A HORA E VEZ DE GASTÃO VIEIRA

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Peço vênia aos leitores para interromper hoje a série sobre as eleições no Maranhão, em que estaria em pauta o sucessor do governador Eugênio Barros, o médico José de Matos Carvalho.

Motivo: preciso comentar um assunto antes que o mesmo se torne extemporâneo ou caia no esquecimento. Trata-se da escolha do candidato a senador da República, para ocupar a vaga de Epitácio Cafeteira, cuja vida política, felizmente, chega ao fim.

A questão avulta pela demora da indicação do candidato, que deveria ter sido feita imediatamente após o lançamento da candidatura de Edinho Lobão ao governo do Estado, causado pela saída de cena do ex-secretário Luis Fernando Silva.

Se essa operação política fez-se de maneira rápida e firme, para evitar fatos inesperados e problemáticos, o mesmo não se deu com relação à postulação senatorial, que sofreu um processo de banho-maria e resultou numa acirrada disputa entre dois deputados do mesmo partido, que mantinham um bom relacionamento pessoal e político, mas se afastaram um do outro por conta de uma refrega desnecessária e mal conduzida.

Viajei para fora do país no dia 13 de maio e retornei a São Luis a 25 do mesmo mês, crente que a situação senatorial estaria solucionada. Ledo engano.

Ao chegar, quanta decepção ao tomar conhecimento de que pouco ou quase nada acontecera, nesse sentido. A pendenga ainda se arrastava de modo lento e confuso, deixando o eleitorado em estado de perplexidade, e os postulantes ao cargo sob tensão e com os nervos a flor da pele, não apenas pela indefinição do problema, mas, também, pelas futricas, tergiversações, dubiedades, intrigas e dissabores gerados por conta de uma decisão retardada.

Não sei onde Gastão Vieira e Arnaldo Melo, os principais protagonistas desta pantomima política, conseguiram encontrar força física e psicológica para suportar as incompreensões, procrastinações e chantagens vindas à tona ao longo de um penoso e desgastante processo.

A princípio, dizia-se que a escolha seria por meio de pesquisa, cuja metodologia se desconhecia e nem a que público seria ela dirigida. Depois, soube-se que a pesquisa fora substituída por uma sondagem junto aos convencionais e se esses seriam do PMDB ou dos partidos da coligação governista. Em seguida, a sondagem foi esquecida, para que uma suposta cúpula partidária tivesse a responsabilidade de indicar o candidato.

Tudo embromação e mistificação. Nada do alardeado aconteceu e só serviu para enervar os postulantes ao cargo e deixar o eleitor confuso e irritado. Após essa lengalenga toda, o desfecho do caso emergiu, mas sem a participação das lideranças locais: veio de Brasília e da direção nacional do PMDB, portanto, de cima para baixo. Foi uma decisão que agradou em cheio os correligionários de Gastão de Vieira, mas deixou insatisfeitos os torcedores de Arnaldo Melo.

Sem nenhum demérito ao deputado Arnaldo Melo, um cidadão do bem, honrado e competente politicamente, a indicação recaiu sobre a figura humana e política de Gastão Vieira, que representará o seu grupo político nas eleições que apontará o novo senador do Maranhão.

Gastão, pelo qual torço e vou lutar para ser eleito, dispõe de todas as condições políticas e qualidades morais e intelectuais para desempenhar o mandato de senador. Na minha modesta opinião, é o melhor quadro que o Maranhão conta atualmente para nos representar e bem na chamada Câmara Alta do País.

O povo maranhense, nestas eleições, terá a oportunidade de ouro de votar, sem receio de ser feliz, num candidato que indiscutivelmente não se omitirá de discutir os assuntos mais relevantes do País e se destacará num plenário onde pontificam as melhores cabeças políticas do Brasil.

Já disse e vou repetir: Gastão, pela sua competência técnica e política, pelos cargos que ocupou, nos quais não deixou o seu nome ser enxovalhado ou jogado no limbo da corrupção e da desonestidade, já poderia ter sido alçado ao exercício de postos mais elevados. Por onde tem passado, seja em cargos executivos e legislativos, no Maranhão ou em Brasília, sua marca de homem ilibado, capaz e probo ficou registrada e perenizada.

Tenho certeza que depois do Senado, sua próxima escalada será a conquista do governo do Estado, e, aí, sim, quero ainda estar vivo para vê-lo mudar, de verdade e sem demagogia, o Maranhão, como o fez José Sarney, na década de 1960, quando transformou o cenário sócio-econômico de nosso Estado.

A minha única preocupação com a eleição de Gastão é a de que seja atirado numa ferrenha luta política e sofrer um processo de “fritura”, igual ao ocorrido em 2008, quando concorreu ao cargo de prefeito de São Luis e ficou perdido no meio do caminho sem lenço e sem documento, como diria o cantor baiano, Caetano Veloso, por conta de uma ação sórdida e praticada pelos que o lançaram como candidato.

Mas isso não vai a acontecer porque sua neta, Sofia, reza e fez promessa a São José de Ribamar.

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