Quem circula pela cidade tem percebido: a gasolina está mais barata. Mas o que parece ser uma vantagem ao consumidor pode estar representando um risco. Denúncias feitas ao Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão relatam que um grande volume do produto tem sido desviado do Porto do Itaqui.
Em média, cerca de 60 navios atracam no local transportando 50 milhões de litros de combustível cada, que são distribuídos entre os estados do Maranhão, Piauí, Tocantins, parte do Ceará, Pará e Amazonas.
“Chegou ao nosso conhecimento que de 5 a 10 milhões de litros estão sendo desviados por mês através de uma logística simples: caminhões estacionam à noite nos pátios das empresas que operam no porto para serem abastecidos com o produto desviado”, revela Orlando Santos, presidente do SindCombustíveis-MA.
Com isso, explica o presidente, ocorre sonegação de impostos, lesão econômica às distribuidoras, adulteração do produto ou da bomba de combustíveis. O alerta, complementa, surgiu quando o preço do combustível começou a cair inesperadamente e sem motivos. “Como pode um revendedor comprar gasolina comum a R$ 2,41 e vendê-la a R$ 2,29? Esse preço abaixo do que está sendo comercializado é um indício de que alguns revendedores estão de alguma forma se beneficiando do esquema”, avalia.
Santos diz ainda que não pode comprovar quem e quantos estão cometendo esse crime. Só espera não haver conivência de gente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). “Precisamos alertar o consumidor de que ele é o maior lesado, pois pode estar abastecendo com combustível adulterado nas bombas ou no líquido”, ratifica.
A adulteração na bomba acontece quando o consumidor pensa ter abastecido 1 litro, por exemplo, mas na verdade só recebeu 800 ml. Já a adulteração no produto ocorre quando ele é misturado a solvente, o que prejudica o funcionamento do veículo.
“O Sindicato tem atuado com transparência, procurando dialogar, manter o equilíbrio do mercado e declarando guerra aos maus empresários. Queremos que as autoridades competentes como a Polícia Federal e o Ministério Público fiscalizem o setor e ajam com rigor para coibir essa prática”, finaliza Santos.
Nesta segunda-feira (7), Orlando Santos viaja para o Rio de Janeiro, onde será recebido pela diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Lá, conversará sobre o que está acontecendo no Maranhão.
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