ATOS POLÍTICOS QUE SE REPETEM

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Segundo o escritor francês Marcel Proust, o passado se repete sempre no presente. Não por acaso a política também produz atos e fatos que se repetem ao longo do tempo. Para quem acompanha as peripécias da política do Maranhão, não é difícil ver cenas acontecidas no passado ressurgirem no presente. Algumas até se parecem, outras, nem tanto, mas deixam na memória a sua marca indelével.

Na condição de observador e pesquisador da política maranhense, não me canso de ver ocorrências de ontem se repetirem nos dias de hoje, muitas das quais só não se equivalem em semelhança por causa dos personagens e das circunstâncias.

Dias atrás, por exemplo, dois casos políticos ocorridos recentemente no Maranhão, podem perfeitamente ser vistos e lembrados na perspectiva dos idos de 1950, na conhecida era vitorinista.

Primeiro, a denúncia do deputado estadual Edilázio Junior contra a atitude do vice-governador Carlos Brandão, que viajara para os Estados Unidos, sem pedir, como manda a Constituição do Estado, licença à Assembleia Legislativa, para se ausentar do país, fato caracterizado como Crime de Responsabilidade.

Segundo, a denúncia, desta feita, a cargo do deputado federal Hildo Rocha, que, da tribuna do Congresso Nacional, revelou que o prefeito do município de Ribamar Fiquene, chamado Edilomar Miranda, só perdeu o mandato por não liberar propina para funcionários graduados do Tribunal Regional Eleitoral.

Dito isto, que se recorra a dois episódios de um passado não tão distante, mas situados na linha dos denunciados pelos deputados Edilázio Júnior e Hildo Rocha. O primeiro caso teve Alexandre Costa como principal protagonista, então, companheiro de chapa de Matos Carvalho, que, nas eleições de outubro de 1995, concorreu ao cargo de vice-governador, pelo PSD- Partido Social Democrático.

Por conta da fraude eleitoral, as Oposições Coligadas questionaram a lisura do pleito e os candidatos ao governo do Estado só assumiram os cargos após o julgamento dos recursos pela Justiça Eleitoral, em julho de 1957.

Antes mesmo de serem empossados, Matos Carvalho e Alexandre Costa já estavam em plena rota de colisão, por conta da interpretação da Constituição da época, que assegurava ao vice a prerrogativa de presidir as sessões da Assembleia Legislativa, no exercício da qual Alexandre Costa, não deixava que as matérias e os projetos governamentais entrassem em pauta ou fossem aprovados.

O pior dessa desavença entre o governador e o vice deu-se em novembro de 1957. Ao viajar para o Rio de Janeiro, para tratar de assuntos de interesse do governo, Matos Carvalho não transmitiu o poder ao vice, no disposto de que sua ausência de São Luis não chegaria a 15 dias.

Alexandre Costa, instigado pelas lideranças oposicionistas, investe-se no cargo de governador, ainda que impedido de entrar no Palácio dos Leões, cercado pela Polícia Militar, a mando do homem forte do governo, Newton Bello, então secretário de Interior, Justiça e Segurança.

Inobstante, de seu gabinete, na Assembleia Legislativa, Alexandre, como se fosse o titular do poder, assina vários atos, dentre os quais a demissão de Newton Bello do cargo que ocupava e a nomeação do juiz Eugênio de Lima a desembargador.

Mais ainda: para assegurar o direito de plenamente governar, Alexandre impetra mandado de segurança junto ao Tribunal de Justiça. Antes, porém, do julgamento do recurso e para a normalidade reinar no Estado, o governador Matos Carvalho, no Rio de Janeiro, embarca no primeiro avião com destino a São Luis. Ao chegar, dirige-se imediatamente para o Palácio dos Leões, onde se reinveste no cargo, mas não revoga os atos assinados pelo vice.

Quanto ao segundo caso, remonta às costumeiras e terríveis denúncias das principais lideranças das Oposições Coligadas, destacando-se Clodomir Millet, Neiva Moreira, Clodomir Cardoso, Lino Machado, Fernando Viana, Antenor Bogéa, Raimundo Bastos e outros, que usavam as tribunas dos Parlamento federal e estadual e as páginas de O Combate e do Jornal do Povo, para vergastar os juízes do Tribunal Regional Eleitoral.

Por meio de atrevidas catilinárias, os oposicionistas atacavam não apenas os votos e as decisões dos juízes do TRE, estes, sempre a favor das berrantes fraudes praticadas pelos governistas, mas também a honra dos magistrados, os quais, quase sempre, viam as suas privacidades afloradas publicamente.

Voltando aos dias atuais. Quando a gente vê um deputado denunciar um ato que teria sido praticado por servidores do Tribunal Regional Eleitoral, como aconteceu recentemente, a gente fica até assustado, pois, de uns tempos para cá, levantar a voz contra o TRE é fato raro e só encontrado nos jornais de outrora e arquivados na Biblioteca Pública.

Em primeiro lugar, porque as grosseiras fraudes eleitorais, salvo as pontuais, não são mais corriqueiras e triviais como antigamente. Em segundo lugar, pelo fato de os processos eleitorais, no alistamento e na votação, estarem ajustados aos avançados métodos tecnológicos que permitiram o aprimoramento e a lisura do voto.

 

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IMÓVEL DA ACADEMIA

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Em meio às dificuldades pelas as quais a Academia Maranhense de Letras vem atravessando, afinal, uma notícia alvissareira.

Na primeira reunião deste ano, realizada na última quinta-feira, o presidente Benedito Buzar anunciou a boa nova.

Foi lavrada a escritura do imóvel localizado na rua da Palma, doado pelo senador José Sarney à Academia Maranhense de Letras.

Investido na posse daquele imponente prédio, a AML pretende alugá-lo a alguma repartição pública ou entidade privada e com os recursos provenientes dessa receita aplicar na manutenção da Instituição.

VIA CRUCIS

O deputado Waldir Maranhão, nos últimos meses, não tem navegado em boa maré.

No exato momento em que se elege primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, desaba sobre ele a maldição dos deuses.

Seu nome está entre os parlamentares que teria recebido boa bolada dos recursos escusos da Petrobrás.

Para completar o azar, Waldir Maranhão foi colocado juridicamente na parede pela professora Conceição Raposo, que move contra ele uma ação de indenização pecuniária pelo não pagamento de serviços profissionais por ela prestados na área educacional, tempos atrás.

PASSOS DE SARNEY

Coincidência ou não, o governador Flávio Dino depois de empossado no governo, vem tendo um comportamento semelhante ao de José Sarney, em 1966, quando aportou no Palácio dos Leões.

Vejamos: 1) sua posse não se deu em ambiente fechado, mas em lugar público. Ambos receberam o cargo na Avenida Pedro II; 2) assim como Sarney, que ficou bom tempo morando na casa dos sogros Vera e Carlos Macieira, Flávio até agora não disse até quando fica em seu apartamento, no Calhau; 3) Flávio, como Sarney, prima por chegar cronometradamente nas solenidades e compromissos assumidos; 4) se Sarney vestia-se rigorosamente como mandava o protocolo, Flávio também não relaxa quanto à maneira de apresentar-se, seja nos despachos palacianos, seja em compromissos oficiais ou não.

RETRATO DE VITORINO

O advogado Kleber Moreira avocou para si a forte amizade que existia entre o senador Vitorino Freire e o seu saudoso pai.

Essa amizade pode ser visivelmente comprovada no escritório do renomado profissional do Direito, localizado em área privilegiada do Edifício Monumental.

No gabinete de trabalho de Kleber, em lugar estratégico e destacado uma fotografia do ex-senador reluz em toda a plenitude.

GASTÃO E PROS

O ex-deputado Gastão Vieira, mesmo sem mandato eletivo, quer percorrer uma nova estrada política.

Ele conquistou, graças à sua pertinácia e competência, o direito de comandar o PROS – Partido Republicano da Ordem Social no Maranhão e já iniciou a montagem do partido, que terá a sua imagem e semelhança e não contará em suas fileiras com oportunistas e espertalhões.

Os convidados a ingressar no PROS saberão de antemão que o partido terá uma estrutura fundamentada em parâmetros políticos sadios e éticos, com o propósito de lutar pelo poder, mas sem usar as armas da politiquice e da politicalha.

NELSON DE VOLTA

Quando a Faculdade Cândido Mendes, de propriedade do ex-deputado César Bandeira, instalou-se em São Luis contou com a colaboração técnica e o assessoramento do professor Nelson Almada Lima.

Depois de algum tempo de atuação na FACEM, Nelson, para atender a outros compromissos profissionais, foi obrigado a deixá-la.

Sem esquecer os relevantes serviços que o engenheiro prestou à sua instituição, César Bandeira convenceu Nelson a retornar às lides acadêmicas na FACEM, onde já se encontra em atividade e fazendo de tudo para ela se impor no ranking das melhores faculdades do país.

FILÉ A CAVALO

Na sua mocidade, quando saiu de Itapecuru para estudar em São Luís, Benedito Buzar fazia as refeições nos restaurantes da cidade.

Desde aqueles tempos, habituou-se a ter como prato predileto o famoso filé à cavalo, um dos mais consumidos nos restaurantes de São Luis por agradar ao paladar de qualquer pessoa.

O filé à cavalo nada mais é do que um prato à base de arroz, um pedaço de filé e dois ovos estrelados. A farofa é opcional.

Com a modernidade e a sofisticação dos restaurantes, o tão delicioso prato foi retirado dos cardápios.

Para o filé à cavalo voltar a ter um lugar de destaque no menu dos restaurantes da cidade, Buzar fará uma campanha nesse sentido e espera contar com adeptos do gostoso prato.

COSTA RODRIGUES

A 29 de maio deste ano, o médico, político e duas vezes ex-prefeito de São Luis, Antônio Costa Rodrigues, completa centenário de nascimento.

A família do saudoso maranhense, não vai deixar a data passar em brancas nuvens.

Nesse sentido, a Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal de São Luis vão realizar sessões especiais em homenagem ao saudoso homem público.

CHÁ DE CADEIRA

O acadêmico Joaquim Haickel, na semana passada, esteve na Secretaria da Cultura para um entendimento com a titular do órgão, Ester Marques.

Depois de anunciado ficou quatro horas sentado no gabinete da secretária, sem que por ela fosse recebida.

Haickel, que precisava falar sobre um assunto de interesse da cultura maranhense, deixou o órgão decepcionado e com a falta de consideração de Ester, com a qual mantém longa e antiga amizade.

Por falar em Ester, dizem os palacianos, que ela conseguiu dar a volta por cima e hoje mantém com o governador Flávio Dino um excelente relacionamento, que lhe garante a titularidade da secretaria da Cultura.

ONDA CONTRA KÁTIA

Tudo indica que a onda que alguns setores ligados ao governador Flávio Dino faziam contra a presença da técnica Kátia Bogéa no comando da superintendência do IPHAN no Maranhão evaporou-se.

O governador parece que não se deixou conduzir por aquela onda tendenciosa e reconheceu o excelente trabalho que Kátia realiza em São Luis, onde não fora ela, por conta de sua coragem e competência, o Centro Histórico já teria ido para o beleléu.

Se as ações de Kátia já eram positivas e precisas, agora passaram a ser mais fortes graças ao PAC das Cidades Históricas, programa deflagrado pelo governo federal.

DONA ELOSINE

Doze anos após o falecimento do marido, o grande pediatra maranhense, Odorico Amaral de Matos, dona Elosine partiu para a eternidade.

Ela, nascida Moreira Lima, casou-se com um homem talhado para ser o seu companheiro ao longo de uma vida plena de ternura, amor e carinho.

O desaparecimento de dona Elosine, quase centenária, ocorreu na última quarta-feira.

A “HIDROLATRADA” CECÍLIA

Antes do lançamento de seu mais recente DVD, que aconteceu na noite de quarta-feira, no São Luis Shopping, Cecília Leite ofereceu a quem compareceu ao evento uma demonstração da força telúrica do seu canto.

O disco, por ela rotulado de “Enquanto a chuva passa”, segundo Benedito Buzar, que lá esteve para aplaudi-la, é para se ouvir antes, durante e depois da chuva.

Por isso, acrescenta o jornalista, o DVD que ela produziu e cantou em homenagem à água, deveria ser chamado de “A Hidrolatrada” Cecília.

 

 

 

 

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PALAVRAS NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

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Para atender ao convite do deputado Humberto Coutinho, presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, proferi no dia 2 de março último, palestra sobre os 180 anos de vida de um Poder que passou por momentos diferentes, marcantes e indeléveis, nos quais a alegria conviveu com a tristeza, a vibração com a apatia, a truculência com a timidez, o entusiasmo com a tranqüilidade, a exaltação com a sensatez, a paixão com o desamor, a coragem com a covardia, a verborragia com a loquacidade, a demagogia com a autenticidade, a corrupção com a honestidade, o populismo com o popular, e o autoritarismo com a democracia.

Em síntese, eis o que disse no plenário da Assembleia, naquela manhã festiva: “As três primeiras Constituições do Maranhão, relativas a 1834, 1892 e 1934, foram elaboradas num clima de tensão e intranqüilidade. Só chegaram a ser promulgadas depois de gritantes divergências, acaloradas discussões e repetitivos tumultos entre parlamentares, que se dividiam no plenário e com cada facção querendo, na lei ou na marra, impor a Carta Magna que se coadunasse com os interesses do grupo a que pertenciam.

Por conta dessa clivagem política, o Maranhão atravessou crises institucionais em que os três poderes se engolfaram e por pouco, como em 1935, não foi decretado o impedimento do governador Aquiles Lisboa, mas teve como resultado a intervenção federal, levada a cabo pelo presidente Getúlio Vargas.

Antes, porém de 1935, não pode ser olvidada a crise de 1908, em pleno período republicano, causada pela morte do governador Benedito Leite, que tinha como substituto três vice-governadores. Dessa situação, veio a lume a luta entre os vices Artur Colares Moreira e Mariano Lisboa, que ao mesmo tempo desejavam ocupar o poder estatal. A situação só foi contornada pela enérgica ação do presidente da República, Nilo Peçanha, que mandou o governo ser entregue ao presidente da Assembleia, Américo Vespúcio dos Reis.

Em 1937, com a instalação do Estado Novo, a cena política maranhense se constrange com a atitude do governador Paulo Ramos, eleito indiretamente pela Assembleia em, 1936, mas transformado em interventor, que manda fechar sumariamente o Poder Legislativo e ainda comete um ato terrível contra a inteligência maranhense, prendendo o professor Jerônimo Viveiros, que protestava das galerias contra aquele gesto de prepotência e arbítrio.

Com o retorno do país à democracia em 1945, o Poder Legislativo volta novamente a funcionar, com as eleições dos constituintes federais e os estaduais, que produziram as Cartas Magnas mais democráticas do Brasil e do Maranhão. Na elaboração da Constituição estadual, as grandes divergências surgiram em torno da perda da autonomia de São Luis e de São José de Ribamar, cujos prefeitos, em vez de eleitos, passaram a ser nomeados pelos governadores.

Após a redemocratização do país, o Maranhão viveu uma de suas fases mais vibrantes e movimentadas do ponto de vista político: a chamada era vitorinista em que as bancadas governistas e oposicionistas se duelavam no plenário em eventual igualdade numérica, que variava ao sabor de quem dava mais ou de interesses imediatistas.

Tudo começa a 31 de janeiro de 1951 com a não posse de Eugênio Barros, que se licencia do cargo e o governo é ocupado às pressas e por acordo parlamentar pelo presidente da Assembleia, deputado César Aboud.

Em seguida, no governo Matos Carvalho, o rompimento do vice, Alexandre Costa, com o vitorinismo, que se passa de armas e bagagens para o lado oposicionista. Alexandre, no exercício da presidência da Assembleia, perturba o que pode a gestão de Matos Carvalho, não deixando que matérias de interesse do governo fossem aprovadas, fato que leva os governistas a lutarem para revogar o dispositivo que o conduziu à direção dos trabalhos legislativos. Foi uma longa e desgastante batalha política, que só acabou depois de meses de muita gritaria e pancadaria.

Na década de 60, o Maranhão assiste a um dos atos mais tristes episódios de sua existência: a cassação de mandatos dos deputados Benedito Buzar e Sálvio Dino, a “manu militare”, que ordena a expulsão dos mesmos do plenário, através de um Projeto de Resolução espúrio, ilegal e ilegítimo.

Em 1967, o Legislativo sofre um vexame abominável, quando os deputados eleitos em 1966 são convocados pelo Poder Executivo para adaptar a Constituição do Estado aos atos institucionais vigentes. Não houve convocação para eleger os constituintes e o produto desse trabalho, segundo o jornalista Milson Coutinho, envergonha a história do Poder Legislativo do Maranhão.

Em 1994, outro momento importante, mas constrangedor, quando à Assembleia é dado o direito de indicar os delegados à participação no Colégio Eleitoral, para eleger o presidente e vice da República.

Dividida entre sarneisistas e malufistas, o processo da indicação perpassa por diversas etapas recheadas de turbulências, agressões físicas e verbais, presença da Polícia Federal no plenário, confinamento de deputados e impetração de recursos e embargos no Tribunal Regional e no Superior Eleitoral.

Ao final de toda essa confusão política e jurídica, os votos dos delegados estaduais do Maranhão são computados para os candidatos da Aliança Democrática, Tancredo Neves e José Sarney.

 

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BANCADA MARAHENSE

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BANCADA MARANHENSE

A atual bancada de deputados federais do Maranhão não tem o brilho intelectual e nem o talento político de nossos representantes de tempos passados.

É complicado comparar, salvo honrosas exceções, os parlamentares de hoje com os deputados de outrora, a exemplo, de Renato Archer, Cid Carvalho, Neiva Moreira, Clodomir Millet, Henrique de La Rocque Almeida, Pedro Braga Filho e Alexandre Costa.

Mas um fato não se pode esconder com relação à bancada maranhense com assento na Câmara dos Deputados.

Os nossos representantes estão ocupando verdadeiramente os lugares e as funções que lhes são pertinentes e atuando como há muito não se via.

A ESTRELA DE ELIZIANE

Dos parlamentares eleitos este ano para a Câmara Federal, uma vem se destacando.

Trata-se de Eliziane Gama. Quem a viu atuando no plenário, não lhe nega os elogios merecidos.

Pela desenvoltura e entusiasmo, parece uma veterana. Além de saber conquistar novas amizades, não perde a oportunidade de se manifestar sobre os assuntos em discussão no Congresso Nacional.

MARANHÃO NOVO

O ex-deputado Eliezer Moreira com a esposa Lurdes viajaram  para o Rio de Janeiro, onde ele comemorará os seus oitenta anos de vida, que ocorre amanhã.
Optou pela Cidade Maravilhosa pelo fato de ali morarem as suas cinco filhas.

Quando voltar a São Luis, no fim do mês, lançará o seu mais recente trabalho intelectual: o livro “Maranhão Novo”.

Na obra, Eliezer mostrará e analisará o governo que José Sarney empreendeu no Maranhão a partir de 1966, quando realizou mudanças e modernizou o Estado.

AGIOTAGEM

Foi anunciado que 41 ex-prefeitos serão investigados por envolvimento com a agiotagem.

Quem conhece a realidade do municipalismo maranhense acha que a quantidade de prefeitos implicados com a agiotagem pequena.

Não apenas os ex-prefeitos estão envolvidos com esse tipo de crime. Muito dos eleitos na última eleição também se entregaram aos agiotas, que vivem nas portas das prefeituras a pressionar os gestores que não souberam se conduzir à frente dos cargos para os quais foram guindados.

DUAS POSSES

Este mês, a Academia Maranhense de Letras e Ludovicense de Letras realizarão solenidades para receber dois novos confrades.

Na Casa de Antônio Lobo, dia 19, o escritor José Neres será empossado na Cadeira nº 36, vaga com o falecimento do jornalista Ubiratan Teixeira.

O novo imortal será saudado pela escritora Ceres Costa Fernandes.

Na Academia Ludovicense de Letras, quem tomará posse é a escritora Maria Teresa Neves, em solenidade a ter lugar na sede da OAB-MA.

BUZAR NA ASSEMBLEIA

No ano passado, por ocasião das comemorações dos 179 anos de instalação da Assembleia Legislativa do Maranhão, o jornalista Benedito Buzar foi convidado pelo presidente, deputado Arnaldo Melo, para falar sobre “As Constituições do Maranhão”.

Este ano, em comemoração aos 180 anos do Poder Legislativo, Buzar recebe convite do deputado Humberto Coutinho, para dissertar a respeito da efeméride.

Os que ouviram Buzar, em 2014 e 2015, aprenderam muita coisa acerca da História do Maranhão.

BOCA FECHADA

Há alguma coisa nos ar e não são os aviões da TAm e da Gol.

Quem viu e acompanhou a trajetória do deputado Roberto Costa, no mandato passado, tem estranhado o seu comportamento nesta legislatura.

Se anteriormente era um parlamentar falante, combativo e atuante, agora, é uma sombra do que foi: calado acomodado e intimidado.

ATRAÇÃO EM BRASÍLIA

O deputado Fufuquinha que deu um salto duplo e ligeiro na política maranhense, pulando da Assembleia Legislativa para a Câmara Federal, tem chamado as atenções do Congresso Nacional.

A despeito de sua juventude, não tem se intimidado com os veteranos e as figuras do alto clero.

Pela baixa estatura, cabeludinho, metido e falante, Fufuquinha é uma das atrações da Câmara dos Deputados.

MUTISMO DE PEDROSA

Nos primeiros dias após a posse de Flávio Dino no cargo de governador do Maranhão, imaginava-se que um dos partidos a lhe fazer oposição seria o PSOL.

Essa previsão decorreu da maneira como o advogado Antônio Pedrosa, que concorreu ao pleito de governado pelo PSOL, passou a criticar os atos praticados pelo chefe do Executivo.

Com o decurso do tempo, viu-se que faltou munição para Pedrosa continuar a trilhar o caminho da oposição. Resultado: nunca mais os meios de comunicação registraram qualquer censura do representante do PSOL ao novo governo.

SEMANA SANTA

Aviso aos pescadores e pecadores: o diretor do Procon, Duarte Filho, já está de olho na venda do pescado na Semana Santa.

Ele pretende atuar em defesa do consumidor maranhense com a mesma presteza e competência como agiu junto aos postos de gasolina, que aumentaram abusivamente os preços dos combustíveis.

Segundo Duarte Filho, o Procon não permitirá que a população seja explorada na Semana Santa, comprando os produtos do mar acima da tabela.

MISTURA DE AZIZ

Há na cidade uma confusão entre duas pessoas cujos nomes são quase iguais: Aziz Tajra e Abelaziz Abud Santos.

Aziz Tajra, atualmente, responde pelo cargo de secretário de Minas e Energia.

Abdelaziz, que muita gente chama de Aziz, daí a confusão, era o secretário de Planejamento do governo Jackson Lago e hoje ocupa o cargo de Assessor Sênior da secretaria de Agricultura e Pecuária, nomeado pelo governador Flávio Dino.

POETA CASSAS

Após longa temporada em São Paulo, retorna às origens o poeta Luiz Augusto Cassas.

Durante esse período, cuidou da saúde, mas sem esquecer a sua produção literária, cada vez mais rica e brilhante.

O poeta veio rever os familiares e amigos, mas retornará à capital paulista para completar o seu tratamento médico.

REVER A MÃE

Para rever a mãe, dona Teresa Murad, o filho Jorge, passou alguns dias em São Luis.

Ele, a esposa Roseana, filhos e netos, passam temporada em Miami, onde só devem retornar definitivamente no mês de maio.
Dona Teresa Murad, internada no UDI Hospital, tem apresentado melhoras no seu estado de saúde.

CEM ANOS

Os amigos e admiradores do saudoso professor Mário Meireles vão marcar presença, hoje, às 10 horas, na igreja de São Luis, Rei de França, no Calhau.

Naquele templo, a Academia Maranhense de Letras e as filhas do grande historiador maranhense, Ana Maria e Mimi, mandam celebrar missa em homenagem ao seu centenário de nascimento.

BANCADA MARANHENSE

A atual bancada de deputados federais do Maranhão não tem o brilho intelectual e nem o talento político de nossos representantes de tempos passados.

É complicado comparar, salvo honrosas exceções, os parlamentares de hoje com os deputados de outrora, a exemplo, de Renato Archer, Cid Carvalho, Neiva Moreira, Clodomir Millet, Henrique de La Rocque Almeida, Pedro Braga Filho e Alexandre Costa.

Mas um fato não se pode esconder com relação à bancada maranhense com assento na Câmara dos Deputados.

Os nossos representantes estão ocupando verdadeiramente os lugares e as funções que lhes são pertinentes e atuando como há muito não se via.

A ESTRELA DE ELIZIANE

Dos parlamentares eleitos este ano para a Câmara Federal, uma vem se destacando.

Trata-se de Eliziane Gama. Quem a viu atuando no plenário, não lhe nega os elogios merecidos.

Pela desenvoltura e entusiasmo, parece uma veterana. Além de saber conquistar novas amizades, não perde a oportunidade de se manifestar sobre os assuntos em discussão no Congresso Nacional.

MARANHÃO NOVO

O ex-deputado Eliezer Moreira com a esposa Lurdes viajaram  para o Rio de Janeiro, onde ele comemorará os seus oitenta anos de vida, que ocorre amanhã.
Optou pela Cidade Maravilhosa pelo fato de ali morarem as suas cinco filhas.

Quando voltar a São Luis, no fim do mês, lançará o seu mais recente trabalho intelectual: o livro “Maranhão Novo”.

Na obra, Eliezer mostrará e analisará o governo que José Sarney empreendeu no Maranhão a partir de 1966, quando realizou mudanças e modernizou o Estado.

AGIOTAGEM

Foi anunciado que 41 ex-prefeitos serão investigados por envolvimento com a agiotagem.

Quem conhece a realidade do municipalismo maranhense acha que a quantidade de prefeitos implicados com a agiotagem pequena.

Não apenas os ex-prefeitos estão envolvidos com esse tipo de crime. Muito dos eleitos na última eleição também se entregaram aos agiotas, que vivem nas portas das prefeituras a pressionar os gestores que não souberam se conduzir à frente dos cargos para os quais foram guindados.

DUAS POSSES

Este mês, a Academia Maranhense de Letras e Ludovicense de Letras realizarão solenidades para receber dois novos confrades.

Na Casa de Antônio Lobo, dia 19, o escritor José Neres será empossado na Cadeira nº 36, vaga com o falecimento do jornalista Ubiratan Teixeira.

O novo imortal será saudado pela escritora Ceres Costa Fernandes.

Na Academia Ludovicense de Letras, quem tomará posse é a escritora Maria Teresa Neves, em solenidade a ter lugar na sede da OAB-MA.

BUZAR NA ASSEMBLEIA

No ano passado, por ocasião das comemorações dos 179 anos de instalação da Assembleia Legislativa do Maranhão, o jornalista Benedito Buzar foi convidado pelo presidente, deputado Arnaldo Melo, para falar sobre “As Constituições do Maranhão”.

Este ano, em comemoração aos 180 anos do Poder Legislativo, Buzar recebe convite do deputado Humberto Coutinho, para dissertar a respeito da efeméride.

Os que ouviram Buzar, em 2014 e 2015, aprenderam muita coisa acerca da História do Maranhão.

BOCA FECHADA

Há alguma coisa nos ar e não são os aviões da TAm e da Gol.

Quem viu e acompanhou a trajetória do deputado Roberto Costa, no mandato passado, tem estranhado o seu comportamento nesta legislatura.

Se anteriormente era um parlamentar falante, combativo e atuante, agora, é uma sombra do que foi: calado acomodado e intimidado.

ATRAÇÃO EM BRASÍLIA

O deputado Fufuquinha que deu um salto duplo e ligeiro na política maranhense, pulando da Assembleia Legislativa para a Câmara Federal, tem chamado as atenções do Congresso Nacional.

A despeito de sua juventude, não tem se intimidado com os veteranos e as figuras do alto clero.

Pela baixa estatura, cabeludinho, metido e falante, Fufuquinha é uma das atrações da Câmara dos Deputados.

MUTISMO DE PEDROSA

Nos primeiros dias após a posse de Flávio Dino no cargo de governador do Maranhão, imaginava-se que um dos partidos a lhe fazer oposição seria o PSOL.

Essa previsão decorreu da maneira como o advogado Antônio Pedrosa, que concorreu ao pleito de governado pelo PSOL, passou a criticar os atos praticados pelo chefe do Executivo.

Com o decurso do tempo, viu-se que faltou munição para Pedrosa continuar a trilhar o caminho da oposição. Resultado: nunca mais os meios de comunicação registraram qualquer censura do representante do PSOL ao novo governo.

SEMANA SANTA

Aviso aos pescadores e pecadores: o diretor do Procon, Duarte Filho, já está de olho na venda do pescado na Semana Santa.

Ele pretende atuar em defesa do consumidor maranhense com a mesma presteza e competência como agiu junto aos postos de gasolina, que aumentaram abusivamente os preços dos combustíveis.

Segundo Duarte Filho, o Procon não permitirá que a população seja explorada na Semana Santa, comprando os produtos do mar acima da tabela.

MISTURA DE AZIZ

Há na cidade uma confusão entre duas pessoas cujos nomes são quase iguais: Aziz Tajra e Abelaziz Abud Santos.

Aziz Tajra, atualmente, responde pelo cargo de secretário de Minas e Energia.

Abdelaziz, que muita gente chama de Aziz, daí a confusão, era o secretário de Planejamento do governo Jackson Lago e hoje ocupa o cargo de Assessor Sênior da secretaria de Agricultura e Pecuária, nomeado pelo governador Flávio Dino.

POETA CASSAS

Após longa temporada em São Paulo, retorna às origens o poeta Luiz Augusto Cassas.

Durante esse período, cuidou da saúde, mas sem esquecer a sua produção literária, cada vez mais rica e brilhante.

O poeta veio rever os familiares e amigos, mas retornará à capital paulista para completar o seu tratamento médico.

REVER A MÃE

Para rever a mãe, dona Teresa Murad, o filho Jorge, passou alguns dias em São Luis.

Ele, a esposa Roseana, filhos e netos, passam temporada em Miami, onde só devem retornar definitivamente no mês de maio.
Dona Teresa Murad, internada no UDI Hospital, tem apresentado melhoras no seu estado de saúde.

CEM ANOS

Os amigos e admiradores do saudoso professor Mário Meireles vão marcar presença, hoje, às 10 horas, na igreja de São Luis, Rei de França, no Calhau.

Naquele templo, a Academia Maranhense de Letras e as filhas do grande historiador maranhense, Ana Maria e Mimi, mandam celebrar missa em homenagem ao seu centenário de nascimento.

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DOIS DISCURSOS

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Na solenidade de posse dos desembargadores Guerreiro Junior e Lourival Serejo, aos cargos de presidente e de corregedor do Tribunal Regional Eleitoral, um fato inédito veio à tona.

O desembargador Eduardo Moreira pronunciou, na mesma solenidade, dois discursos e com o mesmo objetivo.

O primeiro, saudando o desembargador Lourival Serejo.  O segundo, em homenagem ao desembargador Guerreiro Junior.

A sorte dos convidados é que os discursos por ele proferidos foram de excelente feitura, em que o orador deu mostras de sua proverbial eloqüência e elevada cultura.

REVELAÇÃO DE GUERREIRO

Outro fato bastante comentado na posse dos dois desembargadores correu por conta da tranqüilidade e da coragem do magistrado Guerreiro Junior que iniciou o seu discurso com uma revelação surpreendente.

Em alto e bom som disse, sem o menor constrangimento, que o discurso que iria pronunciar naquele momento não era de sua autoria.

Para matar a curiosidade dos convidados, foi direto e sem delongas: – Quem fez, a meu pedido, foi o desembargador Lourival Serejo.

LÁGRIMAS DE FROZ

Quando o desembargador Froz Sobrinho empossou-se no cargo mais alto do Tribunal de Justiça, as lágrimas não correram pelo seu rosto.

Mas, quarta-feira passada, na solenidade em que se despediu da presidência do Tribunal Regional Eleitoral, a emoção foi tão forte que visivelmente chorou.

O choro foi o resultado do bom trabalho que executou no comando do TRE.

O BOM JUIZ

A cidade está a lamentar a ausência do íntegro e competente juiz Douglas Martins de São Luis nos próximos dois anos.

Ele, titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, vai para os Estados Unidos fazer doutorado na área do Direito.

Há poucos dias, o juiz Douglas Martins fez a população acreditar que ainda há bons magistrados no Maranhão. Foi ele que acabou com o cartel dos donos de postos de gasolina de São Luis, mandando que o litro dos combustíveis fosse cobrado de acordo com a lei.

ANIVERSÁRIO DE ZÉ ALMIR

Os amigos de José Almir Neves Tavares da Silva pensavam que este ano ele comemorasse o seu aniversário com o mesmo entusiasmo dos anos passados.

No dia 24 de fevereiro último, ele completou 81 anos, mas resolveu ficar em casa à espera dos numerosos telefonemas dos diletos amigos.

A quem cobrava a comemoração, José Almir respondia: – Só daqui a quatro anos quando eu completar 85 primaveras.

MÁRIO MEIRELES

No próximo domingo, dia 8 de março, o professor Mário Meireles completaria 100 anos.

Neste dia, às 10 horas, na igreja de São Luis, Rei de França, no Calhau, a Academia Maranhense de Letras, e as filhas do saudoso aniversariante, Ana Maria e Mimi, vão mandar celebrar missa em comemoração ao centenário do ilustre historiador.

Ao longo deste ano, a Academia Maranhense de Letras e a Universidade Federal do Maranhão se juntarão para realizar uma programação em homenagem a Mário Meireles.

GOVERNADOR E PREFEITO

A Academia Maranhense de Letras decidiu pedir audiência ao governador Flávio Dino e ao prefeito Edvaldo Junior.

A ambos será mostrada a realidade pela qual atravessa a Instituição e que a mesma não tem condições de se manter com as subvenções, determinadas por lei, que o Governo do Estado e a prefeitura de São Luís repassam à AML.

Além de irrisórias, não são cumpridas regularmente.

A SETENTONA

Foram muitos os amigos que marcaram presença no evento duplo em comemoração aos setenta anos de Regina Luna, que até pouco tempo dirigiu a Fundação Sousândrade.

O primeiro evento ocorreu na igreja São Luis Rei de França, no começo da semana, quando uma missa em ação de graças realizou-se em sua homenagem.

Ontem, no restaurante Bambu, deu-se o segundo evento, com um lauto jantar e muitos discursos.

GUINÉ EQUATORIAL

O enredo que a Escola de Samba Beija-Flor apresentou no carnaval deste ano continua em discussão e alvo de críticas dos carnavalescos cariocas.

Há quem diga que se Joãozinho Trinta fosse vivo, certamente não aprovaria a homenagem que a escola de Nilópolis prestou à Guiné Equatorial, um dos países africanos dominados por uma hedionda ditadura.

O carnavalesco maranhense tinha horror a regimes autoritários.

PENÍNSULA EM GUERRA

OS moradores da Península da Ponta D’areia, constituída literalmente pela classe média alta de São Luis, estão com as baterias preparadas para outra guerra.

Desta feita, contra o Iate Clube.

Esta semana, a Justiça deve receber uma ação em que os peninsulares investirão contra a realização, em 2016, de bailes carnavalescos.

As festas de carnaval promovidas este ano no Iate Clube, pelo seu alto poder de poluição sonora, deixaram os moradores do refinado bairro sem dormir.

RETRATO DO GOVERNADOR

Os que imaginavam que o governador Flávio Dino iria quebrar uma tradição reinante no Maranhão desde os tempos do interventor Paulo Ramos, queimaram a língua.

A assessoria do governador já entrou em campo e mandou preparar, com o capricho que exige o protocolo, o retrato de Flávio para ser distribuído a gregos e a troianos.

Quem está a cuidar da fotografia oficial do governador, com tudo que ele tem direito, é o profissional Edgar Rocha.

REPÓRTER TEMPO

O jornalista Ribamar Correa, depois de longa vivência na mídia impressa, onde prestou relevantes serviços, parte agora para outra etapa de sua vida profissional.

Como estudioso e conhecedor da mídia virtual, inaugurou uma modalidade de comunicação que chega imediatamente ao público através da internet, portanto, sem as formalidades do jornalismo impresso.

Ao contrário do blog, que procura sempre dar notícias em primeira mão, para deixar o público bem informado e atualizado, Corrêa não tem essa pretensão. A sua preocupação é oferecer uma coluna eletrônica em que analisa e interpreta fatos, episódios e acontecimentos que ocorrem nas três esferas do poder estatal, com ênfase aos que se passam na cena política municipal, estadual e federal.

 

 

 

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JOSÉ MÁRIO: AMIGO, ÍCONE E LÍDER

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A 21 de dezembro do ano passado, o assunto abordado neste espaço girou em torno de três figuras humanas, as quais por seus atributos morais, intelectuais e profissionais, os selecionei como ícones: José Mário Machado Santos, Ricardo Bogéa e Joaquim Itapary.

De José Mário, disse o seguinte: “O conheci quando estudávamos no Liceu Maranhense, nos meados da década de 1950. Ele, mais adiantado, fazia o curso clássico, eu, o ginasial. A partir daquela época, passei a nutrir por ele inexcedível admiração, pelo brilho da inteligência e do indiscutível talento de líder.

“As nossas relações de amizade ganharam consistência e se estreitaram no Rio de Janeiro, onde eu estudava Agronomia e ele fazia pós-graduação em Ciência Política, no ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros.

“Eu era, naquele tempo, um tremendo alienado político e um lacerdista de carteirinha. Mas graças às saudáveis conversas com José Mário e as palestras ouvidas no ISEB e proferidas pelos maiores pensadores e intelectuais progressistas do país, ressaltando-se Álvaro Vieira Pinto, Guerreiro Ramos, Roland Corbisier, Hélio Jaguaribe, Ignácio Rangel e Celso Furtado, comecei a mudar de pensamento político e aderir às novas idéias para a condução do Brasil ao caminho do progresso e do desenvolvimento.

“Também, nessa época, em companhia desse querido amigo, conheci e consumi o que o Rio de Janeiro tinha de bom e do melhor no campo cultural. Influenciado por ele virei um ávido freqüentador de livrarias, bibliotecas, teatros, cinemas, lançamentos de livros, consertos musicais, shows de música popular brasileira, conferências e palestras de renomados escritores nacionais e internacionais. Até uma conferência do famoso escritor francês, Jean Paul Sartre, sem que eu soubesse uma palavra do idioma gaulês, fui ouvir.” Arrematei o meu comentário sobre ele com esta frase plena de gratidão: “Se sou o que sou devo a José Mário Santos.”

Hoje, volto a falar novamente sobre aquele amigo que a vida reservou-me o privilégio de por longos anos privar de seu fraterno relacionamento, mas abruptamente interrompido na semana passada em decorrência de uma surpreendente enfermidade que o levou de nosso convívio, ele, que a partir do ano passado, voltara, em companhia da inseparável Cleide, a fixar residência em São Luis, após quase 50 anos de vivência em Brasília.

Foi em 1965 que José Mário trocou São Luis pela capital da República, não por motivos irrelevantes ou simplesmente para mudar de ambiente. Circunstâncias políticas o fizeram tomar essa inexorável atitude, exatamente no momento em que construía em São Luis a sua vida familiar e pública.

Recém casado com Cleide e eleito vereador no pleito de 1962 à Câmara Municipal de São Luis, com fantástica votação, pelos seus reconhecidos méritos pessoais, cumpria o seu mandato com vigor e desembaraço, quando em abril de 1964 aflora o movimento militar que fez o país trocar a democracia pela ditadura.

José Mário, homem de esquerda, mas não comprometido com a subversão, começou a ser caçado pelas forças golpistas, com o propósito de privá-lo da liberdade e expurgá-lo da Câmara Municipal, ato rigorosamente cumprido pelos intimidados vereadores, que ao arrepio da lei, cassaram o seu mandato, iniciativa igualmente tomada pela Assembleia Legislativa, que cassou o meu mandato e do deputado Sálvio Dino.

Para não ser prezo em São Luis, a alternativa foi mudar-se para Brasília, onde ali encontrou a proteção de um grande e virtuoso político maranhense, o deputado Henrique de La Rocque Almeida, que ainda possibilitou ao casal condições de trabalho e de sobrevivência.

Na capital do país, ele e a esposa passaram a viver com mais tranqüilidade – ainda que algumas vezes tenha sofrido ameaças ou intimidações – tanto que progrediram profissionalmente e tiveram um filho, que pelo seu brilhantismo, chegou a projetar-se como técnico do Banco Central.

Mas a prematura morte do filho fez a vida de José Mário e Cleide mudar radicalmente. Brasília, em vez de sonhos, passou a ser pesadelo. Depois de uma temporada em Fortaleza, eles tomaram a decisão a mais acertada e conveniente: retornarem a São Luis, onde poderiam usufruir da companhia dos familiares e dos amigos aqui deixados.

Nos meados de 2014, deixaram definitivamente Brasília e estabeleceram-se nesta cidade, de onde estavam ausentes há meio século. Aqui, com residência num confortável apartamento do Calhau, José Mário e Cleide, já se habituavam à nova vida, advinda não apenas do convívio com os familiares, mas, também, da reaproximação com os amigos que ficaram felizes com o retorno deles às origens.

Quando tudo isso acontecia, um fato inesperado surge de modo cruel: José Mário não resiste ao ataque impiedoso e violento de uma virose, que, a despeito dos esforços médicos, o arrebata do nosso meio, que, de repente, perde uma de suas figuras mais inteligentes, lúcidas e íntegras.

Na fase de sua internação hospitalar, estive com ele duas vezes. Na primeira, se mostrava razoavelmente bem e mantivemos uma conversa longa em que a sua inconfundível risada chamava a atenção dos médicos e enfermeiros. Na segunda, já não era mais o mesmo. O quadro apresentado era sombrio e sinalizava algo de grave, pois pouco falava e se queixava de muitas dores. Essa visita ocorreu na manhã de 14 de fevereiro. Nessa noite, ele sucumbiu diante da morte. Infelizmente.

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