Se há uma derrota ainda não assimilada, foi a de Gastão Vieira para o Senado da República.
Sabia-se que a luta não era fácil, mas esperava-se que ela fosse favorável ao mais competente, ao mais preparado e o mais habilitado a exercer um mandato numa Casa do Parlamento onde só os que têm valor se sentem à vontade.
Os amigos e os que ficaram ao seu lado nessa caminhada rumo ao Senado, não se conformam e nem encontram explicações para uma derrota inesperada, e que deixa o Maranhão mais pobre politicamente.
Ontem, num restaurante da cidade, Benedito Buzar e Nelson Almada Lima coordenaram um almoço dos amigos de geração com Gastão, em que a pauta foi os rumos da política maranhense, após o fim do ciclo sarneísta.
GASTÃO NA OPOSIÇÃO
Gastão não conseguiu eleger-se senador, mas a sua votação, quando comparada a do candidato a governador de seu partido, foi bem mais expressiva.
A diferença pró Gastão foi mais de 300 mil votos, o que revela a liderança por ele conquistada ao longo de sua bem-sucedida trajetória política.
Por conta desse extraordinário desempenho eleitoral, o parlamentar está determinado a ocupar o espaço da oposição ao governo que vai assumir o comando do estado a partir de 1º de janeiro de 2015.
Será uma oposição sem radicalismo e paixão política, mas pronta para agir nos momentos em que o novo governo falhar e não cumprir os compromissos assumidos na campanha eleitoral.
TODOS DERROTADOS
Cinco membros da família Lago concorreram às recentes eleições, mas todos não se deram bem nas urnas.
Zé Luis, a governador, Igor e Maria Luiza à Câmara Federal, e Marco e Ricardo à Assembleia Legislativa.
O pior desempenho foi o de Zé Luis, teve menos votos do que Antônio Pedrosa e Saulo Arcangeli.
OS EVANGÉLICOS DECEPCIONARAM
A lista de candidatos evangélicos às eleições deste ano foi numerosa.
Houve quem pensasse que, se eleitos, poderiam ser maioria na Assembleia Legislativa.
Mas o grito dos evangélicos, que ressoa vibrantemente nos templos, não convenceu o eleitorado.
Todos foram implacavelmente derrotados. Até mesmo o veterano Costa Ferreira, que várias vezes se elegeu deputado federal, desta vez ficou de fora.
PESCADORES VERDES
Pelo que se viu nas últimas eleições, o contingente de pescadores no Maranhão é eleitoralmente forte.
Os homens e mulheres que fazem da pesca o seu sustento de vida, garantiram a eleição de um deputado federal e um estadual.
Coincidentemente os eleitos são irmãos Kleber e Junior Verde.
PEDRO E MANOEL
Este ano, as urnas confirmaram o que aconteceu nas eleições de 2010, com relação aos irmãos Pedro Fernandes e Manoel Ribeiro.
Pedro reelegeu-se deputado federal. Manoel Ribeiro candidatou-se a deputado estadual, ficou novamente na suplência.
Manoel Ribeiro, em 2016, poderá ser candidato à Câmara Municipal de São Luis, onde começou a sua atividade política.
EX-SECRETÁRIOS
Três secretários da governadora Roseana Sarney deixaram os cargos e se candidatarem a cargos eletivos: Claudio Trinchão, Fábio Gondim e Aluísio Mendes.
Apurados os votos, eis a surpresa: o menos cogitado, Aluisio Mendes, deixou o Trinchão e Gondim na rua da amargura.
Trinchão, técnico concursado da secretaria da Fazenda, volta a prestar serviços ao órgão a que pertence; Gondim, por não ter vínculo empregatício no Maranhão, deve mudar o domicílio eleitoral para Brasília.
CANDIDATOS FOLCLÓRICOS
A presença de candidatos folclóricos este ano foi fantástica.
Filiados aos partidos políticos, registraram-se com nomes hiláricos no Tribunal Regional Eleitoral.
Assim, apareceram nos programas eleitorais e mostraram a face da gaiatice. Voto que é bom não possuem.
Mas o eleitorado do Maranhão não é igual ao de São Paulo, que elege palhaços, como Tiririca, com mais de um milhão de votos.
Aqui, os folclóricos não encontram guarida e foram cantar em outra freguesia, Vaca Cega, Luis Karabina, Xikim, Louro do Frango, Maria do Café, Augusto Karara, Alfredo Chepa, Antônio na Moral, Paulo da Vassoura, Chagas Mão Santa, Chameguinho do Maranhão, Ratinho Mendonça.
PAMELA DO MARANHÃO
Outro candidato repudiado nas urnas, a despeito do esforço de se apresentar como homossexual foi Pamela do Maranhão.
Os seus trejeitos nos programas eleitorais não foram suficientes para sensibilizar o eleitorado e ganhar um mandato de deputado estadual.
Mesmo derrotado, ainda conseguiu 974 votos dos admiradores e colegas.
NOME EM ASCENÇÃO
Pelos jornais e pela rede social, os boatos fluem com respeito ao secretariado do governador eleito, Flávio Dino.
São informações falsas, disparatadas, longe da realidade e do pensamento futuro ocupante do Palácio dos Leões.
Agora, anotem, para conferir depois: só um nome está confirmado para figurar, até porque já está em ação, para compor o governo que assume a 1º de janeiro vindouro: Marcelo Tavares, para chefiar a Casa Civil.
O resto, diria o saudoso Benito Neiva, é abstracionismo.
ACADÊMICOS NA SALIMP
Dois membros da Academia Maranhense de Letras foram convidados para marcar presença no 12º Salão do Livro de Imperatriz, que se fIndou ontem.
Benedito Buzar e Sebastião Duarte participaram na última quinta-feira da reunião da Academia Imperatrizense de Letras e da homenagem ao poeta José Chagas, patrono do evento.
Buzar e Sebastião voltaram de Imperatriz empolgados com a impecável organização e da participação da sociedade, principalmente da juventude da região tocantina na SALIMP .
O presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, assegurou publicamente que em 2015 a Casa de Antônio Lobo se fará presente ao evento, notícia recebida com muita alegria pelos imperatrizenses.
SARNEY E GULLAR
Há muito tempo, o escritor José Sarney, face aos compromissos políticos, não participava pessoalmente de uma reunião da Academia Brasileira de Letras.
Na última quinta-feira, fez questão de marcar presença na Casa de Machado de Assis e votar no seu conterrâneo e de geração intelectual, Ferreira Gullar.
A partir do ano que vem, já sem as obrigações políticas, Sarney promete ser mais participativo nas reuniões das Academias Brasileira e Maranhense de Letras.