A grande invasão árabe no Maranhão deu-se nos primeiros anos do século XX, em decorrência dos confrontos bélicos no Oriente Médio.
Incorporados àquelas correntes migratórias, vieram os meus avós Rafiza Gattas e João Mutran Buzar, desembarcados no porto de Salvador em abril de 1913.
Da capital baiana, iniciaram uma longa e penosa jornada de viagem cujo objetivo era alcançar a vila de Itapecuru Mirim, onde já se encontrava o primo Chafi Buzar, pai do compositor Nonato, que aconselhou o casal a fugir de Monte Líbano e tentar nova vida no Brasil, país que recebia os migrantes árabes com alegria e fraternidade.
Depois de percorrerem o interior do Brasil, por meio de caminhadas, em lombos de animais ou em pequenas embarcações, finalmente, aportaram em Itapecuru, às margens do rio de mesmo nome e pelo qual transitava grande parte da produção agrícola do Maranhão.
Bem recebidos no lugar que escolheram para viver, não perderam tempo: com pouco dinheiro e muito esforço trabalharam incansavelmente para manterem a família, que aumentara com a chegada dos filhos que deixaram em Monte Líbano, Nagib e Ana, os quais se juntaram aos nascidos em terras brasileiras: Abdala (meu pai) e João José.
De mascates, os Buzar, pela indômita vontade de vencerem na vida, transformaram-se em comerciantes e figuras influentes em Itapecuru, cidade que Ana e Nagib Buzar trocaram por Codó, onde se deram bem, construíram família e patrimônio.
Os filhos que ficaram em Itapecuru, Abdala e João José, ajudaram os pais na tarefa comercial, na qual o meu pai se destacou como empresário e depois como homem público, exercendo os cargos de suplente de juiz, delegado de polícia, vereador, prefeito nomeado e eleito.
Dos filhos de Nagib, apenas um exerceu o mandato popular: Nagibinho, vereador à Câmara Municipal de Codó, nos anos 1970. Dos filhos de Abdala, só este escriba ingressou na política, sendo eleito deputado estadual nas eleições de 1962, mas teve o mandato cassado em abril de 1964, pela Assembleia Legislativa, por imposição o regime militar.
Fiz esse intróito para dizer que depois de alguns anos sem que um membro da família Buzar participasse da cena política maranhense, um bisneto de Rafiza e João Buzar, neto de Maria de Lourdes e Nagib Buzar, filho de Maria de Fátima Buzar e Francisco Oliveira, ingressa na atividade pública e elege-se prefeito de Codó.
Chama-se Francisco Nagib, um jovem que tinha tudo para suceder ao pai, no ramo industrial, mas atendendo ao chamamento do povo codoense, assumiu o comando da prefeitura de um dos municípios mais prósperos do Maranhão.
Eu, na condição de primo de Francisco Nagib, sem conhecê-lo pessoalmente, torço para que realize boa administração na sua cidade e siga o exemplo do tio Abdala, que, como homem público, sempre foi bem quisto pelo povo de Itapecuru e nunca traiu a confiança dos que nele votaram.
ANA DO GÁS
No começo desta década, com grande estardalhaço o mega empresário Eike Batista anunciou a descoberta na região central do Maranhão de grandes reservas de gás natural, equivalente à meia Bolívia.
No pressuposto de que aquelas reservas transformariam o Maranhão num dos maiores produtores de gás natural do mundo, as empresas X intensificaram os investimentos no Vale do Mearim, fazendo, de um lado, melhorar as condições de vida dos habitantes daquela região, de outro, valorizar as ações das empresas de Eike no mercado.
Por conta dos investimentos realizados pelas empresas X, nos municípios de Santo Antônio Lopes, Capinzal do Norte e outros, nos cofres dessas prefeituras abundaram royalties.
Com esse vendaval de dinheiro circulando na região, a mulher do prefeito de Santo Antônio dos Lopes ganhou o nome de Ana do Gás e o mandato de deputado estadual nas eleições de 2014.
PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE
Não passou de boato a notícia de que São Luis perderia o título de Cidade Patrimônio da Humanidade, outorgada pela Unesco,depois de muita luta.
Comprovada a falsidade da notícia, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior ganhou alma nova, pois, se verdadeira, o deixaria numa situação política e pessoal deveras constrangedora e com possibilidade até de uma renúncia do cargo que ocupa.
Mesmo sendo boato, seria de bom alvitre que o prefeito Holandinha despertasse, enquanto é tempo, para a situação de abandono do centro histórico de São Luis, cuja responsabilidade de mantê-lo e de preservá-lo é exclusivamente da prefeitura.
SENADORES E SENADORES
Quando leio nos jornais ou vejo nos blogs que os deputados Waldir Maranhão e Werton Rocha, como projetos de vida, pretendem ser os futuros senadores do Maranhão, penso naqueles homens que em épocas passadas nos representaram na mais alta Casa do Congresso Nacional.
Como não estarão em seus túmulos, figuras como Gomes de Castro, Benedito Leite, Urbano Santos, Alexandre Colares Moreira Junior, Fernando Mendes de Almeida, Manoel Bernardino Costa Rodrigues, Francisco da Cunha Machado, Antônio Brício de Araújo, Clodomir Cardoso, Genésio Rego, José Neiva de Sousa, Vitorino Freire, Archer da Silva, Eugênio Barros, Clodomir Millet, Alexandre Costa e Henrique de La Rocque Almeida, que deixaram os seus nomes perpetuados na vida pública brasileira como políticos que honraram os mandatos outorgados pelo povo maranhense.
CRISES NAS UNIVERSIDADES
A crise que ora vive o país chegou às universidades.
No Rio de Janeiro, na área privada, o prédio da Universidade Cândido Mendes, em Ipanema, vai a leilão.
Na área pública, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro está para fechar as portas.
No Maranhão, a situação não é nada diferente. A Universidade Estadual do Maranhão não fechará, mas, este ano, terá problemas para se sustentar, por conta da criação da Universidade do Sul do Maranhão, que não tem orçamento e dependerá da Uema para funcionar.
No setor privado, uma faculdade de médio porte, segundo se comenta, está em situação complicada e sem oxigênio para dar alguma sobrevida.
DIREÇÃO DO ARQUIVO
A competente técnica Helena Espíndola está com os dias contados na direção do Arquivo Público do Maranhão.
Pelos bons anos de serviços prestados ao Maranhão, terá direito à aposentadoria. A saída de Helena está preocupando os pesquisadores e os que se servem das fontes históricas que se encontram no Arquivo Público, que ela ajudou a construir e organizar.
Sem ela ou outra pessoa de seu nível técnico, o órgão poderá perder a sua destinação de guardar e conservar toda uma documentação institucional e histórica de nosso Estado.
BASE DE ALCÂNTARA
O Brasil e os Estados Unidos voltam a realizar estudos conjuntos, com vistas ao lançamento de foguetes da Base Espacial de Alcântara.
Caso tais estudos cheguem a bom termo, está previsto um vôo inaugural para deixar o mundo aliviado.
A participação nele do presidente dos Estados Unidos, Ronald Trump e de alguns políticos brasileiros.
BOM COMPORTAMENTO
Nota dez para os presidiários maranhenses confinados na Penitenciária de Pedrinhas.
Os detentos daqui não se empolgaram, não aplaudiram e nem prestaram solidariedade aos rebelados das penitenciárias de Manaus e de Natal.
Por causa desse bom comportamento, o Governo do Estado pensa em realizar uma solenidade especial de reconhecimento pelo novo momento em que a vive a Penitenciária de Pedrinhas.
ODEBRECHT EM BAIXA
A Odebrecht, realmente, não vive um momento bom no Brasil.
Até no Maranhão, a poderosa empresa está passando por maus bocados e sofrendo constrangimentos.
O nosso Procon, de modo audacioso, emparedou a Odebrecht, obrigando-a a fornecer água de boa qualidade aos moradores da Raposa.