Fonte do blog no sistema prisional do Maranhão revelou que o secretário de Estado de Administração
Penitenciária, Murilo Andrade, foi avisado sobre a nomeação para alto cargo na pasta de um indivíduo com histórico de corrupção no interior do estado. Segundo o informante, em vez de tomar providência, o gestor, importado de Minas Gerais pelo governador Flávio Dino (PCdoB), tomou uma medida, no mínimo, estranha após receber o alerta: mandou transferir a servidora que o advertiu sobre o risco à gestão.
O indivíduo apontado pela funcionária como nocivo à Seap foi Cesário Ferreira Brandão Júnior, nomeado em agosto de 2015 para o cargo de pregoeiro oficial da pasta e investigado pela Operação Turing, deflagrada ontem pela Polícia Federal para desarticular uma organização criminosa composta por servidores públicos e particulares que causavam embaraço ao trabalho policial no estado.
De fato, Cesário Brandão responde a várias ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público do Maranhão por causa de sua suposta má conduta no exercício do cargo de leiloeiro oficial da Prefeitura de Brejo. Os processos datam de 2015, mesmo ano em que o suspeito foi nomeado presidir a Comissão Setorial de Licitação da Seap.
Bloqueio de Bens
Cesário Brandão foi acusado pelo MP de cometer crimes de improbidade administrativa por promover farra com dinheiro público, tendo como cúmplice o então prefeito de Brejo, Omar Furtado, afastado, na época, pela Justiça. Todos os envolvidos nos desvios tiveram os bens bloqueados. Omar também foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada pela Câmara Municipal de Brejo para investigar crimes de lavagem de dinheiro, por meio de licitações fraudulentas para que fossem firmados contratos com uma empresa que atuava na área de saúde no município.
Ao ignorar o alerta do sindicato, Murilo Andrade acabou deixando o caminho livre para a prática de ilícitos na pasta sob seu comando. Entre os atos de corrupção investigados pela PF, no bojo da Operação Turing, estão possíveis frustrações do caráter competitivo de licitações do sistema prisional e eventuais desvios na execução de verbas públicas destinadas, via convênios, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
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