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Em 16 de abril de 1916, há cem anos, nascia na Fazenda Floresta, no município de Independência, Estado no Ceará, José Pires de Sabóia Filho.
Naquela cidade, o menino José fez o curso primário. Ao completar 14 anos, os pais o mandaram para Fortaleza, onde fez o ginásio e depois ingressou na Faculdade de Direito do Ceará, bacharelando se em Ciências Jurídicas e Sociais.
Era ainda estudante universitário quando decidiu trabalhar no jornal O Unitário, dos Diários Associados, propriedade de Assis Chateaubriand, do qual, anos depois, Sabóia se fez amigo fraternal.
No Unitário, a sua carreira jornalística foi ascendente e projetou-se como um repórter de mão cheia, qualidade que o credenciou a ocupar o cargo de secretário do jornal.
Nessa função, Pires de Sabóia deu show e habilitou-se a desempenhar atividades de maior responsabilidade. Foi quando recebeu convite, que fez a sua vida mudar radicalmente.
Chateaubriand precisava em São Luis de um homem com o perfil de Sabóia, ou seja, bom profissional e dotado de tino administrativo para comandar os Diários Associados, que editava O Imparcial, comprado do jornalista J. Pires, jornal fundado em 1º de maio de 1926.
Sabóia não pensou duas vezes, pois oportunidade como aquela não se desperdiça com facilidade. Assim, em outubro de 1944, o jornalista cearense chegava a São Luis, com a idade de 28 anos e todo o gás da juventude, para dirigir uma empresa jornalística, que precisava equiparar-se às que Assis Chateaubriand criara e instalara nas principais cidades brasileiras.
O novo diretor dos Associados logo mostrou a que veio. Em curto tempo, O Imparcial ganhou nova cara, modernizou-se e com renovada equipe redacional, impôs-se no cenário jornalístico de São Luis, conquistando conceito e o respeito da sociedade maranhense.
Instalado definitivamente em São Luis, Sabóia trata de construir o seu patrimônio familiar, casando-se com a jovem maranhense, Iracema Freitas, com a qual teve seis filhos.
Casado, partiu para novas conquistas profissionais. Por concurso, torna-se professor catedrático de Direito Civil, na antiga Faculdade de Direito, posteriormente incorporada à Universidade Federal do Maranhão, e advogado do Banco do Brasil.
Como ativo observador das ações políticas no Maranhão, decide disputar as eleições de deputado federal, elegendo-se em duas legislaturas (1967-1971 e 1971 – 1975), sendo membro de duas importantes Comissões na Câmara Federal: Constituição e Justiça e Relações Exteriores.
No governo Nunes Freire, recebe convite para ocupar o cargo de Secretário de Interior e Justiça do Maranhão, ao final do qual deixou a vida pública.
Em O Imparcial, eu, Benedito Buzar, trabalhei de 1973 a 1975, época em que Pires de Sabóia não era mais diretor dos Associados. Quem o substituiu foi o jornalista Adirson Vasconcelos, que me convidou para escrever a coluna Roda Viva, que mantinha no então Jornal do Dia.
Mesmo sem dirigir O Imparcial, Sabóia era um homem forte e prestigiado no Condomínio dos Associados. Quando se processava a sucessão do governador Pedro Neiva, em 1974, ele, empenhou-se e fez de tudo para eu ser demitido do jornal, sob o pretexto de não estar alinhado à corrente política da qual fazia parte.
Adirson Vasconcelos não mediu esforços para impedir a minha saída de O Imparcial, mas Sabóia ganhou a parada. Não à toa, passamos alguns anos distanciados um do outro. Mas, como o tempo se encarrega de pulverizar as arestas pessoais, um dia voltamos às boas.
Em 1990, quando me lancei candidato à Academia Maranhense de Letras, não precisei pedir o seu voto. Espontaneamente, declarou-se favorável ao meu ingresso na Casa de Antônio Lobo, onde a nossa convivência foi fraterna e acima do bem e do mal.
JOÃO ALBERTO E LULA
O senador João Alberto, na semana passada, teve longa conversa com o ex-presidente Lula, assistida apenas pelo filho, deputado João Marcelo.
Ao longo da conversa, pai e filho assumiram o compromisso de lutar contra o impeachement da presidente Dilma.
Da boca de João Alberto, Lula ouviu coisas incríveis e críticas acerbas sobre o governo de Dilma. O ex-presidente ouviu e anotou tudo o que senador maranhense lhe dissera e ainda prometeu acatar as suas sugestões.
TCHAU, TCHAU, DELMA
Quando o governador Flávio Dino juntou a secretaria de Turismo à de Cultura, acertou quem disse que Delma Andrade, que comandava o Turismo no Maranhão, não se demoraria em São Luis.
Dito e feito. Inconformada com a perda do cargo e sem o status de secretária, ela arrumou as malas e já partiu para Brasília.
Para não ficar sem lenço e sem documento, o governador conseguiu para Delma um prêmio de consolação na Secretaria de Representação do Maranhão, em Brasília.
PALMAS PARA VITOR
Eu, particularmente, não concordo com o ponto de vista do deputado Vitor Mendes, que, na semana passada, interpelou o presidente da Câmara Federal, sobre se cumpriria ou não a decisão do ministro Marco Aurélio, que autorizou a abertura de uma Comissão Especial para o impeachement do vice-presidente, Michel Temer.
Repito, mesmo sendo contra, não posso deixar de louvar o comportamento do parlamentar maranhense, que com firmeza e coragem, colocou na parede o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, cobrando dele, em alto e bom som, o cumprimento de uma decisão de um ministro do STF.
Quem votou em Vitor Mendes, deve estar feliz com o destemido ato parlamentar.
NA CONTRA MÃO
Enquanto o governador Flávio Dino parabenizou os deputados Weverton Rocha, Junior Marreca e João Marcelo, que se posicionaram na comissão do impeachement em favor do mandato da presidente Dilma Roussef, a grande maioria do povo maranhense ficou triste e lamentou que os três parlamentares tivessem adotado postura nada republicana e contrária aos sentimentos da nação brasileira.
CARNAVAL FORA DE ÉPOCA
Até parece que São Luis não faz parte do Brasil. Enquanto o país inteiro está preocupado e com as atenções voltadas para o que acontece em Brasília, um juiz, em caráter liminar, manda suspender o pagamento da premiação referente aos vencedores do desfile das escolas de samba do carnaval de São Luis deste ano.