Maranhão vai gastar mais de R$ 27 milhões em 6 meses com tornozeleiras eletrônicas

O Governo do Maranhão vai gastar, por meio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), mais de R$ 27 milhões com monitoramento eletrônico de detentos, para fins de ressocialização e também para aliviar o sistema carcerário. Aditivado pela quinta vez, desde 2020, o contrato tem prazo de vigência de seis meses, entre 3 de janeiro e 3 de julho deste ano, com reajuste de 3,30%, com base no Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI).
A empresa prestadora do serviço é a Synergye Tecnologia da Informação LTDA., sediada em São Paulo. A contratada, que antes recebia, por seis meses de contrato, R$ 26.280.000,00 (vinte e seis milhões, duzentos e oitenta mil reais), passou a faturar R$ 27.147.240,00 (vinte e sete milhões, cento e quarenta e sete mil, duzentos e quarenta reais).
Licitação
Na resenha do termo aditivo, publicada no Diário Oficial do Estado em 9 de dezembro de 2024, a Seap informa que o vínculo pode ser interrompido caso seja concluído o processo licitatório aberto em 2023 para aquisição de objeto equivalente, com a finalização da respectiva contratação.
Saiba mais
As tornozeleiras eletrônicas foram implantadas no Brasil por meio da Lei 12.258 de 2010 sendo utilizada com alternativa para aliviar o sistema penitenciário brasileiro.
Com a utilização do monitoramento eletrônico, o preso deve cumprir uma série de deveres presumidos na lei, tendo como punição, a revogação desse mecanismo de controle.
A tornozeleira eletrônica diminui o índice de encarceramento, os custos do Estado, além de trazer pontos favoráveis como a possibilidade de ter um trabalho, de voltar a estudar e ter uma capacitação profissional, devolver á família a base de sustento econômico e manter um maior controle do Estado sob o apenado.
Quem pode usar uma tornozeleira eletrônica
A tornozeleira eletrônica tem como foco a ressocialização do detento, dando a ele a oportunidade de trabalhar e conviver socialmente, mas também, para aliviar o sistema carcerário brasileiro.
As situações em que a legislação penal e os tribunais autorizam os detentos a usarem tornozeleira eletrônica são:
· Como medida cautelar, quando alguém estiver sendo processado criminalmente;
· Para monitorar presos que estejam em prisão domiciliar;
· Para monitorar presos que estejam gozando do benefício da saída temporária;
· E até mesmo como medida protetiva, em processos e denúncias de violência domestica, evitando que agressores se aproximem de suas vítimas.
O que diz a lei
A monitoração eletrônica, ou seja, o uso de tornozeleira eletrônica, consta na Lei nº 12.258, de 2010 com o seguinte texto: veja aqui.
O que acontece ao remover a tornozeleira
Caso o detento remover ou quebrar a tornozeleira eletrônica, o sistema de monitoramento vai sinalizar, por meio de um alarme, que aconteceu algo estranho com o aparelho e a polícia será acionada.
Segundo o Projeto de Lei do Senado 207/2017, aprovado em votação realizada em 2019, o descumprimento das regras de uso da tornozeleira eletrônica é tido como falta grave. A consequência é a perda do direito à progressão do regime (de fechado a semiaberto e aberto) e dos benefícios de saída temporária ou prisão domiciliar monitorada.
Além disso, caso o detento se esqueça de recarregar a tornozeleira eletrônica e ela ficar sem bateria, o sistema de monitoramento comunicará imediatamente a polícia que há algo estranho com o aparelho, pois ele não está sinalizando a sua localização.
Abaixo, a resenha do termo aditivo: