audição repetida de seus vibrantes discursos evocando as tradições luminosas do passado e as grandes figuras dos nossos intelectuais mortos, a vulgarização de seus trabalhos literários, avidamente lidos na ocasião, tudo isso começou a agir com outras tantas forças geradoras da repetição modificada dos mesmos fenômenos ideológicos de que emanavam, preparando surdamente em todos os cérebros aptos à prática das letras o belíssimo movimento literário que ora se nos depara no Maranhão”.
A oportuna presença de Coelho Neto e a chegada de outra figura importante a São Luís, o português Fran Paxeco, sacudiram a nossa intelectualidade, que adquiriu alma nova e a movimentar-se para o Maranhão recuperar o prestígio cultural de antanho.
Desse modo, São Luís volta a ser palco, de ações isoladas e de grupos intelectuais, empenhados na mobilização do culto às letras.
Como resultado dessa nova fase de agitação cultural, fundaram-se várias agremiações, salientando-se, em primeiro plano, a Oficina dos Novos, criada a 28 de julho de 1900, patroneada por Gonçalves Dias, e com a participação de intelectuais do porte de Francisco Serra, João Quadros e Astolfo Marques.
No rastro da Oficina dos Novos, surgiram outras entidades culturais, dentre as quais a Renascença Literária, o Grêmio Literário Maranhense, a Cooperação Sotero dos Reis, o Clube Nina Rodrigues e o Grêmio Odorico Mendes, que promoviam conferências, publicavam livros, jornais e revistas e lançavam concursos literários, tudo isso sob o impulso de uma nova geração de escritores, ávidos de ressuscitar os tempos da Atenas Brasileira.
Nesse cenário de plena fermentação literária, nasce a 10 de agosto de 1908 a Academia Maranhense de Letras, solenemente instalada a 7 de setembro daquele ano, tendo como patrono Gonçalves Dias, fato que levou muita gente imaginar que o aparecimento dessa instituição seria para ocupar o lugar da Oficina dos Novos.
O saudoso Jomar Moraes, num trabalho de sua lavra, publicado no livro em homenagem ao centenário da AML, de modo incisivo contesta tal afirmativa, provando, ademais, quanto era falaciosa e infundada, na medida em que as duas instituições chegaram algumas vezes a participar de encontros e reuniões literárias.
O que aconteceu para essa tese ganhar corpo e ser difundida aqui e alhures? Credita-se à migração de alguns membros da Oficina dos Novos para os quadros da Academia Maranhense de Letras, que teve como fundadores doze renomados intelectuais, da estirpe de José Ribeiro do Amaral, Barbosa de Godois, Clodoaldo Freitas, Domingos Barbosa, Correia de Araújo, Vieira da Silva, Costa Gomes, Maranhão Sobrinho, Astolfo Marques, Alfredo de Assis, Inácio Xavier de Carvalho, Godofredo Viana, Fran Pacheco e Antônio Lobo, alguns dos quais sócios da Oficina dos Novos, nos seus primeiros anos de vida.
O fato de a AML atravessar incessantes dificuldades, no começo de suas atividades, destacando-se a falta de sede própria, deu ensejo à propagação de versões maledicentes, como a de que a entidade enfrentava problemas por não seguir os passos da Academia Brasileira de Letras, que nasceu sob os auspícios do Governo.
LIVROS MAIS VENDIDOS
A Livraria e o Espaço Cultural AMEI, instalada no São Luís Shopping, trabalha apenas com títulos de autores maranhenses. Mas em três meses de funcionamento, conseguiu impor-se e obter um desempenho financeiro além da expectativa.
Os 1.200 títulos colocados à disposição do público, quase todos focados em assuntos do Maranhão, foram consumidos em larga escala pelos leitores de ontem e de hoje.
Pela boa qualidade da produção editorial maranhense e pelo expressivo contingente de apreciadores de livros, os meios culturais se animaram e o otimismo voltou a reinar na antiga Atenas Brasileira, tanto que o Governo do Estado deseja substituir, este ano, a prefeitura de São Luís, na montagem da Feira do Livro.
Em tempo: como o assunto é livro, pelo que se informa, são estes os títulos mais procurados na Livraria e Espaço Cultural: Pregoeiros e Casarões, de Antônio Guimarães, Maranhão Novo e Arte Plástica no Maranhão, de Eliézer Moreira, A Balaiada, de Bento Moreira Lima, Ajurujuba, de Ivanir Araújo, Coleção Touché, de Wilson Marques, Saraminda e o Dono do Mar, de José Sarney, História do Maranhão, de Mário Meireles, O Mulato, de Aluísio Azevedo, e O Vitorinismo, de Benedito Buzar.
IRMÃO DE MINISTRO
Aviso aos navegantes: nas eleições de 2018 um forte empresário da região de Balsas, pretende se candidatar a um cargo majoritário no Maranhão: o irmão do ministro da Agricultura, senador Blairo Maggi.
O potencial candidato ainda não está filiado a partido político, mas seguirá a orientação do irmão, que é membro do Partido Progressista, pelo qual se elegeu governador de Mato Grosso.
Blairo Maggi é considerado o maior plantador individual de soja do Brasil e segundo a revista Forbes, a sua família é a sétima mais rica do País.
ÉDIPO REI
Em agosto, professores, alunos, servidores do Ceuma e convidados da família Fecury, terão a oportunidade de assistir um espetáculo cênico de grande nível, em São Luís.
Trata-se de Édipo Rei, tragédia grega da autoria de Sófocles, já vista em São Luís anos atrás, no histórico Sitio do Físico, pelo grupo teatral, dirigido pelo Tácito Borralho.
A iniciativa da reapresentação da peça deve-se a Mauro Fecury, que contratou o grupo Laborarte para fazer três espetáculos, a céu aberto, nos campus do Ceuma, localizados no Renascença, Cohama e Anil.
AMPLIAÇÃO DA FEIRINHA
O responsável pela criação da Feirinha, instalada na Praça Benedito Leite, é o vereador Ivaldo Rodrigues, ora ocupando o cargo de secretário de Agricultura, da prefeitura de São Luís.
Graças a ele, a cidade, aos domingos, encontrou uma opção para o lazer e o entretenimento. Não à toa, Ivaldo já é visto e saudado como o futuro prefeito. Por conta dessa formidável iniciativa, gente de todas as classes sociais e de todas as idades ali chega à procura do que faltava em São Luís.
Impressiona o número de pessoas que comparece àquele evento e que cresce a cada domingo. Por conta disso, Ivaldo pensa levar a Feirinha para ocupar parte da Avenida Pedro II.
Chegar na B.Leite depois das dez horas é submeter-se ao penoso exercício do estacionamento. Tudo que é apresentado e oferecido é vendido. Produtos agrícolas e artesanais, pratos da cozinha maranhense, bebidas caseiras, livros de autores da terra, nada sobra. Comer e beber sentado no chão virou moda. A praça virou um alegre ponto de piquenique.
PNEUMONIA ATACA
Meu amigo Gastão Vieira foi derrubado, na semana passada, por uma surpreendente pneumonia.
O ataque da doença foi forte, mas ele conseguiu dar a volta por cima e derrotá-la com a categoria de político vencedor.
Se recupera do susto em sua residência.