PREFEITOS ELEITOS DE SÃO LUIS

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PREFEITOS ELEITOS DE SÃO LUIS

Na fase imperial eram as Câmaras Municipais que administravam as cidades brasileiras.

Proclamada a República, com a Constituição de 1891, os municípios ganharam autonomia e passaram a ser dirigidos por intendentes eleitos e com mandato de três anos.

O primeiro intendente eleito para dirigir os destinos de São Luis, Alexandre Collares Moreira Junior, cumpriu o mandato de 1897 a 1900. Sua administração foi marcada pela reconstrução do Palacete Municipal, da Praça do Mercado, das Fontes das Pedras e do Apicum e colocação de paralelepípedos nas ruas da cidade.

O segundo intendente, Nuno Álvares de Pinho, exerceu o cargo de 1901 a 1905. Administrador dinâmico realizou melhoramentos na cidade, com a construção da Avenida Silva Maia e remodelação de várias praças, destacando-se o Desterro. Tentou construir uma avenida ligando o Largo do Carmo ao Largo do Quartel, mas não consegue.

No pleito de dezembro de 1904, Afonso Henrique de Pinho elege-se intendente. No exercício do mandato, de 1902 a 1906, inaugura o busto de Odorico Mendes e dá à Avenida Maranhense, hoje, Pedro II, nova configuração, com a construção de passeios e canteiros.

Sucede Afonso Henrique de Pinho, Alexandre Collares Moreira Junior, que, pela segunda vez, se elege intendente da Capital, para o mandato de 1907 a 1910. Em 1909, renuncia ao cargo para assumir o mandato de senador. Quem o substitui é o presidente da Câmara Municipal, vereador Afonso Giffening de Matos, que, por sua vez, transmite o cargo para Raul da Cunha Machado, que permanece no comando da administração municipal até a eleição do novo intendente, Mariano Martins Lisboa Neto, para cumprir o mandato de 1910 a 1913. Como estava no exercício do cargo de governador, Mariano Lisboa transmite o posto ao subintendente, Augusto Franco de Sá. Nessa gestão, a Praça Gonçalves Dias é concluída e erigida a estátua em homenagem a Benedito Leite.

Depois de cumprir o mandato de senador, elege-se pela terceira vez intendente de São Luis, Alexandre Collares Moreira Junior, para o exercício de 1913 a 1915. Nessa gestão, assina contrato para as obras de saneamento de São Luis.

Nas eleições de 30 de outubro de 1915, Clodomir Cardoso vence o pleito, contra o opositor Raul da Cunha Machado. Jurista e membro do Congresso Legislativo do Estado, realizou mudanças significativas na estrutura urbanística de São Luis, ressaltando-se a inauguração da iluminação elétrica, construção de mercado e matadouro, criação da Guarda Municipal e o monumento em homenagem a João Lisboa.

A sucessão de Clodomir Cardoso foi intensamente disputada, com a participação de cinco candidatos. O vencedor, Luso Torres, oficial do Exército, exerce o mandato de 1919 a 1922. Sua gestão foi marcada pelo saneamento das finanças, impulso à educação com a instalação de numerosas escolas, inauguração da vila do Anil, aquisição de caminhões para a limpeza pública e montagem do sistema de captação e distribuição de água.

REFORMA DA CONSTITUIÇÃO ACABA ELEIÇÃO DE INTENDENTES

A 24 de fevereiro de 1919, os deputados estaduais aprovam uma ampla reforma na Constituição do Estado do Maranhão. Pela nova Carta, a Intendência passa a denominar-se Prefeitura e seus ocupantes – os prefeitos – não seriam mais eleitos, mas nomeados pelo Presidente do Estado.

Ao findar o mandato de Luso Torres, o cargo é transferido ao capitão Raimundo Gonçalves da Silva, a 1º de janeiro de 1922, nomeado pelo presidente do Estado, Urbano Santos.

Daí por diante, ou seja, de 1922 a 1965, São Luis esteve sob a gestão de prefeitos da confiança do chefe do Poder Executivo do Maranhão, que os nomeava e demitia, em função de interesses políticos. Nesse período, mais de trinta personalidades (alguns mais de uma vez), ocuparam o cargo de gestor: Antônio Brício de Araújo, Jayme Tavares, Zenóbio da Costa, Basílio Torreão Franco de Sá, Lino Machado, Antônio Carlos Teixeira Leite, Carlos Macieira, João Manuel Tinoco, Raimundo Frazão Cantanhede, João Inácio Martins, Demerval Rosa, Alcides Jansen Pereira, Pedro Oliveira, Antônio Alexandre Bayma, Manoel Vieira de Azevedo, José Otacílio Saboya Ribeiro, Clodoaldo Cardoso, Pedro Neiva de Santana, Tancredo Matos, Edson Teixeira, Antônio Pires Ferreira, Antônio Costa Rodrigues, Alexandre Costa, Edson Brandão, Wilson Rabelo, Otávio Passos, Eduardo Viana Pereira, CarIos Vasconcelos, José Ribamar Waquim, Ivar Saldanha, José Burnett, Emiliano Macieira e Ruy Mesquita.

A VOLTA DO PREFEITO ELEITO

De 1966 a 1969, houve uma interrupção nesse processo. Em vez de nomeação, procedeu-se uma eleição, resultado da Emenda à Constituição, proposta apresentada pelo deputado Epitácio Cafeteira, aprovada pelo Congresso Nacional. O parlamentar aproveitou-se da PEC para se eleger prefeito de São Luis, numa disputa com os candidatos Ivar Saldanha, José Mário de Araújo Carvalho e Ivaldo Perdigão Freire.

Na gestão de Cafeteira, São Luis viveu intensos momentos de turbulência política, ressaltando-se a crise entre o prefeito e o governador José Sarney, iniciada com o infeliz decreto que proibia a realização dos bailes de máscaras, no período carnavalesco, fato que por pouco não gera uma intervenção do Governo do Estado na Prefeitura. Depois desse episódio, nova crise política veio a lume, desta feita, com a Câmara Municipal, causada pela não observância do prefeito com relação à prestação de contas, que quase o leva à perda do mandato.

REGIME MILITAR MUDA A REGRA DO JOGO

Mas o Ato Institucional nº-3, decretado pelo regime militar, muda novamente a regra do jogo e o prefeito da capital do Maranhão volta a ser nomeado.  De 1969, quando acaba o mandato de Cafeteira, a 1986, com o advento da Nova República, São Luis fica sob o comando de nove gestores nomeados: Vicente Fialho, José Ateniense Libério, Haroldo Tavares, Edmilson Duarte, Antônio Bayma Junior, Ivar Saldanha, Lereno Nunes, Mauro Fecury e Roberto Macieira.

A NOVA REPÚBLICA RESTAURA A ELEIÇÃO DE PREFEITO

A partir de 1986, com a Nova República, os prefeitos das capitais dos Estados, sem exceção, passam a ser novamente eleitos diretamente pelo povo. A iniciativa do presidente da República, José Sarney, acaba aquela norma que vigia desde 1919, pela qual os intendentes seriam nomeados pelos presidentes do Estado, interrompida em 1965 por conta da Emenda Cafeteira.

Essa nova fase é inaugurada com a eleição e posse de Gardênia Gonçalves (1986 a 1988), sucedida por Jackson Lago (1989 a 1992), Conceição Andrade (1993 a 1996), Jackson Lago (1997 a 2000), Tadeu Palácio (2000 a 2007), João Castelo (2008 a 2011) e Edivaldo Holanda (2012 a 2016).

Neste domingo, o povo ludovicense comparece às urnas para eleger o prefeito, que poderá ser Edivaldo Holanda Junior, para continuar à frente do Palácio La Ravardière, ou Eduardo Braid, o novo fenômeno eleitoral de São Luis, que começou do zero e surpreendeu de forma sensacional as previsões dos analistas políticos, que jamais imaginavam ser o vitorioso no primeiro turno e concorrer com um candidato que se julgava o favorito na corrida à prefeitura da Capital maranhense.

O eleito, portanto, será o décimo a ocupar o cargo de gestor nessa fase em que o povo, pela sua livre e espontânea vontade, escolhe o que regerá os destinos de uma cidade ainda carente de comando competente, altivo e empreendedor.

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