Na minha vida de septuagenário, tive a ventura de ver o Brasil, ao longo de sua trajetória histórica, avançar econômica e socialmente, ou seja, desenvolver-se e modernizar-se, mas, tive, também, a desventura de vê-lo desviar-se de sua gloriosa caminhada para o futuro, dando passos para trás no rumo do obscurantismo e do autoritarismo.
Como pode um país fabuloso e fantástico do porte do nosso, que o mundo admira pelo povo que tem, pelas riquezas naturais que possui, pela invejável dimensão continental e marcante identidade cultural, viver quase sempre sobressaltado por crises de governabilidade e/ou instabilidade política, que o impedem figurar no ranking das nações civilizadas e democráticas?
Essa gritante dicotomia, que conduz o país ora para avanços, ora para recuos, deve-se, segundo estudiosos e cabeças pensantes, à ausência absoluta de quadros políticos verdadeiramente responsáveis, preparados e qualificados para cuidar das tarefas de gestão pública.
Eu, nessas sete décadas de existência, presenciei nada menos do que oito crises políticas no Brasil, que o deixaram em situação desconfortável perante o mundo e em posição nada compatível com os anseios do povo.
A primeira foi em 1954, com o presidente Getúlio Vargas envolvido num “mar de lama”, fato que a UDN denunciou através do deputado Carlos Lacerda, que, por isso, sofreu um atentado, executado pelos correligionários do chefe da Nação. Compelido pelas Forças Armadas a renunciar ao mandato, Getúlio recorre ao suicídio e deixa uma carta-testamento, acusando o imperialismo e suas alianças como responsáveis pelo golpe de Estado.
A segunda veio com o Brasil governado por Jânio Quadros, que, intempestivamente, em agosto de 1961, renuncia ao cargo de presidente da República. O vice, João Goulart, ausente do país, é impedido pelos ministros militares de assumir o poder, gerando um impasse institucional, que resulta na mudança da forma de governo: de presidencialista, o Brasil vira parlamentarista.
A terceira surge em abril de 1964, com as Forças Armadas insurgindo-se contra o presidente João Goulart, deposto por querer introduzir no país as reformas de base e de se atrelar ao comunismo internacional. O general Humberto Castelo Branco assume o governo e, por meio de atos institucionais, implanta um regime ditatorial, que vigora por vinte anos. Em dezembro de 1968, sob a presidência do general Costa e Silva, o regime militar decreta o Ato Institucional 5, obrigando o Congresso a entrar em recesso. O presidente Ernesto Geisel, nove anos depois, em abril de 1977, fecha novamente o Congresso Nacional e elabora o chamado Pacote de Abril.
A quarta veio à tona em abril de 1985, na véspera da instalação da Nova República, o presidente eleito, Tancredo Neves é hospitalizado em Brasília e submete-se a uma operação abdominal. Esboça-se um movimento com relação à posse do vice-presidente José Sarney, que mesmo contestado pelos militares, assume interinamente o cargo, do qual se torna o titular com a morte do político mineiro.
A quinta aflora em dezembro de 1992, com a decisão histórica do Senado de condenar o presidente Fernando Collor de Melo inabilitando-o ao exercício de funções públicas. A queda de Collor foi lenta e dolorosa. Começa com a denúncia do irmão Pedro, que gera o processo de impeachement contra o chefe da Nação. Quem o substituiu no poder é o vice, Itamar Franco.
A sexta vem à tona em 2005 e alcança 2006, com o escândalo do Mensalão, patrocinado pelo PT, que, através da corrupção política, pratica a compra de voto dos parlamentares no Congresso Nacional. O caso teve com protagonistas, além dos agentes do PT, os integrantes do governo do presidente Lula da Silva, o grande beneficiado daquela sinistra operação. O desfecho do Mensalão ocorre no Supremo Tribunal Federal, que julga e condena 40 políticos, acusados de formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta e evasão de divisas.
A sétima crise decorre do desgoverno da presidente Dilma Roussef, que leva o país ao retrocesso econômico, ao retorno da inflação e do desemprego. Paralelamente, emerge o escândalo do Petrolão, do qual nasce a operação Lava-Jato e impede a presidente da República de continuar no exercício do cargo, para o qual se reelegera.
A última diz respeito à oitava crise e que se encontra em andamento, pelo envolvimento de Dilma, Lula, do Partido dos Trabalhadores e de outras agremiações partidárias no escândalo de propinas e de outras vantagens ilícitas, patrocinadas pelas grandes empreiteiras nacionais. Essa crise alcança inclusive o atual presidente Michel Temer, ameaçado de ter o seu mandato cassado pela Justiça Eleitoral ou de sofrer um impeachement pelo cometimento, também, de práticas ilícitas.
SARNEY E CEUMA
O engenheiro Mauro Feecury recebeu do ex-presidente José Sarney, um documento valioso e histórico.
Nele, Sarney emite um juízo de valor sobre o excelente resultado obtido pelo Grupo Educacional Ceuma, na rigorosa aferição feita recentemente pelo Ministério da Educação.
O ex-presidente da República elogia a avaliação do MEC e exalta a educação superior que o Ceuma pratica no Maranhão, Brasília, Pará e Piauí, mediante cursos do mais alto nível.
FIEMA ASSINA MANIFESTO
O presidente da Federação das Indústrias do Maranhão, Edilson Baldez, fez questão de ser o primeiro a assinar o documento da Confederação Nacional da Indústria sobre o momento político do País.
O presidente da Fiema assim procedeu por estar sumamente preocupado com a situação institucional do Brasil, que se não houver bom senso e união, para desarmar os mais exaltados, poderemos cair na vala comum do atraso e da desesperança.
Ao ser o primeiro signatário do “Comunicado à Nação”, Baldez expressa não apenas o seu, mas o sentimento de todo o segmento empresarial maranhense.
TEMA E TEMER
Na recente “Marcha dos Prefeitos” em Brasília, o presidente da Federação dos Prefeitos do Maranhão, Cleomar Tema, passou como parente do presidente da República, Michel Temer.
A confusão não se deu pela semelhança física entre o presidente da Famem e o chefe da Nação, mas simplesmente por ostentarem sobrenomes parecidos: Tema e Temer.
CADÊ RICARDO MURAD?
Ricardo Murad é um político que atua na vida pública em tempo integral e dedicação exclusiva. Por isso, quando ele submerge ou inexplicavelmente sai de cena, dá margem a que hipóteses ou conjecturas venham à tona.
O sumiço de Ricardo, que se espera não ser por motivo de saúde, enseja pelo menos três perguntas: 1) abandono definitivo da política partidária ou apenas um recuo estratégico? 2) esquivou-se da política para deixar que os holofotes da mídia e da opinião pública sejam totalmente canalizados para a filha, deputada Andréa Murad, cuja atuação na Assembleia Legislativa só merece aplausos?) finge-se de morto ou aguarda a poeira assentar para dar a volta por cima no momento certo da sucessão ao governo estadual?
A FAVOR DO UBER
Quando o saudoso jornalista Benito Neiva reinava de modo absoluto no colunismo social de São Luis, costumava encerrar suas crônicas com este apelo: “Sempre a favor de telefone no aeroporto do Tirirical e contra a permanência de menores em lugares proibidos.”
Parafraseando Benito, gostaria de proclamar em alto e bom som que sou a favor, sempre a favor, da presença do Uber em São Luis e contra, sempre contra, a perseguição aos profissionais que optaram por esse meio de vida.