FINAL DE ANO NO MARANHÃO
Muita gente acha que final de ano não é época indicada ou apropriada para a floração de eventos, sejam da área pública ou privada.
O fato de ser um período de festas, com comemorações natalinas e de passagem de tempo, é de supor-se, nesta época, a inexistência ou a inibição de atos, fatos e episódios, como se estes fossem exclusivos de temporadas marcadas em função de conveniências sociais ou interesses políticos.
Os que assim pensam, sujeitam-se ao cometimento de equívocos ou erros de avaliação. Uma vista d’olhos na história dos povos, registra, no passado e no presente, que, nesta época do ano, concomitantemente às festas de celebração do nascimento de Cristo e de encerramento do exercício temporal, aqui e alhures, os eventos, programados ou não, são pródigos.
A história do Brasil é rica de acontecimentos projetados em finais de anos, que tiveram imensa ressonância na cena social, econômica e política. São numerosos e exemplares, mas, à falta de espaço, deixaremos para apontá-los em outra ocasião.
No período compreendido entre o Natal e o último dia do ano, o Maranhão serviu de palco para eventos de variadas naturezas. À guisa de ilustração, e louvado num trabalho de fôlego do professor Mário Meireles, intitulado “Efemérides Maranhenses”, e ainda não publicado, focalizaremos os mais importantes e ocorridos na fase colonial, imperial e republicana.
Tendo 25 de dezembro como ponto de partida, que venham a lume as efemérides. Neste dia, em 1913, os quatro capuchinhos vindos na expedição de La Ravardière, rezam a primeira missa no Convento de Saint François, cuja construção, na Ilha Grande e ao pé do forte de Saint Louis, havia sido concluída na véspera. Em 1824, por designação do Almirante Cochrane, que depusera o presidente Manuel Inácio dos Santos Freire e Bruce, assume interinamente a Presidência da Província do Maranhão, Manuel Teles da Silva Lobo. Em 1947, são realizadas eleições municipais de prefeitos e vereadores.
26 de dezembro de 1864. Na madrugada deste dia, embora de leve, ocorre o primeiro tremor de terras registrado no Maranhão.
27 de dezembro de 1827. Sai o primeiro número de “O Farol”, jornal liberal, fundado em São Luis por José Cândido de Morais e Silva. Circulou semanalmente até o exemplar nº 36. Após a morte do fundador, em novembro de 1832, ressurge e dirigido por João Francisco Lisboa. Em 1870, chega a São Luis o navio a vapor “Brunswick”, iniciando a linha e direta de navegação entre o Maranhão e a Europa, então criada pelo negociante H. Evans.
28 de dezembro de 1973. É constituída a Companhia Docas do Maranhão-CODOMAR, cujo estatuto seria aprovado por decreto federal de 4 de março de 1974, para exploração do Porto do Itaqui, ficando a mesma sob o controle da Portobras. Seu primeiro presidente foi o comandante Washington Viégas.
29 de dezembro de 1823. Instala-se em São Luís, a segunda Junta Governativa Provisória, conseqüente da adesão do Maranhão à independência do Brasil, presidida pelo advogado Miguel Inácio dos Santos Freire e Bruce.
30 de dezembro de 1779. Carta Régia cria a Junta de Administração da Real Fazenda do Maranhão. Em 1870, o Presidente da Província do Maranhão recebe comunicação da conclusão da estrada que interligava as sedes dos municípios de Passagem Franca, Pastos Bons e Picos. Em 1920, decreto federal manda incorporar aos 78 quilômetros da Estrada de Ferro Caxias-Cajazeiras (Timon), em tráfego desde junho de 1919. E assim foi criada a Estrada de Ferro São Luis-Teresina, com seus 450 quilômetros e inaugurada em março de 1921. Em 1981, o governador João Castelo, sanciona a lei que cria a Universidade Estadual do Maranhão, em que se transformou a Federação das Escolas Superiores do Maranhão. Para reitor, foi nomeado o professor Francisco de Sousa Bastos Ferreira.
31 de dezembro de 1641. Com o retorno da esquadra do vice-almirante Jan Cornelizoon Lichtardt para Pernambuco, é deixado no Maranhão, como governador holandês, o capitão Peter Bas, que assim permanece até fevereiro de 1644, quando os invasores são expulsos. Em 1941, é inaugurada a majestosa catedral da Prelazia de São José de Grajaú, feita construir por Dom Emiliano Loneti. Neste dia, também, a criação dos municípios de Matinha e São Raimundo das Mangabeiras (1948), Gonçalves Dias (1958), Fortuna e Palmeirândia (1959), Presidente Dutra (1943).