PROGRAMA DE GASTÃO

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Ainda estamos no começo do programa da Justiça Eleitoral através das emissoras de rádio e televisão.

Mas até agora o programa do candidato Gastão Vieira ao Senado da República, pelo que tenho sido informado, foi um dos melhores.

Seja na forma ou no conteúdo, o programa, com a marca do cineasta Arturo Almada Lima, tem merecido os maiores elogios.

Gastão mostrou a sua trajetória de trabalho como político no exercício de cargos eletivos e nos comandos das secretarias de Educação e Planejamento, bem como no Ministério do Turismo, nos quais se comportou com honestidade e teve desempenho altamente satisfatório, fato endossado pela própria presidente da República, que fez questão de realçar a atuação do maranhense no governo federal e de vê-lo eleito senador.

DESEMPENHO DE PEDROSA

O candidato a governador do PSOL, Antônio Pedrosa, não tem nenhuma chance de ser vitorioso no pleito deste ano.

O partido pelo qual disputa a eleição é inexpressivo, desconhecido e sem tradição na política maranhense.

A despeito disso, Pedrosa, pela maneira fácil de falar, pelo modo elegante e sereno como trata os problemas de governo, e sem apelar para agressões e achincalhes, pode ser a grande surpresa no pleito de outubro próximo.

IMITAÇÃO NÃO VALE

Quem decepcionou no programa de debates, realizado pela TV-Guará, foi o médico Zé Luiz Lago.

Membro de tradicional família política e com experiência na disputa de cargos eletivos, Zé Luiz passou o programa tentando chamar a atenção do telespectador através de uma coisa que em política não vale: imitação.

A sua preocupação no debate foi imitar o irmão Jackson Lago, na gesticulação e na maneira de falar.

ACORDAR CEDO

Acordar cedo ou tarde virou polêmica política no Maranhão e chegou ao domínio público de Brasília.

No Palácio do Planalto, os marqueteiros da presidente Dilma Roussef tomaram o cuidado de avisá-la sobre como deveria falar do assunto nos meios de comunicação.

Para evitar o que aconteceu em São Luis, a candidata do PT, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, alertou ao apresentador do programa, William Bonner, que gosta e tem o costume de acordar cedo.

TEMPO DE MENTIR

Otto Von Bismarck, estadista alemão, dizia que nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada.

Transportando essa lapidar frase para o Maranhão, pode-se dizer que aqui se mente bastante antes das eleições e depois de pescaria.

VÍTIMA DE MÉDICO

Uma maranhense, bem casada e recatada, sofreu um ligeiro susto na clínica do Dr. Roge Abdmossih, quando ele era um dos médicos mais famosos do país.

Ao longo da consulta, o médico não tentou estuprá-la e nem molestá-la fisicamente, apenas fez rodeios no afã de assediá-la.

Mas o médico se deu mal, pois com classe e elegância, recebeu uma lição de moral e ao chegar a São Luis contou o triste caso ao marido, que achou por bem não dar queixa à polícia, nem mesmo quando ele já estava sob o seu inferno astral.

VAGA DE UBIRATAN

Ao apagar das luzes do encerramento da inscrição à vaga do escritor Ubiratan Teixeira, que ocorre esta semana, um segundo candidato apareceu na Academia Maranhense de Letras.

O historiador João Renor, ora prestando serviços à Universidade Federal do Piauí.

A esta altura dos acontecimentos, as chances de eleição do novo candidato são zero, uma vez que os acadêmicos estão comprometidos com a candidatura do intelectual José Neres.

97 ANOS

Quinta-feira, 21 de agosto, se o escritor Josué Montello teria completado 97 anos e certamente estaria em São Luis, onde costumava festejar o seu aniversário.

Pelo jornal O Globo, do Rio de Janeiro, um anúncio dizia: “97 anos de Josué Montello: imensa saudade de sua mulher Ivonne, suas filhas Lenka e Lília, os genros Horácio e Roberto, netos e bisnetos”.

Nós, maranhenses, também temos por Josué o mesmo sentimento de sua família.

MORTE DE GETÚLIO

NO dia de hoje, há 60 anos, a população brasileira era comovidamente abalada com a notícia do suicídio do presidente Getúlio Vargas, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.

O chefe da Nação por não resistir à terrível campanha dos adversários, com Carlos Lacerda à frente, contra a sua pessoa e seu governo, cometeu o ato extremo de sair da vida para entrar definitivamente na História.

A TV Globo hoje à noite vai exibir o filme “Getúlio”, que retrata a trajetória política e o drama por ele vivido em 1954, em que morreu para não renunciar ao poder.

O filme é imperdível e mostra o desempenho extraordinário do ator Tony Ramos, no papel de Getúlio Vargas.

ANA DO GÁS

Uma mulher, nova, casada e bonita está fazendo sucesso na campanha eleitoral no interior do Maranhão.

Trata-se de Ana do Gás, candidata a deputada estadual pelo PRB. Pelo que dizem deve ser a mais votada para a Assembleia Legislativa.

O marido de Ana do Gás é prefeito de Santo Antônio dos Lopes e não tem medo de gastar dinheiro para ver a esposa eleita.

RAPAZIADA DO PSTU

O PSTU obteve o melhor desempenho eleitoral no Maranhão quando os seus candidatos usaram a música “Eu acredito é na rapaziada” como propaganda.

Eles chamaram a atenção da opinião pública não pela mensagem política, mas pela composição musical, que tinha forte apelo popular.

Depois daquela eleição, nunca mais a rapaziada do PSTU se destacou nos programas eleitorais.

SHOW DE SARNEY

NA solenidade de encerramento das comemorações dos 160 da Associação Comercial do Maranhão, na noite de quinta-feira, quem deu o show foi o senador José Sarney.

Em agradecimento à placa que recebeu da presidente da ACM, Luzia Resende, Sarney resolveu falar e roubou a cena.

Por quase uma hora, sem cansar e muito menos a platéia, que o aplaudia freneticamente, ele discorreu sobre o importante papel da Associação Comercial do Maranhão nos destinos do estado ao longo do tempo.

Testemunha e conhecedor de fatos e episódios que aconteceram no Maranhão, Sarney quanto mais falava, mais era aplaudido por uma assistência empolgada e ávida de conhecimento.

 

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MINHA CANDIDATURA A DEPUTADO ESTADUAL

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Como estamos em fase de campanha eleitoral, não custa recuar no tempo e relembrar como e por que fui candidato a deputado estadual nas eleições de outubro de 1962.

Daquele pleito aos dias de hoje decorrem 52 anos, ou seja, mais de meio século. À época, contava com 24 anos, ainda na flor da juventude, mas já me considerava apto a disputar uma eleição até certo ponto imprevisível, porque o Maranhão ainda vivia sob o domínio da fraude eleitoral e eu seria candidato pela oposição, uma temeridade para um principiante político.

Em 1961, estudava no Rio de Janeiro, na Universidade Rural, cursando Agronomia, mas só pensava voltar ao Maranhão por dois motivos. Primeiro, a não identificação com o curso levou-me à conclusão de que a agronomia não era o meu sonho de vida. Segundo, na minha cabeça apenas a política regurgitava. Em torno dela giravam as minhas leituras e tudo que fazia na Cidade Maravilhosa, que deixara de ser a capital da República, mas continuava o centro onde gravitavam todas as decisões nacionais.

Ao chegar a São Luis, parti para executar o meu projeto político, a começar pelo vestibular de Direito, um curso que tinha tudo a ver com o meu sonho de vida. Em apenas dois meses, com as aulas a cargo do meu amigo José Mário Santos, fui aprovado no exame de habilitação, ainda com provas escrita e oral e enfrentar uma banca examinadora formada pelos professores Fernando Perdigão e Pedro Neiva de Santana, que atemorizava os vestibulandos.

Cumprida a primeira etapa do projeto, teria agora de ultrapassar a segunda fase, considerada a mais espinhosa e complicada: a de convencer o meu pai, Abdala Buzar, então prefeito de Itapecuru, que o meu futuro estava imbricado à política e à conquista do mandato de deputado à Assembleia Legislativa.

Como previa, a reação dele foi imediata e viril. Com a experiência de principal chefe político de Itapecuru, portanto, conhecedor dos problemas que a vida política acarreta a quem dela se aproxima, não queria que o seu primeiro filho abraçasse de corpo e alma uma empreitada repleta de riscos e armadilhas.

Com o passar dos dias, aquelas resistências paternas foram diluídas e quebradas, pois alguns amigos o convenceram de que a minha candidatura a deputado estadual seria vantajosa ao município, que há muito estava sem representante na Assembleia Legislativa.

Vencidas essas barreiras, as minhas atenções se voltaram para uma questão de natureza política. Meu pai havia assumido o compromisso de votar em Líster Caldas, do PSD, para deputado federal, fato que poderia inviabilizar a minha candidatura, tendo em vista que, por motivos ideológicos, filiara-me ao Partido Social Progressista, a convite de Neiva Moreira e de oposição ao vitorinismo.

A situação, depois de consultas a especialistas na matéria, foi contornada pela própria omissão da legislação eleitoral que ainda não disciplinara a infidelidade partidária e deixara a questão a critério dos partidos.

Superados todos os obstáculos que se antepunham à consolidação do projeto político, inclusive o registro no Tribunal Regional Eleitoral, restava agora atirar-me à luta eleitoral, com vistas, a despeito da inexperiência política, a convencer o eleitorado de minha terra a votar maciçamente em mim, já que não contava com outros municípios para conseguir votos suficientes e obter o cociente eleitoral.

Com garra, volúpia de vencer e de conquistar o mandato eletivo, não me intimidei com as adversidades – e como foram muitas – parti para a campanha eleitoral convicto de que mobilizaria o povo de Itapecuru a não dispersar votos e votar em quem poderia representá-lo de maneira digna e confiável.

Durante três meses não descansei um dia indo atrás do eleitor em sua própria casa. Como não tinha carro, usava a bicicleta e com ela percorri todas as ruas da cidade, entregando material de propaganda bem modesto, se comparado ao de hoje. Importa dizer que não encontrei ninguém que me pedisse dinheiro, emprego ou coisa semelhante, como atualmente o eleitor viciado exige.

Naquele tempo, a campanha eleitoral não requeria os volumosos recursos de hoje, em que os partidos gastam fortunas do fundo partidário, e os candidatos buscam dinheiro, quase sempre de origem duvidosa, junto à iniciativa privada e ao governo, este que, sob a forma de convênios, transfere verbas aos prefeitos que as desviam ostensivamente para os bolsos e compra de votos.

Dinheiro em eleição sempre se gastou e sempre se gastará. Mas o gasto de ontem não tem nada a ver com a gastança dos dias correntes. Em Itapecuru, por exemplo, meu pai, bancou a minha eleição e de outros que apoiou ao longo da vida, mas sempre com recursos próprios, que os empregava no custeio de comícios, animados por orquestras, especialmente nos povoados, transporte do eleitor e comida farta no dia da eleição.

Foi assim que consegui ser bem votado em Itapecuru e sair praticamente eleito com os votos do povo da amada terra, que, empolgado com a minha candidatura, deu-me quase 2.000 mil dos 2.490 conquistados nas urnas, que me valeram ser o terceiro mais votado do Partido Social Progressista, que elegeu seis deputados à Assembleia Legislativa.

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ELEIÇÕES NA UEMA

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Não apenas as ruas e praças de São Luis estão servindo de palco para a campanha dos candidatos às eleições de outubro vindouro.

O campus da Universidade Estadual do Maranhão também ferve com a presença de candidatos à sucessão do reitor José Augusto Oliveira, cuja eleição ocorre no dia 25 deste mês.

Cinco candidatos vão concorrer ao pleito, mas de acordo com as pesquisas, o favorito é o professor Gustavo Costa.

Gustavo formou-se em administração pela Universidade Estadual do Maranhão e já disputou duas eleições para vice-reitor, cargo que ocupa com seriedade, competência e honestidade.

CANDIDATOS NANICOS

Nenhum candidato dos pequenos partidos, que disputa o cargo de governador do Maranhão, tem chance de se eleger.

Se a eles faltam condições financeiras para enfrentar Lobão Filho e Flávio Dino, aos mesmos sobram coragem, disposição e idealismo.

Não há um dia, faça sol ou chuva, que deixem de andar nas áreas mais movimentadas da cidade, distribuindo panfletos e fazendo proselitismo político.

São candidatos que merecem respeito do eleitorado pelo idealismo com que defendem bandeiras de agremiações partidárias inexpressivas e fora da realidade brasileira.

GASTÃO E ROBERTO

Pesquisa eleitoral realizada por empresa idônea apresentou um indicador que ilustra o pleito de senador no Maranhão.

De acordo com a pesquisa, Gastão Vieira só perde para Roberto Rocha nas zonas eleitorais de Balsas e Imperatriz.

Nas demais regiões, Gastão suplanta Roberto de maneira categórica e insofismável e coloca boa vantagem sobre o seu principal opositor.

Se Gastão melhorar o cacife eleitoral nas regiões de Balsas e Imperatriz, como tudo leva a indicar, pode mandar fazer o terno novo de posse.

MÚSICA DE CANDIDATOS

Com a propaganda eleitoral nas ruas, a o eleitorado passou a conhecer as músicas dos candidatos às eleições de outubro vindouro.

Até agora, contudo, nenhuma agradou. A melodia e a letra deixam a desejar.

Se for pela propaganda musical, cujo baixo nível é inquestionável, nenhum candidato se elegerá.

JOÃOZINHO TRINTA

Vão começar as filmagens, no Rio de Janeiro, de “Trinta”, sobre a vida e a obra do maranhense Joãozinho Trinta.

O diretor, Paulo Machline, escolheu o ator Matheus Nachtergaele, para fazer o papel do carnavalesco.

Algumas cenas do filme, as que dizem respeito à infância de Joãozinho Trinta, serão rodadas em São Luis.

PRESENTE A DONA LILA

O jornalista Benedito Buzar deixou dona Lila Léa muito emocionada no dia de seu aniversário, comemorado no domingo passado.

Ao completar noventa anos, ganhou um CD com a gravação de uma entrevista a Buzar, em 1955, do saudoso marido, coronel Alberto Braga, ao qual contou toda a sua história de vida, quase toda dedicada ao Exército brasileiro.

POESIA REUNIDA

O escritor José Sarney, após as eleições, passará a se dedicar mais às atividades da Academia Brasileira de Letras.

Uma de suas primeiras iniciativas na Casa de Machado de Assis é propor a concessão do prêmio a Nauro Machado pela sua obra poética reunida.

Sarney também pretende convencer Nauro Machado a se candidatar à Academia Brasileira de Letras, sobretudo depois que o poeta Ferreira Gullar mudou de opinião.

CANDIDATURA DE CASAL

Luciana Marão e Remy Trinta chegaram a registrar suas candidaturas a deputado estadual e federal no Tribunal Regional Eleitoral.

Mas após a formalização do ato, Remy Trinta solicitou ao TRE o cancelamento do registro de sua candidatura, mas manteve o da esposa, Luciana, que concorre à Câmara de Deputados.

Luciana, ex-prefeita de Araioses, é filiada ao PSB.

COLCHÃO DA CAMA

Pelas normas da Justiça Eleitoral, os candidatos aos cargos eletivos são obrigados a declarar os rendimentos e os patrimônios pessoais.

Poucos são os que cumprem rigorosamente o que manda a lei. A grande maioria sonega essas informações.

No Maranhão, como no Brasil inteiro, foi grande o número de candidatos que omitiu essa informação à Justiça Eleitoral, fato que deixou no ar que guardar dinheiro debaixo do colchão da cama ainda é rotina nos tempos atuais.

ANIVERSÁRIO DE SÃO LUIS

Aproxima-se o aniversário de São Luis, em que a cidade completa 402 anos de fundação.

Quando das comemorações do quarto centenário, estava previsto a construção de um memorial em homenagem à efeméride histórica.

O projeto do memorial chegou a ficar pronto, mas a obra foi esquecida.

Seria bom que este ano o projeto voltasse a ser lembrado e construído.

NOVO MUSEU

São Luis ganhará mais um museu brevemente.

Construído ao lado da Igreja de São João Batista dos Vinhais, nele ficarão expostos os achados arqueológicos encontrados durante a execução da Via Expressa, no trecho que vai do Cohafuma ao Ipase.

A governadora Roseana Sarney poderá inaugurar o novo museu em setembro, por ocasião do aniversário de São Luis.

 

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160 ANOS DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO MARANHÃO

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Na semana passada, a convite da diretoria da Associação Comercial do Maranhão, proferi a palestra de abertura das comemorações alusivas aos 160 anos de fundação daquela secular e operosa entidade.

Ao longo de minha dissertação, procurei ser diferente e destacar a trajetória da ACM por um viés puramente institucional e político, tendo em vista que outros conferencistas e em outras oportunidades já haviam tratado do tema sobre enfoques comumente conhecidos e publicados em revistas e periódicos de São Luis.

Ao optar por esse tipo de narrativa, o fiz na certeza de levar ao conhecimento da diretoria e dos associados, que fazem parte de uma nova geração de empresários, das lutas políticas travadas pela Associação Comercial do Maranhão contra os que se encontravam eventualmente no poder

As primeiras iniciativas de comerciantes de nossa terra, mais portugueses do que brasileiros, voltadas para a criação de uma entidade que representasse, lutasse e defendesse os seus interesses, ocorreram na primeira metade do século XIX, após o Maranhão atravessar turbulências políticas e insurrecionais, ocasionadas pela luta da adesão à Independência do Brasil, em 1823, e pelos descalabros da Guerra da Balaiada, de 1838 a 1841.

A criação da entidade também tentaria reerguer economicamente a província e voltar aos tempos da implantação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, instituída pelo Marquês de Pombal em 1757 e que funcionou até 1778, período em que a vida da população foi profundamente alterada, a sua lavoura e seu comércio atingiram um estágio de progresso acentuado, com reflexos no enriquecimento material e no aprimoramento cultural da elite fundiária, que controlava o poder.

Foi essa elite, expressivamente rica por conta da exploração do trabalho escravo e da produção da cana de açúcar e posteriormente do algodão, que nos legou duas importantes heranças. Uma no plano arquitetônico, a construção desses belíssimos casarões que lhes serviam de moradia, na parte de cima, e de estabelecimento comercial, na parte de baixo, onde hoje se acha encravado o Centro Histórico de São Luis, um dos mais deslumbrantes acervos do patrimônio cultural e artístico do país.

A outra no plano educacional, face ao envio dos filhos à Europa para cursarem universidades e instituições similares, os quais na volta ao Maranhão chegavam com mentalidades arejadas e novas idéias. Foi assim que São Luis passou a contar com uma geração de negociantes mais preparados e atuantes e homens mais cultos, estes últimos responsáveis pela projeção do Maranhão no país, especialmente nas letras e artes, e que nos levaram a conquistar o título de Atenas Brasileira.

Foi com esse sentimento que no, dia 21 de agosto de 1854, João Gualberto da Costa, um português de visão, culto e pioneiro na fundação de uma fábrica de pilar arroz e de uma prensa de algodão em São Luis, juntou-se aos negociantes Manuel Antônio dos Santos, José Antônio da Silva Guimarães, Manuel Gonçalves Ferreira Nina, Maria de Lemos e Sá, Luis Francisco de Azevedo e Joaquim Antônio da Silva Ferreira, para fundar a Comissão da Praça, com base no artigo 34 do Código Comercial de 1850, que estabelecia que “os comerciantes de qualquer praça poderão eleger entre si uma comissão que represente o corpo do comércio da mesma praça”.

Criada a entidade, elegeram o próprio João Gualberto da Costa para presidi-la, cuja posse deu-se a 7 de setembro de 1854.  As reuniões se realizavam nas residências dos membros da entidade, onde discutiam os assuntos que diziam respeito às atividades privadas e públicas também.

Inobstante a capacidade e o arrojo de seu presidente, os primeiros anos da Comissão da Praça não foram tão positivos em favor do setor de negócios. Por isso, a entidade só conseguiu ser reconhecida pela sociedade, após cinco de funcionamento, graças a um documento de protesto contra a política financeira do governo da província.

O documento, elaborado por Martinus Hoyer, além de obter ampla repercussão social, teve também o mérito de trazer para dentro da entidade outros negociantes, que deram mais força e legitimidade à Comissão, levando-a a lutar pela conquista de uma sede própria.  Em 1862, com a construção de um grande prédio na Praia Grande, a Companhia Confiança Maranhense reservou à entidade um espaço para construir as suas futuras instalações, que começaram em julho de 1855, mas concluída em 1862.

Com o passar dos anos e o ingresso de mais empresários – sobretudo de ingleses e franceses, a Comissão ou Casa da Praça, como também ficou conhecida, novas idéias surgiram para melhorá-la, torná-la mais vigorosa e sofresse uma transformação estatutária, já que o país estava sendo agitado por movimentos importantes, como a abolição da escravatura e o advento do sistema republicano de governo.

Antes que essas novas conquistas históricas fossem introduzidas no Brasil, a 20 de janeiro de 1878, portanto, 24 anos depois da fundação da Comissão da Praça, os empresários que dela faziam parte se reuniram para criar uma nova entidade, à qual foi dada a denominação de Associação Comercial do Maranhão. A proposta de criação da nova instituição foi de outro empresário de grande valor e educado na Inglaterra, José da Cunha Santos Júnior, que contou com a colaboração prestimosa do jornalista Temístocles Aranha, proprietário do jornal O País.

Em 31 de janeiro de 1878, o projeto do novo estatuto foi discutido, aprovado e publicado e a 21 de fevereiro procedeu-se a eleição do novo corpo dirigente da Associação Comercial do Maranhão, tendo como presidente, José Moreira de Sousa; vice-presidente, José Joaquim Pereira dos Santos; 1º secretário, José Antônio Asper do Rego; 2º secretário, José da Cunha Santos Junior; tesoureiro, Antônio Justino de Miranda. A posse deu-se a 28 de fevereiro de 1878.

A nova entidade empresarial encontrava-se em plena atividade, quando aconteceu o ato da abolição da escravatura, que o país tanto reclamava, mas que teve reflexo negativo e enorme na economia do Maranhão e com grande repercussão sobre aquela elite rural que pontificava e dava as cartas na sociedade. De acordo com o professor Jerônimo Viveiros, a Lei Áurea, em curto período de tempo, levou cerca de 70 por cento dos engenhos de cana de açúcar e 30 por cento das fazendas algodoeiras a fecharam as portas.

Segundo o professor Mário Meireles, com a assinatura da lei pela princesa Isabel, “foram-se por terra, praticamente, e de um golpe, todas as nossas lavouras de algodão, arroz e cana de açúcar, com elas as nossas indústrias açucareiras e nosso comércio exportador, tudo levado no arrastão do impacto da libertação em massa do trabalhador servil, agravado isso com a indenização dos proprietários que, na aquisição do braço escravo, haviam investido grandes capitais”.

Diante de um quadro tão aterrador, a Associação Comercial não assistiu de braços cruzados essa situação. Conclamou os seus sócios para o debate do problema e do encontro de soluções para sanar as dificuldades que o cenário agrícola atravessava.

Se a Comissão da Praça contou a participação ativa e culta do dinamarquês Martinus Hoyer, a Associação Comercial do Maranhão não deixou por menos. Teve a lhe servir a ação eficiente e o trabalho intelectual de outro estrangeiro: o português, Fran Pacheco, que como servidor da entidade, ajudou a achar alternativas para ultrapassar o pavoroso e inesperado golpe sofrido pelos homens de negócios de nossa terra, dentre os quais o de, com o dinheiro arrecadado da venda de suas propriedades, aplicar e investir na instalação de fábricas.

De repente, São Luis, onde moravam os senhores agrários, transformou-se num pólo industrial, a ponto de na virada do século XIX para o século XX, a cidade contar com numerosas fábricas, a maioria de sociedades anônimas, e voltadas para a fiação, tecelagem, fósforo, chumbo, prego, calçados, cerâmica, sabão e produtos de alimentação.

Mas lamentavelmente a tentativa de transformar o Maranhão agrícola num estado industrial não deu certo. O professor Jerônimo Viveiros, do alto de sua competência, afirma categoricamente que o projeto não passou de uma loucura industrial e custou um preço alto ao sistema produtivo de nossa terra, não preparado para conviver com um regime que funcionava em bases capitalistas, que absorveu os egressos do meio rural, mas que deixaram de ser escravos para transformaram-se em trabalhadores assalariados.

Se o fim da escravidão causou graves transtornos ao setor privado maranhense, não foi outro o quadro que surgiu no setor público com a proclamação da República. A substituição do regime monárquico pelo republicano, também levou o Maranhão, agora não mais uma província, mas um estado federado, a demorar-se no ajustamento às novas regras políticas e institucionais vigentes no país, fato comprovado com os vários governadores que assumiram o poder, mas rapidamente dele eram catapultados, tumultuado a paz social e a dinâmica dos negócios privados.

A situação catastrófica que viveu, naquele período histórico, o empresariado maranhense, frustrado com a transformação de São Luis numa Manchester, só voltou a inflar-se de esperança com a deflagração da I Guerra Mundial, graças à descoberta de um produto que ocupava largos espaços no chão de nosso território, mas com presença pouco participativa na geração da renda estadual: o babaçu.

O professor Mário Meireles chegou a dizer que o surgimento do babaçu na economia maranhense permitiu um “reequilíbrio das finanças estaduais que vinham se alimentando precariamente de empréstimos sobre empréstimos, e oferece, ao nosso comércio, com a exportação dessa oleaginosa, um relativo desafogo que cria um clima de recuperação cujo processo de desenvolvimento, entretanto, ressente-se de capitais”.

Com a presença do babaçu no mercado maranhense, o setor comercial voltava a ser aquecido, a despeito da perda parte expressiva de sua mão para a Amazônia, que havia sido atraída pelo ciclo da borracha. Mais de 300 casas comerciais se espalhavam numa cidade de 400.000 habitantes e com diversificados artigos nas áreas de estivas, ferragens, livrarias, farmácias, tipografias, padarias, afora as quitandas, armazéns e lojas de tecidos, que vendiam a grosso e a retalho e cujos produtos vinham do exterior. Para dar a esses estabelecimentos créditos e financiamentos, existiam três bancos, Comercial, Hipotecário e do Maranhão, e três agências bancárias, a do Banco do Brasil e duas estrangeiras, uma inglesa e outra americana.

A prosperidade do comércio, com o fim da I Guerra Mundial, fez aumentar na sociedade o prestígio e atuação da Associação Comercial, que chegou a censurar publicamente a Câmara Municipal e recuou no seu propósito de aprovar o orçamento do município, relativo ao exercício de 1925-1926, sem consultá-la como mandava a lei.

Mas foi nos anos de 1930, quando da eclosão da Revolução de Trinta e da instalação do Estado Novo no país, que o conceito da Associação Comercial do Maranhão elevou-se às alturas.

Tudo começou com a chegada ao Maranhão, nomeado pelo presidente Getúlio Vargas, em agosto de 1931, do quarto interventor, capitão Seroa da Mota. Para saber sobre o desempenho do novo interventor, o major Juarez Távora, na condição de vice-rei do Norte, consultou a Associação Comercial, então presidida pelo empresário José João de Sousa. Este, então, respondeu categoricamente que o interventor não vinha correspondendo às expectativas do empresariado e que administrava o estado ao seu talante. Foi o bastante para se azedarem as relações entre a ACM e o interventor, que passou a desconhecê-la completamente e a não consultá-la, como era seu dever, principalmente nos casos que diziam respeito aos interesses dos negociantes, a exemplo da Lei dos Meios. Diante disso, mais intensas e severas passaram ser as críticas e censuras da Associação Comercial ao interventor. Resultado: Getúlio Vargas demitiu Seroa da Mota.

O substituto de Seroa da Mota, outro militar, chamado Antônio Martins de Almeida. Em São Luis, recebeu o apelido de “Bala na Agulha”, pelo seu modo draconiano de governar. A diretoria da Associação Comercial, ainda dirigida por José João de Sousa, também, não manteve boas relações com o novo interventor.

As origens dessa animosidade deram-se quando Martins de Almeida pediu a colaboração para a feitura do orçamento do estado para 1934. Durante a realização do trabalho, as discrepâncias entre a ACM e a Fazenda estadual foram numerosas e não chegaram a bom termo. Resultado: à revelia da Associação Comercial, o interventor aprovou o orçamento e um Regulamento das Transações Mercantis, considerado nocivo aos interesses do empresariado.

Em vista disso, a diretoria da ACM decide ficar em sessão permanente e no aguardo de um pronunciamento do interventor sobre a questão. Como a resposta não veio, os ânimos exaltaram-se e os empresários Arnaldo Ferreira e Éden Bessa atacaram sem piedade o interventor pela imprensa. Incomodado com os ataques, Martins de Almeida fez ver ao presidente José João que não aceitava tais insultos e que o orçamento e o Regulamento das Transações Comerciais seriam mantidos.

Em revide, a diretoria da ACM comunicou ao presidente da República, aos ministros da Fazenda e da Justiça e entidades congêneres de todo o país, o que estava acontecendo no Maranhão e pedindo providências para o problema ser contornado. Simultaneamente, nomeou uma comissão de cinco empresários para coordenar a luta que possivelmente a entidade enfrentaria.

A nomeação dessa comissão irritou de tal modo o interventor que mandou prender os membros que dela faziam parte e ainda se deu ao extremo de fechar as portas da Associação Comercial, fato que levou a diretoria a decretar uma greve patronal e através de medida judicial conseguiu a soltura dos empresários e o funcionamento da Casa de Martinus Hoyer.

Dias depois, graças às interveniências das autoridades federais e das lideranças empresariais de todo o país, a crise chegou ao final com o Governo federal decidindo a questão em favor do comércio maranhense.

Ainda na fase em que o país estava sob o manto da ditadura do Estado Novo e o interventor do Maranhão era o caxiense Paulo Martins de Sousa Ramos, um novo atrito veio à tona entre o Governo e a Associação Comercial. Desta feita, o pivô foi o prefeito de São Luis, o engenheiro carioca, José Otacílio Saboya Ribeiro, aliás, competente e bem intencionado.

No desejo de executar obras na cidade, em atendimento a um plano que concebera, resolveu criar impostos e aumentar alguns tributos à revelia da ACM. Não satisfeita com as medidas tomadas pelo prefeito, a diretoria da entidade, comandada por José Zoroastro Vieira, tentou persuadi-lo a mudar de posição, mas sem resultado. Resumo da ópera: a Associação Comercial moveu contra o gestor de São Luis uma campanha tão forte que o interventor para acabar o impasse o demitiu inexoravelmente.

Este entrevero, contudo, não toldou nem tolheu o bom relacionamento da Casa de Martinus Hoyer com o interventor Paulo Ramos. Tanto é que em 1939, a diretoria da entidade, capitaneada pelo presidente, João Sales de Oliveira Itapary, entregou-lhe um documento para a cessão do terreno onde funcionara a Alfândega para a construção do Palácio do Comércio, projeto descartado por aconselhamento técnico. Depois disso, a diretoria da ACM pensou na compra do prédio onde funcionava o velho Hotel Central. Como não tinha recursos, pediu ao interventor e este concordou criar uma taxa sobre as mercadorias exportadas e importadas. Com esses recursos, o prédio foi comprado, demolido e projetado um novo edifício. A concorrência para a construção da obra foi ganha pela firma Leão Ribeiro, e contrato assinado em novembro 1940. Em janeiro do ano seguinte, lançou-se a pedra fundamental e a 4 de maio de 1943, a inauguração.

Com o fim da II Guerra Mundial e a deposição do ditador Getúlio Vargas pelas Forças Armadas, o extermínio do Estado Novo deu-se de maneira implacável. Por conta disso, o Brasil, que saia da ditadura para ingressar na democracia, precisava preparar-se para essa nova realidade.

Nesse sentido, as forças empresariais de todo o país se reuniram na Conferência de Teresópolis, em maio de 1945, com o objetivo de estudar e implantar as medidas e providências para a nova conjuntura nacional.  A Associação Comercial marcou presença no evento com uma representação expressiva em quantidade e qualidade.

Animada com os propósitos da reunião de Teresópolis, afirma Mário Meireles, a Associação Comercial, “em face do acentuado decréscimo que se vem verificando, nestes últimos anos, nos quadros de nossa produção agrícola e extrativa, e inspirada no desejo de cooperar com os poderes públicos para robustecer a estrutura econômica do Estado, que saiu profundamente ressentida dos embates conseqüentes da II Guerra Mundial”, decide apresentar ao Governo estadual um programa que visava, principalmente, uma ação imediata de fomento e assistência à produção dos gêneros nas regiões banhadas pelos rios Itapecuru e Mearim. A proposta foi apresentada em 1945, mas só viabilizada no governo de Sebastião de Archer da Silva, em 1948.

Trata-se da chamada Campanha da Produção, que contou com a participação financeira do Estado e de 54 empresas contribuintes do Imposto de Exportação Agrícola e Industrial, que assegurava uma receita substancial de recursos para fazer face aos serviços de estradas vicinais, para levarem os produtos dos centros produtores às sedes municipais, da distribuição de sementes e ferramentas agrícolas e da assistência médico, sanitária e técnica aos lavradores dos municípios de Bacabal, Pedreiras, Ipixuna, Caxias, Codó, Coroatá e Itapecuru-Mirim.

Por meio dessa auspiciosa iniciativa, que podemos afirmar ter sido a pioneira e bem-sucedida parceria público privada no Brasil, em menos de quatro anos de atuação no interior do Maranhão, a Campanha construiu cerca de quatro mil quilômetros de estradas carroçáveis, incrementou significativamente a produção agrícola, melhorou sobremodo a qualidade de vida do homem rural e aumentou acentuadamente a arrecadação de tributos.

Em que pese os esforços do presidente Arnaldo Ferreira, a partir de 1954 a Campanha da Produção começou a sinalizar dias de instabilidade e incerteza, porque alguns empresários se desobrigaram do compromisso do pagamento da taxa que lhe dava sustentação financeira. Outras tentativas foram feitas pela diretoria da ACM, para a vitoriosa iniciativa não chegar ao fim, mas todas malograram diante do clima de desunião e incompreensão reinante no meio empresarial maranhense. Resultado: em 1958 a Campanha da Produção, que o professor Mário Meireles disse ser “indiscutivelmente a mais interessante e admirável iniciativa da Associação Comercial do Maranhão em todos os tempos” encerrava definitivamente os seus trabalhos e suas ações.

Mas não ficou só na Campanha da Produção a exemplar empreitada da ACM na gestão do intelectual e empresário Arnaldo Ferreira, que a presidiu de maneira incansável e fecunda de 1946 a 1958. Nesse profícuo período de atuação, também, foram estimuladas a fundação de novas Associações no interior do Estado, que de cinco passaram para nove, a instalação de novos estabelecimentos de créditos, para ampliar o parque bancário na capital e no interior e a construção do Porto do Itaqui, reivindicação que a entidade lutava desde os anos 1940, através de documentos endereçados às autoridades federais e estaduais, mas, finalmente, executada na gestão do governador José Sarney, na década de 60.

Não poderia encerrar esta minha modesta palestra sem antes realçar um fato que me chamou atenção. Nos anos 1930, por ocasião da ditadura do Estado Novo, a Associação Comercial do Maranhão desenvolveu uma luta desassombrada contra os tiranetes que ocupavam o poder, não se curvando às imposições e aos arbítrios de uma época que primava pelo obscurantismo.  Nos anos de 1960 a 1980, em que um novo regime ditatorial impôs-se no país, garroteando as liberdades públicas e sufocando a iniciativa privada, esta, que contribuiu para a deposição do presidente João Goulart, na suposição de levar o país à estatização, a Associação Comercial e suas congêneres calaram-se e omitiram-se diante do governo que mais estatizou o Brasil. O sociólogo Marco Antônio Villa, no livro intitulado “Ditadura à Brasileira”, afirma que durante a recente ditadura, foram criadas 302 empresas estatais, enquanto na era Vargas e nos governos de Juscelino Kubitscheck e João Goulart, foram criadas, respectivamente, 15, 23 e 32, totalizando 70 empresas.

A observação, contudo, não desmerece ou encobre, em hipótese alguma, o trabalho e os esforços que as diretorias da Associação Comercial do Maranhão realizaram através dos tempos. Os empresários que assumiram a presidência desta entidade após Arnaldo Ferreira, Eder Santos, Enéas de Vilhena Frazão, José Antônio Martins Itapary, Ruy Ilayno Coelho de Abreu, Benedito Rabelo dos Reis, Haroldo Correa Cavalcanti, Hedel Jorge Azar, Roberto Reis Albuquerque, Carlos Thadeu Pinheiro Gaspar, Afonso Manuel Ferreira, Júlio Noronha, Luiz Carlos Cantanhede, Zeca Belo, Haroldo Cavalcanti Júnior e Luiza Medeiros, a primeira mulher a comandá-la, promoveram em favor da instituição ingentes e louváveis ações e atividades, que somadas às levadas a cabo pelos que os antecederam, perfazem uma trajetória de vida de 160 anos, tempo esse em que o Maranhão, apesar dos percalços, das dificuldades, das omissões e das más gestões, chegou a um patamar de progresso e de desenvolvimento .

 

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CRIAÇÃO DE MUNICÍPIOS

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Os deputados estaduais do Maranhão estão radiantes com a decisão do Congresso Nacional que aprovou o projeto que abre caminho para a criação de municípios.

O destino final da criação de mais cidades está agora nas mãos da presidente da República, Dilma Roussef, que poderá ou não sancioná-lo.

As regras aprovadas são agora mais rígidas, pois só podem ser criados no país 200 municípios e as normas para a fusão, incorporação e desdobramentos também exigem mais rigor.

O projeto não quantifica o número de município que cada estado pode criar.

REUNIÃO DE GASTÃO – I

O deputado Gastão Vieira saiu consagrado da reunião promovida segunda-feira passada, realizada na UNDB.

Os professores e gestores da rede estadual de educação, que lá marcaram presença, não economizaram elogios à sua pessoa e a sua gestão na secretaria de Educação, considerada a melhor dos últimos anos.

Como se não bastasse, ainda se apresentaram para trabalhar pela sua candidatura a senador, na certeza de que será um extraordinário representante no Maranhão no Senado da República.

REUNIÃO COM GASTÃO – II

Gastão também aproveitou a reunião para apresentar os dois profissionais que vão atuar na sua campanha eleitoral.

O cineasta Arturo Almada Lima pilotará a propaganda nos meios de comunicação.

A jornalista Roberta Gomes terá a incumbência de cuidar da sua imagem nas redes sociais.

ESTILO DO PAI

Começou neste final de semana a campanha eleitoral de Andréa Murad, candidata a deputada estadual.

No melhor estilo do pai, Ricardo, ela entrou prá valer e com o objetivo de ser uma das mais votadas no pleito.

Com carros de som, bem equipados e dotados de mensagens musicais e visuais, espalhados em todas as partes de cidade, Andréa espera ser uma das candidatas mais conhecidas do PMDB.

FARDÃO DE GULLAR

A governadora Roseana Sarney só espera o desfecho da eleição de Ferreira Gullar a membro da Academia Brasileira de Letras, para anunciar uma boa nova.

Em nome do povo do Maranhão, o governo do estado custeará as despesas de confecção do fardão com o qual ele tomará posse na Casa de Machado de Assis.

Pelo que se sabe, a eleição de Gullar é favas contadas. Será candidato único à vaga de seu amigo fraternal e também poeta, Ivan Junqueira.

ANIVERSÁRIO DA AML

Hoje, a Academia Maranhense Letras completa 106 anos de fundação.

Como a data caiu num domingo, os imortais vão comemorá-la nesta sexta-feira, às 19 horas, com um evento marcante.

Na solenidade, o acadêmico Sebastião Duarte falará sobre “A Academia e as grandes efemérides de 2014”, após o que ocorrerá o lançamento dos livros O Mulato, de Aluísio Azevedo, O cativeiro, de Dunshee de Abranches, Sertanejas, de Trajano Galvão, Fundação do Maranhão, de José Ribeiro do Amaral, França Equinocial, de Mário Meireles, e Ana Jansen, Rainha do Maranhão, organizado por Jomar Moraes.

Vale dizer que a Academia Maranhense de Letras foi fundada no dia do nascimento de Gonçalves Dias, patrono da instituição.

DONA LILA LÉA

Completou noventa anos uma das mulheres mais estimadas de São Luis.

Dona Lila Léa, viúva do saudoso coronel Alberto Liége Braga, que comandou o 24º Batalhão de Caçadores.

Ela foi homenageada pelas filhas Zélia e Alberlila, netos, bisnetos e genros, com um almoço realizado ontem na Casa de Eventos.

CONSELHO ABOMINÁVEL

Circula pela cidade um automóvel, trazendo no vidro traseiro uma frase estapafúrdia: – Conserte o futuro. Não vote em ninguém.

É o tipo de manifestação que não conduz a nada e não ajuda a democracia.

BAR E MERCEARIA

Um amigo de Joaquim Itapary postou na internet a foto de um estabelecimento comercial na cidade de Paraty repleto de animados  freqüentadores.

Trata-se do “Bar e Mercearia Sarney”.

O proprietário não é maranhense e só conhece o senador através de jornal e televisão.

MULHER E MARIDO

Um casal bem-sucedido na vida conjugal disputará o pleito deste ano.

Remy Trinta e Luciana Marão. Ele concorre à Assembleia Legislativa e ela à Câmara dos Deputados.

Remy se afastou da política depois de exercer mandatos de deputado federal e estadual. Luciana foi prefeita de Araioses, mas não se reelegeu no pleito passado.

BUZAR DEU SHOW

Quem roubou a cena na solenidade comemorativa dos 160 anos da Associação Comercial, na quarta-feira passada, foi o jornalista Benedito Buzar.

Na condição de conferencista convidado, falou sobre a trajetória política da ACM, especialmente nos anos 1930, quando a diretoria da entidade enfrentou as arbitrariedades dos interventores e venceu todas as paradas.

Buzar discorreu ainda sobre a importância da pioneira parceria público-privada, realizada pela Casa de Martinus Hoyer, nos anos 1940 e 1950, com o governo do estado: a vitoriosa Campanha da Produção, que construiu milhares de quilômetros de estradas vicinais, fez aumentar a receita estadual, e a distribuição de ferramentas, sementes, assistência técnica, médica e sanitária, que melhorou a qualidade dos agricultores dos municípios às margens dos rios Mearim e Itapecuru.

ÚLTIMO VOO

Sérgio Duailibe desde criança recebeu o apelido de Gavião e com o qual se tornou conhecido na cidade pelo seu bom humor e companheirismo.

Para tristeza de seus familiares e numerosos amigos, Gavião não resistiu a uma doença que o atacou de repente e faleceu na última quarta-feira.

Sem Gavião, a cidade fica mais triste e os amigos que participavam com ele dos bate papos vespertinos e diários no São Luis Shopping estão desolados.

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O FIM DE UMA GERAÇÃO JORNALÍSTICA

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A morte do jornalista Arimathéa Athayde, aos 90 anos, nos leva a pensar sobre o final de uma geração de intelectuais que brilhou intensamente no jornalismo do Maranhão, numa época em que só os jornais impressos e as emissoras de rádio pontificavam como veículos divulgadores de notícias e informações.

Essa geração de jornalistas conquistou notoriedade, projetou-se e conquistou respeito e conceito na sociedade maranhense pelos conhecimentos adquiridos nos livros e nos colégios de São Luis, dotados de bons professores, que transmitiam ensinamentos que capacitavam e preparavam os alunos como mandava o então vigente sistema educacional.

Essa geração de jornalistas, não era egressa de faculdades e de universidades, até porque o Maranhão, naqueles tempos, possuía apenas cursos de Direito e de Farmácia. Eram jornalistas que chegavam às redações não com diplomas ou anéis de formaturas nos dedos, mas com talento e boa formação cultural, que os credenciavam a escrever textos, elaborar reportagens ou fazer editoriais primorosos sobre os mais diversos assuntos.

Essa geração de jornalistas não se beneficiou dos meios científicos e tecnológicos que hoje a internet e os computadores oferecem aos profissionais de imprensa para que, conectados com o mundo, possam captar informações instantâneas e produzir matérias bem elaboradas e completas e deixem o leitor bem informado. Eram jornalistas que trabalhavam em condições precárias, em cujas redações só as máquinas datilográficas e os telefones, ainda rudimentares, serviam de instrumentos para a preparação das notícias que diariamente chegavam ao conhecimento dos leitores.

Essa geração de jornalistas também não era profissionalizada, até porque os jornais não tinham condições de remunerar todos os que trabalhavam nas redações. Por serem intelectuais e egressos de famílias de classe média, escreviam como colaboradores ou pelo prazer de escrever, por isso, desfrutavam de prestígio social.

Dessa geração de jornalistas, Arimathéa Atahyde fez parte e distingui-se pela maneira ímpar como atuou nos jornais nos quais militou. Mas entre ele e os contemporâneos havia um diferencial: o seu perfeccionista na arte de escrever. Sem constrangimento reescrevia o texto por seguidas vezes e só o publicava quando achava que o mesmo estava corretamente perfeito e não dar margem às críticas.

Dessa geração, também pontificaram jornalistas da tempera de Erasmo Dias, Neiva Moreira, Bernardo Almeida, Djard Martins, Lago Burnnet, Nascimento de Moraes Filho, José Lustosa, Nonato Masson, Cloves Sena, José Chagas, Ubiratan Teixeira, José Bento Neves, Vitor Gonçalves Neto, Luis Lílio, Eider Paes e tantos outros.

Ainda  jovem, Arimathéa  trabalhou no gabinete do governador Eugênio Barros e, como tal, recebeu uma missão espinhosa em plena crise em que as Oposições Coligadas tentaram expulsar do Palácio dos Leões o chefe do Executivo maranhense.

No dia 9 de março de 1951, o Tribunal de Justiça decide tornar ilegal a posse de Eugênio Barros e empossar o desembargador Nelson Jansen no cargo de governador. Nesse sentido, o Tribunal de Justiça envia emissário ao Palácio para comunicar a Eugênio que deveria deixar o governo. A tarefa não foi cumprida porque o chefe do gabinete, Arimathéa  Atahyde, interceptou a comunicação de maneira astuciosa.

Como era neurastênico, demorou pouco tempo no cargo palaciano. Desentendeu-se com o governador e migrou de armas e bagagens para as oposições. Através de artigos cáusticos, não poupou a figura do governador pelas páginas de O Combate e do Jornal do Povo.

Só vim a conhecê-lo pessoalmente quando o governador João Castelo assumiu o governo do Estado. Veio de Brasília para chefia da secretaria de Comunicação. Pelo seu controvertido comportamento, criou problemas sérios com o secretariado e quase foi demitido.

Construímos uma boa amizade, mas eu sempre ficava com o pé atrás quando conversava com ele. Ao lançar em 1983, o livro A Greve de 51, evento a céu aberto e realizado ao entardecer, na Praça João Lisboa, convidei-o para falar sobre aquele movimento político, do qual participou.

Depois disso, os nossos encontros tornaram-se esporádicos, até porque ele passou longo tempo exilado na cidade de Araioses, onde seus familiares moravam. Afastado de tudo e de todos, passava os dias lendo e escrevendo crônicas e poesias.

Anos depois, retornou a São Luis, onde se fixou definitivamente. No ano passado, telefonou-me e marcamos um encontro na Academia Maranhense de Letras. Mais neurastênico, por conta da idade, avisa-me que publicara, com recursos próprios, vários livros e desejava lançá-los na AML. Como era um perfeccionista, cuidou de todos os detalhes para nada faltar à solenidade. E assim foi. Após o evento, que o deixou muito feliz, recolheu-se novamente ao exílio doméstico de onde saiu direto para o cemitério.

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PUXADORES DE VOTOS

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Enquanto as eleições não chegam uma pergunta explode no ar: quem são os puxadores de votos este ano?

Ao pleito proporcional, do lado governista, Kleber Verde, Sarney Filho, Pedro Fernandes e Hildo Rocha despontam como os mais votados da coligação Prá Frente Maranhão.

Hildo Rocha, que disputa pela primeira vez um cargo eletivo para a Câmara dos Deputados, continua recebendo adesões políticas no interior. Se esses apoios não pararem, poderá surpreender e tornar-se o grande puxador de votos em 2014.

Do lado oposicionista, o candidato que reúne as maiores condições de puxador de votos é o ex-governador José Reinaldo Tavares.

MELHOR PREFEITO

Nas suas andanças pelo interior do Maranhão, o secretário de Indústria e Comércio, Maurício Macedo, está sempre atento ao desempenho dos prefeitos municipais.

Dessa nova safra de prefeitos, eleita no mais recente pleito, destaca o de Estreito, Cícero Morais, conhecido por Cicim.

Segundo Maurício, o gestor do município vem realizando uma administração renovadora e dinâmica e aplicando os recursos públicos adequadamente, a ponto de transformar a fisionomia da cidade, que havia sido abandonada pelo seu antecessor.

PAI E FILHO

Nas eleições de 2014, pai e filho vão disputar cargos eletivos por partidos diferentes.

Edson Carvalho Vidigal, pai, será candidato a deputado federal pelo PDT, e o filho, Edson Travassos Vidigal, concorrerá a deputado estadual pelo PTC.

Enquanto o pai é um veterano na política maranhense, o filho é estreante, mas promete surpreender quando os programas da Justiça Eleitoral forem ao ar.

DEPUTADOS IMOBILIZADOS

As coordenações dos candidatos que vão disputar as eleições majoritárias, do lado do governo e da oposição, acham que a campanha eleitoral ainda não deslanchou no interior do estado.

Atribuem a apatia do eleitorado aos candidatos a deputados federais e estaduais, que cuidam apenas de suas campanhas.

Para os coordenadores de Edinho Lobão e Flávio Dino, enquanto os postulantes aos postos proporcionais não entrarem em campo e vestirem as camisas dos candidatos a governador e a senador, a luta política no interior não esquenta e nem se define.

EX-JUIZ DO TRE

Ao terminar o seu tempo de juiz do Tribunal Regional Eleitoral, o advogado Sérgio Muniz já pensava nas eleições de 2014.

Desobrigado da função de magistrado, filiou-se ao DEM pelo qual concorre à Câmara de Deputados.

Sérgio, amigo do ex-deputado Cloves Fecury, escolheu o número com que este disputou e elegeu-se deputado federal nas eleições de 2006.

PALESTRA E CONFERÊNCIA

Nesta semana, o jornalista Benedito Buzar tem sob seu encargo dois importantes compromissos.

Na quarta-feira, dia 6, será o conferencista na solenidade comemorativa dos 160 anos da Associação Comercial do Maranhão.

No sábado, dia 9, em sua cidade natal lançará, com direito a autógrafos, o livro “O dia a dia da história do Itapecuru-Mirim”.

ACADÊMICOS NA FLIP

Dois membros da Academia Maranhense de Letras são presenças marcantes e anuais no Festival Internacional de Literatura de Parati: Lourival Serejo e Ceres Costa Fernandes.

Este ano Ceres não marcará presença na FLIP, devido ao procedimento cirúrgico a que foi submetida dias atrás.

Lourival Serejo, contudo, foi um dos primeiros a chegar a Parati e de lá só sairá quando terminar o evento.

EMPRESÁRIOS E CANDIDATOS

A Confederação Nacional da Indústria realizou na semana passada, em Brasília, o primeiro encontro dos candidatos à presidência da República com o empresariado.

O presidente da Federação das Indústrias do Maranhão, Edilson Baldez marcou presença no evento. Ao chegar a São Luis, tomou as primeiras providências para a realização de um encontro dos candidatos ao governo com o empresariado.

A reunião será na sede da Fiema. Pela vontade de Edilson o evento contará com a participação de outras entidades empresariais.

DIRETORIA DO IHGM

Na tarde de segunda-feira passada, os membros do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão se reuniram para empossar a nova diretoria da entidade.

Para presidi-la foi eleito o professor Eudes Lima.

Presente à solenidade, o presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, manifestou o desejo de uma aproximação mais estreita entre as duas instituições.

ACADEMIA LUDOVICENSE

Os membros da Academia Ludovicense de Letras vão comemorar solenemente o seu primeiro ano de fundação.

O evento será sábado, 9 de agosto, no auditório central da Universidade Federal do Maranhão.

Na programação, homenagem especial à escritora Maria Firmina dos Reis, patrona da instituição, que tem como presidente Roque Macatrão.

ENTREVISTA DE SARNEY

A entrevista que o senador José Sarney concedeu ao jornalista Américo Azevedo Neto, da TV Guará, está sensacional e imperdível.

Será veiculada na noite desta terça-feira.

Na entrevista, Sarney fala de tudo. Do Maranhão de hoje e do passado, dos candidatos às eleições deste ano e dos motivos que o levaram a deixar a política.

INICIATIVAS DE HAICKEL

É da autoria do ex-deputado e acadêmico Joaquim Haickel o decreto-legislativo, estabelecendo à Assembleia Legislativa a atribuição de anualmente premiar os melhores filmes realizados por cineastas maranhenses, sobre temas de nossa terra, escolhidos pelo júri técnico e popular do Festival Guarnicê de Cinema, promovido pela Universidade Federal do Maranhão.

Joaquim Haickel deu aos prêmios os nomes dos parlamentares Bernardo Almeida, Erasmo Dias e Mauro Bezerra.

Em tempo: dois dos filmes vencedores do Guarnicê, este ano, um retratando a vida do capoeirista Sapo, o outro sobre a artista popular Patativa, são provenientes do projeto “São Luis em quatro cantos”, patrocinado pela lei de incentivos fiscais à cultura, também da autoria de Joaquim Haickel, que com o documentário “A pedra e a palavra”, produzido e dirigido por ele, acaba de ganhar dois prêmios no Festival Internacional de Cinema, de Avenca, em Portugal.

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CATÓLICOS E EVANGÉLICOS NA POLÍTICA MARANHENSE

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Nos últimos tempos, cresceu acentuadamente a participação dos evangélicos na política maranhense. São numerosos os candidatos que concorrem aos pleitos, como também é expressivo o contingente de eleitores que vota em candidatos indicados pelos pastores.

Essa ativa atuação evangélica no processo político do Maranhão contrasta com a participação dos padres católicos, os quais, nos dias correntes, ausentaram-se das pugnas eleitorais e não são mais procurados pelos políticos, que os tinham como valorosos cabos eleitorais.

Os evangélicos, como candidatos ou cabos eleitorais, são atualmente assediados pelos partidos pelo enorme poder de persuasão e de manipulação que exercem junto às camadas da população.

As igrejas católicas e os padres perderam o encanto eleitoral. Até agora não há notícia de que algum candidato a governador e a senador tenha participado de reunião ou visitado qualquer autoridade eclesiástica em busca de apoio político.  Mas os templos evangélicos estão sempre recebendo os postulantes a cargos eletivos, que procuram os pastores e seus seguidores para conversas políticas e atrás de votos.

A cada ano aumenta o número de candidatos evangélicos às eleições majoritárias ou proporcionais. Na listagem do Tribunal Regional Eleitoral, ao pleito deste ano, a presença deles é bem significativa.

Quanto à participação de representantes da igreja católica na luta política de 2014, a rigor, só o ex-empresário Afonso Manoel Ferreira, abnegado diácono, candidato a deputado estadual pelo PMDB.

A migração católica para a evangélica corporificou-se sobremodo a partir do final do século passado e deve-se indiscutivelmente ao gritante distanciamento da igreja de São Pedro dos problemas sociais vividos pelo seu enorme rebanho.

Por conta disso, os evangélicos, até então inexpressivos e sem poder de competição, começaram a ocupar o lugar da religião do Vaticano e a incorporar às suas fileiras milhões de fiéis, que decepcionados com o catolicismo, abraçaram as seitas onde pontificam, salvo poucas e honrosas exceções, o engodo e a mistificação.

No Maranhão, o poderio da igreja católica na cena política regride à época do regime imperial.  De 1834, quando da instalação da Assembleia Provincial até a Proclamação da República, tivemos no exercício da atividade parlamentar 36 padres, destacando-se dois prelados, dom Luis Raimundo da Silva Brito e dom Marcos Antônio de Sousa. Na República Velha, de 1891 a 1930, sete sacerdotes marcaram presença no Legislativo estadual. Nas eleições de 1933 e 1934 às Constituinte federal e estadual, a igreja organizou a LEC – Liga Eleitoral Católica, pela qual se elegeu o padre Possidônio Monteiro de Sousa.

Com o fim do Estado Novo e o retorno do país ao regime democrático, um sacerdote concorreu ao pleito à Assembleia Legislativa: Joel Barbosa Ribeiro.  No vicariato de dom José de Medeiros Delgado, de fevereiro de 1952 a maio de 1963, para que os assuntos da igreja não se misturassem com a política, os padres foram proibidos de se filiarem aos partidos políticos e de se candidatarem a cargos eletivos.

De 1930 a 1963, três sacerdotes tiveram participação significativa na política do Maranhão. Astolfo Serra, cuja ação vigorosa em favor da Aliança Liberal, da Coluna Prestes e da Revolução de 1930, lhe valeu a nomeação de interventor em 1931, cargo que deixou pelo seu desentendimento com o chefe do movimento revolucionário, Reis Perdigão.

O padre Constantino Vieira foi outro que mereceu destaque na cena política. Em julho de 1953, com o falecimento do senador Clodomir Cardoso, o sacerdote era seu suplente, mas não assumiu, pois após eleger-se, pressionado por dom Delgado, renunciou. Ainda tentou reconquistar o mandato por meio judicial, sem consegui-lo, porém.

Quem também teve ativa atuação na vida pública foi o padre Clodomir Brant, pároco de Arari, que lutou na oposição contra o vitorinismo. Nunca disputou cargo político, mas o eleitorado arariense votava de acordo com a sua orientação.

No século passado, como disse acima, os protestantes – os evangélicos de hoje – tinham atuação bem discreta na política. Lembro apenas do pastor Capitulino Lázaro Amorim. Por várias vezes candidatou-se pelo PTB a deputado estadual, mas sempre ficou na suplência.

A partir dos anos 60, eles ganharam mais força na cena partidária. O pioneiro nessa caminhada política foi Costa Ferreira, eleito vereador à Câmara Municipal de São Luis, após o que conquistou um lugar na Câmara dos Deputados, elegendo-se várias vezes.  Depois de Costa Ferreira surgiram os evangélicos Raimundo Lima e Enoc Vieira, que pontificaram na Assembleia Legislativa por seguidos mandatos.

Dessa época, apenas um padre marcou presença no Poder Legislativo: Manoel Oliveira. Depois de eleito, apaixonou-se de tal modo pela vida profana que  deixou a batina.

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