Eram as Câmaras Municipais, na fase imperial, que administravam as cidades brasileiras.
Proclamada a República, com a Constituição de 1891, as Câmaras Municipais foram extintas e os municípios ganharam autonomia e dirigidos por intendentes eleitos e com mandato de três anos.
Em fevereiro de 1919, os deputados estaduais do Maranhão reformam a Constituição do Estado e acabam com a autonomia apenas da capital, São Luis, cujo intendente ganha o nome de prefeito, o qual, em vez de eleito, é nomeado pelos governadores.
Não por acaso, São Luis, de 1919 a 1965, esteve sob a gestão de prefeitos da confiança do chefe do Poder Executivo do Maranhão, que nomeava e demitia, em função de interesses políticos. Nesse período, 35 prefeitos (alguns mais de uma vez), ocuparam o cargo: Jayme Tavares, Antônio Alexandre Bayma, José Otacilio Saboya Ribeiro, Pedro Neiva de Santana, Antônio Costa Rodrigues, Wilson Rabelo, Otávio Passos, Ivar Saldanha, Emiliano Macieira, Ruy Mesquita, Vicente Fialho, Haroldo Tavares, Antônio Bayma Junior, Mauro Fecury e Roberto Macieira.
De 1966 a 1969, houve uma interrupção nesse processo. Em vez de nomeação, procede-se uma eleição, resultado de Emenda à Constituição, que fez de Epitácio Cafeteira o novo prefeito. Mas o Ato Institucional nº-3, decretado pelo regime militar, muda novamente a regra do jogo e o prefeito da capital do Maranhão volta a ser nomeado. De 1969, quando acaba o mandato de Cafeteira, a 1985, São Luis fica sob o comando de oito gestores nomeados.
A partir de 1986, com a Nova República, os prefeitos das capitais dos Estados, sem exceção, passam a ser eleitos diretamente pelo povo. Essa nova fase é inaugurada por Gardênia Gonçalves, sucedida por Jackson Lago, Conceição Andrade, Jackson Lago, Tadeu Palácio, João Castelo e Edivaldo Holanda.
Pela retrospectiva encimada, vê-se que, da Proclamação da República aos dias correntes, se alternaram no comando da prefeitura de São Luis, dezenas de gestores, fato que suscita a seguinte pergunta: São Luis teve mais sorte, no tocante à administração, com prefeitos nomeados ou eleitos?
Sem maiores delongas e com base em estudos e pesquisas, pode-se dizer que os nomeados marcaram presença com mais eficiência e melhor desempenho do que os eleitos. Significa dizer que as obras executadas na cidade e os serviços prestados à comunidade pelos nomeados, além de melhor qualidade, chegavam com mais presteza e melhor resultado à população.
Trocando em miúdos: os eleitos trabalhavam em função de eleições e de votos. Usavam a máquina administrativa municipal, para agradar ao eleitorado com a política assistencialista ou de clientela. Já, os nomeados, tinham a preocupação de levar o benefício diretamente ao povo sem contar com retorno político, o que implicava num serviço mais apurado tecnicamente.
Mas os eleitos, em contrapartida, sobrepujavam os nomeados quanto à independência em relação aos governadores. Nesse quesito, os nomeados perdem feio para os eleitos. Se estes não se obrigavam a dar satisfações políticas ou administrativas aos chefes de Governo, pois não dependiam deles, mas do voto, aqueles tinham de se curvar às ordens e orientações de quem os nomeava. Se assim não procedessem, corriam o risco de entrar em conflito com os governadores, especialmente se conquistassem visibilidade e popularidade.
Alguns gestores pagaram um preço alto por isso. Otávio Passos, Carlos Vasconcelos, Ivar Saldanha, Emiliano Macieira e Ruy Mesquita, por exemplo, viveram momentos conturbados com os governadores, porque procuraram administrar São Luis, cidade intransigentemente oposicionista, ao seu modo e sob inteira responsabilidade pessoal e política.
Pela adoção dessa prática administrativa ousada, se de um lado, viraram figuras populares e prestigiadas pela população de São Luis, de outro, incomodaram os ocupantes do Palácio dos Leões, que passaram a vê-los como eventuais candidatos a cargos públicos de realce, fato que acabava na decapitação deles dos cargos.
Para fechar o assunto, digo sem medo de errar ou cometer injustiça: São Luis, ao longo de sua vida administrativa, deu-se melhor com prefeitos nomeados do que com eleitos. Comprovação disso: até hoje a maioria dos nomeados continua lembrada e reverenciada. Já, os eleitos, bem poucos, ficaram na memória do povo.
MERECE PRÊMIO
O vereador José Joaquim Ramos indicado pelo PSDB para companheiro de chapa de Elisiane Gama, merece ser premiado e glorificado.
Dessa inoperante Câmara Municipal, bem como das antecessoras, ele é um dos poucos que se salvam.
Marca presença e atua no plenário, apresenta propostas em benefício da cidade, enfim, representa bem o povo de São Luis. Sem esquecer a sua fidelidade ao deputado João Castelo, que chova ou faça sol, sempre está ao seu lado.
DUDA MENDONÇA
Informa-se que o publicitário Duda Mendonça vem trabalhar nesta campanha eleitoral para o candidato do PMDB, Fábio Câmara.
Nem Duda Mendonça ou outro marqueteiro de seu nível, fará Fábio Câmara, este ano, sentar na cadeira de prefeito de São Luis.
Pode até melhorá-lo na corrida eleitoral, mas não fugirá do papel que João Alberto e a Gastão Vieira realizaram anos atrás.
ANDREA: A BOLA DA VEZ
O PMDB perdeu grande oportunidade de disputar as eleições deste ano em São Luis com uma candidatura competitiva.
A bola da vez era a deputada Andrea Murad, bem melhor do que essa mediocridade imposta ao eleitorado de São Luis.
Por ser mulher, jovem, simpática, impetuosa e dona de forte discurso, seria uma atração numa eleição em que os candidatos carecem de brilho e luminosidade.
OS VETERANOS NO PÁREO
Políticos da velha-guarda, que se julgavam aposentados, estão de volta nas eleições deste ano.
Sem medo ou receio de enfrentar candidatos jovens, os veteranos encontraram forças inimagináveis para correr atrás de votos.
Zé Vieira, em Bacabal, Biné Figueiredo, em Codó, Dr. Julinho, em Ribamar, Miguel Lauande, em Itapecuru, Chico Coelho, em Balsas, Ildo Marques, em Imperatriz, mostram que ainda têm garra para disputar eleições em igualdade de condições com uma nova geração política que não tem nada na cabeça.
DISPUTA DE PRESTÍGIO
Apenas três representantes do Maranhão no Congresso Nacional, demonstram prestígio junto aos altos escalões da República, em Brasília.
No Senado, João Alberto. Na Câmara dos Deputados, Hildo Rocha e Aluísio Mendes.
O prestígio que tiveram no Governo Dilma Roussef, continua no atual, com o presidente Michel Temer.
Recentemente, numa cana de braço entre os deputados Hildo Rocha e Aluísio Mendes, este, líder de uma bancada de 17 partidos nanicos, foi derrotado pelo parlamentar de Cantanhede, que conseguiu a nomeação de Jonhys Braga para um cargo de direção da Codevasf, então ocupado por um indicado de Aluísio.
JACKSON MASSACRADO
Os atuais donos do PDT do Maranhão estão passando por cima do cadáver do saudoso Jackson Lago sem dó e piedade.
Na semana passada, esses arrivistas pedetistas, violentaram o direito líquido e legítimo do prefeito de Barreirinhas, Léo Costa, de concorrer à reeleição ao cargo que ocupa.
Sem que tenham realizado o mínimo esforço ou desenvolvido qualquer ação para a fundação do PDT no Maranhão, agora, se arvoram em soberanos do partido para massacrar a imagem de um cidadão e de um político que soube se impor no país pela seriedade e honestidade.