A OCUPAÇÃO DO LARGO DO CARMO

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O Largo do Carmo, secularmente, pela sua posição estratégica, tornou-se o principal ponto de convergência social de São Luis.

A vida da cidade gravitava nele e no seu entorno, onde tudo acontecia e a população tomava conhecimento de fatos e atos do cotidiano, que repercutiam pela presença de igrejas, cinemas, bares, restaurantes, lojas, redações dos jornais, emissoras de rádio, consultórios médicos, escritórios de profissionais liberais e dos transportes coletivos (bondes e ônibus).

Nas campanhas eleitorais, o Largo do Carmo funcionava como a caixa de ressonância política, tendo o frontispício da igreja de Nossa Senhora do Carmo e a sacada da casa de dona Maria Machado por moldura ou palco de comícios e concentrações populares, especialmente de conteúdo oposicionista, que fizeram São Luis ser conhecida por Ilha Rebelde.

Não havia outro local na cidade que atraísse e mobilizasse mais a população da cidade do que o Largo do Carmo, pois lá ocorriam os mais candentes episódios da vida privada e pública maranhense.  Naquele pedaço de chão, emanavam e fervilhavam as notícias mais fresquinhas, as informações mais quentes e os boatos mais desencontrados.

A importância do Largo da Carmo na vida pública maranhense salientou-se na famosa “Greve de 1951”, ocupada literalmente pelos “soldados da liberdade”, que lutavam para impedir o governador Eugênio Barros de ser empossado, sob a justificativa de sua eleição ser produto de fraude eleitoral.

Por mais de 60 dias, o povo de São Luis não arredou os pés dali, para ouvir  discursos, protestar e exigir do Presidente da República, Getúlio Vargas a decretação da intervenção federal no Maranhão, o que não aconteceu, deixando o eleitorado oposicionista frustrado.

Mas a partir de 1964, com o movimento militar que derrubou o presidente João Goulart do poder, que levou o país à ditadura, o Largo do Carmo deixou de ser o palco dos grandes acontecimentos políticos de São Luis.

Por motivo de segurança, as forças militares proibiram que, naquele espaço, se realizassem atos e manifestações políticas, para o povo não protestar ou se insurgir contra as autoridades.

Nas eleições de outubro de 1965, em que José Sarney conquistou o governo do Estado, nada aconteceu no Largo do Carmo, pois a Secretaria de Interior, Justiça e Segurança, com base no dispositivo federal, reprimiu todos os atos de natureza político.

Esse recuo histórico serve para mostrar o que o Largo do Carmo representou no passado e a situação em que se encontra atualmente: esvaziado, abandonado e ponto de encontro de viciados e marginais.

Mas esse quadro pode ser revertido desde que o prefeito Edivaldo Holanda Junior acorde e ponha em prática um projeto para reativá-lo e torná-lo cenário de atos memoráveis, que mereçam ser vistos ou comemorados pela população.

Para a materialização desse projeto, à prefeitura bastaria assumir a responsabilidade de dotar o Largo do Carmo de condições físicas para suportar a promoção de shows musicais, atos evangélicos, apresentações folclóricas, eventos populares, feiras de livros, encenações teatrais e até mesmo comícios políticos.

Em assim procedendo, a prefeitura daria à cidade uma opção a mais para a prática de atos públicos e privados e ainda desafogaria a Praça Maria Aragão de certas manifestações, algumas irrelevantes ou desnecessárias.

A COTAÇÃO DE NICOLAU

Nicolau Dino, irmão do governador Flávio Dino, é um dos subprocuradores que manifestaram interesse em se candidatar ao cargo de procurador-geral da República.

O atual procurador Rodrigo Janot apóia Nicolau Dino, antigo colega de Associação Nacional dos Procuradores da República, com quem mantém estreitos vínculos de amizade.

Nicolau é considerado um homem preparado, com experiência e estatura para manter a máquina da Lava-Jato nos trilhos, embora tenha perfil tímido.

Também é respeitado pela base do Ministério Público, mas o seu nome parece não ter a simpatia do Palácio do Planalto.

RESTAURANTE E DIA DAS MÃES

Os filhos que pensaram homenagear as mães, no domingo passado, levando-as aos melhores restaurantes da cidade, passaram por maus bocados e frustraram-se.

Em vez de alegria e prazer, as mães sofreram dentro e fora dos restaurantes, que, além de insuficientes, não se preparam para atender à demanda.

Elas, não mereciam ter visto cenas tão grotescas e passado por momentos nada agradáveis.

ARLETE E JOSUÉ

Há anos, a escritora Arlete Nogueira Machado guarda consigo uma raridade.

Um ensaio maravilhoso e inédito, com mais de cem páginas, da autoria do intelectual maranhense Franklin de Oliveira sobre a vida e a obra do saudoso escritor Josué Montello.

Ela sabia que um dia usaria aquela peça literária para homenagear os dois ilustres e renomados maranhenses. Por isso, proporá à Academia Brasileira de Letras a publicação do primoroso ensaio, no centenário de nascimento de Josué Montello, em agosto vindouro.

SEBASTIANISMO NO MARANHÃO

Em cumprimento à lei que determina que Portugal seja homenageado no Maranhão, no dia 10 de junho, a Academia Maranhense de Letras, a Sociedade Humanitária, a Comunidade Luso-Brasileira e o Grêmio Lítero Português, vão realizar um evento comemorativo.

No dia 6 de junho, às 19 horas, no auditório da AML, o escritor português, Antônio Freire, profere palestra sobre o tema “O Sebastianismo no Maranhão”.

O intelectual lusitano é hoje o maior conhecedor da vida e da obra do padre Antônio Vieira, a respeito do qual já escreveu vários livros.

DUTRA ARREPENDIDO

Encontrei o ex-deputado e agora prefeito de Paço do Lumiar, Domingos Dutra, ao lado da esposa, Núbia, minha conterrânea de Itapecuru.

Ao vê-lo um tanto quanto sorumbático, não deixei esta pergunta escapulir: – O que é melhor ser estilingue ou vidraça?

Respondeu o óbvio.

NOME DE PARTIDO

A moda agora é a mudança de nome dos partidos brasileiros.

Começou com Rede de Sustentabilidade. Depois veio Solidariedade. Agora foi a vez do Partido Trabalhista Nacional que virou Poderoso.  O PTB pretende ser conhecido como Avante.

Nome mais adequado ao PT: Trapalhões ou Trapaceiros.

SEM CENSORES

Tenho a impressão de que o trânsito melhorou bastante depois da retirada dos censores das vias públicas de São Luis.

O tráfego ficou mais livre e fluindo com mais desenvoltura.

Errou feio quem achava que o trânsito, sem os censores, transformaria a cidade num caos.

Ponto para o prefeito Edivaldo Holanda que, sem querer, livrou a Cidade daquelas engenhocas.

COMPARECIMENTO DE FELIPE

Por não comparecer à abertura do programa Roda de Debates, promovido pela Academia Maranhense de Letras com estudantes do ensino médio, o secretario de Educação, Felipe Camarão, marcou presença no encerramento do evento.

Como se não bastasse, discutiu, opinou e acatou sugestões e propostas de professores e alunos.

A presença de Felipe Camarão em eventos e atos que possam melhorar a educação no Maranhão, faz com que seja considerado um dos gestores mais eficientes e competentes do atual governo.

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