A FALACIOSA REVITALIZAÇÃO DO RIO ITAPECURU
O rio Itapecuru, pela sua importância na vida econômica do Maranhão, foi louvado em verso e prosa por poetas, escritores, historiadores, governantes, viajantes e cronistas nacionais e estrangeiros.
Nos séculos XVII, XVIII e XIX, o Maranhão era um grande produtor e exportador de bens primários e importava artigos manufaturados. Pelas águas do rio Itapecuru, essa produção transitava e gerava-se o processo de trocas comerciais.
Antonio Bernardino Pereira do Lago, em sua Estatística Histórico-Geográfica da Província do Maranhão, asseverava que “O rio Itapicuru é o mais agradável e principal, por onde sobe e desce a maior riqueza da Província.”
Com o passar do tempo, o rio Itapecuru perdeu a importância econômica, degradou-se e vive esquecido. Só os políticos, de vez em quando, lembram-se dele, que o usam para fins eleitoreiros.
Nos últimos anos, não há assunto mais falacioso do que a tão alardeada revitalização da Bacia do rio Itapecuru. Como itapecuruense que sou, acompanho com o mais desusado interesse as tratativas anunciadas para salvá-lo da situação deplorável em que se encontra.
Na minha modesta opinião, de todas as ações para recuperar o rio que banha a minha terra, a de melhor resultado, sem sombra de dúvidas, foi a organizada pelo Instituto do Homem, com o apoio financeiro da Fundação Konrad Adenauer e participação da Secretaria do Meio Ambiente e da Universidade Federal do Maranhão.
Com o nome de “S.O.S Itapecuru”, o evento ocorreu em dezembro de 1992, em São Luis, prestigiado por técnicos, estudantes, professores , intelectuais, ecologistas e representantes de entidades da sociedade civil e organismos governamentais, que discutiram a situação da Bacia do Itapecuru e as medidas para a solução dos graves problemas diagnosticados.
Mas tudo ficou apenas no papel e perdido na burocracia. Depois da iniciativa do Instituto do Homem, outras ações foram tomadas por políticos, mas consideradas infrutíferas e inconseqüentes.
Em junho de 2006, no governo de José Reinaldo Tavares, surgiu “O Programa de Revitalização da Mata Ciliar do Rio Itapecuru”, que não passou de uma simples manifestação de vontade, por isso, não obteve nenhuma repercussão.
Em março de 2008, o governador Jackson Lago patrocinou “O Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio Itapecuru”, organizado pela Secretaria de Planejamento, Assessoria de Relações Internacionais, Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores, para desenvolver ações destinadas a recuperar, conservar e preservar o meio ambiente da Bacia do Itapecuru , e minimizar os efeitos ambientais e promover o desenvolvimento sustentável. Com a saída de Jackson do governo, o Programa foi por águas abaixo.
Em 2009, a iniciativa de promover um projeto para “salvar as nossas águas’’, partiu do presidente da Assembleia Legislativa, deputado João Evangelista, através do projeto “Itapecuru das Águas Perenes”, para “mobilizar e congregar a sociedade em torno da preservação do Rio Itapecuru e explorá-lo de forma sustentável, assegurando a sobrevivência das atuais e futuras gerações”. A doença que atacou o presidente da Assembleia, levou à morte ele e o seu projeto.
No governo Flávio Dino, em junho de 2016, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais, promoveu em Codó o I Fórum sobre a criação e fortalecimento dos Comitês da Bacia Hidrográfica do Itapecuru, que não passou do ato inaugural.
Depois de tantas iniciativas, com resultados pífios, o senador Roberto Rocha, vem de ançar um programa de nome pomposo: Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Regional da Bacia do Rio Itapecuru. Pelo que se percebe, será mais um projeto com finalidade política e de cunho eleitoreiro.
BOI DE GOIÁS
A carne é hoje o produto mais em evidência no Brasil. Em 1950, quando o prefeito de São Luis era Eduardo Viana Pereira, a população viveu dias tormentosos à falta de tão precioso produto.
Nomeado pelo governador Eugênio Barros, Viana Pereira assumiu o cargo num momento de crise, mas prometendo resolver tão angustiante problema.
Dias depois, o prefeito anuncia a abundância de carne de Goiás no Mercado Central para abastecer a cidade.
Só que a carne não era de boi, mas de jacaré.
O fato custou ao prefeito o apelido de “Boi de Goiás”, que carregou até o final da vida.
ASTRO E POLÍTICO DE OGUM
O eleitorado de São Luis, pela sua índole mística, sempre gostou de ter na Câmara Municipal, candidatos egressos da umbanda.
Na década de 1950, pelo PSP, o pai de santo José Cupertino, bastante popular no bairro do João Paulo, se elegeu vereador.
Nos anos 1980, José Cupertino foi substituído por outro pai de santo, conhecido por Sebastião do Coroado, com largo prestígio na periferia da cidade. Enquanto viveu, não perdeu uma eleição.
Com o desaparecimento de Sebastião, quem passou a reinar foi o pai de santo, conhecido nas rodas mediúnicas, por Astro de Ogum, mais letrado, mais sabido e mais articulado politicamente do que os antecessores, que nunca chegaram a presidir o Poder Legislativo de São Luis.
Astro de Ogum, eleito e reeleito presidente da Câmara Municipal, pelo seu poder de persuasão, fez algo inédito: levou o governador Flávio Dino a uma confraternização com vereadores.
MEDIDA PROVISÓRIA
Como é do domínio público, o deputado José Adriano Sarney, em plena sessão legislativa, rasgou o livro da autoria de Flávio Dino, no qual ele demonizava as medidas provisórias por serem atos provenientes da ditadura.
Depois daquele audacioso gesto do parlamentar oposicionista, é mais quem deseja ler o livro de Flávio Dino. Por mais que se procure, não se acha.
O sumiço do livro deve-se ao gesto de José Adriano. Há quem diga que gente do Palácio foi vista em livrarias e sebos da cidade, retirando das prateleiras o
JOSÉ CARLOS TAJRA
Nesta quinta-feira, 30 de março, o brilhante advogado maranhense, José Carlos Tajra, comemora o seu ingresso na fase octogenária da vida.
Residente há 58 anos no Rio Janeiro, onde construiu sua vida familiar e profissional, José Carlos festejará a data cercado da esposa, três filhos, amigos e colegas do Instituto dos Advogados do Brasil, do qual é membro.
Aziz, irmão do aniversariante, viajou para o Rio de Janeiro, para participar das comemorações alusivas à efeméride.
ANIVERSÁRIO DE JOÃO LISBOA
O historiador e jornalista João Lisboa, se vivo fosse, teria completado dia 22 de março, 205 anos.
Com toda essa longevidade, João Lisboa continua desprezado e abandonado pelas autoridades do Maranhão. Basta ver a praça onde a sua estátua encontra-se edificada, para se ter idéia de quanto ele é vilipendiado.
A prefeitura de São Luis, a quem cabe zelar e cuidar das ruas e praças da cidade, não devota ao nosso maior historiador o apreço e o respeito que ele merece.
Será que em 2018, a praça em homenagem a João Lisboa continuará como está?
POSSE DE EDUARDO
Na segunda-feira, às 17 horas, uma solenidade marcará a posse do advogado Eduardo Moreira no Tribunal Regional Eleitoral.
Nomeado pelo presidente da República, Eduardo, pela competência e seriedade, retorna ao exercício da função de juiz, para cumprir mais um mandato de dois anos no TRE.
A presença do jovem advogado naquela Corte dará certamente mais credibilidade e respeitabilidade ao órgão, pelo seu conhecimento jurídico e pela sua cultura humanística.