A OUTRA FACE DOS SLOGANS DE GOVERNADORES
Só a partir da década de 1960 os governadores maranhenses descobriram que os slogans, quando bem feitos, são armas poderosas para atrair as atenções do povo .
Newton Bello foi o primeiro governador a usar peças publicitárias, devidamente preparadas por especialistas, para divulgá-las na campanha eleitoral de 1960, quando disputou as eleições majoritárias, com este slogan: “Só pode governar o Maranhão quem o conhece”.
Eleito governador, providenciou outra marca promocional para fazer com que a sua gestão se tornasse um marco histórico. Com este propósito, difundiu pelos quatro cantos do Estado o seguinte slogan: “O Maranhão vai bem com Newton Bello no governo”.
A controvertida sucessão de Newton Bello resultou na eleição do jovem deputado José Sarney, que graças ao seu carisma pessoal e político, tornou-se o novo líder popular do Maranhão.
Anunciado como o governador da mudança, da modernização e do desenvolvimento, Sarney empolgou o povo e o convenceu de que por meio do slogan “Maranhão Novo”, tinha condições de construir no Estado uma forte estrutura econômica, capaz de tirá-lo do atraso secular em que se encontrava.
Depois de Sarney, veio a fase dos governadores eleitos por via indireta: Pedro Neiva, João Castelo e Nunes Freire. Dos três, só o último desprezou o marketing político.
Enquanto Pedro Neiva (1971-1975) aproveita o momento da instalação do Projeto Carajás, para anunciar que seria “O último governador do Maranhão pobre”, João Castelo (1979- 1982) tentou convencer o povo de que no seu governo, o “Maranhão não era problema, mas solução”.
Como a frase não produziu efeito e não caiu no gosto popular, Castelo emplacou um novo e auspicioso slogan, em que prometia “Um grande Maranhão para todos”.
Se Pedro Neiva deixou o Maranhão no mesmo estágio de pobreza, Castelo, como se dizia na época, fez um grande Maranhão para os tolos, em vez de para todos.
Ao cabo do ciclo dos governadores indiretos, retornamos aos tempos da eleição pelo sufrágio popular, direto e secreto. Quem inaugura esta nova etapa de governo é Luiz Rocha (1983-1987), que contrata uma firma especializada para incutir na massa de que na sua gestão construiria “O Maranhão de nossos sonhos”. O sertanejo termina o mandato sem fazer o sonho de ninguém, só o dele.
O sucessor de Luiz Rocha, Epitácio Cafeteira, era conhecido por criar frases de efeito, algumas espirituosas e jocosas, outras, nem tanto. Assume o poder com um slogan de sua própria lavra e de falso conteúdo moralista: “Quem tentar meter a mão no jarro, mando cortá-la”.
Não se tem notícia de que alguém no seu período governamental (1987-1990) tenha ficado maneta. Ao contrário, as mãos dos corruptos ficaram mais ágeis e habilitadas.
Quem sucede a Cafeteira é Edison Lobão (1991-1994), que ao investir-se no mandato (1991-1994), veicula pela mídia impressa e eletrônica de ser “O governador de todos”, como se os seus antecessores pertencessem a facções políticas.
Para substituir Lobão, Roseana Sarney elege-se em 1995 e reelege-se em 1999. No primeiro mandato, exemplar e de bom tamanho, usa o slogan “Para fazer mais”. No segundo mandato, com o slogan, “Para fazer mais ainda”, cria novas expectativas, mas não repete o primeiro.
O sucessor de Roseana tava na cara que seria o vice, o então enfant gâté, José Reinaldo, que se elege folgadamente. No seu governo (2002-2006), ancora-se no avançado slogan “O Maranhão segue em frente”, mas, ele, o governador, fica para trás, pois, termina o mandato rompido com o grupo político que lhe deu a mão.
Afastado do sarneísmo, Zé Reinaldo enfrenta os antigos correligionários e apóia a candidatura do ex-prefeito de São Luis, Jackson Lago. Este, eleito, lança como carro-chefe de seu governo o slogan “Agora é a vez do povo”, que não lhe deu muita sorte, pois, na metade da gestão teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, por uso do poder econômico.
Para finalizar, resta o governador Flávio Dino, que adota o slogan “O governo de todos”. Por muito pouco, a semântica não confunde o slogan do governador de esquerda (Flávio) com o do governador de direita (Lobão). Se aquele desejou ser “O governador de todos”, o de hoje não abre mão de ser “ O governo de todos”.
WALDIR SEM MARANHÃO
Nunca houve, em tempo algum, um deputado federal que envergonhasse tanto a nossa terra e a nossa gente como Waldir Maranhão.
Virou figura tão grotesca que foi o único parlamentar a ser vaiado pelos que votaram contra e a favor do impeachement da presidente Dilma.
Não à toa, surge, na cidade, um movimento para Waldir retirar o Maranhão de seu nome.
TRISTE BANCADA
A grande maioria da bancada maranhense na Câmara Federal seguiu o triste exemplo dos parlamentares de outros Estados.
Se a memória não falha, apenas Aluísio Mendes, Pedro Fernandes, José Reinaldo Tavares e Sarney Filho não fizeram coro às asneiras proferidas pelos deputados no momento de votar.
O país inteiro está a reclamar do baixo nível intelectual e político dos representantes brasileiros no Congresso Nacional, que deixaram a opinião pública escandalizada com as sandices ali vocalizadas.
ROSEANA X FLÁVIO
A Câmara de Deputados, em Brasília, no último domingo, não foi palco apenas da votação do impeachement da presidente da República.
Naquele cenário ocorreu, também, um duelo entre a ex-governadora Roseana Sarney e o governador Flávio Dino.
Ao final da pugna, vantagem para Roseana, que levou o seu time a fazer dez gols, contra oito de Flávio.
LÍDER SEM LIDERADOS
Na estréia do deputado Weverton Rocha como líder do PDT, na Câmara Federal, mostrou que a sua liderança é de araque.
Não teve força e nem comando para evitar que um time de parlamentares do PDT votasse contra a orientação do partido.
Como se não bastasse, ainda recebeu violento torpedo de Cley, por citar indevidamente o nome do esposo, o médico Jackson Lago, em suas patranhas políticas.
PALMAS PARA NEY
Partiu do desembargador Ney Filho a ordem para a Polícia Federal prender o prefeito de Montes Claro, Muniz, denunciado pelo Ministério Público por corrupção, falsidade ideológica, estelionato e dispensa de licitação.
O prefeito, 24 horas antes, teve o seu nome evocado pela esposa e deputada, Raquel Muniz, que, no plenário do Congresso Nacional, o apontou como modelo de gestor e de exemplo para o país.
HILDO ROCHA NA MIRA
Se o Senado não catapultar Dilma Roussef do cargo de presidente, um deputado maranhense que se prepare para sofrer: Hildo Rocha.
Os petistas não vão jamais perdoá-lo pelo voto a favor do impeachemento de Dilma.
Na contabilidade dos governistas, Hildo foi o deputado do Maranhão que conseguiu nomear mais gente para os cargos federais.