O governador Flávio Dino (PCdoB) deu um verdadeiro presente de grego ao seu braço direito, Márcio Jerry. Abrigou na Secretaria de Articulação Política e Assuntos Federativos, comandada pelo melhor amigo, um aliado que há três anos foi barrado pela Lei da Ficha Limpa. Trata-se de Érico Fabiano Diniz de Carvalho, que coordenou a campanha vitoriosa do comunista na Baixada Maranhense e em menos de sete meses assume o segundo cargo no “governo da mudança”.
Candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa em 2010, Érico Fabiano, que vem a ser filho do ex-prefeito de Cururupu e ex-deputado estadual Wilson Carvalho, teve as contas de campanha reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Por isso, foi um dos 50 pré-candidatos impedido de disputar o pleito municipal de 2012.
No começo da gestão de Flávio Dino, Érico Fabiano foi nomeado secretário-adjunto de Turismo. Mesmo não sendo o titular, exercia forte influência na secretaria chefiada pela turismóloga e ex-gestora da Embratur Delma Andrade, apontada como pivô de sucessivos atritos com subordinados e acusada de manter na pasta uma servidora fantasma, residente em Brasília.
Não se sabe o motivo da exoneração de Érico Fabiano da Setur. Não é possível afirmar nem mesmo se a demissão foi causada por algum desentendimento com a polêmica secretária Delma Andrade.
Mas a decisão de Flávio Dino de acomodar o aliado ficha suja na pasta comandada por Márcio Jerry faz todo sentido. Talvez tenha sido porque o líder comunista sabe que seu fiel escudeiro é capaz de fazer qualquer sacrifício em nome do poder.