EDUARDO CUNHA E CAFETEIRA
No tocante à vida partidária, o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-senador Epitácio Cafeteira são figuras que defenderam causas políticas nada comuns, em tempos diferentes.
Cafeteira teve seus dias de glória no exercício dos mandatos de prefeito de São Luis, deputado federal governador e senador.
Eduardo Cunha, por sua vez, marcou presença na cena política brasileira ao se eleger presidente da Câmara Federal, à frente da qual praticou atos nada toleráveis, que o levaram à perda de mandato.
Mesmo separados no tempo e no espaço, passaram por momentos inusitados no desempenho de suas ações políticas.
Vejamos os fatos. Em Brasília, recentemente, oficiais de Justiça andaram exaustivamente à cata do deputado Eduardo Cunha, mas não o encontraram, para notificá-lo da reunião da Câmara dos Deputados, em que seria apreciado e votado o relatório da Comissão de Ética, com base no qual a Comissão de Justiça opinou pela perda de seu mandato parlamentar.
Em São Luis, nos idos de 1966, Cafeteira cumpria o mandato de prefeito, quando o regime militar extingue os partidos políticos e cria nova estrutura partidária com apenas duas agremiações: ARENA, de apoio ao governo; MDB, de oposição.
Cafeteira, mesmo sabendo que a ARENA estava sob o controle do governador José Sarney, seu inimigo pessoal e político, tenta filiar-se ao partido do governo.
Para impedi-lo de tal cometimento, Sarney manda esconder o livro de filiação em vários lugares da cidade. O prefeito passa vários dias atrás do livro e não descobre o seu paradeiro. Para não ficar sem partido, filia-se ao MDB, onde não foi bem recebido.
CULTO À PERSONALIDADE
O Presidente da República, Michel Temer, revelou que não deseja ver o seu retrato pendurado nas paredes das repartições públicas por dois motivos: 1) não é adepto do culto à personalidade, prática adotada nos regimes ditatoriais; 2) não quer morrer antes do tempo.
O governador Flávio Dino as saber dessa notícia, não trocou o retrato de Dilma Roussef pelo de Michel Temer.
Dessa forma, a foto da ex-presidente permanecerá no Palácio dos Leões, em seu gabinete, até o final de seu mandato.
DILMA E JACKSON
Dilma é Dilma, Jackson foi Jackson. Entre os dois, uma linha de comportamento sustentada na prudência.
Antes de ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, o governador mandou fotografar e catalogar os objetos do Palácio dos Leões e os entregou a quem de direito.
Dilma seguiu as mesmas pegadas de Jackson. Ao sair do Palácio do Planalto, deixou tudo documentado e no mesmo lugar.
Como dizem os mineiros, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
ELISIANE E ISIANE
Candidatas com nomes parecidos, mas para cargos diferentes.
Elisiane começou a campanha a prefeita de São Luis como favorita. No andamento do processo eleitoral, perde substância para o deputado Wellington do Curso, que se vale disso para crescer e ocupar o seu lugar.
Quanto a Isiane, pouco se ouve falar de sua candidatura à Câmara Municipal. Voto não é bola de basquete, que cai na cesta conforme a habilidade do jogador. Se não correr atrás do eleitor, não pontua na urna.
Nas Olimpíadas, se o time de basquete do Brasil ganhasse a Medalha de Ouro, ela não precisava fazer campanha. Ou bota o time na quadra eleitoral, ou fica com a Medalha de Chumbo.
FALTA DE IMAGINAÇÃO
Há tempo não se via uma campanha eleitoral em São Luis tão pobre de imaginação como a atual.
Mesmice e falta de criatividade estão nos programas de todos os candidatos. Resultado: o eleitorado não se empolga e nem toma conhecimento do que as emissoras de rádio e televisão veiculam no horário patrocinado pela Justiça Eleitoral..
Até agora só um programa interessante: do candidato Fábio Câmara, inspirado na propaganda do Posto Ipiranga.
AS BASES DE ALBÉRICO
O candidato Albérico Filho tem tudo para ganhar as eleições de prefeito de Barreirinhas, basta que os seus correligionários não percam o juízo.
O apoio do prefeito Léo Costa a ele aumentou as chances de retornar ao cargo de prefeito da cidade mais turística do Maranhão, que precisa de um gestor de visão e que trabalhe para não prejudicar o que a natureza lhe deu em matéria de beleza.
Mas esse handicap poderá se esvair se Alberiquinho não sufocar a resistência de sua base política à aliança que celebrou com Léo Costa.
PREFEITO SABIDÃO
O prefeito de Itapecuru, Magno Amorim teve o mandato cassado por ordem judicial, mas retornou ao cargo, lépido e fagueiro, por decisão do Tribunal de Justiça.
O vice, que o substituiu, não mexeu no cofre, não fez qualquer despesa e nem movimentou as finanças do município, durante os poucos dias que ficou no cargo.
Agiu assim não por honestidade, mas porque o prefeito Amorim, sabido como o é, levou para a sua casa documentos e computadores de acesso às contas da municipalidade.
PARTIDO EM DESAGREGAÇÃO
Até onde a vista alcança, o PSB é o partido político que mais se desagregou nas eleições de prefeito de São Luis.
As três lideranças do PSB – Roberto Rocha, José Reinaldo Tavares e Bira do Pindaré, não chegaram a um acordo e tomaram rumos diferentes.
Roberto Rocha ficou com o candidato Wellington do Curso, Zé Reinaldo, apoiou Eliziane Gama, e Bira do Pindaré abraçou a candidatura de Edivaldo.
LIÇÃO DE CIVILIDADE
Dos noves candidatos às eleições de prefeito de São Luis, apenas três não assistiram a projeção do documentário sobre Haroldo Tavares, na Academia Maranhense de Letras: Edivaldo Holanda, Claudia Durans e Zéluis Lago.
Os seis que marcaram presença mostraram-se educados politicamente e comportaram-se com elegância e civilidade.
Em nenhum momento, sinalizaram desconforto ou insatisfação pela ocupação do mesmo espaço físico, onde a cordialidade e o respeito predominaram.
O candidato Valdeny Barros, do Psol, impressionado com o que viu, prometeu reunir o seu partido para avaliar porque no Maranhão os governantes administraram os negócios públicos com liberdade, em plena ditadura.
AEROPORTO PRIVATIZADO
O Governo federal anuncia para o segundo semestre de 2017 a privatização de alguns aeroportos.
O de São Luis está na relação.
Agora, vai, diria João Castelo.