DO PAI(ORLEANS) PARA O FILHO(CARLOS)

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Não é preciso ser analista político para imaginar que é questão de tempo a deflagração nas hostes do PSDB do Maranhão de uma luta de foice entre o vice-governador Carlos Brandão e o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, pelo domínio estadual do PSDB.

Essa luta, não se desenvolve apenas pelo domínio do partido. Vai mais longe e tem outras conotações, como, por exemplo, o atual alinhamento do tucanato maranhense ao esquema político do governador Flávio Dino, que, nas eleições de 2014, teve Carlos Brandão como companheiro de chapa e se elegeu vice-governador do Estado.

Naquele pleito, a aliança entre o PSDB e o PC do B foi possível e ganhou corpo porque teve o aval da cúpula nacional do partido. Nos tempos que correm, contudo, a situação difere literalmente de 2014, pois o PSDB  participa do governo Michel Temer e se compôs com o PMDB, para dar sustentação ao presidente da República, que trava uma batalha gigantesca para se manter no poder e aprovar no Congresso Nacional as Reformas Trabalhista e da Previdência Social, tão necessárias ao país.

No plano nacional como no regional, por conseguinte, a postura adotada pelos tucanos é de não aliar-se a agremiações partidárias contrárias ou em rota de colisão com o presidente Michel Temer.

Repetir no Maranhão a fórmula de 2014, em que o PSDB aliou-se ao PC do B, nem pensar. O vice-governador Carlos Brandão, sabe dessa orientação, tanto que vem sendo questionado pelo emplumado tucano, o ex-deputado e ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, afinado da cabeça aos pés à cúpula do PSDB.

Como em política tudo acontece e às vezes até se repete,  Carlos Brandão, como bom filho, poderá espelhar-se no exemplo de seu querido pai, o saudoso deputado Orleans Brandão, que, em 1963, tomou a iniciativa de liderar um movimento de apoio político ao governador Newton Bello, alvejado pela ação de sete deputados federais do extinto Partido Social Democrático, que contestavam uma decisão do chefe do Poder Executivo.

Liderados pelo deputado federal Cid Carvalho, os parlamentares Ivar Saldanha, Eurico Ribeiro, Líster Caldas, Matos Carvalho, Luis Coelho e Alberto Aboud, bateram de frente contra a indicação de José Burnett a líder da bancada do Maranhão na Câmara Federal. Para substituí-lo, o escolhido foi Ivar Saldanha, fato que gerou uma crise e levou os rebelados, assim chamados, a se desligarem do PSD e se filiarem ao PTB, com aval do presidente João Goulart e da liberação das benesses do governo federal.

Para hipotecar solidariedade ao governador, Orleans Brandão promoveu um jantar no Cassino Maranhense, oportunidade em que chamou os rebelados de “Frutos Podres” e ainda lançou as bases de uma nova agremiação política no Maranhão, com o nome de PNB ou Partido Newton Bello.

Mas um acontecimento de grande relevância nacional veio à tona e implodiu a criação do PNB e o projeto dos rebelados, de fazer o deputado Cid Carvalho candidato do PTB a governador nas eleições de 1965.

Esse acontecimento foi a eclosão do movimento militar de abril de 1964, que fez as águas de março  levarem de roldão rebelados e não rebelados.

TRATAMENTO DE EXCELÊNCIA

O prefeito de São Paulo, João Doria, a cada dia surpreende o país com novos atos e fatos.

A última do gestor paulista: extinguiu o tratamento de Vossa Excelência e de Vossa Senhoria na prefeitura paulista, no pressuposto de que todas as pessoas devem ser tratadas igualmente perante a lei.

Por falar em tratamento, lembro o saudoso deputado Nagib Haickel quando se elegeu deputado federal.

Ao chegar de Brasília, um jornalista perguntou o que mais o impressionou no Congresso Nacional. Sem titubear, respondeu: Ser tratado por Vossa Excelência por todos que ali trabalham.

MARGINAL DAS LETRAS

Na semana passada, um jornal da cidade publicou um artigo singularmente tolo de um marginal das letras contra a Academia Maranhense de Letras e os acadêmicos.

Mal sabe ele que, com as suas tolices impressas, está a fortalecer a AML. Sim, isso mesmo: fortalecer.

Enquanto houver idiotas aqui fora, haverá espaço, lá dentro, para os homens de espírito, e são estes que asseguram a continuidade da Instituição.

QUEM TEM MEDO DO UBER?

O presidente da Câmara Municipal de São Luis, Astro de Ogum, pisou na bola ao promulgar a lei que proíbe o uso do Uber na capital maranhense.

A promulgação dessa lei mostra duas coisas. Primeiro, a ilegalidade do ato, pois de acordo com a Constituição Federal que tem competência para legislar sobre trânsito e diretrizes de política nacional de transporte, é a União.

Segundo, a prova cabal e insofismável de que os vereadores da capital maranhense não estão sintonizados com o progresso e mudanças que se operam em todos os setores da sociedade, especialmente com respeito à mobilidade urbana.

Mas não foi apenas a Câmara Municipal que pecou. O prefeito Edivaldo Holanda, também, deixou de cumprir o seu dever, omitindo-se de sancionar uma lei, que poderia deixar São Luis de bem com a modernidade e o bolso popular.

DISCURSO DE INTELECTUAL

Quem compareceu à solenidade de posse do jovem advogado Felipe Camarão, na Academia Ludovicense de Letras e no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, sabia que ouviria um bom discurso do atual secretário de Educação do Estado.

Mas Felipe extrapolou e surpreendeu.  Na sua oração de posse, mostrou o seu lado de bom intelectual, que cultiva as letras e domina a difícil arte da oratória.

Os membros da Academia Maranhense de Letras, que marcaram presença na solenidade, saíram do Convento das Mercês empolgados com que ouviram e convencidos de ser mais valor intelectual, que, naquela noite, surgia.

EUTANÁSIA ELEITORAL

Lenta e gradativamente o processo eleitoral brasileiro vem sofrendo alterações, com vistas à diminuição de custos na campanha política.

O começo dessa operação deu-se com a proibição dos tradicionais comícios.

Pretende-se agora extinguir o horário eleitoral gratuito e a propaganda partidária no rádio e na televisão a que cada legenda tem direito.

No rumo que a coisa vai, o próximo passo será a inexorável decretação da extinção do voto universal, secreta e direta.

CAIXA DOIS

Nas agências Estilos, do Banco do Brasil, dois caixas estão sempre a postos para atender os clientes.

De uns tempos para cá, na hora em que a atendente chama o correntista para comparecer ao caixa dois, uma surpresa: ninguém se apresenta.

Tudo por conta do efeito das propinas e dos políticos.

CELEBRAÇÃO DA VIDA

Em abril passado, uma grandiosa festa foi realizada numa das casas de eventos mais requintadas de São Luis.

Quem a promoveu: professora Socorro Neiva. Não com o objetivo de comemorar seu aniversário ou qualquer efeméride familiar, mas para algo que ela considera sublime e maravilhoso: a vida

A anfitriã convidou 300 pessoas que fazem parte de sua selecionada relação de amizade e as recebeu numa noite festiva e de celebração à vida, que ela, como mulher bem realizada profissionalmente, curte ininterruptamente e sem medo de ser feliz.

Naquele evento, onde a alegria, a descontração e a felicidade marcaram presença, Socorro Neiva, em companhia de amigos e convidados, celebrou a vida como imaginou e quis.

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