OS ARCHER NA POLÍTICA

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Ricardo, da quinta geração da família Archer, assumiu, na semana passada, o mandato de deputado federal. É o mais jovem membro da bancada do Maranhão no Congresso Nacional, traz no sangue o DNA da política, herdado do trisavô, Raimundo Archer da Silva, do bisavô, Sebastião, do avô, Remy, do tio, Renato, e do pai, Ricardo.

 A trajetória política dos Archer começa com o trisavô de Ricardo, Raimundo Archer da Silva, que, em 1891, fez parte do Conselho da Intendência de São Luis do Maranhão. O filho de Raimundo, Sebastião, então dirigente da Companhia Manufatureira e Agrícola de Codó, candidata-se à Câmara Municipal e elege-se para o mandato de 1915 a 1919.

Seu bom desempenho na vereança levou-o a disputar uma vaga ao Congresso do Estado, elegendo-se para a legislatura de 1928 a 1930, que não completou, pois teve o mandato extinto pela Revolução de 30.

No retorno do país à normalidade constitucional,em 1935, atendendo apelos da sociedade codoense, concorre e vence o pleito de prefeito. Em 1937, o presidente Getúlio Vargas golpeia a democracia e instala o Estado Novo, mas Sebastião permanece à frente da prefeitura por decisão do interventor do Maranhão, Paulo Ramos.

Com o fim da ditadura varguista, em 1945, pela sua atuação empresarial e política, Archer da Silva é convidado por Vitorino Freire a candidato a governador do Maranhão. Vence a batalha eleitoral, pela legenda do Partido Proletário Brasileiro.

Depois de cumprir o mandato de 1947 a 1951, em que realiza uma administração operosa, candidatou-se ao Senado da República, pelo Partido Social Democrático, nos períodos de 1954 a 1962 e de 1963 a 1971.

Os filhos de Sebastião, Renato e Remy Archer ingressam na vida pública na segunda metade dos anos 1940. Os primeiros passos de Renato na cena política deram-se no governo do próprio pai, que o trouxe do Rio de Janeiro, nomeando-o chefe de gabinete. Na sucessão do pai, foi companheiro de chapa do candidato a governador, Eugênio Barros, cuja eleição, em 1950, foi contestada pelas Oposições Coligadas, sob o argumento de realizada à sombra da fraude eleitoral.

Em 1954, 1958 e 1962, elegeu-se pelo PSD à Câmara dos Deputados, onde brilhou e se destacou em 1961, na vigência do regime parlamentarista, ocupando o cargo de subsecretario do Ministério das Relações Exteriores.

Em 1965, depois do rompimento político do governador Newton Bello com o senador Vitorino Freire e de sofrer o veto dos militares, lança-se candidato ao governo do Maranhão, pelo MDB, mas perde para José Sarney. Em 1966, retorna à Câmara Federal, tendo o seu mandato cassado, com base no Ato Institucional nº 5. Dez anos depois, readquire os direitos políticos, candidatando-se novamente a governador do Maranhão, pelo PMDB, que ajudou a fundar, mas não consegue empolgar o eleitorado. Retorna à atividade política em 1985, lutando na Aliança Democrática, em favor das candidaturas de Tancredo Neves e José Sarney, que, vitoriosos, no Colégio Eleitoral, inauguram a Nova República, com Renato pontificando nos Ministério da Ciência e Tecnologia e da Previdência Social.

Ao contrário de Renato, o irmão Remy Archer marcou sua presença na cena pública notadamente em cargos executivos, nos quais pontuou como diretor da Estrada de Ferro Central do Piauí, da Estrada de Ferro São Luis-Teresina, da Viação Férrea Leste Brasileiro, presidente do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários e do Banco Nacional de Crédito Cooperativo. Na atividade política só foi eleito uma vez: suplente de senador do pai, Archer da Silva, para o mandato de 1954 a 1962. Em dezembro de 1959, Remy ganhou as manchetes do país: estava no avião da Panair do Brasil, seqüestrado por um grupo de oficiais da Aeronaútica, que desejava subverter a ordem legal e destituir do poder o presidente Juscelino Kubitscheck.      

No final do século passado, mais um descendente dos Archer ganha luminosidade na política maranhense: Ricardo, bisneto de Raimundo, neto de Sebastião, filho de Remy e sobrinho de Renato. Jovem empresário, Ricardo, muda-se do Rio de Janeiro para Codó, onde abraça a militância política. Filiado ao PP, vence as eleições de prefeito, ocorridas em 1996.

Concorre em 2000 à reeleição de prefeito e ganha, desta feita, pelo PSDB. Nas eleições de 2002, apresenta ao eleitorado codoense a candidatura da então esposa, Cristina Archer, à Assembleia Legislativa, que se elege, com expressiva votação, pelo PMDB.

Em 2006, Cristina não concorre à reeleição para possibilitar a entrada de Ricardo na atividade legislativa. Pelo PMDB, chega à Assembleia na condição de suplente. Antes de encerrar a vida pública, passa o bastão político ao filho, também, Ricardo, candidato à Câmara dos Deputados em 2010, que agora assume o mandato parlamentar, no exercício do qual deve dar continuidade à brilhante carreira política dos Archer, iniciada pelo trisavô, Raimundo, nos albores do regime republicano.

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